Avelina Maria Noronha de Almeida
GARIMPANDO ENSINO 3
Disse-me uma aluna: “GOSTARIA DE QUE A ESCOLA
ME ENSINASSE A VIVER EM PAZ
E A SER FELIZ”.
Os gregos amavam profundamente a liberdade. Perdendo a independência e impotentes para sacudir o jugo estrangeiro, racionalizaram suas frustrações com o apego a filosofias que consolavam ou embaçavam a realidade humilhante; os epicuristas, mergulhando nos prazeres; os cínicos, rejeitando normas e desligando-se dos bens materiais; os estóicos, glorificando a face desfibrada e fria da resignação sem luta.
Depois de ter alcançado o topo da montanha com Sócrates, Platão e Aristóteles, o pensamento helênico era atingido pela decadência, já prevista por Platão ao dizer que Atenas, representante máximo do esplendor grego, foi perdendo seu valor quando “a encheram de portos e docas, de muros e de tributos, em vez de a encherem de retidão e esperança”.
Oprimidos pelo Materialismo, repetimos esse panorama filosófico nos tempos atuais, o que provoca inevitáveis reflexos na educação.
Epicuristas são os alunos obcecados por diversões, sem tempo para o estudo sério; os pais absorvidos pelas festas e compromissos sociais, sem disponibilidade para acompanhar o desempenho escolar dos filhos; uns e outros mais preocupados com as cotações do “mercado de trabalho” para a escolha de um curso que leve a profissão rendosa que possibilite prazeres do que com a realização profissional; e, finalmente, aqueles professores que são mercenários, sem ideal. Todos eles preocupados em assegurar uma vida de acordo com o seu comodismo.
Os modernos cínicos estão entre os que, em nome de uma falsa liberdade, negam a autenticidade de certos valores; no fundo, porém, procuram desculpa para fugir de responsabilidades. Os estóicos se acomodam. “Para que estudar? Não aprendo mesmo…” “Não adianta fazer nada, meu filho não dá para estudo…” “Já deixei de lado aquela classe. Ninguém lá quer se esforçar…”
Felizmente, distantes de um cenário desses, existem muitos professores “carismáticos”, que estão sempre caminhando com redobrada energia e conseguem resultados positivos. Alguns professores mais frágeis, entretanto, vitimados pelo desânimo, desistem ou se encaixam num sistema de rotina.
Disse-me uma aluna: “GOSTARIA DE QUE A ESCOLA ME ENSINASSE A VIVER EM PAZ E A SER FELIZ”. Essas frase me impressionou muito. Fez-me pensar seriamente no seu significado.
Vou prosseguir minha viagem a fim de amadurecer na realidade tantas reflexões e já levando a certeza de que só poderá sentir-se realizado aquele professor que souber captar as expectativas dos alunos, tiver ideal e amor.
Como seria bom que, no final do caminho, cada professor pudesse ouvir, de seus alunos, o que foi dito sobre um professor americano: “ELE TOCOU VÁRIAS VIDAS E CADA UMA DELAS SE TORNOU MELHOR POR CAUSA DELE”.