Foram mais de 3 horas de intensas discussões quando reunidos hoje a tarde (7), cerca de 30 voluntários, entre lideranças, representantes de diversos setores e segmentos organizados se debruçaram sobre a promoção de alternativas de viabilidade econômica para manter vivo e em plena atividade o Hospital São Camilo.
Em uma grave crise, aprofundada nos últimos 5 meses quando a taxa de ocupação caiu em mais de 40% repercutindo diretamente na principal fonte de receita, o SUS, responsável por mais de 90% dos atendimentos, a instituição busca apoio para superar a mais dramática situação já vivida em mais de 50 anos de fundação.
O empresário Nilson Marselha, popularmente conhecido como “Nilson do Sobrado”, um dos idealizadores do projeto “Amigos da Saúde”, resolveu abraçar a causa do hospital filantrópico, referência em geriatria, e convidou o ex secretário municipal de saúde, por 3 anos, na gestão do ex prefeito, Ivar Cerqueira, para trazer sua contribuição e expertisse e a recuperar a saúde financeira do hospital, trazendo novas luzes para a sua auto sustentabilidade. o consultor Wagner Coelho vai contribuir e buscar caminhos de novas receitas e um novo perfil para o hospital.
Uma das sugestões foi buscar melhor remuneração do SUS para os leitos classificados de longa permanência nos quais o hospital se enquadra. Há mais de 4 anos, o São Camilo apresentou a habilitação junto Ministério da Saúde, mas ainda aguarda aprovação. “A equação é atender mais e reduzir a taxa de permanência”, assinalou Wagner que também orientou a busca de custeio do Ministério da Saúde.
O Presidente do Conselho de Saúde, Roberto Santana, fez duas sugestões. Uma fonte de receita seria proveniente de dois leitos de retaguarda a pacientes do CAPS AD que hoje são atendidos na Maternidade São José. Somente este serviço às pessoas especiais rendeira quase R$ 33 mil ao São Camilo e a Maternidade São José estaria disposta a repassar este serviço.
Uma terceira fonte seria de pacientes que sofrem maus tratos ou violência domésticas com mulheres e crianças referenciados no Hospítal Queluz. Roberto citou que somente em 2018, foram registrados quase 260 casos de sífilis, atendimentos que seriam diferenciados ao São Camilo.
“Se ninguém assumir, vamos fechar o hospital”, desabafa Filó; impasse continua já que não houve registro de chapa cujo prazo venceu esta semana e surgem nomes para atuar como gestores voluntários
A Presidente do Hospital São Camilo, Filomena Cardoso, a “Filó”, além desabafar sobre o drama das dívidas e falta de receita, adiantou que terminou na quinta feira passada (6) o prazo final de registro de chapas para a eleição da nova diretoria, porém não apareceu nenhuma inscrição. Ela citou que cerca de 45 funcionários ainda não receberam os seus salários de maio e não sabe como vai quitar e manter a instituição do funcionamento. “São 30 anos dedicados e 17 na presidência. Estou cansada. Deixo claro que não vou permanecer na presidência. Caso não apareça alguém para assumir vamos ter que fechar o São Camilo. Já dei minha contribuição. Não sei como ainda consegui manter o hospital aberto até hoje. Não tenho condições mais. São 30 anos trabalhando no vermelho”, desabafou. “Com a demanda em queda, não há produção e assim a receita cai consideravelmente”, completou, citando que não há receitas suficientes para quitar os compromissos do hospital nos próximos meses. “Se ninguém assumir vou ter que fechar o hospital”, desabafou. Filó também apontou a modalidade de vaquinha virtual para ajudar o hospital a sair da grave crise.
Em meio aos desafios, o grupo “Amigos da Saúde” escolheria um gestor voluntário para trabalhar imediatamente em conjunto com a diretoria para levantar e conhecer a real situação financeira, administrativa e contábil do São Camilo. Este gestor faria a transição até a escolha da nova diretoria. Dois nomes foram ventilados na reunião com a possibilidade de assumirem o cargo.
Nilson Sobrado adiantou que os ”Amigos da Saúde” estão mobilizados para socorrer no primeiro momento a instituição, mas a ajuda financeira estaria condicionada a um projeto de auto sustentabilidade do hospital a médio e longo prazos.
Outra contribuição partiu do Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico que sugeriu a apresentação de um projeto de captação de recursos junto a Gerdau, CSN e outras grandes empresas.
Justiça
O hospital paga atualmente cerca de R$ 12 mil de aluguel, mas se mantém o prédio graças às sucessivas decisões judiciais que duram mais de 10 anos, quando os proprietários exigem mais de R$ 30 mil de aluguel.
- Quem desejar ajudar o São Camilo pode fazer o depósito:
- Banco do Brasil– C/C 59222-6 Ag. 0504-5
- Sicoob– Banco 576- Cooperativa 4027- Cic 028860703-1
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