Prefeitura, moradores, comerciantes e outros interessados, iniciaram, na noite da sexta-feira, 3, a discussão de propostas que visam a minimizar o impacto das novas obras de requalificação da área central da cidade. Cerca de 100 pessoas estiveram presentes ao Salão da Sociedade São Vicente de Paulo, graças ao interesse de todos pelo tema, a uma divulgação e mobilização bem feitas por rádio, redes sociais e convites entregues em mãos.
Desta vez, serão contempladas as praças Portugal e Dom Helvécio, parte da rua Benedito Quintino e Avenida Governador Valadares, além da rua Vitor de Freitas (a do Hotel Jucão). Durante o encontro, foi formada uma comissão de moradores e comerciantes que estará em contato diário com a Secretaria de Obras, acompanhando passo a passo o desenvolvimento dos serviços.
De acordo com a secretária de Obras da Prefeitura de Congonhas, Rosemary Benedito, “a empresa vencedora da licitação para executar a obra – AMERICAN STAR CONSTRUTORA E TERRAPLANAGEM LTDA, da cidade de Itanhomi, – é especialista neste tipo de serviço, o que a deixa confiantes de que o serviço será bem feito e o prazo de 8 meses de obras [contados a partir de 11 de janeiro, ou seja, 5 dias após a data oficial da emissão ordem de serviço] será cumprido. Mas neste e em todos os casos, não há como garantirmos que não concluiremos a intervenção um pouco antes ou um pouco depois”.
A secretária detalha a obra: “O piso da via sob o pontilhão será rebaixado em, no máximo, 80 centímetros, medida esta apontada como a máxima possível pelo levantamento topográfico. Com isso, iremos facilitar a passagem de caminhões e ônibus pelo local. Passeios serão alargados e receberão sinalização tátil e guarda-corpos. As praças João Nogueira e do Clube ideal serão revitalizadas. O trecho da rua Benedito Quintino entre este ponto e o pontilhão será asfaltado. As intervenções ocorrerão por etapa, para evitar o estrangulamento do trânsito, começando pela praça Portugal”.
A Prefeitura já propôs às empresas concessionárias dos serviços de água e esgoto (COPASA), telefonia fixa e internet, distribuição de energia (CEMIG) para que todas possam atuar de forma conjunta e sincronizada durante a obra.
Presente à reunião com moradores e comerciantes da área que sofrerá intervenção, o prefeito Zelinho se disse feliz com a participação de cerca de 100 pessoas na reunião dessa sexta-feira. “A população tem de participar mesmo das decisões, por isso a quase totalidade de nossas obras e ações surgiram de solicitações dela. Neste caso, aquele viaduto da via férrea sempre me Incomodou. Há cerca de 40 anos, vi dois garotos que estavam na carroceria de um caminhão de mudança morrerem porque não deu altura. Quantas manobras são necessárias para os ônibus passarem ali. Na rua Vitor de Freitas, além de alargar as calçadas e recuperar o escadão junto à via férrea, estamos em negociação com os proprietários do prédio do antigo Hotel do Jucão, para desapropriá-lo e transformá-lo em espaço da cultura popular. Durante a obra, haverá incômodo, principalmente para o comércio, mas depois irá melhorar para ele também, porque ficará mais fácil o acesso das pessoas, como acontece hoje na área já requalificada, onde agora existemlojas bonitas e aconchegantes. As pessoas podem caminhar pelas calçadas por toda a av. JK, sobrou espaço até para bancos e jardins. De uma coisa moradores e comerciantes podem ter certeza, cada passo do desenvolvimento desta obra será discutido com eles”, garante Zelinho.
Para Wesley Ataídes Penido, proprietário da Autoescola Três Poderes, instalada na rua Benedito Quintino, “a experiência que a cidade teve da requalificação da área central foi boa, o saldo é positivo. A questão é que obras trazem transtornos para moradores e comerciantes, como aconteceu nas avenidas JK, Marechal e na praça JK. E quando você trabalha para diminuir esses impactos, o resultado pode ser melhor. Essas reuniões são importantes. Nas próximas, a comissão de moradores e comerciantes irá trazer ideias para reduzir o sofrimento no decorrer da obra e assim teremos saldo mais positivo do que o das primeiras etapas de requalificação na área central”.
Como membro desta comissão de moradores e comerciantes, criada para dialogar dia a dia com o Governo Municipal, Wesley alerta que, durante o período de execução do serviço, serão necessários alguns cuidados. “Como disse o prefeito Zelinho e a secretária Mary durante a reunião, esta será a etapa mais complexa de requalificação, porque as demais aconteceram em trechos planos, entre outras questões complicadoras. Será necessário realizar comunicações prévias quando houver intercorrências ou mudanças de planos, apontadas pelo decorrer das obras, para que cada parte tenha tempo para se preparar. Considero que a divisão da obra em etapas produzirá menor impacto com relação ao trânsito. Mas, se o transtorno aumentar, aí teremos de readequar o cronograma. Sempre é bom lembrar que, além do comércio e dos moradores, esta área da cidade dá acesso a regiões como o Dom Oscar, Basílica, Lamartine, zona rural, empresas, enfim, é um corredor que interliga a cidade”.
O comerciante termina fazendo uma constatação: “Mas, como diz o prefeito e eu concordo com ele, do jeito que está não dá pra ficar. Não podemos negar que essas melhorias têm trazido beleza e funcionalidade para a cidade. Temos de sofrer, mas sofrer o mínimo possível. Que esta obra sirva de padrão para as próximas e que a população participe como fez nesta primeira reunião, porque é um projeto para ela. Vamos ajudar a Prefeitura nesta empreitada também, e, em conjunto, encontrarmos as melhores soluções”.
Presidente da Associação dos Amigos Taxistas de Congonhas (ASTAXI), Lercy Santos fez parte da comissão do Programa de Requalificação da Área Central de Congonhas 1ª e 2ª etapas e considerou muito importante esta primeira reunião para cuidar do desenvolvimento desta nova fase. “Todos se mostraram muito interessados na requalificação e centrados na obtenção da melhor forma de condução dos serviços. Muitos de nós, congonhenses, dizemos que, como está hoje aquela parte da cidade, é uma vergonha. Ônibus e caminhão costumam ficar agarrados no pontilhão da praça Portugal. As vias possuem pista de rolamento e calçadas estreitas. Era mesmo preciso repensar isso, portanto se trata de uma intervenção essencial para a cidade. Mas nesses cerca de 8 meses de trabalhos, as pessoas precisam ficar atentas à sinalização, porque a obra mexe com a cidade toda. Sugeri à Prefeitura que se altere o mínimo o trânsito no período de obras, para evitar grandes voltas dos caminhões de carga, taxis e outros veículos de passeio. A mudança do ponto dos taxistas só irá ocorrer quando for mexida a parte da praça Dom Helvécio, que é onde fica o ponto. Neste período, desceremos para a praça Portugal, que já estará pronta”, diz.
A requalificação da área central de Congonhas começou no Governo Anderson Cabido, após a realização de audiências públicas, na Romaria, com a construção da nova praça JK e seguiu pelo Governo Zelinho com a requalificação do Quarteirão Açominas, avenidas JK e Marechal Floriano Peixoto. O objetivo do desenvolvimento deste programa no Centro da cidade – espaço de todos – é criar melhores condições de mobilidade urbana, garantindo conforto e segurança principalmente para pedestres, mas também para motoristas, em uma área cercada de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, por onde passam muitas pessoas dia e noite.