O futuro do auxílio emergencial continua gerando polêmicas e impasses dentro do próprio governo federal. É incerta a prorrogação do benefício, sendo que especialistas defendem que a crise gerada pela pandemia vai além do fim do auxílio.
O futuro incerto do auxílio emergencial
O governo pretendia pagar R$ 200, no entanto, o Congresso ampliou o auxílio emergencial para R$ 600 e, também, para R$ 1.200 para mulheres chefes de família. Além disso, o programa tinha a duração de apenas três meses, porém, em julho, a pressão de parlamentares conseguiu a prorrogação por mais dois meses.
E, agora, existe o impasse se o governo irá ou não estender, novamente, o auxílio emergencial. Além desta dúvida, por mais quantos meses e qual seria o novo valor das parcelas?
Equipe econômica do governo
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Agora, então, economistas alinhados com esse pensamento liberal têm criticado a possibilidade da prorrogação do auxílio emergencial. O argumento, por sua vez, é de que não há espaço fiscal.
O custo mensal do programa é de cerca de R$ 50 bilhões, de acordo com o governo federal. Nos cinco meses terminados em agosto, portanto, o gasto supera R$ 250 bilhões. Para ter uma dimensão, o valor é mais que o dobro do déficit primário (ou seja, o resultado negativo) registrado em 2019, que foi de R$ 95 bilhões.
A “dança” em torno do auxílio emergencial e da agenda liberal teve novos passos na última semana, para a reportagem do IG. Guedes chegou a falar em impeachment na terça-feira (11/08), ao defender o teto de gastos.
Além disso, o ministro disse que os auxiliares que aconselham o presidente a “furar” a regra do teto de gastos (o que envolve o destino da verba para o auxílio emergencial) estão levando o presidente para uma zona de impeachment.
Ainda há o desembarque de funcionários insatisfeitos com a postura econômica do governo. De acordo com analistas e o site IG, de uma agenda liberal para um caminho com maior atuação estatal e caráter populista.
“Guedes tem 99,9% de poder”, diz presidente
Depois, Bolsonaro deu sinais trocados sobre o tema. Na quinta-feira (13/08), por exemplo, o presidente defendeu a manutenção do teto de gastos. No entanto, Bolsonaro também disse, em transmissão ao vivo, que Guedes tem 99,9% de poder sobre os temas da sua pasta no governo.
“A questão da economia, o Paulo Guedes, é 99,9% com ele. Tenho que ter 0,1% de poder veto. O teto é o teto, certo? O piso sobe anualmente, assim, cada vez, mais você tem menos recursos para fazer alguma coisa.”, afirmou Bolsonaro.
Em seguida, o presidente declarou: “A ideia de furar teto existe, o pessoal debate, qual é o problema?”