BC afirma que não tinha maquinário para fazer notas maiores que as de R$ 100, seguindo o padrão crescente de dimensões relacionadas aos valores.
A nota de R$ 200, lançada nesta quarta-feira (2) pelo Banco Central, sofreu críticas de associações de deficientes visuais por ter o mesmo tamanho que as cédulas de R$ 20.
Desde o lançamento da 2ª Família do Real, as cédulas têm tamanhos diferentes para auxiliar a diferenciação por parte de deficientes visuais. Com o mesmo tamanho da nota de R$ 20, a nova cédula de R$ 200 gera confusão apesar das medidas de acessibilidade adotadas pelo BC.
“As notas com tamanhos diferentes, seguindo padrões como do euro e da libra esterlina, surgiram depois de mobilização de pessoas cegas e de baixa visão. Não foi de uma hora para outra nem por bondade”, diz Beto Pereira, presidente da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB).
A ONCB pretende acionar o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) e deputados federais parceiros da causa para que as próximas séries da nota de R$ 200 tenham melhores mecanismos de acessibilidade.
“Isso reduz muito a autonomia e descumpre a lei brasileira de inclusão. Se não tinha equipamento para fazer maior do que a de R$ 100, não poderia ter feito no tamanho de R$ 20”, afirma.
Sem maquinário
De sua parte, o BC afirma que foram mecanismos mais modernos de segurança que fizeram com que a nova nota fosse inserida na linha de produção das cédulas de R$ 20, mas admite que não teria maquinário para fazer as notas de R$ 200 seguirem a lógica das demais e serem maiores dos que as de R$ 100.
“A primeira razão para adotar esse formato é que não havia tempo hábil para adaptação do parque fabril para que tivéssemos uma cédula superior ao tamanho de R$ 100”, disse a diretora de Administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros.
“Por ser uma alta denominação, escolhemos um conjunto de elementos de segurança bem robusto, sendo que um desses elementos é típico da máquina que produz os R$ 20. A escolha do tamanho da nota de R$ 20 também facilitou a chegada das cédulas ao equipamento da rede bancária que dispensa cédulas de forma mais rápida”, afirma.
Para a diferenciação, o BC inseriu barras táteis diferentes das demais notas na cédula de R$ 200, criando um código de três linhas na diagonal, em alto relevo, no canto direito da nota. Além disso, elementos como o número 200 estão destacados no papel.
Aos deficientes que tenham parte da visão, o BC diz ainda que manteve paleta de cores com tons contrastantes em benefício de acessibilidade. (G1)