Todo professor faz da própria voz um poderoso instrumento a serviço da transmissão de conhecimento. Sem dispor de qualquer dispositivo de amplificação, as palavras ditas pelo mestre em sala de aula precisam ser ouvidas e compreendidas pela classe inteira, da primeira à última carteira. Diariamente, muitas vezes cumprindo jornada dupla e até tripla de trabalho, a missão do professor é ouvir e ser ouvido por turmas de 30 a 40 alunos. Eis por que, na opinião do deputado estadual Glaycon Franco, o ofício de ensinar também é uma profissão de risco que pode acarretar danos temporários ou permanentes à saúde, caso o profissional não tenha acesso ao tratamento imediato, adequado e eficiente.
Na semana passada, a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, em primeiro turno, parecer favorável a projeto apresentado por Glaycon com o objetivo de ampliar os direitos dos servidores da rede estadual de ensino. Recebeu o sinal verde, para continuar tramitando na Casa, o projeto que institui o Programa Estadual de Saúde Vocal e Auditiva para professores e integrantes do magistério e dos quadros de apoio da educação estadual. Conforme o parlamentar, o propósito do programa é disponibilizar atendimento preventivo e corretivo para problemas de audição e voz desenvolvidos pelos educadores no exercício da atividade profissional. O programa ainda garante o acesso ao tratamento médico sempre que necessário.
A matéria recebeu contribuição, aprovada pela Comissão, que aprimora o estabelecimento de diretrizes destinadas ao desenvolvimento de um programa voltado à promoção da educação em saúde e à criação de ambientes favoráveis aos profissionais do ensino. Entre essas diretrizes, estão o estímulo à pesquisa, à produção de conhecimento e à difusão de experiências que apoiem a tomada de decisão e a construção compartilhada de ações de promoção da saúde dos profissionais de educação.
Na prática, o projeto garante apoio à formação e educação permanente de gestores e trabalhadores na área de saúde ocupacional dos profissionais de educação. Possibilita, ainda, o levantamento das condições de trabalho desses trabalhadores para a detecção de riscos ocupacionais à sua saúde e ao seu bem-estar.
A excelente receptividade obtida pelo projeto nas Comissões do Legislativo mineiro animou o deputado. “Fico imensamente feliz pela oportunidade de atuar em favor desta categoria tão relevante e imprescindível ao futuro dos nossos jovens, e, consequentemente, de nosso País. Como médico, tenho consciência de que o ganho que os educadores terão é indiscutível. Considero a aprovação desse projeto, na Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, de extrema importância para melhoria da saúde e bem-estar de nossos educadores”, avaliou Glaycon Franco, que continuará envidando esforços para que, em breve, esta política seja definitiva em Minas Gerais.