Vereadores de Lafaiete citaram em discursos a responsabilização, criticaram negligência e pediram intervenção na Viação Presidente
A paralisação dos funcionários da Presidente nesta manhã (23), em função no atraso dos salários, corte no plano de saúde, falta de pagamento do vale alimentação, além a afronta aos direitos trabalhistas fez eco na sessão da Câmara. Os discursos dos vereadores classificaram a situação como omissão e negligência da Prefeitura e não deixaram de citar a responsabilização.
Os pronunciamentos foram duros e os vereadores atribuíram a situação do transporte público à falta de ação do Executivo ainda no ano passado.
“São promessas, promessas e a eleição já passou. Agora precisamos de ação. Estão olhando apenas para a legalidade da situação e esqueceram os trabalhadores cujas famílias estão desesperadas e desamparadas. Pedem ajuda aos amigos para comprar alimentos para as suas casas. São contas de energia e luz suspensas e ainda não recebem apoio do poder público. É de cortar o coração e o poder público não assume sua responsabilidade”, assinalou Vado Silva (DC).
Pé Quente
O discurso mais incisivo veio do ex-líder do Governo sinalizando uma atuação independente. O Vereador João Pé Quente (DEM) não isentou a culpa da prefeitura no caos em um discurso duro contra o Executivo. “Sou a favor do prefeito, apoiei ele porque era o melhor mas ele está falhando neste quesito. Nós reunimos com o prefeito e disse que tinha uma carta debaixo da manga e tínhamos uma espera, mas continua do mesmo jeito, só vai piorando. Já que temíamos por esta situação da cidade ficar sem transporte. Mas isso não aconteceu e não veio a empresa. É um absurdo esta situação que conta também com a anuência do Ministério Público. F já passou da hora do prefeito tirar esta empresa assuma o transporte. Essa licitação deveria ter começado no ano passado. Foi uma falha do executivo. Era para ter sido feito ano passado e agora o povo está desamparado. Ninguém aguenta a Presidente na nossa cidade. Estou aborrecido com o prefeito em deixar chegar neste patamar o caos o transporte público. Faço aqui meu repúdio desagravo ao Ministério Público e a prefeitura”, disparou. E completou: “sem fazer ameaças, se houve omissão sabe-se que imputa o responsabilidade ao prefeito. Somos matérias em todos os jornais de Minas Gerais. Se fosse poder desta Casa já teríamos resolvido. Virou palhaçada”.
O Pastor Angelino (PP) pediu uma solução. “Há uma indignação da população. Essa licitação já deveria ter sido antecipada e esperamos uma solução”.
Intervenção
“Não sou contra nem a favor ao governo, mas a situação é real, crítica e séria. O que eu falo é o que eu ouço nas ruas de omissão do executivo. Desde tempos atrás eu vinha avisando e propus uma intervenção na empresa e que a prefeitura assumisse o transporte público. Mas há uma letargia. Todos nós tínhamos avisado e prevíamos que a cidade ficaria sem ônibus. Cadê o conselho de transporte e o sindicato? O executivo agora é o responsável por esta situação e tem de buscar uma solução”, questinou Sandro José (PROS).
Professor Eustáquio (PV) lamentou a situação e cobrou alternativas. “A fala é a mesma, mas estou sendo cobrando a toda a hora e eu confiei no prefeito, mas eu devo uma resposta aos meus eleitores”, discursou em tom de incômodo pelos caos.
Fiscalização trabalhista
Damires Rinarlly (PV) citou o artigo 112 da Lei Orgânica Municipal em que a prefeitura é responsável pela averiguação e fiscalização em torno da legislação trabalhista que envolve os funcionários de uma concessão. “É obrigação do Executivo fiscalizar as questões trabalhistas. A nossa sociedade clama e o povo clama. Apoiamos o prefeito, mas desde que tirasse a Presidente. Neste momento em que nossos corações estão dilacerados pela pandemia, o Executivo tem de assumir suas responsabilidades e não seja negligente”, pontuou.
Fernando Bandeira (DEM) ponderou que dificilmente uma empresa assumiria por um ano de forma provisória o serviço diante do alto investimento em curto período de um ano.
O Líder do Governo, Oswaldo Barbosa (PV), apontou que Viação Presidente afrontou a legislação trabalhista e mostrou-se preocupado na possibilidade do Executivo ter de assumir o passivo dos trabalhadores.
Licitação
Já no final da sessão, o vereador Pé Quente ainda criticou om Executivo. “Ontem ocorreria a licitação para a contratação da empresa que faria a consultoria para a elaboração do edital de licitação, porém ela foi suspensa por estamos na onda roxa. Aqui na Câmara as licitações prosseguem e fazemos de maneira remota. Mas uma situação para atrasar a licitação do transporte público”.
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