A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, na última quarta-feira (3), um padre católico de 54 anos suspeito de cometer pedofilia contra crianças e adolescentes. O suspeito é membro da Arquidiocese de São Paulo e presidente de um projeto social para jovens em situação de vulnerabilidade fundado por ele.
Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em São Paulo, São João del-Rei (MG) e na cidade de Goiás (GO). O religioso foi preso em flagrante na sua casa, na capital paulista, após os policiais encontrarem, no celular do suspeito, diversas imagens pornográficas de adolescentes que teriam sido produzidas pelo padre.
Investigação
A primeira denúncia foi formalizada no dia 30 de março. Natural de São João del-Rei, o suspeito mora em São Paulo e mantém um projeto social para jovens em situação de vulnerabilidade na capital paulista e em São João del-Rei. É neste espaço que o suspeito começaria a abordar suas possíveis vítimas. Segundo a investigação, o religioso chegou a ampliar o projeto por interesse pessoal, já que não teria recebido incentivo da Igreja.
O projeto trazia jovens em situação de vulnerabilidade de Goiás para Minas Gerais sob a justificativa de que “ficariam sob os cuidados do projeto social”. Alguns desses adolescentes inclusive moravam nas dependências do projeto A Polícia Civil ainda investiga se o padre tinha a guarda de algumas das crianças e tenta identificar quem são os pais desses jovens.
Vítimas do padre
Até agora, a polícia já confirmou uma vítima, um adolescente de 17 anos que também teve o celular apreendido e teria sido abusado recentemente. Mas os investigadores ainda apuram se os crimes eram cometidos há mais tempo. Cerca de 300 crianças são atendidas pelo projeto social liderado pelo padre.
Os investigadores citaram o caso de uma mãe que decidiu retirar a filha do projeto por desconfiar das atitudes do religioso.
O suspeito foi preso em flagrante por produzir e armazenar material pornográfico de criança e adolescente, crimes com pena de até 8 anos de prisão. Ele ainda pode responder por exploração sexual e estupro de vulnerável, com penas de quase 20 anos.
Em nota publicada em seu site oficial, a Arquidiocese de São Paulo afirma ter recebido as acusações com “perplexidade” e manifestou repúdio a qualquer forma de abuso. A Arquidiocese informou que se solidariza com as possíveis vítimas e aguarda os esclarecimentos dos fatos.