Já imaginou ficar em uma estação de pesquisa em pleno sertão brasileiro para testar formas autossustentáveis de produção de comida e uso da água em circunstâncias adversas em uma estação espacial virtual?
Isso é o que a professora da Escola Municipal “ Professor Doriol Beato”, Aline Kessi de Paiva Fonseca, vai integrar juntamente com 26 estudantes e professores de escolas estaduais, institutos federais, universidades, faculdades e instituições públicas e privadas de vários estados brasileiros e também uma estudante internacional da Embry-Riddle Aeronautical University (Flórida), do dia 7 a 21 de junho.
O projeto Habitat Marte, desenvolvido desde 2017, estabelece protocolos que podem ajudar a entender melhor as possibilidades reais de sobrevivência em Marte, o chamado planeta vermelho. Criada pelo professor do Departamento de Engenharia da Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Júlio Rezende, a iniciativa atualmente trabalha com missões virtuais.
Os participantes serão astronautas que terão diferentes funções nas instalações de uma estação em Marte, ocupando diferentes funções como chefes, pesquisadores, engenheiros, entre outras posições junto a 7 infraestruturas: estação principal, centro de saúde, centro de engenharia, centro de lançamento, centro de saneamento, centro de engenharia e centro de energia.
A missão espacial virtual análoga Habitat Marte será realizada a partir de 10 encontros, fruto de uma parceria entre a Agência Espacial Brasileira – AEB, através do projeto Centro Vocacional Tecnológico Espacial Augusto Severo – Parnamirim (CVT-E), e estação espacial análoga Habitat Marte da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.
Na missão, os participantes serão chefes e pesquisadores da estação espacial, imaginando características e atividades durante a missão. As reuniões ocorrerão nas segundas, quartas e sextas, às 18h30m. Os participantes são convidados a imaginar como será o funcionamento de uma estação espacial em Marte.
Durante a missão também ocorrerá uma live das instalações da estação espacial análoga Habitat Marte, quando será apresentada toda a infraestrutura da estação.
Sobre as missões virtuais
O Habitat Marte está comprometido com o desenvolvimento de tecnologias sociais como: estufas, forno solar, cisternas, aquaponia, filtros de água e estufas. O desafio é desenvolver tecnologias que sejam aplicadas tanto ao espaço quanto em regiões áridas e semiáridas, ou outras regiões ameaçadas pela escassez hídrica e secas.
De dezembro de 2017 a abril de 2021 foram realizadas 70 missões com mais de 300 participantes, totalizando mais de 9 mil horas, ou 450 dias de missões. Essas atividades geraram um grande volume de dados, o que tem permitido proporcionar uma variedade de estudos e publicações.
“ Estou imensamente feliz por ter sido selecionada, será uma experiência motivadora. Uma oportunidade, a partir de uma experiência espacial, de colaborar com o desenvolvimento sustentável e construir uma intervenção de melhor qualidade para nossos alunos”, avaliou Aline que é natural de Capela Nova.