23 de abril de 2024 16:02

Federaminas prevê extinção de 34,2% das MPEs até dia 15

Cerca de 34,2% das micro e pequenas empresas mineiras deverão fechar as portas de vez se o período de isolamento social, medida adotada para combater a disseminação do novo coronavírus (Covid-19), não terminar até 15 de abril. Os dados foram divulgados pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas) na sexta-feira (3).

O estudo mostra ainda que 21,6% das MPEs deverão encerrar as atividades até o dia 6 de abril e outras 29,3% não resistirão se o isolamento social se estender até 30 de abril. Já 9,9% das empresas disseram na pesquisa que tinham capital para não quebrar se as medidas de isolamento social durassem 60 dias a partir de 1º de abril e outras 5,1% afirmaram que conseguiriam se sustentar em um período de 90 dias também contando a partir do primeiro dia deste mês.

O presidente da Federaminas, Valmir Rodrigues, destacou que, diante desse cenário, é essencial que os governantes criem medidas para auxiliar as organizações. “Essa pesquisa é para mostrar aos governadores, ao presidente da República, aos secretários, aos ministros, a todos que têm condições através de decretos, de leis, de medidas provisórias, enfim, não sei o caminho, de criar, de fato, soluções para ajudar as empresas a passar por esse momento difícil”, disse ele.

Valmir Rodrigues lembrou também que a entidade não pretende atropelar as recomendações dos órgãos de saúde, ressaltando que as empresas seguirão as solicitações da área. “É preciso preservar a vida”, afirmou.

Responsável pelo desenvolvimento da pesquisa, o professor Marcos Fábio, da MF Gestão, Desenvolvimento e Empreendedorismo, pontuou as medidas que já foram adotadas pelo governo federal para tentar mitigar os efeitos negativos do coronavírus na economia.

Algumas delas são a complementação de salário em casos de redução salarial e de jornada dos trabalhadores e o crédito para financiamento da folha de pagamento.
Apesar de essa ação ser, sim, uma ajuda, diz Marcos Fábio, elas serão para as folhas de abril e maio, mas muitas empresas não terão como lidar já com a folha de março, mês em que teve início o isolamento social.

Desemprego – Com toda essa situação, as projeções são de um grande número de demissões em Minas Gerais, segundo a pesquisa divulgada pela Federaminas. Os dados da entidade mostram que 1.101.500 pessoas perderão seus empregos se o isolamento social não terminar até o dia 6 de abril. Se o período se estender até o dia 15 de abril, serão mais 2.520.198 demitidos e, se chegar até 30 de abril, mais 2.429.464.

Pós-pandemia – A pesquisa também ressalta que, mesmo quando o comércio for reaberto, o reestabelecimento da demanda não se dará de forma imediata, pois “existe um processo de aquisição de confiança para o consumo”. Dessa forma, os danos se estenderão para além do período de permanência das empresas fechadas. “Nós vamos ter aproximadamente, em outubro, novembro, a demanda reestabelecida”, diz Marcos Fábio.

“Quantos e quantos sonhos estão indo embora por causa dessa pandemia?”, indaga o presidente da Federaminas. “Será que o governo, mesmo estando se mexendo com algumas ações, não tem condições de se mexer mais e entender a nossa aflição? Esse é o ponto de vista que nós queremos colocar”, destaca. (Diário do Comércio)

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