Ouro Preto terá centro de acolhimento para a população LBGTQIAPN+

O CRA de Ouro Preto é uma casa onde serão realizados os atendimentos psicossociais. Local pretende ser seguro e de referência para a população

Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, abre um espaço para a promoção de políticas públicas voltadas para a população LGBTQIAPN+ com a inauguração da sede do Centro de Referência e Acolhimento LGBT+ (CRA LGBT+), no próximo dia 6 de dezembro. O espaço, localizado no bairro Antônio Dias, será considerado o segundo de Minas Gerais, como política pública já instituída. O primeiro é em Belo Horizonte.

A iniciativa é fruto de uma pesquisa iniciada em 2021 que tinha como objetivo conhecer a população LGBTQIAPN+ da cidade histórica e inspirado em modelos voltados para atender e acolher esse público já vivenciados em outras cidades, diz o diretor de Promoção Social, da Secretaria de Desenvolvimento Social de Ouro Preto, Victor Pinto.

Victor Pinto conta que o diagnóstico sobre a população LGBTQIAPN+ da cidade e dados fornecidos pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) indicaram uma realidade de violência física, verbal, psicológica alinhada à falta de acesso às políticas para essa população.

A partir do cruzamento de informações, com o diagnóstico respondido por 700 pessoas e os relatos de criminalidade, a diretoria de Promoção Social constatou que deveria avançar nas propostas de inclusão. O diagnóstico também concluiu que os dados fornecidos pela pesquisa ainda não espelhavam a realidade quantitativa da população LGBTQIAPN+ que mora na cidade.

“Estimo que o número seja entorno de 9 mil pessoas. O número de pessoas que responderam ao questionário não reflete a quantidade de pessoas na cidade porque sabemos que a pesquisa não alcançou grande parte das pessoas pelas limitações da metodologia utilizada e nós não temos dados oficiais e nem pesquisas sobre orientação sexual e identidade de gênero. Além disso, ainda vivemos numa sociedade extremamente preconceituosa e violenta para o população LGBT+ e muitas pessoas ainda escondem sua orientação sexual e até mesmo sua identidade de gênero”, diz o diretor.

Victor Pinto acredita que com a criação de um espaço destinado apenas para a população LGBTQIAPN+ muitas pessoas se sentirão encorajadas a buscar ajuda e reconhecimento. O centro contará com um psicólogo, assistente social e agentes administrativos, com o objetivo de promover acesso à cultura, ao lazer e à informação.

“Vamos ampliar essa equipe com atendimento jurídico e pedagógico e também estamos programando diversas atividades para acontecerem no CRA LGBTQIAPN+, incluindo cursos, palestras, rodas de conversa e atividades dos projetos de extensão realizados pela UFOP”, afirma ele.

Casa de acolhimento


Victor Pinto conta que o CRA de Ouro Preto é uma casa onde serão realizados os atendimentos psicossociais da população e, se necessário, o encaminhamento para outros setores públicos. O acolhimento é feito por todas as pessoas da equipe de profissionais que identifica as demandas de cada assistido.

O diretor ressalta que o CRA também atenderá as demandas de famílias das pessoas LGBTQIAPN+, “principalmente para ajudar pais e mamães a compreenderem melhor as questões relacionadas a identidade de gênero e orientação sexual dos filhos e filhas”, afirma.

“Não é uma casa de moradia, como em Belo Horizonte, mas é uma casa em que a população pode frequentar durante o período de funcionamento. A ideia é que a população LGBTQIAPN+ tenha a casa literalmente como uma referência de lugar seguro. Seja para receber um atendimento ou para passar o dia estudando, participando das atividades, fazendo amizades”.

Violência


O diretor de Promoção Social relata que na pesquisa diagnóstica foram identificadas 36 pessoas trans, incluindo pessoas não-binarias. O número pode ser considerado pequeno, mas segundo Victor Pinto, é essa a população que mais precisa de acolhimento devido à falta de informação da sociedade, de acesso à políticas públicas e também por causa da violência sofrida por elas.

A ouro-pretana Izza Silva, de 27 anos, conta que há duas semanas vivenciou um episódio que, segundo a cabelereira, é considerado transfobia. Para a mulher trans, um dos maiores desafios é a falta de acessibilidades a locais públicos ou até mesmo banheiros.

“Sofro aqui em Ouro Preto para ter acesso a um banheiro. Sofri uma transfobia em um clube daqui da cidade, fui impedida de usar a sauna feminina e fui retirada do banheiro. Me senti mal com tudo aquilo, não desejo a ninguém passar pelo que vivi e o Centro de Referência e Acolhimento ainda nem está funcionando oficialmente, mas já me atendeu”, conta ela.

A cabelereira afirma que a cidade histórica precisava de uma local próprio para dedicar no acolhimento à população LGBTQIAPN+. “Apesar das lutas que enfrentamos no dia a dia e o todo preconceito e discriminação, temos onde pedir socorro e auxílio, quem nos ouve e realmente se importa com nossa causa. Então, com certeza, é um grande passo para nossa comunidade, eu como mulher trans fico muito feliz”, complementa.

“A identificação da nossa comunidade é importante é às vezes a família não sabe ajudar ou não compreende a nossa situação, com um local específico, com pessoas capacitadas tudo será resolvido”, conclui.

FONTE ESTADO DE MINAS

Ouro Preto terá centro de acolhimento para a população LBGTQIAPN+

O CRA de Ouro Preto é uma casa onde serão realizados os atendimentos psicossociais. Local pretende ser seguro e de referência para a população

Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, abre um espaço para a promoção de políticas públicas voltadas para a população LGBTQIAPN+ com a inauguração da sede do Centro de Referência e Acolhimento LGBT+ (CRA LGBT+), no próximo dia 6 de dezembro. O espaço, localizado no bairro Antônio Dias, será considerado o segundo de Minas Gerais, como política pública já instituída. O primeiro é em Belo Horizonte.

A iniciativa é fruto de uma pesquisa iniciada em 2021 que tinha como objetivo conhecer a população LGBTQIAPN+ da cidade histórica e inspirado em modelos voltados para atender e acolher esse público já vivenciados em outras cidades, diz o diretor de Promoção Social, da Secretaria de Desenvolvimento Social de Ouro Preto, Victor Pinto.

Victor Pinto conta que o diagnóstico sobre a população LGBTQIAPN+ da cidade e dados fornecidos pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) indicaram uma realidade de violência física, verbal, psicológica alinhada à falta de acesso às políticas para essa população.

A partir do cruzamento de informações, com o diagnóstico respondido por 700 pessoas e os relatos de criminalidade, a diretoria de Promoção Social constatou que deveria avançar nas propostas de inclusão. O diagnóstico também concluiu que os dados fornecidos pela pesquisa ainda não espelhavam a realidade quantitativa da população LGBTQIAPN+ que mora na cidade.

“Estimo que o número seja entorno de 9 mil pessoas. O número de pessoas que responderam ao questionário não reflete a quantidade de pessoas na cidade porque sabemos que a pesquisa não alcançou grande parte das pessoas pelas limitações da metodologia utilizada e nós não temos dados oficiais e nem pesquisas sobre orientação sexual e identidade de gênero. Além disso, ainda vivemos numa sociedade extremamente preconceituosa e violenta para o população LGBT+ e muitas pessoas ainda escondem sua orientação sexual e até mesmo sua identidade de gênero”, diz o diretor.

Victor Pinto acredita que com a criação de um espaço destinado apenas para a população LGBTQIAPN+ muitas pessoas se sentirão encorajadas a buscar ajuda e reconhecimento. O centro contará com um psicólogo, assistente social e agentes administrativos, com o objetivo de promover acesso à cultura, ao lazer e à informação.

“Vamos ampliar essa equipe com atendimento jurídico e pedagógico e também estamos programando diversas atividades para acontecerem no CRA LGBTQIAPN+, incluindo cursos, palestras, rodas de conversa e atividades dos projetos de extensão realizados pela UFOP”, afirma ele.

Casa de acolhimento


Victor Pinto conta que o CRA de Ouro Preto é uma casa onde serão realizados os atendimentos psicossociais da população e, se necessário, o encaminhamento para outros setores públicos. O acolhimento é feito por todas as pessoas da equipe de profissionais que identifica as demandas de cada assistido.

O diretor ressalta que o CRA também atenderá as demandas de famílias das pessoas LGBTQIAPN+, “principalmente para ajudar pais e mamães a compreenderem melhor as questões relacionadas a identidade de gênero e orientação sexual dos filhos e filhas”, afirma.

“Não é uma casa de moradia, como em Belo Horizonte, mas é uma casa em que a população pode frequentar durante o período de funcionamento. A ideia é que a população LGBTQIAPN+ tenha a casa literalmente como uma referência de lugar seguro. Seja para receber um atendimento ou para passar o dia estudando, participando das atividades, fazendo amizades”.

Violência


O diretor de Promoção Social relata que na pesquisa diagnóstica foram identificadas 36 pessoas trans, incluindo pessoas não-binarias. O número pode ser considerado pequeno, mas segundo Victor Pinto, é essa a população que mais precisa de acolhimento devido à falta de informação da sociedade, de acesso à políticas públicas e também por causa da violência sofrida por elas.

A ouro-pretana Izza Silva, de 27 anos, conta que há duas semanas vivenciou um episódio que, segundo a cabelereira, é considerado transfobia. Para a mulher trans, um dos maiores desafios é a falta de acessibilidades a locais públicos ou até mesmo banheiros.

“Sofro aqui em Ouro Preto para ter acesso a um banheiro. Sofri uma transfobia em um clube daqui da cidade, fui impedida de usar a sauna feminina e fui retirada do banheiro. Me senti mal com tudo aquilo, não desejo a ninguém passar pelo que vivi e o Centro de Referência e Acolhimento ainda nem está funcionando oficialmente, mas já me atendeu”, conta ela.

A cabelereira afirma que a cidade histórica precisava de uma local próprio para dedicar no acolhimento à população LGBTQIAPN+. “Apesar das lutas que enfrentamos no dia a dia e o todo preconceito e discriminação, temos onde pedir socorro e auxílio, quem nos ouve e realmente se importa com nossa causa. Então, com certeza, é um grande passo para nossa comunidade, eu como mulher trans fico muito feliz”, complementa.

“A identificação da nossa comunidade é importante é às vezes a família não sabe ajudar ou não compreende a nossa situação, com um local específico, com pessoas capacitadas tudo será resolvido”, conclui.

FONTE ESTADO DE MINAS

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.