Estes produtos foram confiscados pela ANVISA e você pode ter em casa

Tenha cuidado com esses alimentos na sua rotina

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em uma colaboração conjunta com os órgãos de vigilância sanitária locais e a Polícia Federal, recentemente conduziu uma operação abrangente com o objetivo de investigar denúncias de irregularidades em empresas de produtos naturais em todo o país.

Esta operação, impulsionada por relatos de práticas duvidosas, foi projetada para examinar minuciosamente as composições e os rótulos dos produtos envolvidos, resultando em uma série de revelações significativas.

Produtos irregulares

Durante as inspeções, uma gama surpreendente de irregularidades veio à luz. Dentre as descobertas, destacam-se a presença de fitoterápicos sem registro, rótulos falsificados, condições precárias de higiene em alguns locais e até mesmo produtos que careciam de identificação adequada. Em algumas situações, os produtos estavam sendo comercializados contendo ingredientes não autorizados para uso em suplementos, o que os torna claramente contrários às normas sanitárias em vigor.

A seriedade das descobertas desencadeou uma resposta enérgica, envolvendo a intervenção da Polícia Federal. Como resultado direto dessa operação conjunta, as atividades das empresas envolvidas foram imediatamente suspensas, e os locais em questão foram submetidos a interdição. Para os consumidores, o alerta é claro: quaisquer produtos relacionados a essa investigação devem ser prontamente descartados, uma vez que seu consumo pode representar riscos substanciais para a saúde.

Confira a seguir alguns dos itens fora da regularidade:

  • Life Imune LifeUp
  • Life Beauty LifeUp
  • Capnutry Nutricosmético
  • Carvão Vegetal Ativado Saúde e Vida
  • Seca Barriga Rapid Lipo Saúde e Vida
  • Chá com Vegetal Amargo Soberano Saúde e Vida
  • Chá Mulherix
  • Óleo de semente de abóbora
  • Melatonina Dual Action Dr. Candal
  • Creatina Endurance Fuel Dr.Candal
  • Glutamina Isolates Dr. Candal
  • Supromel – Suplemento de Vitamina C
  • Figueril – Chá de 14 ervas naturais
  • Caboclo
  • Chá Saúde e Vida
  • Chá Verde Vida
  • Saúde e Vida com Babosa
  • Xarope Hinnovan Guaco Mel e Guaco
  • Chá Emagresbel
  • Saúde e Vida – Concentrado de Plantas Medicinais e Espinheira santa
  • Chá Natus Lip
  • Elixir Relexkal e Estomakal– Chá com extratos
  • Cálcio Life D3
  • Emagresbel
  • Óleo de Alho Saúde e Vida
  • Colágeno hidrolisado com vitamina C Saúde e Vida
  • Magnésio Quelato
  • Magnésio 4 em 1 Dr. Candal
  • Óleo de Sucupira Saúde e Vida
  • Óleo de Copaíba Saúde e Vida

FONTE  Brazil Greece

Estes produtos foram confiscados pela ANVISA e você pode ter em casa

Tenha cuidado com esses alimentos na sua rotina

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em uma colaboração conjunta com os órgãos de vigilância sanitária locais e a Polícia Federal, recentemente conduziu uma operação abrangente com o objetivo de investigar denúncias de irregularidades em empresas de produtos naturais em todo o país.

Esta operação, impulsionada por relatos de práticas duvidosas, foi projetada para examinar minuciosamente as composições e os rótulos dos produtos envolvidos, resultando em uma série de revelações significativas.

Produtos irregulares

Durante as inspeções, uma gama surpreendente de irregularidades veio à luz. Dentre as descobertas, destacam-se a presença de fitoterápicos sem registro, rótulos falsificados, condições precárias de higiene em alguns locais e até mesmo produtos que careciam de identificação adequada. Em algumas situações, os produtos estavam sendo comercializados contendo ingredientes não autorizados para uso em suplementos, o que os torna claramente contrários às normas sanitárias em vigor.

A seriedade das descobertas desencadeou uma resposta enérgica, envolvendo a intervenção da Polícia Federal. Como resultado direto dessa operação conjunta, as atividades das empresas envolvidas foram imediatamente suspensas, e os locais em questão foram submetidos a interdição. Para os consumidores, o alerta é claro: quaisquer produtos relacionados a essa investigação devem ser prontamente descartados, uma vez que seu consumo pode representar riscos substanciais para a saúde.

Confira a seguir alguns dos itens fora da regularidade:

  • Life Imune LifeUp
  • Life Beauty LifeUp
  • Capnutry Nutricosmético
  • Carvão Vegetal Ativado Saúde e Vida
  • Seca Barriga Rapid Lipo Saúde e Vida
  • Chá com Vegetal Amargo Soberano Saúde e Vida
  • Chá Mulherix
  • Óleo de semente de abóbora
  • Melatonina Dual Action Dr. Candal
  • Creatina Endurance Fuel Dr.Candal
  • Glutamina Isolates Dr. Candal
  • Supromel – Suplemento de Vitamina C
  • Figueril – Chá de 14 ervas naturais
  • Caboclo
  • Chá Saúde e Vida
  • Chá Verde Vida
  • Saúde e Vida com Babosa
  • Xarope Hinnovan Guaco Mel e Guaco
  • Chá Emagresbel
  • Saúde e Vida – Concentrado de Plantas Medicinais e Espinheira santa
  • Chá Natus Lip
  • Elixir Relexkal e Estomakal– Chá com extratos
  • Cálcio Life D3
  • Emagresbel
  • Óleo de Alho Saúde e Vida
  • Colágeno hidrolisado com vitamina C Saúde e Vida
  • Magnésio Quelato
  • Magnésio 4 em 1 Dr. Candal
  • Óleo de Sucupira Saúde e Vida
  • Óleo de Copaíba Saúde e Vida

FONTE  Brazil Greece

Vigilância Sanitária de Congonhas alerta para importância na higienização de alimentos

Os cuidados com a saúde vão muito além das escolhas de um cardápio saudável. O processo de higienização das verduras, frutas, legumes e diversos itens é uma etapa muito importante para isso.
Assim a Secretaria de Saúde de Congonhas, por meio da Vigilância Sanitária, alerta a todos e faz uma recomendação quanto a segurança na manipulação de alimentos, principalmente nesta época do ano onde as famílias se reúnem para elaboração de variados pratos.
Para evitar qualquer tipo de contaminação, a higienização de utensílios usados na cozinha também é fundamental. Renata Rodrigues, Supervisora de Área da Vigilância Sanitária do Município, explica que a saúde da população merece atenção extrema, e que sua intenção e da Anvisa é informar e orientar as pessoas da melhor maneira possível. “Temos que informar a todos sobre a importância da higiene pessoal, e não apenas dos alimentos. Ter o hábito de lavar as mãos com sabão, dando atenção às unhas, é fundamental. Objetos como anéis e pulseiras devem ser retirados, evitando contaminações”, relata.
Ainda segundo Renata, “fazer a correta higienização dos alimentos antes do preparo é essencial, isso porque as hortaliças, frutas e vegetais são produzidos no meio ambiente e carregam bactérias, vírus e parasitas. Por isso, é fundamental checar o estado dos alimentos no momento da compra. Esses cuidados devem ser ainda mais severos com relação à carne bovina, frango e peixes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a intoxicação alimentar é um problema mundial e crescente”, afirma.

Recomendações de segurança para manipulação de alimentos – Vigilância Sanitária de Congonhas e ANVISA

Compra e armazenamento

Ao fazer as compras, leia atentamente o rótulo dos alimentos. Verifique se os produtos estão dentro da validade e se estão conservados nas temperaturas e condições adequadas. Alimentos resfriados e congelados merecem atenção. Verifique se o comércio mantém esses produtos nas temperaturas recomendadas. Também é importante verificar se as embalagens estão íntegras, sem sinal de danos, como umidade, rasgos, furos e amassados.
Em casa, guarde os produtos conforme as orientações do fabricante, que estão presentes no rótulo. Alimentos conservados em temperaturas superiores às necessárias podem ser foco de multiplicação de micróbios perigosos.

Preparando a cozinha

Em primeiríssimo lugar, lave as mãos antes de iniciar a preparação dos alimentos. Essa dica também é válida após a realização de outras atividades, como abrir a porta, manusear eletrodomésticos e utensílios, ir ao banheiro etc. Depois de lavar as mãos, higienize os equipamentos, as bancadas, as superfícies e os utensílios que serão utilizados, como facas e tábuas para corte.
A higienização é importante, porque os micróbios das mãos e do ambiente podem contaminar os alimentos e provocar as chamadas Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA). Vamos falar mais sobre elas depois.
Uma boa forma de limpar equipamentos e utensílios em casa é usar água e sabão em abundância. Se for necessário desinfetá-los, pode-se usar uma solução preparada com água sanitária, que deve ser diluída conforme orientações descritas no rótulo.

Organizando os alimentos

Evite o contato de alimentos crus com alimentos cozidos. Além disso, lave os utensílios usados no preparo de alimentos crus antes de utilizá-los em alimentos cozidos. Isso deve ser feito, porque os alimentos crus podem conter micróbios perigosos. A intenção é não transferir os possíveis micróbios dos alimentos crus para os cozidos durante a preparação. Na hora de armazená-los, vale a mesma regra: guarde os alimentos crus e os cozidos em embalagens ou recipientes exclusivos e fechados.

Higienização dos alimentos

Alguns alimentos precisam ser higienizados antes de seu preparo. Frutas e verduras, por exemplo, carregam micróbios do seu ambiente natural. Por isso, é importante lavar esses alimentos em água corrente para retirar as sujeiras visíveis (por exemplo, terra, insetos) e, depois, deixá-los de molho em uma solução própria para sanitização e enxaguá-los.
Cuidado! Leia o rótulo do sanitizante, veja se o produto está regularizado na Anvisa, se há indicação para uso em alimento e siga as orientações de diluição e tempo de contato. Dessa forma, você garante a eliminação dos micróbios e evita risco de contaminação do alimento com substâncias perigosas.

Hora de cozinhar

O cozimento dos alimentos é um ponto importante para garantir a sua segurança sanitária. A comida deve atingir uma temperatura que seja suficiente para matar os micróbios mais perigosos. Por isso, recomenda-se cozinhar bem as carnes. Para ter certeza do completo cozimento, verifique a mudança na cor e a textura na parte interna do alimento. No caso de carnes bovinas e de aves, tome cuidado para que as partes internas não fiquem cruas (vermelhas). Os sucos dessas carnes devem ser claros e não rosados. Outro ponto que merece atenção é não deixar contaminar os alimentos já cozidos com outros crus.
Depois de pronta, atenção à temperatura e ao tempo para servir as delícias preparadas. Os micróbios se multiplicam rapidamente em temperatura ambiente. Alimentos quentes devem ser mantidos até a hora de servir em temperatura alta (acima de 60º C) e alimentos frios, em temperaturas mais baixas (abaixo de 5º C). Procure também diminuir ao máximo o tempo entre o preparo e o consumo dos alimentos.

Conservação

Os alimentos preparados e servidos quentes devem ser consumidos logo após o preparo. Se for preciso preparar o prato com antecedência, guarde o alimento preparado sob refrigeração e o esquente na hora de servir.
Guarde os alimentos cozidos e os perecíveis na geladeira (abaixo de 5º C). O prazo máximo de consumo do alimento preparado e guardado sob refrigeração deve ser de cinco dias.
Não descongele alimentos à temperatura ambiente. O descongelamento deve ser realizado em condições de refrigeração, em temperatura inferior a 5º C, ou em forno de micro-ondas, quando o alimento for submetido imediatamente ao cozimento.
Por que não deve tirar um alimento do freezer e colocar sobre a bancada da pia para degelar até a hora do preparo, certo? os micróbios podem se multiplicar muito rapidamente se os alimentos estiverem à temperatura ambiente. Mantendo a temperatura abaixo dos 5º C e acima dos 60º C, sua multiplicação é retardada e até evitada.

Lavagem das mãos

Para lavagem correta das mãos, siga os passos:
Utilize água corrente para molhar as mãos;
Esfregue a palma e o dorso das mãos com sabonete, inclusive as unhas e os espaços entre os dedos, por aproximadamente 15 segundos;
Enxague bem as mãos com água corrente para retirar todo o sabonete;
Seque as mãos com papel toalha ou outro sistema de secagem eficiente.

DTHAs: entenda

As Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) são provocadas pelo consumo de alimentos ou água com micróbios prejudiciais à saúde, parasitas ou substâncias tóxicas. No geral, eles entram em contato com o alimento durante a manipulação e o preparo. Daí a importância de se manter os ambientes limpos e higienizados.

Os sintomas mais comuns das DTHAs são vômito e diarreia, além de dores abdominais, dor de cabeça, febre, alteração da visão e olhos inchados, entre outros. No caso de adultos sadios, as DTHAs duram poucos dias e não deixam sequelas. Para crianças, grávidas, idosos e pessoas doentes, as consequências podem ser mais sérias, inclusive com risco de morte.

Você sabia?

Há mais micróbios em uma mão suja do que pessoas em todo o planeta.
Há micróbios silenciosos que não alteram a aparência, o sabor e o cheiro dos alimentos.
Os desinfetantes, os detergentes e outros produtos de limpeza contêm substâncias tóxicas que podem contaminar os alimentos.
Quando vamos ao banheiro e não lavamos as mãos, o número de bactérias entre nossos dedos duplica. Isso, porque os banheiros apresentam grande número de micróbios patogênicos.
Óleos e gorduras utilizados por longo período, com coloração escura e com a formação de espuma, por exemplo, apresentam substâncias tóxicas que causam mal à saúde.
Na cédula de dinheiro são encontrados vários micróbios patogênicos e até ovos de vermes.
Por Lílian Gonçalves – Comunicação – Prefeitura de Congonhas
Colaboração – Dicas ANVISA: Coordenação de Inspeção e Fiscalização Sanitária de Alimentos

Cozinheiras confirmam que alimentos contaminados com bichos e carnes vencidas foram servidos às crianças da Casa Lar

Em depoimentos na CPI dos Alimentos Vencidos, funcionárias afirmaram que cozinharam arroz e feijão com bicho e que coxa de frango era dividida em vários pedaços para alimentar crianças. A Secretária de Assistência Social teve mandado de Condução Coercitiva decretado, mas não foi encontrada pela Polícia Militar

Na tarde desta sexta-feira (26), a Câmara Municipal de São João del-Rei, realizou a quarta sessão de depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Alimentos Vencidos encontrados na Casa Lar e na Secretaria de Assistência Social de São João del-Rei, em abril de 2021. A sessão foi conduzida pelos vereadores Lívia Guimarães (PT) , Igor Sandim (Podemos) e Fabiano Pinto (DEM).

Dentre as testemunhas ouvidas estavam dois motoristas da Secretaria da Assistência Social e duas cozinheiras da Casa Lar de São João del-Rei. A responsável pela pasta e primeira-dama, Aline Gonçalves, foi intimada para prestar depoimento, mas não compareceu. Com isso, a comissão solicitou um mandado de Condução Coercitiva pela Polícia Militar. A testemunha, Aline Gonçalves, não foi encontrada. A presidente da CPI, Lívia Guimarães, afirmou que medidas judiciais serão tomadas. Fontes próximas a secretária, Aline Gonçalves, e ao prefeito, Nivaldo de Andrade (PSL), informaram que o casal está viajando.

Aline Gonçalves, secretária de Assistência Social e Salete Fialho, gestora da Casa Lar. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Carne fracionada e escassez de comida

Em seus depoimentos, as monitoras da Casa Lar, que também atuavam como cozinheiras, identificadas apenas como Cleusa e Marlene, afirmaram que, por falta de alimentos suficientes, uma única coxa de frango era dividida ao meio, às vezes em três partes, para alimentar de duas a três crianças. A funcionária completou dizendo que ocorria o mesmo com um único gomo de linguiça, que também era fracionado entre duas crianças. 

Cleusa afirmou à CPI que, durante seu período trabalhando na Casa Lar, a instituição abrigava entre 24 e 27 crianças e adolescentes, de 0 a 17 anos.

Ainda segundo ela, as crianças da Casa Lar jantavam as sobras do almoço, muitas vezes sem carne e que também não era muito. “Era feito mexido, sopa ou macarrão”, afirmou Cleusa, que informou também que, no almoço, as crianças podiam comer apenas arroz e feijão, caso quisessem repetir.

As funcionárias também contaram em depoimento que o Almoxarifado, onde os alimentos ficavam armazenados, ficava trancado e que apenas a gestora, Salete Fialho, tinha acesso a eles. Segundo as monitoras, a cozinha enfrentou, por diversas vezes, escassez de alimentos e que os funcionários bancavam do próprio bolso as festas de aniversário dos abrigados. 

De acordo com ela, em eventos como o “dia do cachorro-quente”, citado por ela, Salete Fialho disponibilizava apenas de 6 a 10 salsichas e um sachê de molho para as quase 30 crianças. Outra situação exposta pelas funcionárias era sobre a prática de montar e fotografar a mesa de refeições apenas para as fotos. Após as fotos, alguns alimentos, como frutas, eram recolhidos e as crianças não comiam.

Crianças comiam alimentos com bicho e carne podre

A monitora Cleusa, no período em trabalhava na cozinha, afirmou para a CPI, que viu alimentos com bicho para serem preparados. Segundo ela, foram encontrados bichos no feijão, que era lavado várias vezes para ser preparado para o dia seguinte. Cleusa afirma que repassou, várias vezes, o problema para a coordenação da Casa Lar, Salete Fialho, que não tomou providências.

Marlene afirmou que as frutas e legumes que chegavam como doação na Casa Lar não eram frescos e estavam para vencer. Ainda segundo ela, foram encontrados bichos também no arroz e no macarrão. Segundo Marlene, em um caso específico, pediu que o pacote de macarrão fosse descartado, pois haviam ovos de larvas dentro.

Marlene conta que uma vez que chegou uma carne vencida para a Casa Lar. Segundo seu depoimento, a carne fedia no momento do preparo e que ela chegou a avisar para Salete Fialho, que ordenou que a carne fosse preparada e servida, mesmo nestas condições. A funcionária disse que a coordenadora, às vezes, comia na instituição, mas que no dia da carne vencida, ela não comeu.

Segundo elas, alguns funcionários comiam na instituição e muitos não sabiam dos alimentos vencidos e se alimentavam mesmo assim. Segundo as cozinheiras, não havia nutricionista na Casa Lar e que, quando tinha cardápio, não tinha material para o preparo.

Descaso da secretária de Assistência Social

Em outro trecho, Cleusa denunciou que, durante a Semana Santa, as funcionárias chegaram a solicitar peixe para as crianças, mas que a resposta da secretária de Assistência Social, Aline Gonçalves, era de que as crianças não comiam peixe e que foi enviado duas latas de sardinha para todas as crianças. A funcionária também disse que as quase 30 crianças dividiam um único pacote de biscoito e que quase não havia leite suficiente para achocolatado.

Alimentos não enviados

Lívia Guimarães chegou a usar a lista de uma licitação com itens supostamente comprados para a Casa Lar, de 22 de dezembro de 2020, com alimentos como azeite, leite condensado e granulado, além de grande quantidade de carne, que as funcionárias, que trabalhavam na cozinha, afirmaram nunca ter visto na instituição. 

O Mais Vertentes tentou falar com Salete Fialho, mas sem sucesso até o fechamento desta edição. A Secretária de Assistência Social, Aline Gonçalves, também não foi encontrada pela Polícia Militar em seu sítio, em Tiradentes, e nem na Secretaria de Assistência Social. Ao ligarmos para a Secretaria de Assistência Social, nesta tarde, fomos avisados que a mesma não estava e que “não retornaria hoje”.

Sobre o caso

Uma série de denúncias com alimentos e remédios vencidos, produtos de higiene pessoal também vencidos, mau armazenamento de alimentos e diversas outras irregularidades foi feita na Casa Lar, um abrigo provisório que cuida dos direitos da criança/adolescentes de 0 à 17 anos, e que se encontram em situação de risco, no bairro do Tijuco, no município de São João Del Rei, e administrada pela Secretaria Municipal de Assistência Social, em 12 de abril de 2021.

Os vereadores Igor Sandim (Podemos), Lívia Guimarães (PT) e Rogério Bosco (PT) estiveram na Casa Lar, com o promotor de justiça Dr. Adalberto de Paula Christo Leite, além da Secretária Municipal de Assistência Social, Aline Gonçalves, e uma das administradoras da Casa Lar, Bernadete Silva cujo codinome é Beth Silva, e comprovaram as denúncias, de alimentos e produtos vencidos e armazenados de forma irregular na Casa Lar e no depósito da Assistência Social do município. A coordenadora do local, Salete Fialho, não participou.

FONTE MAIS VERTENTES

Índice de preço dos alimentos atinge o maior valor em 100 anos

Guerra na Ucrânia, crise hídrica e emergência climática estão entre as principais causas do recorde histórico. Pobres, como sempre, serão os mais prejudicados

A era da comida barata acabou. Ao longo do século 20, os preços dos alimentos foram caindo na medida em que aumentava a oferta em função da maior mecanização da produção, da maior produtividade agrícola, da redução do preço do petróleo, do aumento da área de cultivo e do aperfeiçoamento dos transportes que ampliaram a globalização e o intercâmbio no mercado de commodities.

No entanto, a menor disponibilidade de combustíveis fósseis, a erosão dos solos, a crise hídrica e a emergência climática reverteram a tendência do preço dos alimentos que começaram a subir no século 21. As duas primeiras décadas do atual século apresentaram preços mais elevados do que as últimas duas décadas do século passado. Mas o que estava ruim piorou com a pandemia de covid-19 e atingiu o grau máximo de tensão com a invasão russa da Ucrânia e o estabelecimento de sanções econômicas que restringiram o comércio de bens de subsistência em decorrência da guerra.

Com isso, o índice de preço da comida atingiu, no mês de março de 2022, o maior valor em 100 anos, como pode ser visto na série do relatório “The environmental food crisis” (Unep, 2009). Este recorde histórico foi registrado na sexta-feira 8 de abril, quando a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou a atualização da série de longo prazo do Índice de Preços de Alimentos (FFPI, na sigla em inglês).

O gráfico abaixo mostra que o recorde anterior de alta do FFPI aconteceu em 1974 e 1975 (quando houve o primeiro choque do petróleo na época da guerra do Yom Kippur), sendo que a década de 1971-80 foi a que teve a maior média decenal da série, com 110,2 pontos. Nas décadas de 1980 e 1990 os preços dos alimentos caíram e marcaram os menores valores do século 20. Entretanto, a comida voltou a ficar mais cara e estabeleceu um novo patamar da série histórica. O FFPI ficou em 159,3 pontos em março, superando em muito os valores de janeiro (135,4 pontos) e fevereiro (140,7 pontos).

Todos os componentes do FFPI subiram em março, mas as maiores altas ocorreram nos subíndices de preços de óleos vegetais e cereais. O Índice de Preços de Óleos Vegetais teve uma média de 248,6 pontos em março, alta de 46,9 pontos em relação a fevereiro e um novo recorde de todos os tempos. O forte aumento do índice foi impulsionado pelos preços mais altos de girassol, palma e soja. As cotações internacionais do óleo de girassol aumentaram substancialmente em março, impulsionadas pela redução da oferta de exportação em meio ao conflito em andamento na região do Mar Negro.

O Índice de Preços de Cereais da FAO teve uma média de 170,1 pontos em março, alta de 24,9 pontos em relação a fevereiro, também marcando seu nível mais alto já registrado. Somente o subíndice de preços do arroz não seguiu a tendência geral de aumento.

O Índice de Preços de Lácteos teve média de 145,2 pontos em março, alta de 3,7 pontos em relação a fevereiro, marcando o sétimo aumento mensal consecutivo e elevando o índice 27,7 pontos acima de seu valor há um ano. O Índice de Preços da Carne teve média de 120 pontos em março, alta de 5,5 pontos em relação a fevereiro, também atingindo um recorde histórico. O Índice de Preços do Açúcar atingiu a média de 117,9 pontos em março, alta de 7,4 pontos em relação a fevereiro, revertendo a maior parte da queda dos três meses anteriores e atingindo níveis mais de 20% acima dos registrados no mês correspondente em 2021.

O impacto da guerra na Ucrânia na oferta de alimentos

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação publicou o relatório “The importance of Ukraine and the Russian Federation for global agricultural markets and the risks associated with the current conflict”, em março de 2022, mostrando que Rússia e Ucrânia estão entre os mais importantes produtores de commodities agrícolas do mundo. Ambos os países são exportadores líquidos de produtos agrícolas e desempenham papéis de liderança nos mercados globais de alimentos e fertilizantes, onde os suprimentos exportáveis geralmente estão concentrados em alguns países. Essa concentração pode expor esses mercados a uma maior vulnerabilidade a choques e volatilidade.

Os gráficos abaixo, do site Our World in Data, com dados da FAO, mostram que Rússia e Ucrânia – juntas – foram responsáveis por mais da metade da produção global de semente de girassol (sunflower seed), mais de 20% da produção de cevada (barley) e quase 20% da produção de trigo (wheat). Em 2021, a Rússia ou a Ucrânia (ou ambas) ficaram entre os três principais exportadores globais de trigo, milho (maize/corn), canola (rapeseed), semente de girassol e óleo de girassol, enquanto a Rússia também se destacou como o maior exportador mundial de fertilizantes nitrogenados e o segundo líder fornecedor de fertilizantes potássicos e fosforosos.

Desta forma, a invasão russa da Ucrânia prejudicou a produção agrícola, reduzindo a oferta global de alimentos, uma vez que Ucrânia e Rússia somavam 29% das exportações globais de trigo, 19% de milho e 80% de óleo de girassol. Mas a Rússia também exporta insumos e nutrientes agrícolas, como o gás natural que é fundamental para a produção de fertilizantes à base de nitrogênio. Cerca de 25% do suprimento europeu dos principais nutrientes das culturas, nitrogênio, potássio e fosfato, são oriundos da Rússia. Portanto, enquanto durar a guerra haverá uma elevação conjuntural do preço dos alimentos, agravando a tendência estrutural de aumento do custo da produção dos bens de subsistência.

Aumento de preço de alimentos prejudica as parcelas mais pobres da população

O alto crescimento demográfico global e as práticas agropecuárias insustentáveis estão por trás do aumento de preço de alimentos. O Relatório da FAO, “The state of the world’s land and water resources for food and agriculture” (Solaw 2021), fornece uma atualização da base de conhecimento sobre a produção agrícola e apresenta um conjunto de respostas e ações para informar os tomadores de decisão nos setores público e privado.

O relatório Solaw 2021 mostra que as pressões humanas sobre os sistemas de terra, solo e a água doce estão se intensificando, justamente quando estão sendo levadas ao seu limite produtivo. Os impactos das mudanças climáticas já estão restringindo as produções de sequeiro e de irrigada.

O aumento de preço de alimentos é um reflexo da incompatibilidade cada vez maior entre o crescimento da economia e o meio ambiente. Os consumidores pobres, especialmente aqueles dos países de baixa renda, gastam proporcionalmente mais do orçamento familiar em alimentos e são mais afetados quando os preços sobem.

O artigo “War-Fueled surge in food prices to hit poorer nations hardest” (IMF, 16/03/2022) mostra que o preço das commodities alimentícias subiram 23,1% em 2021, o ritmo mais rápido em mais de uma década. O índice de fevereiro foi a mais alto desde 1961 e os preços globais dos alimentos continuaram subindo com a guerra na Ucrânia, colocando o fardo mais pesado sobre as populações mais vulneráveis, ao mesmo tempo em que dificultam a recuperação econômica global.

O gráfico abaixo mostra que o choque de preços terá impacto em todo o mundo, especialmente nas famílias pobres para as quais a alimentação representa uma parcela maior das despesas domésticas. Desta maneira, os custos dos alimentos representam 17% dos gastos do consumidor nas economias avançadas, mas 40% na África Subsaariana. Os pobres dos países pobres vão ser mais impactados.

O artigo também mostra que as diferenças na dieta são significativas. Na Europa, onde o pão está profundamente enraizado em muitos aspectos de sua cultura, o trigo compõe cerca de um quarto das dietas. No Sudeste Asiático, o trigo representa apenas 7%, contra 42% do arroz, para o qual os aumentos de preços até agora foram relativamente contidos. As médias em nível de país, no entanto, mascaram diferenças substanciais dentro das nações, pois as famílias pobres tendem a comer mais cereais, mas menos carne, legumes e frutas em comparação com as famílias de renda média.

Adicionalmente, a interrupção das exportações terá maior impacto para os países com laços comerciais estreitos com Rússia e Ucrânia, inclusive na Europa Oriental, Cáucaso e Ásia Central. Os altos preços do trigo pesarão ainda mais nas economias de Oriente Médio e Norte da África, como o Egito, que dependem especialmente das exportações russas. Olhando para o futuro, a redução do fornecimento de fertilizantes e os preços mais altos do petróleo aumentarão os custos de colheita, transporte e processamento de alimentos.

Inflação, preço dos alimentos e insegurança alimentar no Brasil

O Brasil é um dos países mais impactados pelo aumento do preço da energia e dos alimentos. O reflexo é sentido imediatamente na inflação e na carestia. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 1,62% em março, maior valor para o mês em 28 anos. Em 12 meses, a taxa atingiu 11,3%, bem acima da meta do Banco Central. E o pior é que isto acontece no momento em que a renda média dos brasileiros caiu e atingiu o valor mensal de R$ 1.378, o menor rendimento domiciliar per capita em dez anos, segundo o IBGE.

O mais grave é que tudo isto ocorre quando existe uma reversão do quadro de redução da fome no Brasil. Depois de recuar significativamente até meados da década passada, a insegurança alimentar voltou a crescer no país. O Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), mostra que houve um retrocesso acentuado nos últimos anos, conforme o gráfico abaixo. Em 2013 a insegurança alimentar estava em 12,6% e passou para 34,7% em 2020. O total de brasileiros vivendo em situação de fome saltou de 10,3 milhões para 19,1 milhões de pessoas.

Desde os tempos bíblicos, como nas dez pragas do Egito, a fome é geradora de mobilizações populares. A Revolução Francesa começou com o aumento do preço do pãozinho (e pela falta de brioche). Estudos do Instituto NECSI (New England Complex Systems Institute) mostram que existe uma alta correlação entre o preço do petróleo e o preço dos alimentos, assim como uma forte correlação entre o aumento do preço dos alimentos e a ocorrência de protestos em todo o mundo, como ocorreu na Primavera Árabe. Na atual onda de carestia, o aumento do preço dos combustíveis e da comida motivou protestos no Peru desde o dia 28 de março, que culminaram com o decreto de Estado de Emergência, assinado pelo presidente Pedro Castillo na terça-feira, dia 5 de abril de 2022.

Nenhum país é uma ilha isolada. O mundo está cada vez mais interconectado. A aproximação do pico do petróleo, o agravamento dos problemas ambientais (erosão dos solos, crise hídrica etc.) e a emergência climática estão transformando a fome em uma questão candente, urgente e global. Certamente estes temas estarão presentes no debate eleitoral que vai ocorrer no ano dos 200 anos da Independência do Brasil.

FONTE PROJETO COLABORA

Carne, ovos, óleo de soja e outros alimentos devem ficar 12% mais caros

Preços, que dispararam nos últimos anos, são impactados agora pela guerra na Ucrânia

Os preços das carnes e de outros alimentos, que dispararam nos últimos anos, devem ficar mais caros nos próximos dias. Impactado pela guerra na Ucrânia, o reajuste no preço dos combustíveis (25% no diesel e 18,8% na gasolina) vai pesar no bolso do consumidor, projeta o analista de agronegócios Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra. 

A projeção é de pelo menos 12% de aumento imediato no preço da carne, ovos e outros alimentos. “Com a guerra entre Ucrânia e Rússia, os preços dos combustíveis dispararam no mundo. Temos no Brasil uma média de 25% de aumento no preço do diesel e 18% no preço da gasolina. Esse fato impacta diretamente as cadeias do agronegócio e o consumidor final sente no bolso esse impacto”, diz. 

Caio Coimbra lembra que o preço do milho e da soja já estavam caros por causa da pandemia. “Agora, a alta no preço dos combustíveis impacta no aumento de custo de produção e no preço do frete. O consumidor sente mais uma vez, já que alimentos como a carne, ovos, óleo de soja, entre outros ficam mais caros”.  

O analista da Faemg avalia ser cedo para determinar de quanto será aumento final. “Mas, com o impacto de 10% já no preço dos fretes e aumento de cerca de 2, 3% no custo de produção, o consumidor final já vai pagar mais 12% do valor que estava sendo pago há cerca 20, 30 dias”.  

FOTNE ITATIAIA

Diário da Covid-19: Preços dos alimentos disparam com pandemia, guerra e crise ambiental

Índice de Preços dos Alimentos da ONU chegou a 140,7 pontos em fevereiro, o mais alto em cerca de 100 anos

O Brasil adiou o carnaval, mas o atual clima nacional e global é digna de uma Quarta-feira de Cinzas. A covid-19 continua causando danos após dois anos da declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelecendo o estado de pandemia, em 11/03/2020. Como “desgraça pouca é bobagem”, a doença do SARS-CoV-2 nem acabou e uma guerra injustificada e inoportuna tem provocado a perda de vidas inocentes e espalhado o pânico na economia mundial. Pairando sobre tudo isto – como uma “Espada de Dâmocles” – a crise climática e ambiental não dá trégua e só se aprofunda, como mostrou o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado na segunda-feira de carnaval (28/02).

O panorama nacional e global da pandemia

A pandemia da covid-19 atingiu o auge da média diária de pessoas infectadas em janeiro de 2022, embora tenha apresentado um declínio em fevereiro e uma continuidade de queda em março. Este padrão é generalizado para quase todos os continentes (menos a Oceania) e para o Brasil. No mundo o pico de infecções foi de 435 casos por milhão em 25/01 e caiu para 192 casos por mil em 04/03. No Brasil o pico de infecções foi de 884 casos por milhão em 29/01 e caiu para 199 casos por milhão em 04/03, conforme mostra o gráfico abaixo.

O único continente que apresenta alta em março é a Oceania e isto se deve ao aumento das infecções na Nova Zelândia. A primeira-ministra Jacinda Ardern, que teve grande sucesso na política de covid zero durante dois anos, foi vencida recentemente e tem assistido a um surto de casos da covid-19 entre a população neozelandesa. Mesmo assim, o coeficiente acumulado de incidência na Nova  Zelândia é de 40,5 mil casos por milhão de habitantes, enquanto do mundo é de 56,4 mil e do Brasil 135,4 mil por milhão de habitantes.

Embora a média de casos do novo coronavírus em 2022 tenha atingido valores sem precedentes, a média de óbitos não teve o mesmo comportamento. O gráfico abaixo mostra que todos os continentes apresentam coeficientes de mortalidade abaixo dos valores de 2020 e 2021. Por exemplo, o coeficiente de mortalidade do mundo teve um pico de 1,8 óbito por milhão em 29/04/2021 e caiu para 0,94 óbito por milhão em 04/03. O Brasil teve um pico de 14,5 óbitos por milhão de habitantes em 11/04/2021 e caiu para 2 óbitos por milhão em 04/03/2022.

Em termos de coeficiente acumulado de mortalidade, no dia 04/03/22, o mundo chegou a 761 óbitos por milhão e o Brasil chegou a 3.045 óbitos por milhão de habitantes. Para efeito de comparação, a Nova Zelândia registrou apenas 12 óbitos por milhão de habitantes no dia 04/03 (235 vezes menos do que o coeficiente brasileiro). Se o Brasil tivesse o mesmo coeficiente da mortalidade neozelandesa teria registrado menos de 3 mil mortes em toda a pandemia, ao invés dos 651 mil óbitos registrados em 04 de março de 2022.

O panorama econômico global, a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia

A pandemia da covid-19 provocou, em 2020, a maior recessão da economia mundial no espaço temporal de um século. No ano de 2021, a economia global se recuperou, mas a renda per capita apenas voltou ao nível pré-pandêmico. Nas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgadas em outubro de 2021, o crescimento econômico global em 2022 seria de 4,9%. Mas, em janeiro, o FMI reduziu a projeção para 4,4%. Com o surto da variante Ômicron em janeiro e a invasão russa da Ucrânia a perspectiva é de um crescimento menor em 2022. Em abril serão divulgados novos números e o mais provável é que as novas estimativas do FMI fiquem bem abaixo das projeções anteriores.

O mundo precisava de paz para se recuperar da pandemia. A guerra só gera perdas e sofrimento. No ritmo da última semana, o povo ucraniano será obrigado a suportar grandes danos humanos e enormes prejuízos econômicos. A Rússia também deverá pagar um alto preço pela inconsequente invasão. Mas nenhum país vai sofrer sozinho, todos vão sofrer, pois vivemos em um mundo globalizado. Os efeitos sociais da situação econômica internacional serão mais sentidos pelos países mais pobres e pelas populações de baixa renda. Além da provável elevação do desemprego, a inflação deve corroer o poder de compra, especialmente de quem vive de salários e de auxílios governamentais.

Desta forma, fica cada vez mais distante a meta número 2 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), de acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhorar a nutrição até 2030. Isto porque o preço dos alimentos que já vinha subindo desde o ano passado, bateu um recorde histórico em fevereiro de 2022.

O Índice de Preços dos Alimentos (FFPI) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) ficou em 140,7 pontos em fevereiro, o valor mais alto em cerca de 100 anos, sendo superado apenas pelo preço dos alimentos na época da 1ª Guerra Mundial e da pandemia da Influenza, no quinquênio 1915-1920.

O gráfico abaixo mostra que os recordes de alta do FFPI aconteceram em 1974 e 1975 (quando houve o primeiro choque do petróleo decorrente da guerra do Yom Kippur de 1973). A década de 1971-80 foi a que teve a maior média decenal da série, com 110,2 pontos. Nas décadas de 1980 e 1990 os preços dos alimentos caíram e marcaram os menores valores do século XX. Mas a comida voltou a ficar mais cara no século XXI e está atingindo o ápice em função da pandemia, da guerra da Ucrânia e da crise climática e ambiental. Ainda é cedo para prever a média do preço dos alimentos da década 2021-30, mas o FFPI de 2021 ficou em 125 pontos e os dois primeiros meses de 2022 apresentaram valores acima de 135 pontos. Por conseguinte, a atual década pode registrar a maior média do preço dos alimentos, agravando a situação geral da insegurança alimentar.

O aumento do preço dos alimentos já vinha subindo em decorrência do rompimento das cadeias produtivas ocorrido na pandemia da covid-19 e em função da crise climática e ambiental que tem dificultado a produção de alimentos devido às secas, enchentes, erosão e acidificação dos solos e das águas etc. O aumento de fevereiro reflete os fatores estruturais, mas também o aumento do preço dos combustíveis fósseis provocado pelo impacto das ações militares da Rússia. Os efeitos serão ainda maiores em março de 2022.

De fato, a guerra entre Ucrânia e Rússia ameaça o abastecimento global de alimentos. A Ucrânia e a Rússia são os principais exportadores de alguns dos alimentos mais básicos do mundo, representando, juntos, cerca de 29% das exportações globais de trigo, 19% da oferta mundial de milho e 80% das exportações mundiais de óleo de girassol. Mas a Rússia também exporta nutrientes agrícolas, bem como gás natural, que é fundamental para a produção de fertilizantes à base de nitrogênio. Cerca de 25% do suprimento europeu dos principais nutrientes das culturas, nitrogênio, potássio e fosfato, vêm da Rússia.

Portanto, com as condições geopolíticas desarticuladas, as maiores fontes de matéria-prima para a produção de alimentos estão sujeitas a limitações e não há alternativas de curto prazo. Os preços futuros do trigo dispararam nos últimos dias com a interrupção dos embarques de grãos da região do Mar Negro. Os preços dos fertilizantes aumentaram acentuadamente nos últimos meses, acompanhando o aumento dos custos do gás natural e do petróleo. O Brasil será bastante atingido pela escassez de insumos agrícolas e o agronegócio brasileiro deve ser obrigado a reduzir a produção a partir do segundo semestre de 2022. O pior está por vir e qualquer melhoria dependerá do fim da pandemia, assim como do fim da guerra.

O panorama climático e ambiental

Existem crises conjunturais e crises estruturais. A pandemia e a agressão russa são fenômenos conjunturais que devem ser superados em algum momento, no curto ou médio prazo. Mas a crise climática e ambiental é um evento estrutural que está saindo do controle, deve se agravar nas próximas décadas e pode se tornar irreversível. Em um novo relatório publicado na última segunda-feira (28/02), o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU alerta que ações urgentes são necessárias para lidar com os riscos trazidos pelas mudanças climáticas. O documento adverte que, para evitar a perda crescente de vidas, a redução da biodiversidade e o enfraquecimento da infraestrutura social e econômica, é necessária uma ação ambiciosa e acelerada para mitigar crise climática, com cortes rápidos nas emissões de gases de efeitos estufa.

Nos últimos 250 anos, a economia global cresceu cerca de 135 vezes, a população mundial cresceu 9,2 vezes e a renda per capita cresceu 15 vezes. Este crescimento demoeconômico foi maior do que o ocorrido no conjunto dos 200 mil anos anteriores, desde o surgimento do Homo sapiens. A pegada ecológica ultrapassou a biocapacidade do Planeta e superou a capacidade de carga da Terra. Segundo o relatório do IPCC: “As mudanças climáticas induzidas pela humanidade, incluindo eventos extremos mais frequentes e intensos, causaram impactos adversos generalizados e perdas e danos relacionados à natureza e às pessoas, além da variabilidade climática. Alguns esforços de desenvolvimento e adaptação reduziram a vulnerabilidade”.

A temperatura da Terra já aumentou 1,2º Celsius desde o período pré-industrial e a meta estabelecida no Acordo de Paris, em 2015, era limitar o aquecimento global a 2º C, com esforços para que ele não ultrapasse os 1,5º C. Mas, as gerações que estão nascendo agora e que terão muitas pessoas sobreviventes no ano de 2100, vão passar por quatro vezes mais extremos climáticos do que passam agora, no cenário de 1,5º C. Mas se as temperaturas aumentarem por volta de 2º C, elas terão cinco vezes mais inundações, tempestades, secas e ondas de calor do que agora. Por conseguinte, pelo menos 3,3 bilhões de pessoas estarão altamente vulneráveis às mudanças climáticas e 15 vezes mais propensas a morrer por condições climáticas extremas.

O degelo do Ártico, da Groelândia e dos glaciares tem ocorrido de forma acelerada. Na Antártida, a quantidade de gelo estava aumentando ligeiramente até 2015, mas reverteu a tendência nos últimos anos. Em fevereiro de 2022, o gelo marinho ao redor da Antártida apresentou o menor nível de todos os tempos, desde que começaram as medições por satélite, ficando abaixo de 2 milhões de km2, pela primeira vez. Dependendo dos níveis das emissões futuras e da aceleração do aquecimento global, o nível dos oceanos deve subir dezenas de centímetros no século XXI. A maior parte do litoral brasileiro está ameaçado pelas inundações. Bilhões de pessoas de todo o mundo, que moram perto das áreas costeiras, serão afetadas diretamente e permanentemente.

Como mostrou Liana Melo, no artigo “Distopia climática à vista”, publicado aqui no # Colabora, em 28/02/2022, o novo relatório do IPCC aponta perdas e danos devastadores. Ela diz: “Vem por aí um mundo distópico do ponto de vista climático e ambiental, além de mais injusto socialmente, dado que os impactos do aquecimento global vão recair sobre os ombros daqueles que menos alimentam a crise climática: as populações mais pobres e vulneráveis. De 2010 a 2020, a mortalidade causada por tempestades, secas ou enchentes foi 15 vezes maior nas regiões vulneráveis do que nas menos vulneráveis. Não bastasse a pandemia e a guerra, que já seria uma combinação absurda, os impactos das mudanças climáticas delineiam um mundo à beira do apocalipse.

E se as emissões de gases de efeito estufa forem reduzidas apenas no ritmo atualmente planejado, o aumento de temperatura resultante ameaçará a produção de alimentos, o abastecimento de água, a saúde humana, os assentamentos costeiros, as economias nacionais e a sobrevivência de grande parte do mundo natural. Cortes mais rápidos de emissões serão a única maneira de evitar tamanha distopia”.

Sem dúvida, a 6ª extinção em massa das espécies e o agravamento do aquecimento global são sinais de um colapso ecossocial que se vislumbra no horizonte. O aquecimento global é a maior ameaça existencial à humanidade. Assim como existe uma emergência de saúde pública (por conta do coronavírus), existe também uma emergência climática por conta do aumento da temperatura global. O mundo precisa aprender com o trauma da covid-19 e acordar para a urgência de se resolver os problemas ambientais do século XXI. Como mostrei em artigo da Revista Latinoamericana de Población (2019), teremos uma “Terra inabitável”, se nada for feito com urgência, tal como disse o jornalista David Wallace-Wells.

Depois da Primeira Guerra Mundial e após o fim da pandemia da Influenza, em 1918 e 1919, houve o “maior carnaval de todos os tempos”. No auge da crise, o comércio e as fábricas haviam fechado as portas para evitar a contaminação em massa. Mas em 1920, no ano que marcou a estreia do Cordão da Bola Preta na cidade do Rio de Janeiro, houve uma grande folia no carnaval, comemorando o início de uma década de recuperação e progresso.

Infelizmente, o carnaval de 2022 (que foi adiado para abril), provavelmente, não será marcado pelo mesmo entusiasmo de 102 anos atrás. A conjugação de pandemia, guerra e crise ecológica tende a arrefecer o ânimo dos Pierrôs e Colombinas e fomentar o clima de 4ª feira de Cinzas. Na tradição Cristã as cinzas são um símbolo para a reflexão sobre a necessidade de conversão do estilo de vida. Na perspectiva ambiental, a 4ª feira de Cinzas é um símbolo para lembrar que as queimadas e fogos provocados pelas ações humanas criminosas (e potencializadas pelo aquecimento global) podem transformar a cobertura vegetal e a biodiversidade em pó. Desta forma, a vida na Terra e os futuros carnavais vão depender de um forte compromisso global e imediato com a proteção e a restauração do meio ambiente.

FONTE PROJETO COLABORA

Una Lafaiete arrecada, em apenas uma semana, 50 quilos de alimentos para desabrigados pela chuva

Alimentos, itens de limpeza e roupas serão entregues às comunidades de Congonhas

Mais de 100 itens de limpeza e higiene pessoal, 50 kg de alimentos, além de diversas peças de roupas e utensílios domésticos foram arrecadados pela Una Lafaiete, integrante do ecossistema Ânima Educação, para os desabrigados e as famílias atingidas pelas recentes chuvas que ocorreram, na região do Alto Paraopeba.

“A população atendeu ao nosso chamado e a campanha foi um sucesso. Todas as doações serão enviadas para a Defesa Civil de Congonhas, que irá distribuir de acordo com a necessidade das comunidades locais”, informa Mariana Babilone, coordenada da Una Lafaiete.

Mariana ressaltou também a ajuda da Guarda Municipal de Lafaiete que foi responsável pelo recolhimento das doações. “Agradecemos todo o apoio que tivemos da Guarda Municipal, foi muito importante esse auxílio. A nossa campanha atingiu seu objetivo principal que foi a mobilização da própria sociedade para ajudar quem mais precisa”, diz a professora.  

Associação quer ampliar data de validade de alimentos não perecíveis

Ideia é indicar uma data preferencial para o consumo, permitindo que produtos não perecíveis, entre eles, macarrão e chocolate, possam ser vendidos após esse prazo

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) quer mudar o prazo de validade para alguns alimentos. A ideia é indicar uma data preferencial para o consumo, permitindo que produtos não perecíveis, entre eles, macarrão e chocolate, possam ser vendidos nos supermercados após esse prazo. Hoje, lojas que venderem alimentos vencidos estão cometendo um crime, e podem ser obrigadas a pagar multas e indenizações. 

As informações são do UOL. Segundo reportagem do portal, a proposta da associação é que, depois do prazo estabelecido, o consumidor avalie características do alimento, como cheiro e aspecto, antes de consumi-lo. 

O novo modelo não seria aplicado a produtos perecíveis, como carnes, por exemplo, apenas para alimentos não perecíveis, considerados apenas estáveis, ou seja, que demoram mais para estragar. A maior parte não precisa de refrigeração porque tem pouca água ou passou por processos de esterilização (como o leite UHT), o que dificulta a proliferação de microrganismos. 

A ideia da indústria é usar a expressão “consumir preferencialmente antes de…” para indicar a validade dos não perecíveis, incluindo a permissão para que eles sejam vendidos depois que a data for atingida. 

O uso dessa expressão já é previsto na resolução da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) que trata do assunto. Mas, hoje, os supermercados não são autorizados a vender alimentos que estão com o prazo expirado. Por isso, quando a data é atingida, esses itens são jogados fora.

Segundo a Abia, o vencimento dos produtos é a principal fonte de perdas de não perecíveis nos supermercados. A entidade cita uma pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que aponta que cerca de 42,5% do descarte de alimentos desse tipo ocorre pela chegada da data de validade do produto.

Porém, para essa proposta começar a valer nos supermercados de todo o Brasil, segundo o UOL, a ideia precisa ser aprovada pela Anvisa e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A Abia ainda não apresentou um pedido formal ao governo sobre o assunto, alegando que o assunto “precisa ser amplamente estudado”. 

A Anvisa afirmou que não pode se manifestar sobre a proposta porque, “até o momento, a Abia não procurou a agência para tratar do assunto”, enquanto o Ministério da Agricultura respondeu que um posicionamento precisaria ser solicitado à Secretaria de Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça. 

FONTE O TEMPO

Cadela é vítima de envenenamento

Um assunto que ganhou destaque e revolta nas redes sociais na última semana. A morte de uma cachorrinha, chamada Dama no bairro Santa Tereza. A cachorra da raça border collie foi adotada por Alice Ramos em setembro do ano passado. Em julho deste ano, Alice começou a encontrar alguns alimentos, possivelmente envenenados em sua casa. No final de outubro, Dama se sentiu mal, foi levada ao veterinário para ser socorrida  mas, infelizmente, já era tarde. No dia 30 de outubro ela faleceu, vítima de envenenamento.

Alice conta que, de início, como não haviam suspeitos, ela não tomou nenhuma atitude. “Só que em agosto e setembro foram reincidentes tentativas e inclusive apareceram chumbinhos de arma de pressão. Eu desconfiei que alguém queria acertar o meu cachorro e, sem razão, porque a Dama era dócil e ninguém nunca reclamou dela. A partir disso fez-se necessário que eu levasse ao conhecimento da polícia o que estava acontecendo. Infelizmente as consecutivas tentativas dessa pessoa fizeram com que minha cachorra viesse a óbito. O veneno de rato age silenciosamente e causa hemorragia interna dos órgãos vitais”, explica. 

Alice alerta sobre a importância de cuidar dos arredores da casa e também suspeitar de qualquer atitude estranha. “Faça a limpeza da área externa da sua casa e se encontrar algo, leve sim ao conhecimento da polícia. Esse ato tão cruel é um crime e merece ser punido. No mês que vem iremos organizar uma passeata pacífica no Santa Tereza II em homenagem a Dama”. 

Maus tratos a animais é um crime inafiançável. O investigador da Polícia Civil, Schneider Alexandro de Souza, explica que a punição do crime é reclusão de 2 a 5 anos. “É caracterizado maus tratos animais a questão do animal ser mantido no relento, longe de abrigo de sol, acorrentado. Além disso, também é crime atropelar um animal e não prestar o devido socorro e também punir o animal com castigos físicos. O alerta que a gente dá é para que a pessoa passe a respeitar os animais, que eles tem o espaço deles aqui, assim como nós. Eles são criaturas de Deus e merecem respeito, já que são inofensivos.”

Denúncias de maus tratos  podem ser feitas 181 ou na delegacia de polícia mais próxima de você. 

FONTE BARBACENA TEM

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