Comunidades vizinhas, dores compartilhadas: saúde mental das pessoas atingidas de Mariana e de Antônio Pereira

Para a série “Tecendo redes: saúde e assistência social”, o Instituto Guaicuy conversou com Ana Carla Cota, geóloga que atuou por 10 anos no ramo da mineração, se tornou arteterapeuta da Rede Conviver e hoje é atingida pelo descomissionamento da Barragem Doutor, da Vale, em Antônio Pereira. 

Assim como em Mariana (2015) e em Brumadinho (2019), comunidades atingidas pela chamada lama invisível, sofrem os impactos dos danos causados pela mineração em seus territórios. Esse é o caso de Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto/MG, atingido pelo medo do rompimento e pelos danos gerados pelo descomissionamento da Barragem Doutor, da Vale. 

Foto: Felipe Chimicatti / Instituto Guaicuy

O direito à saúde é uma das principais pautas de luta das pessoas atingidas pela mineração. É sempre importante destacar que o dever de reparar os direitos violados e garantir a reabilitação da saúde das pessoas atingidas é de quem gerou os danos. Além disso, as lutas e conquistas das populações atingidas precisam ganhar repercussão e visibilidade, a fim de gerar precedentes em termos de reparação integral. 

Pensando nisso, o Instituto Guaicuy, Assessoria Técnica Independente de Antônio Pereira, conversou com a Ana Carla Cota, geóloga que atuou no ramo da mineração por 10 anos e escolheu trocar de trabalho, passando a atuar como arteterapeuta nos dois primeiros anos da Rede Conviver, um equipamento público, com foco no cuidado à saúde mental das famílias atingidas pela Barragem de Fundão, em Mariana. Ana Carla vive hoje os impactos do descomissionamento da Barragem Doutor. Ela foi removida de seu lar em 2020, por estar dentro da Zona de Autossalvamento, local rapidamente destruído em caso de rompimento da barragem. 

Foto: Léo Souza / Instituto Guaicuy

Com experiências múltiplas e vivências enriquecedoras tanto em Mariana quanto em Antônio Pereira, Ana Carla fala sobre as semelhanças existentes nas comunidades vizinhas. Conta das lutas em comum e da força que a coletividade precisa ter para garantir a participação das pessoas atingidas no processo de reparação, com foco na reabilitação da saúde mental dessas populações.

Confira a entrevista completa

IG: Quais as principais diferenças e similaridades que você percebe em relação à saúde mental das pessoas atingidas de Mariana (Barragem de Fundão) e de Antônio Pereira (Barragem Doutor)?

Ana Carla: No rompimento [Mariana em 2015], houve um processo de depressão mais acelerado. As pessoas entraram em choque com aquela realidade de perder tudo. Aquele vazio foi muito grande. E quando você olha para essa lama invisível, que é em Antônio Pereira, o principal relato das pessoas é a ansiedade, o medo do rompimento. Foi uma ansiedade instaurada em Antônio Pereira por essa questão ‘vai romper, não vai romper’. Não temos informação de qualidade e isso vai gerando essa ansiedade que continua na cabeça de várias pessoas que moram muito próximas à barragem e não foram removidas. Com o que houve em Fundão, que foi de fato um rompimento, onde do dia para noite as pessoas perderam tudo, esse vazio deu lugar à depressão muito profunda.

O que temos em comum é o sentimento de raiva! A gente precisa acolher essa raiva, essa indignação com esse processo todo de muita injustiça. Eu acho que esse sentimento de injustiça, de revolta, de indignação, permeia todos esses ambientes, todas essas comunidades que são afetadas pela mineração. A gente se sente muito impotente, a justiça é muito morosa, ela não chega. O atingido é o último ali na fila do pão. Então, assim, esses sentimentos são muito comuns. Tem também o medo do futuro, acho que isso também temos em comum.

IG: Você esteve na equipe do Conviver, conta pra gente como foi a implementação dessa rede em Mariana. 

Ana Carla: A implementação da Rede Conviver em Mariana foi muito rápida, foi uma resposta muito rápida do SUS, da Rede de Atenção Psicossocial, de Mariana. O Sérgio Rossi era o coordenador na época. Ele também participou do plano de emergência lá da boate Kiss e trouxe essa experiência para Mariana. Então eles passaram noites em claro. Em torno de uma semana, a gente já tinha em Mariana esse grupo formado para fazer o acolhimento e o cuidado em saúde mental das pessoas atingidas.

O Conviver foi criado com uma verba que era repassada para prefeitura, tudo muito sério. Não havia interferência da Renova, nem da Samarco, nesse cuidado da saúde. No início, e isso perdurou durante um tempo,  as pessoas ficaram desconfiadas, com medo de existir interferência da Samarco e da Renova, porque cuidar da saúde mental é uma questão que exige muita confiança. Confiança em quem você está contando tudo aquilo. Por vezes, chegavam pedidos da Renova e da Samarco para relatório de pessoas que estavam sendo atendidas pelo Conviver, mas todos foram negados. Sempre houve muita ética, sabe. A gente conseguiu reafirmar realmente que o Conviver não tem absolutamente nenhuma ligação com a Samarco e com a Renova.

IG: Qual sua área de formação e como foi sua atuação no Conviver?

Ana Carla: Eu trabalhei durante 10 anos na Vale como geóloga, mas antes da minha formação como engenheira geóloga tive uma formação de arte na Fundação de Arte de Ouro Preto. Na época, eu já não queria mais trabalhar dentro da mineração e veio essa oportunidade de trabalhar como arteterapeuta com as pessoas atingidas pela Barragem de Fundão. Eu fui entrevistada pelo próprio Sérgio Rossi, fui contratada como arteterapeuta e, durante o período de quase dois anos e meio, trabalhei no Conviver.

Foi extremamente enriquecedor, uma experiência fantástica de cuidado, acolhimento e suporte real a todas essas famílias. Vou te dizer que não é fácil lidar, são muitos desafios, até porque foi a primeira barragem que rompeu. Então muita coisa nós aprendemos juntos com os atingidos. Algumas coisas poderiam até fazer sentido na saúde coletiva em outros locais, com outras realidades, só que quando a gente tentava aplicar, não era bem sucedido. Isso porque precisava ter uma escuta mais atenta, sobre quais eram realmente as necessidades das pessoas atingidas. Até para montar essas oficinas de arteterapia, por exemplo, uma vez preparei uma oficina  para ensinar escultura em madeira, fiz a parceria com o profissional e tudo. Quando eu fui ver, não existe o interesse da comunidade em fazer isso. Parece lógico, eu tinha que escutar.

Então, tivemos grupos de pintura, grupos de crianças com o dia do brincar, que fez todo sentido para eles, porque uma das coisas que a gente mais escutava das crianças é que elas sentiam falta de brincar. A gente escutava muito que Mariana era uma cidade grande para eles, então onde estavam esses espaços comuns de brincar? Nós fizemos então vários “Dias do Brincar”, em vários locais onde essas famílias estavam alocadas. Foi um projeto que deu muito certo. Foi um caminhar muito junto, um olhar e uma escuta muito atenta, para que a gente pudesse construir junto com os atingidos esse trabalho. Eu acho que é essa a minha principal lição e aprendizado, o que funciona para o cuidado em uma comunidade, não vai necessariamente funcionar para outra. Hoje a gente vê que já tem sete anos já de Conviver, e tem dado certo.

Na minha atuação como arteterapeuta, eu via que a arte é transformadora! As pessoas tinham disponibilidade e vontade de participar dos grupos de arteterapia, das atividades que eram propostas, algumas construídas por eles. Eu vi o quanto isso fazia bem!  Além da arteterapia, existia também o resgate através da arte.

Uma experiência que a gente teve foi a retomada da festa junina tradicional que eles tinham. O grupo de arteterapia chamava as pessoas da comunidade para eles fazerem os enfeites. Então, essa arteterapia transcende muito esses espaços e essas necessidades que existiam. Eu lembro com muita clareza como foi bonito de ver. As pessoas envolvidas e fazendo os enfeites para festa junina, que nós fizemos na época no Centro de Convenções de Mariana. Usou o grupo de arteterapia para fazer os estandartes, as flores, os enfeites e isso fez muito sentido para eles sabe, fez muito bem realmente. Foi um cuidado de saúde coletivo mesmo.

IG: Você acredita que uma iniciativa como a do Conviver seria uma pauta relevante para as pessoas atingidas de Antônio Pereira nesse processo de reparação? Como você acha que se daria essa conquista?

Ana Carla: Eu super acredito no Conviver, inclusive levanto essa pauta desde fevereiro de 2020. Eu tenho colocado que precisamos ter um espaço como o Conviver, de saúde coletiva, mas que seja realmente para as pessoas atingidas. 

Essa é uma pauta, a gente precisa ocupar esse espaço em Antônio Pereira, porque nós temos a saúde mental de toda essa comunidade comprometida. É preciso ainda muita atenção para as crianças e adolescentes. Nós – adultos, mulheres, muitas vezes mães que estamos no território de Antônio Pereira, com inúmeros desafios, dificuldades, sendo violentados todos os dias, com problemas na saúde mental, adoecidos – muitas vezes não temos esse olhar para as crianças, pros adolescentes, para o que eles estão vivendo, porque a gente também está necessitado de cuidados. Então isso para mim é uma pauta urgente!

Eu sempre falei que a saúde mental da comunidade precisa ser cuidada, e sempre dei o exemplo do Conviver, que atua sem interferência de nenhuma empresa de mineração. A comunidade precisa ter essa confiança de que a sua saúde mental está sendo cuidada pelo município apenas, sem interferência nenhuma da mineração. Isso é possível e é o que transforma!

FONTE GUAICUY

Distrito comemora festa religiosa centenária do Jubileu de Nossa Senhora da Conceição da Lapa

A festa acontece durante toda a primeira quinzena de agosto

Antônio Pereira está em festa com o Jubileu de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, a festa está na sua 23ª edição. As celebrações tiveram início no dia 1 de agosto e vão até o dia 15, o dia da padroeira. Durante 15 dias, a comunidade agradece à santa e comemora por todos os anos de proteção e bênçãos. O evento é organizado pela Paróquia Sagrado Coração de Jesus, com o apoio da Prefeitura Municipal de Ouro Preto.

Durante o período de festividades, além das manifestações religiosas, o evento também conta com barracas de comidas típicas, feiras de artesanato, shows e outras atrações culturais, atraindo inúmeros devotos para o local e movimentando a economia local.

O secretário de Cultura e Turismo de Ouro Preto, Flávio Malta, falou sobre a importância da festa enquanto patrimônio imaterial. “Dia 15 de agosto celebramos o dia de Nossa Senhora da Lapa, no distrito de Antônio Pereira. É uma grande celebração de fé e determinação. A festa é patrimônio vivo da história e da tradição cultural de Ouro Preto. Fazemos questão de privilegiar e participar da organização do evento com o apoio possível, que é muito importante para aquela comunidade”, disse o secretário.

O Jubileu de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, em Antônio Pereira, marca um momento de fervor, devoção e união entre moradores e turistas. Uma tradição enraizada na história da região e representa um momento de fé, devoção e confraternização. Peregrinos participam várias atividades, missas e novenas em homenagem à Santa. Veja a programação completa do evento no link: https://ouropreto.mg.gov.br/turismo/evento/454

Texto: Sabrina Pereira / Revisão: Greiza Tavares

FONTE PREFEITURA DE OURO PRETO

Distrito comemora festa religiosa centenária do Jubileu de Nossa Senhora da Conceição da Lapa

A festa acontece durante toda a primeira quinzena de agosto

Antônio Pereira está em festa com o Jubileu de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, a festa está na sua 23ª edição. As celebrações tiveram início no dia 1 de agosto e vão até o dia 15, o dia da padroeira. Durante 15 dias, a comunidade agradece à santa e comemora por todos os anos de proteção e bênçãos. O evento é organizado pela Paróquia Sagrado Coração de Jesus, com o apoio da Prefeitura Municipal de Ouro Preto.

Durante o período de festividades, além das manifestações religiosas, o evento também conta com barracas de comidas típicas, feiras de artesanato, shows e outras atrações culturais, atraindo inúmeros devotos para o local e movimentando a economia local.

O secretário de Cultura e Turismo de Ouro Preto, Flávio Malta, falou sobre a importância da festa enquanto patrimônio imaterial. “Dia 15 de agosto celebramos o dia de Nossa Senhora da Lapa, no distrito de Antônio Pereira. É uma grande celebração de fé e determinação. A festa é patrimônio vivo da história e da tradição cultural de Ouro Preto. Fazemos questão de privilegiar e participar da organização do evento com o apoio possível, que é muito importante para aquela comunidade”, disse o secretário.

O Jubileu de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, em Antônio Pereira, marca um momento de fervor, devoção e união entre moradores e turistas. Uma tradição enraizada na história da região e representa um momento de fé, devoção e confraternização. Peregrinos participam várias atividades, missas e novenas em homenagem à Santa. Veja a programação completa do evento no link: https://ouropreto.mg.gov.br/turismo/evento/454

Texto: Sabrina Pereira / Revisão: Greiza Tavares

FONTE PREFEITURA DE OURO PRETO

Antônio Pereira e o mistério da Igreja queimada

(Por Arnaldo Silva) Distrito de Ouro Preto, Antônio Pereira é uma charmosa e atraente vila ouro-pretana, distante 16 km da sede e a 9 km de Mariana, cidade histórica vizinha a Ouro Preto. (foto acima de Ane Souz a fachada das ruínas da Igreja e abaixo, de Ane Souz, vista parcial da Vila)

Foi uma das primeiras povoações de Minas Gerais e um dos primeiros núcleos de mineração em território mineiro, com grande número de minas de ouro e minério, encontradas na região no início do século XVIII.          

Antônio Pereira guarda relíquias de nossa história, destacando as ruínas da igreja de Nossa Senhora da Conceição e o cemitério que fica no seu interior. (na foto acima de Ane Souz) Da igreja, restou a imponente fachada e suas colunas, erguida em blocos de pedra. Além das ruínas da igreja, tem o Garimpo do Topázio Imperial, pedra preciosa encontrada somente na região de Ouro Preto e em nenhum outro lugar no mundo.        

A Gruta da Lapa é outro atrativo para os visitantes (na foto acima do Barbosa). Na gruta foi montada uma pequena capela, onde peregrino acendem velas e fazem orações. (na foto abaixo de Ane Souz)

A história do distrito começa com a chegada à região do bandeirante português Antônio Pereira Machado, por volta de 1700-01. O português ficou pouco tempo na região, deixando a vila 3 anos depois de sua chegada, assustado com o grande número de animais selvagens que apareciam em sua propriedade e a escassez de alimentos, provocando uma grande onda de fome nesta época.

Posteriormente chegou a região padre João de Anhaia que deu início a formação do povoado, com a ajuda de Mateus Leme e Antônio Pompéu Taques, que passaram a explorar as numerosas minas de ouro da região como as minas Romão, Mata-mata, Macacos, Capitão Simão, Fazenda do Barbaçal, Mateus, da Rocinha. 

Com a atividade mineradora crescente, o arraial aumentava a cada dia, e em homenagem a seu primeiro morador, Antônio Pereira, passou a ter esse nome. Pouco tempo depois, era erguida uma imponente igreja, graças a riqueza produzida pelas minas de ouro da região. A igreja foi dedicada a Nossa Senhora da Conceição, fundada em 1716, reconhecida como matriz em 1720. Em torno da Matriz o povoado se desenvolvia.  

Da igreja erguida com pompa no início do século XVIII, ornada em ouro, restou apenas a fachada. Era imponente, se destacava logo na entrada do povoado. Foi incendiada em 1830 e até hoje a causa do incêndio é desconhecida. Não se sabe se foi acidental ou proposital.  Há duas versões sobre o incêndio, passadas oralmente por gerações. Uma dessas versões diz que a igreja foi roubada por um viajante que entrou na calada da noite na igreja, retirou tudo que pôde em ouro, colocou fogo e fugiu em seguida.

Outra versão diz que o incêndio foi provocado por uma vela esquecida pelo sacristão, de nome Roque. Como boa parte da ornamentação da igreja era em madeira, o incêndio se alastrou com rapidez, destruindo todo o templo. Segundo a tradição oral, o sacristão chegou a ser detido pelas autoridades da época, pelo fato. Mas nenhuma das duas versões citadas foi comprovada até hoje.

 A igreja foi destruída e reconstruí-la não seria tarefa difícil para os moradores da vila, mas optaram por deixar como estava. Isso devido a um fato marcante para os moradores de Antônio Pereira na época, envolvendo Nossa Senhora da Conceição.

Segundo a tradição oral, a Santa saia de sua igreja e aparecia numa gruta próxima a sua igreja, por isso era chamada de Nossa Senhora da Lapa. Quando a igreja foi queimada, a imagem de Nossa Senhora da Conceição foi encontrada no interior da gruta, intacta. Entenderam assim os fiéis que a santa queria ficar neste local. 

E assim está até hoje e a igreja de Antônio Pereira passou a ser a da Gruta da Lapa, bem como de Nossa Senhora da Conceição, carinhosamente chamada de Nossa Senhora da Lapa pelos moradores locais, um dos pontos de manifestação de fé da região recebendo fiéis que vão à gruta rezar, pagar promessas e pedir bênçãos, como podem ver na foto acima da Ane Souz. 

No local onde está imagem, foi construído um altar e todos os todos os dias, fiéis vão à gruta rezar e acender velas, principalmente no dia 8 de dezembro, data que a Igreja Católica comemora o dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, como podem ver na foto acima de Ane Souz.

Outra curiosidade no interior da gruta é um óleo que surge numa pedra, que lembra o formato da santa que está no altar. Os fiéis se emocionam com a pedra, tocam com as mãos e passam este óleo pelo corpo, se benzendo, simplesmente movidos pela fé em Nossa Senhora da Imaculada Conceição.

Esse tipo de formação no interior de cavernas e grutas são comuns. O fenômeno se dá pela precipitação lenta e contínua de carbonato de cálcio, levados pelas águas que chegam as grutas por fendas, que escorrem pelas formações lentamente, se petrificando ao longo dos séculos. Quando esse líquido cai de cima para baixo, chama-se estalactites. Quando o líquido vem de baixo para cima, é estalagmites. Esse líquido petrifica, formando belas composições naturais no interior das cavernas e grutas. Dependendo da formação rochosa, podem ter várias tonalidades de cores, bem como formatos inusitados que podem lembrar figuras humanas, de animais ou de plantas. No caso da gruta de Nossa Senhora da Lapa em Antônio Pereira, a formação lembra a imagem da santa, o que instiga mais ainda os mitos criados ao longo do tempo em torno da gruta, da igreja e da santa. 

 

Além dos das ruínas da igreja, do cemitério, do casario e da gruta, em Antônio Pereira tem ainda belas paisagens naturais (na foto acima de Ane Souz) e belas cachoeiras como a Cachoeira da Escuridão, Cachoeira da Vila ou Lagoa Azul a e Cachoeira da Lajinha, dentre outras belezas naturais formadas pelas montanhas em redor e a quantidade de minério entre as montanhas e rochas, tornando a paisagem muito bela. 

FONTE CONHEÇA MINAS

Aumento de casos faz prefeitura da região fechar os comércios em distrito

A Prefeitura de Ouro Preto decretou onda vermelha no distrito de Antônio Pereira, após significativo avanço da COVID-19 na localidade. A decisão, publicada na sexta-feira (3/12) no Diário Oficial do Município, vai valer por 14 dias, ou seja, até 16/12.

Segundo o Executivo Municipal, entre 21 e 27 de novembro, dos 70 casos registrados em toda a cidade histórica, 27 foram diagnosticados em Antônio Pereira, isto é, 38%.
A população do vilarejo é estimada pelo IBGE em 5 mil habitantes. Em toda Ouro Preto, são 74.824 moradores.

A onda vermelha é a mais restritiva do Programa Minas Consciente. As medidas de controle incluem fechamento de escolas, bares, restaurantes, academias e até a proibição da circulação de vans e micro-ônibus. (Veja lista completa abaixo). 

Veja as restrições impostas pela onda vermelha

  • Suspensão das atividades de bares e restaurantes
  • Suspensão das atividades presenciais em escolas
  • Restrição da ocupação de hoteis a 30% do público
  • Fechamento de academias, quadras, campos, ginásios e clubes pelo período mínimo de 14 dias,
  • Fechamento de salões de beleza e barbearias pelo mesmo período
  • Limitação de todas as atividades comerciais às 20h
  • Operação do transporte coletivo limitada a 40% da capacidade máxima
  • Proibição da circulação de vans, ônibus e micro-ônibus no distrito
  • Restrição à venda de bebidas alcoólicas (somente por delivery, até as 20h) e ao consumo do produto em via pública
  • Proibição de eventos de qualquer natureza
  • EM

Moradores de distrito sofrem com tempestades de poeira e pedem providências à Vale

Cada vez mais frequentes, as tempestades desafiam a limpeza das casas e a saúde dos moradores

Quinta -feira (29), mais uma vez um vendaval criou uma tempestade de poeira em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto. A localidade sofre com diversos problemas em decorrência das obras de descomissionamento da Barragem Doutor da mineradora Vale. De acordo com os moradores, as tempestades de areia estão cada vez mais frequentes e não haveria por parte da mineradora iniciativas para amenizar o problema.

Desde o início das obras e principalmente durante o período de estiagem, as tempestades de poeira afetam a qualidade de vida e saúde da população. Os moradores sofrem com diversos problemas que surgiram em função das obras de descomissionamento da Barragem Doutor, entre eles as dificuldades em conseguir remoção das zonas de autossalvamento (ZAS), impactos sociais e econômicos.

Rosiele Caetano mora no loteamento e enviou para nossa redação alguns vídeos que mostram a tempestade que durou ontem cerca de duas horas. A moradora fala sobre as dificuldades de ser vizinha da barragem. “Ontem foi bastante poeira tanto na barragem quanto na nova obra, que durou desde o começo do vento até o fim da chuva”.

A moradora narra ainda a extensão da tempestade, de acordo com Rosiele, a poeira subia “desde a barragem até as obras de descomissionamento “ e aponta também os dilemas que precisa enfrentar em função da poeira. “Móveis e roupas no varal ficam sujos, nós adoecemos, a bronquite me afeta”.

Os caminhões pipa e os esguichos que ficam no topo da barragem para ajudar a diminuir a poeira não estariam funcionando de maneira satisfatória e após a abertura da estrada, com a supressão de mata nativa, teria piorado a qualidade do ar.

Os moradores clamam por soluções, especialmente por se tratar de uma obra de longa duração e afetar diretamente o cotidiano dos atingidos.

Questionamos a Vale sobre os motivos do não funcionamento dos esguichos, sobre a frequência de uso de caminhões pipa, bem como outras medidas que deverão ser tomadas pela mineradora para amenizar os problemas que decorrem das obras, até o momento não obtivemos respostas.

FONTE AGENCIA PRIMAZ

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