Garimpando: Notícias de Conselheiro Lafaiete – 29

                    GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

                                        Avelina Maria Noronha de Almeida

                                                avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 29

                                                                               Avelina Maria Noronha de Almeida

                                                                                    CÔNEGO LUIZ VIEIRA DA SILVA

 O historiador Eduardo Frieiro o considerava o mais

Brilhante dos oradores das Minas Gerais.

 

Imagem da Internet

Ainda falando dos acontecimentos em final do século XVIII com a Inconfidência Mineira, o ilustre focalizado é o Cônego Luiz Vieira.da Silva. Ele nasceu na Fazenda do Guido, em Queluz, tendo sido batizado no dia 20 de fevereiro de 1735, e era filho do Alferes Luiz Vieira Passos e de Josefa Maria do Espírito Santo. Faleceu em Parati, em 1809.

Graduou-se em Filosofia e Teologia em 1757, em São Paulo. Regressando a Mariana, desde antes de ser ordenado foi, naquela cidade, professor de Filosofia no Seminário por 32 anos, até ser preso em 1789 como participante do movimento libertário da Inconfidência.

Imagem da Internet

Nessa época, formou o acervo de sua enorme biblioteca, admirada não só por sua dimensão mas, também, por sua composição, abrangendo todos os ramos do conhecimento, com livros de ciências atualizados e idéias novas, como bom iluminista que era. Não era rico, mas possuía, nessa extraordinária biblioteca, considerada o maior acervo de livros no Brasil, , mais de oitocentos volumes, o que era incomun naquela época, muitos entrados clandestinamente no País pois eram obras proibidas. Quase a metade delas estava escrita em latim, cerca de noventa em francês, trinta em português, vinte e quatro em inglês e algumas em italiano e espanhol. Isto demonstra que o cônego era também poliglota.

De inteligência privilegiada e brilhante, filósofo, historiador, orador famoso, sonhou sempre com um Brasil livre, com segurança política, sem as amarras do colonialismo e do neomercantilismo, elaborando uma constituição da república brasileira segundo as idéias iluministas e influenciado pelo processo de Independência dos Estados Unidos.

Era tão excelente orador que, pela força de sua palavra,  sempre era escolhido para falar nas ocasiões solenes ou importantes. Usava de inteligente estratégia retórica, reforçando a imaginária do ouvinte com figuras e exemplos. Com isso tornou-se um líder intelectual e granjeou muita admiração e respeito dos seus contemporâneos; considerado  “o mais instruído e eloquente de todos os conjurados”. Teve, assim, o seu lugar bem demarcado na história de Minas Gerais e do Brasil Colônia.

É por muitos considerado o maior ideólogo, o mentor da Inconfidência Mineira, tendo  a primazia na organização da conspiração. Em 22 de junho de 1789, aos 54 anos de idade, foi preso, depois de julgado setenciado a degredo perpétuo na Ilha de São Tomé, na Fortaleza de São Julião da Barra, por quatro, anos e depois recolhido ao Convento de São Francisco da Cidade, onde permaneceu durante seis anos.

Muitos não sabem, por exemplo, que o inconfidente Cônego Luiz Vieira da Silva é também queluziano. Talvez a causa seja a polêmica: a qual município pertenceria a Fazenda do Guido, onde nasceu aquele que foi um dos principais articuladores do movimento da Inconfidência. Seu registro de nascimento traz Congonhas. Ele é considerado também como de Ouro Branco. Eu coloquei queluziano. Como se explica?

Na verdade, creio que se poderá considerar os três lugares, compartilhando-os amigavelmente as três cidades: REGISTRADO EM CONGONHAS, NUMA FAZENDA QUE ESTARIA EM LUGAR CONSIDERADO DE OURO BRANCO. ISTO NA ÉPOCA EM QUE ELE NASCEU… Mas vejam que interessante o que achei e que me leva a escrever E FINALMENTE QUELUZ.

Pesquisando, na Internet, sobre a genealogia Vieira, casualmente deparei-me com uma lei que me leva a escrever sobre o assunto, a qual define a localização da referida fazenda e que aqui transcrevo de acordo com a ortografia da época. Diz o Art. 9°, § 4°, da Lei 533 de 10 de outubro de 1851 da Assembleia Legislativa Mineira, aprovado pela Presidência da Província de Minas Gerais:

“Ficão pertencendo: […] ao Município de Queluz, a fazenda denominada – Guido – que  outr’ora foi de Manoel Lobo Leite Pereira, e o territorio denominado – Passagem do Ouro Branco – , que já pertence à Freguezia de Queluz.

Para terminar a apresentação do Inconfidente:

Foi dito sobre Cônego Vieira que era “a maior figura intelectual de Minas no século dezoito”, “o mais instruído e eloquente de todos os conjurados”.

Existe, no bairro Fonte Grande de nossa cidade, uma rua com seu nome: RUA CÔNEGO VIEIRA. Merecida homenagem!

 

Anjos de Patas: Auspedagem domiciliar Soninha Santiago – Amor e respeito aos animais!

Hoje vamos falar sobre a Auspedagem Domiciliar Soninha Santiago – Amor e respeito aos animais,  criado em Agosto de 2018.

“Desde quando me lembro que existo, tenho e gosto dos animais. Acho que a maior lição que meu pai me passou foi essa, amar e respeitar todos os seres vivos. Há anos já estou na luta da causa animal, seja de animais carentes ou em situação de rua” – Soninha Santiago.

A Auspedagem conta com Hotel, Petsitter e Day Care, em Congonhas – MG.

 

Auspedagem domiciliar Soninha Santiago – Amor e respeito aos animais!

 

A ideia surgiu, quando Soninha fez uma viagem a São Paulo em Setembro de 2017. Uma amiga, Tati Gilioli, a disse que lá, a melhor opção estava sendo hospedar os cachorrinhos através de um novo aplicativo, DogHero.

“Nós, mãe ou pai de cachorro, com certeza já vivemos o dilema viagem X onde deixar nossos filhos caninos enquanto viajamos, não é mesmo? Quando não podemos levar nossos cães junto com a gente, ficamos pra lá de ansiosos tentando achar um lugar de confiança para deixá-los. Hotéis especializados, clínicas veterinárias e day cares são algumas das opções de hospedagem que encontramos hoje em dia. Mas como escolher um lugar para deixarmos nossos pets? Como saber se eles serão tratados com o mesmo carinho e cuidado com os quais os tratamos? E foi a partir dessas dúvidas e da vontade de facilitar a vida dos donos de cães que a Auspedagem nasceu! Aqui eles são tratados como se estivessem em casa, nada de gaiolas. Ambiente seguro, monitorado 24h, com vários ambientes dentre eles, área coberta, quintal, parcão e canil”, conta Soninha.

“Ousei fazer o bem, me divertir e ganhar um troco!
O lucro não e o único propósito do negócio. Não é o lucro a qualquer custo. A ideia é revolucionar e melhorar o mundo! Não quero mudar as leis nem colocar a culpa no governo e nas forças externas, tem muita coisa que começa em mim, então, como eu posso me responsabilizar e construir um negócio que ajude o mundo a melhorar?
Empreendedorismo social, que resolve um problema das pessoas e minimiza a quantidade de cachorros abandonados.
Eu quero ter lucro, mas eu também tenho uma causa! Esse é o meu propósito! Essa é minha missão. Ajudar a comunidade, os animais. Não me esquecendo de fazer o bem usando a tecnologia a meu favor. O maior impacto é o exemplo.

Me baseio na verdade e na integridade. Mantenho o bem estar dos animais em mente e não me envolvo em nenhuma atividade egoísta e que não beneficie a todos os envolvidos”. Soninha Santiago.

Contato: 31 9 9663-0469

Reservas: https://www.doghero.com.br/heroi/144343-auspedagem-domicilar-soninha-santiago

 

Adoções!

 

Auspedagem domiciliar Soninha Santiago
Amor e respeito aos animais

 

ONG APARC – Congonhas!
Seja um voluntário! Um colaborador! 

Siga o Instagram da ONG: @aparcongonhasmg

Rifa ONG APARC

 

Os Babá Cão – Especialista em comportamento animal 

 

 

Sempre que puder, ajude um animal abandonado! 

Espaço Cultura!

Com Cláudia Guimarães, escritora. 

 

 

Violetas na janela, Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho

O enredo do livro Violetas na Janela é narrado pela jovem já desencarnada, através de sua tia, que assina a psicografia e participa de diversas passagens dele. … Patrícia aprende a controlar a saudade durante suas visitas ao antigo lar e mandar recados para os entes queridos através da psicografia de sua tia Vera.

Você encontra para empréstimo na biblioteca Casa de Guimarães.

Contatos pelo Facebook: http://www.facebook.com/casadeguimaraes 

 

Parabéns às mulheres desse mundo lindão! 

 

Por: Ully Daniely

Urbanicidade – Boechat

Em outubro do ano passado tive a oportunidade de assistir uma palestra do jornalista Ricardo Boechat, em Vitória, no Estado do Espirito Santo. Casualmente fiquei na entrada destinada aos palestrantes e de repente ele sai do recinto para fumar um cigarro. Ainda faltava uma meia hora para o evento. Fiquei de longe olhando e enfim tomei coragem. Me aproximei dele, cumprimentei-o e para não perder tempo, perguntei rápido: “E então Boechat, como será o ano de 2019?”. Ainda não estava definido o 2º turno das eleições. Ele me respondeu: “- Ninguém sabe.” “- Mas e a questão internacional, como ficaremos perante o resto do mundo, com esse processo eleitoral tão caótico?”, provoquei (e ainda estava completamente indefinido o quadro eleitoral, repito). Ele me respondeu: “- Isso não vai se alterar em nada. Eles, lá no primeiro mundo, sabem o que está acontecendo aqui, são bem atualizados”. Conversamos mais um pouco, mas ele talvez impaciente pelo atrevimento daquele reles cidadão, ou até mesmo ansioso pelo próprio clima instalado no final do ano passado e pronto para encarar uma palestra para mais de mil pessoas não quis estender muito a conversa. Eu, simplório como sempre, nem foto com ele quis tirar. Nos despedimos, desejei felicidades e fui me assentar na platéia. Foi uma palestra muito boa. Inteligente, bem articulado e isento de paixões ele levou seus argumentos com firmeza e sem tropeços. Fiquei ali analisando para ver se ele cometia alguma bobagem ou falasse alguma coisa sem pé nem cabeça, mas ele foi coerente até o fim e sem demonstrar preferência eleitoral. Valeu a pena. Bem diferente da palestra de um jornalista da Globo News e de um ministro do supremo, que pude assistir em distintas oportunidades, onde não disseram nada que se aproveitasse. O jornalista da GN quase pediu desculpas por estar ali, tamanho despreparo. Boechat não, foi firme em suas explanações. Enfim, perdemos hoje mais do que um bom jornalista, mas um grande brasileiro. Que hora ruim, heim Boechat?

Anjos de Patas: A verdadeira felicidade é simples, descomplicada…

A felicidade, uma busca constante pelas pessoas, talvez um dos maiores desejos, ser feliz.

Viver momentos de alegria, de amor, a felicidade está nas coisas mais simples, ou melhor, nos momentos mais simples, descomplicados.

É algo que lhe tira um sorriso no rosto, sem a necessidade de ser grandioso.

A felicidade é simples, basta saber enxergá-la!

Pessoas proporcionam tal felicidade, momentos compartilhados com um animal de estimação proporcionam felicidade. Fazer algo que gosta, que ama! Isso não é tão difícil!

Vai lá! Seja feliz hoje, agora!

Ano Novo Feliz!

Amor! Paz! Saúde!

Adoção conjunta!

Auspedagem domiciliar Soninha Santiago. Amor e respeito aos animais

ONG APARC – Congonhas!
Seja um voluntário! Um colaborador! 

Espaço Cultura! Com Cláudia Guimarães, escritora. 

Ana Karênina, Liev Tolstói

“Toda a diversidade, todo o encanto, toda a beleza da vida é feita de sombra e de luz”, escreve Liev Tolstói no romance que Fiódor Dostoiévski definiu como “impecável”. Publicado originalmente em forma de fascículos entre 1875 e 1877, antes de finalmente ganhar corpo de livro em 1877, Anna Kariênina continua a causar espanto. Como pode uma obra de arte se parecer tanto com a vida? Com absoluta maestria, Tolstói conduz o leitor por um salão repleto de música, perfumes, vestidos de renda, num ambiente de imagens vívidas e quase palpáveis que têm como pano de fundo a Rússia czarista. Nessa galeria de personagens excessivamente humanos, ninguém está inteiramente a salvo de julgamento: não há heróis, tampouco fracassados, e sim pessoas complexas, ambíguas, que não se restringem a fórmulas prontas. Religião, família, política e classe social são postas à prova no trágico percurso traçado por uma aristocrata casada que, ao se envolver em um caso extraconjugal, experimenta as virtudes e as agruras de um amor profundamente conflituoso, “feito de sombra e de luz”.

Por: Ully Daniely

 

 

 

Anjos de Patas divulga ganhadora do sorteio em comemoração aos 4 anos da coluna

Criada em 25 de Outubro de 2014 com o principal objetivo incentivar a sociedade a olhar os animais com outros olhos, principalmente os abandonados.

A coluna completou 4 anos!

Em comemoração dos 04 anos, foi realizado em parceria com a escritora Cláudia Guimarães, um sorteio do livro “Olhos de Vira-Lata”, no qual os internautas comentaram a importância da coluna.

Comentário ganhador:

Ganhadora:

A coluna Anjos de Patas agradece a participação de todos e deseja um Feliz Natal e próspero Ano Novo.

Por: Ully Daniely

 

Anjos de Patas – Um olhar que diz tudo…

É assim que é um olhar de um cão… Olhar que transmite muitos sentimentos e emoções. Olhar que muitas vezes basta para entendermos que estão ali do nosso lado prontos a nos levantar, ou acompanhar seja onde for. Amor, sinceridade, companheirismo… sentimentos diários que nos transmitem.

Olhe nos olhos!

Olhos de amor!

Compartilhe momentos, fotografe, filme…

Ame seu cachorro como se não houvesse amanhã!

Adoção conjunta!

  

Auspedagem domiciliar Soninha Santiago 

Amor e respeito aos animais 

Espaço cultura!

Com Cláudia Guimarães, escritora.

 

 

Depois da escuridão, Sidney Sheldon.

Abençoada com um rosto angelical e a inocência de uma criança, Grace Brookstein é a esposa perfeita de Lenny Brookstein, o rei de Wall Street. O bilionário – que tem prioridades no mundo todo, uma frota de iates e uma vida aparentemente perfeita – fez sua fortuna com o fundo de hedge Quorum, voltado para idosos, operários, pequenas instituições de caridade e famílias que lutam para sobreviver e garantir uma vida melhor para seus descendentes.Sendo a personificação do cidadão americano – ambicioso, workaholic e generoso -, o rosto de Lenny está em todo lugar: desde as páginas de publicações de negócios até as colunas sociais. O casal é enaltecido por sua generosa contribuição filantrópica, principalmente pelo baile anual de caridade promovido pelo Quorum.Apesar do colapso catastrófico do mercado de ações, o estilo de vida dos Brookstein (veraneios, partidas de pólo e jatinhos particulares) não se abala. Até o dia em que Lenny sai para velejar e nunca mais retorna. Seu iate é encontrado vazio em alto-mar. Inconsolável, Grace Brookstein não imagina que o desaparecimento do marido representa apenas o início de um pesadelo sombrio e aterrorizante que está prestes a dominar sua vida.Algumas semanas depois, bilhões dólares desaparecem do fundo Quorum, provocando a falência de milhares de famílias de classe média e pequenas instituições. A viúva de Lenny Brookstein encabeça a lista de suspeitos pelo roubo. O país inteiro está convencido de que ela cometeu o crime e todos querem vê-la pagar por isso – ou pior: querem fazer justiça com as próprias mãos. Subitamente, a socialite que um dia foi a queridinha da América se transforma em uma odiada Maria Antonieta contemporânea, sozinha e indefesa diante de sua iminente queda.Mesmo assim, Grace está certa de que foi usada como bode expiatório, e fará tudo para provar isso. Cercada por inimigos, ela aprende a confiar apenas em si mesma, e embarca numa odisséia psicologia que transformará para sempre a doce e angelical Grace Brookstein. Repleto de casos amorosos, glamour, reviravoltas surpreendentes e do suspense sedutor que fizeram de Sidney Sheldon um lendário autor best seller. Depois da escuridão conduz o leitor a uma jornada alucinante que dá continuidade ao legado do mestre.

Você encontra para empréstimo na biblioteca Casa de Guimarães.

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Por: Ully Daniely

Anjos de Patas – Mate a sede de um animal abandonado e ainda recicle!

Uma ideia que surgiu há alguns anos, e que vem sendo praticada por comerciante em Cristiano Otoni há algum tempo.

Você pode colocar tanto água, como ração. É muito simples de fazer, basta cortar a caixa de leite. E sair distribuindo por aí com água e/ ou ração!

E o sorteio que está rolando em comemoração aos 04 anos da coluna foi prolongado, participe!

Veja em:

Anjos de Patas: coluna comemora 4 anos e promove sorteio aos leitores

Adoção conjunta!

Espaço cultura!

Com Cláudia Guimarães, escritora.

O Lobo da estepe, Hermann Hesse.

Harry Haller é um esquisitão. Nunca contente com a vida, ele possuí apenas duas certezas: A primeira, é que dentro dele duas entidades travam uma batalha. O homem, e o lobo. Enquanto um vive, o outro ri e graceja. A segunda, é que quando finalmente completar cinquenta anos, se matará. Mas até esta libertação, há muito o que suportar.
Mas como nada é tão simples, Harry vê sua vida revirada quando recebe um estranho livreto nomeado de ” o tratado do lobo da estepe” e posteriormente conhece Hermínia e Pablo, peças-chave para o seu desenvolvimento, já que o conduzem com maestria para a destruição daquele antigo e insatisfeito Misantropo que já foi.

Você encontra para empréstimo na biblioteca Casa de Guimarães.

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Por: Ully Daniely

Urbanicidade – Brasil: “Um país sem futuro”

Com o titulo acima o professor da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Politica de São Paulo) Aldo Fornazieri, fez a mais triste e contundente previsão para o futuro do meu país (aqui). Realmente é de se “jogar a toalha”. Agora, mais do nunca, fica comprovado: ESTAMOS MATANDO NOSSOS NETOS! Quem viver verá. Confesso que tirei algumas partes do texto para evitar as colocações que possam gerar desconforto político-partidário-ideológico. No texto, o grifo é meu.

“Ao se estudar a história particular de cada país se verá uma variedade de situações e de circunstâncias que aproximam algumas e distanciam outras. Uma dessas situações diz respeito ao fato de que alguns países são inovadores, conseguem superar as condicionalidades de um passado difícil e se modernizam com igualdade, justiça e progresso, enquanto que outros não conseguem se desenvolver e permanecem prisioneiros das determinações do passado e se tornam cativos da desigualdade, das injustiças e do atraso. O Brasil, certamente, é do segundo tipo. Aqui o passado determina o presente e bloqueia o futuro e os mortos governam os vivos.

O mais provável é que existam muitas razões para o triunfo do atraso e das determinações  do passado no Brasil. Aqui, apontar-se-á apenas uma: o problema da fundação, da gênese. Maquiavel, ao estudar o grande historiador de Roma antiga, Tito Lívio, assevera que as repúblicas mal fundadas tendem a permanecer extraviadas ao longo dos séculos, como que buscando um caminho na escuridão, e procuram encontrá-lo através da promulgação de um cipoal infindável de leis, pensando que estas podem consertar a realidade, mas que sequer entram em vigor. As décadas e os séculos passam sem que esta república encontre a sua verdade, sem que o povo esteja ao abrigo das misérias humanas e sem que a justiça, a igualdade e a liberdade sejam frutos acessíveis para a generalidade das pessoas.

Ainda de acordo com Maquiavel, com base em Tito Lívio, as repúblicas bem fundadas são aquelas que nascem de um ato de terror fundante, no qual, o arbítrio dos mais fortes é passado no fio da espada para fundar a validez da lei originária, alicerçada nos princípios da igualdade e da justiça. De tempos em tempos, esse ato precisa ser renovado com a punição exemplar daqueles que tentam violar ou corromper estes princípios. Sem este ato, os mais fortes não terão freios e exercerão o arbítrio, a dominação e a violência sobre os mais fracos.

Maquiavel vê atos de terror fundante exemplares em Moisés, quando desceu do monte Sinai e mandou passar no fio da espada 22.200 homens por terem implantado a desordem; em Ciro, ao se revoltar contra os medas e fundar o império Persa e em Rômulo, ao matar Remo para garantir a fundação e a segurança de Roma. Modernamente podemos ver esses atos nas Guerras de Independência e de Secessão dos americanos, na Revolução Francesa, na Revolução Cubana e assim por diante.

Na história do Brasil, o poder político e suas formas constitucionais e jurídicas sempre foram produtos do trabalho usurpador das elites econômicas e políticas e expressão de seus interesses. Em nenhum momento dos processos fundantes desse poder o povo foi partícipe enquanto sujeito e sempre teve seus interesses e direitos excluídos dos arranjos legais e constitucionais que se efetivaram ao longo do tempo. Notadamente, a Independência se revestiu de uma transformação perpetrada por segmentos que representavam os interesses da metrópole e a Proclamação da República assumiu o caráter de um golpe do qual, o povo, bestializado, nos termos de Aristides Lobo, não participou e sequer compreendeu o seu significado.

No Brasil, o povo nunca foi soberano, a lei nunca foi igual, a democracia nunca existiu para a grande maioria das pessoas pobres. As tentativas de refundar e fundar o Brasil, primeiro com Getúlio Vargas e, depois, com Lula, foram atacadas pela ação corrosiva das elites, por guerras políticas sem escrúpulos e sem quartel, pela violência, pela traição e por golpes que visaram perpetuar a ordem da dominação do passado, manter o presente do povo na miséria e interditar o futuro.

Se o Brasil é um país sem presente por conta de todos os males que assolam o povo – desemprego, falta acesso aos serviços de saúde, falta de educação, salários baixos, falta de cultura e de lazer, pobreza, preconceitos, falta de direitos, violência etc. – os dados da Revisão 2018 da Projeção da População do Brasil, divulgados na semana passada pelo IBGE, confirmam que o país não terá futuro.

O presente do Brasil é trágico, sem dúvida. Mas o seu futuro poderá ser ainda mais trágico. O país está envelhecendo de forma mais rápida do que se pensava. Em 2039, o número de pessoas com mais de 65 anos será superior ao número de crianças e jovens com menos de 15 anos. Em 2060, uma de cada 4 pessoas terá mais de 65 anos.

O problema é que o bônus demográfico evaporou: os jovens de hoje envelhecerão sem oportunidades, sem emprego, sem qualificação, sem poupança e, provavelmente, uma previdência razoável. Serão velhos, pobres e sem assistência e sem direitos. Os jovens de hoje e o sistema de trabalho de hoje não estão nem bancando sequer a previdência de hoje. O Brasil ocupa o sétimo lugar entre os países que mais matam jovens no mundo. Em todos os sentidos, o Brasil está queimando, dissipando, o seu futuro. Os jovens mesmo estão dominados pela ideologia do consumo. Não poupam e não se previnem. Não imaginam que amanhã poderão cair e que ninguém lhes dará a mão para se levantarem.

O Brasil está envelhecendo sem a infraestrutura adequada para o progresso e sem a infraestrutura para a velhice. As cidades, os transportes, o sistema de saúde, o sistema previdenciário, a mobilidade urbana, as estruturas de comércio, nada está preparado para um país com forte presença de pessoas idosas. Sequer níveis satisfatórios de saneamento básico existem.

O pior de tudo é que, a partir do golpe, o Brasil está andando para trás. O governo e o Congresso golpistas estão empenhados em destruir políticas e programas que vinham contribuindo com a redução da pobreza e com a sustentabilidade ambiental. Governo e Congresso estão dominados por grupos criminosos, a exemplo do agronegócio, grupo que não tem nenhuma consideração com a dignidade humana e com a sustentabilidade ambiental, com o futuro dos brasileiros e com os brasileiros do futuro.

As diferenças entre ricos e pobres se tornam cada vez mais abissais, tenebrosas, terríveis. As exclusões históricas, de raça, de gênero etc., se aprofundam e políticas inclusivas, ou são extintas ou têm os recursos calcinados. Se as pessoas pobres já não tinham acesso a hospitais, hoje não têm acesso a médicos. Vivem doentes e morrem sem atendimento. Estamos entre os países mais violentos e desiguais do mundo. O Brasil está sob a égide de elites econômicas e políticas criminosas, perversas, cruéis.

(…)

O povo precisa alimentar um temor terrível dessa monstruosidade que está sendo feita contra ele. Este temor, que deve ser o temor pela vida desgraçada que leva à morte, precisa despertar a clarividência da razão. Da razão que ilumina e que desperta a consciência de que não há motivo para não lutar. Aliás, de que o principal motivo da vida, agora, é lutar. E aqueles que têm consciência precisam fazer apelos por corações irados, por organizações de irados, pela força de gente irada. As lideranças precisam fazer apelos pela indignação e pela fúria. É preciso organizar a fúria. Não dá para tratar com bons modos uma elite que trata o povo com brutalidade.

(…)”

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