Justiça Inglesa se prepara para julgar ação da Tragédia de Mariana (MG)

Corte britânica vai realizar reuniões, nesta semana, para organizar o processo; julgamento deve começar em outubro deste ano

A Justiça inglesa se prepara para julgar a ação que pede R$ 230 bilhões em indenizações para atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a 110 km de Belo Horizonte.

Uma das fases de preparação acontece nesta quinta-feira (18) e na sexta-feira (19), quando ocorrem as audiências de gerenciamento de caso. As reuniões servem para discutir detalhes do processo, como cronograma, documentos que serão utilizados e data para depoimento de testemunhas.

O encontro deve ter a participação de advogados das mineradoras e o escritório de advocacia Pogust Goodhead, que representa as vítimas. O julgamento corte inglesa está previsto para começar no dia 7 de outubro deste ano. O procedimento deve durar 14 semanas.

A ação foi movida contra a mineradora anglo-australiana BHP Billiton, dona da Samarco ao lado da Vale. A companhia brasileira também foi citada para ser corresponsável pelo pagamento de eventual indenização.

O procedimento representa 700 mil brasileiros, empresas e prefeituras. O grupo recorreu à ação inglesa, em 2018, na busca de uma condenação mais ágil. Pouco mais de 8 anos após o caso, nenhum réu foi julgado.

Tragédia de Mariana

A barragem da Samarco rompeu no dia 05 de novembro de 2015, na cidade de Mariana, a 110 km de Belo Horizonte. Dezenove pessoas morreram. Centenas ficaram desabrigadas. A lama de rejeito caiu nos rios Carmo, Gualaxo do norte e Doce, percorrendo mais de 600 km, até chegar ao oceano Atlântico, pelo Espírito Santo.

 

FONTE R7

ASSASSINATOS E TRAGÉDIAS: PCMG abre inquérito para apurar assassinatos de mulher e seu filho por ex-companheiro

A Polícia Civil de Minas Gerais informa que já foi instaurado inquérito policial para apurar o duplo homicídio ocorrido no município de Antônio Carlos, perto de Barbacena (MG).

De acordo com as investigações, as vítimas (uma mulher de 32 anos e um adolescente de 14 anos) foram mortas pelo ex-companheiro da mulher.
A vítima, que possui outros três filhos com o suspeito, teria se separado do companheiro no início do ano e ido morar em outra localidade com o adolescente, que era seu filho de outro relacionamento. O homem fugiu após cometer o crime e segue foragido até o momento.

A equipe de policiais civis responsável pelo caso está realizando todas as diligências com objetivo de localizar o responsável pelos homicídios. Ao mesmo tempo, estão sendo colhidos depoimentos de todas as testemunhas do fato, bem como sendo realizadas as perícias no local do crime e as necropsias das vítimas.

MG: homem obriga mulher a se despir e a gravar vídeos íntimos e, com faca, corta cabelos da vítima

Em um 2º caso de violência contra uma mulher, homem descumpre medida protetiva e ameaça ex-companheira.

Nesta quinta (11/4), a Polícia Civil (PC) de MG divulgou que foram presos em Belo Horizonte dois homens investigados por crimes de violência contra mulheres. Um dos presos, de 32 anos, responderá por tortura, cárcere privado, registro não autorizado da intimidade sexual e violação de dispositivo informático. O outro, de 29 anos, foi preso preventivamente pela prática reiterada de descumprimento de medida protetiva.

Foragido desde sábado (6/4), o suspeito de 32 anos teve o mandado cumprido na quarta (10/4), depois que a namorada, de 33 anos, compareceu à Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher (Depam) e relatou os crimes sofridos no bairro São José, região da Pampulha.

De acordo com a delegada Aline Lourenço, “a vítima relatou que foi mantida em cárcere privado na residência dele durante a madrugada de sexta para sábado. No período, o homem a obrigou a se despir e a gravar vídeos íntimos. Ele ainda a ameaçou com uma faca e utilizou essa faca para cortar os cabelos dela, além de agredi-la fisicamente”.

Ainda segundo Aline, “ele usou de tamanha violência, que em um dos atos esganou a mulher e ela chegou a perder a consciência. Ele liberou a vítima sob a ameaça de que se ela procurasse a polícia ele iria divulgar os vídeos”.

Já o homem de 29 anos foi localizado na tarde de terça (9/4), no Centro da capital, depois de invadir a casa da ex-companheira, de 24, no Barreiro. O fato ocorreu no domingo (7/4), quando o investigado também teria ameaçado a vítima.

No momento do crime, a mulher estava com o filho que teve com o suspeito, um recém-nascido de um mês. Assim que a mulher procurou a PC, foi requerida a prisão preventiva do suspeito.

Além de ter descumprido medidas protetivas, como explica a chefe da Divisão Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância (Demid), delegada Danúbia Quadros, o investigado tem passagens por roubo e tráfico de drogas.

 

FONTE RADAR GERAL

Marido pede Justiça por esposa assassinada: ‘Não estou vivendo’

Laurenice Helena Marciana da Silva, de 64 anos, foi morta dentro de casa, no começo de março, em Juiz de Fora. Até agora, ninguém foi preso pelo crime

No dia 12 de março, Sebastião José da Silva, de 50 anos, estava trabalhando como caminhoneiro quando recebeu uma ligação da empresa pedindo para que ele retornasse.

“Pessoal da empresa entrou em contato comigo dizendo que tinha acontecido algo lá em casa. Perguntei se era algo com minha esposa, mas não responderam. Liguei para a nora dela, mas também não disse nada, só que era para ir embora. Isso já me deu desespero. Voltei para casa. Quando cheguei, vi umas quatro viaturas da Polícia Militar e muita gente na rua”, contou o trabalhador, em entrevista ao Estado de Minas.

Sebastião foi descobrir, minutos depois, que Laurenice Helena Marciana da Silva, de 64 anos, foi morta dentro de casa, no Bairro Nossa Senhora Aparecida, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.

“Falei com os policiais que queria ver minha esposa, mas falaram que não poderia entrar. Comecei a chorar. Entrei em desespero. Depois de insistir, deixaram entrar. Quando vi minha esposa caída, gritei perguntando quem tinha feito isso com ela”, disse o caminhoneiro.

Essa pergunta, até agora, nem a Polícia Civil (PCMG) consegue responder. Passados 20 dias do assassinato, ninguém foi preso.

“Na ocasião, a perícia oficial esteve no local para coletar elementos que irão subsidiar a investigação. A Polícia Civil esclarece que está realizando todos os trabalhos necessários, com o intuito de elucidar o caso”, informou a PC, em nota.

Marido prefere não falar sobre suspeitas do assassinato

Na entrevista, Sebastião preferiu não falar sobre as suspeitas que têm em relação ao assassinato da esposa.

De acordo com o Boletim de Ocorrência do caso, a vítima era credora de uma dívida contraída pela nora e neta dela, e que as duas estariam negociando o pagamento dessa dívida, em parcelas.

A nora da vítima e também a neta foram localizadas, mas negaram participação no crime. Segundo os policiais, não havia elementos suficientes para conduzir as duas à delegacia.

“A gente está esperando a Justiça ser feita. O que a gente mais quer é que a Justiça seja feita. Para minimizar os danos causados e não deixar impune. Até mesmo em memória da minha esposa”, disse Sebastião.

Ausência que dói

Laurenice trabalhou durante 30 anos como cozinheira da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Casado com ela há 20 anos, Sebastião também disse que ela era muito querida no bairro.

“Era uma pessoa boa. Eu tinha uma amiga, uma companheira, uma pessoa que me ouvia. Não tomava decisão sem antes consultá-la. E levaram isso de mim. Essa pessoa que fez isso com ela, levou de mim. Meu bem mais precioso foi tirado de mim”, finalizou.

Corpo é achado em mata mas crime pode ter sido em outro lugar

Principal suspeita é que crime tenha relação com a separação de casal

Um corpo de um homem de 29 anos foi encontrado com cinco tiros numa mata na Avenida dos Teclados, altura do número 901, Bairro Estância Imperial, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O solado do tênis dele estava limpo, apesar de estar em cima da terra, num matagal. Isso indica, segundo a polícia, que o crime não aconteceu naquele local, mas sim que o corpo foi levado para lá.

Segundo as investigações, a vítima vinha passando por um momento conturbado em família. Ela estava se separando e brigando com a ex-mulher pela guarda dos três filhos, segundo contou sua mãe. Ela disse também que o filho não tinha rixa com nenhuma pessoa.

A situação familiar é a primeira suspeita, uma vez que as brigas entre os ex-companheiros eram uma constante, a ponto de a ex-mulher ter pedido uma medida protetiva.

Há seis dias, os dois se encontraram na escola dos filhos do casal. No entanto, a mulher tinha medo, já que tinha sido agredida pelo ex-marido, e foi acompanhada de dois parentes. Eles se viram, mas não se falaram.

O caso está sendo investigado por policiais da 3ª Delegacia de Plantão de Contagem. Uma testemunha contou ter escutado uma motocicleta deixando o local.

 

FONTE ESTADO DE MINAS

MG: homem é preso suspeito de matar sobrinhos que vendiam drogas na casa da avó

O crime ocorreu durante a madrugada desta quinta-feira (28 de março); suspeito confessou o crime para a polícia

Um homem, de 50 anos, foi preso suspeito de matar os dois sobrinhos, de 20 e 22 anos, na casa onde eles moravam, junto de uma mulher de 60 anos, no bairro Morro das Bicas, em Raposos, na região metropolitana de Belo Horizonte. O crime ocorreu durante a madrugada desta quinta-feira (28 de março).

De acordo com a Polícia Militar, o suspeito confessou o crime. Ele disse ter atirado contra eles pois eles usavam a casa de sua mãe, que é avó das vítimas, para vender drogas. A mulher já teria pedido para que eles parassem com a prática, porém os jovens não atenderam o pedido. O homem disse que atirou contra os sobrinhos enquanto eles vendiam alguns entorpecentes na porta do imóvel.

Aos militares, o suspeito contou que tentou fugir após os disparos. Ele disse ter procurado uma estrada de terra, onde descartou a arma utilizada no crime. No entanto, durante a tentativa de fuga, ele foi perseguido por vizinhos, que tentaram o agredir com chutes e socos. Ele se entregou aos militares diante do medo das agressões.

A polícia afirmou que foram feitas buscas na casa. No quarto das vítimas, os militares encontraram porções de crack e de cocaína. O material foi apreendido e levado pelos policiais para a delegacia. O suspeito estava com ferimentos no rosto, e precisou ser encaminhado para uma unidade de saúde da cidade. Em seguida, ele foi ouvido e preso.

 

FONTE O TEMPO

Falta de estrutura em Minas vira entrave para lei de ‘saidinhas de presos’

Em Minas Gerais, 180 psicólogos são responsáveis por atender os 60 mil detentos, quantitativo “insuficiente”, segundo sindicato da categoria, para atender demanda por exame criminológico, por exemplo; a avaliação pode voltar a ser obrigatória, caso o projeto de lei que restringe as ‘saidinhas’ seja sancionado

A recente aprovação do projeto de lei que acaba com saídas temporárias em feriados e datas comemorativas e torna obrigatório o exame criminológico para a progressão de regime pelo Congresso Nacional levanta mais uma questão em um sistema carcerário já superlotado: a falta de estrutura para viabilizar a nova regra. Em Minas Gerais, 180 psicólogos são responsáveis por atender os 60 mil detentos em 172 presídios de responsabilidade do governo do Estado, o equivalente a um profissional para 333 detentos. Os psicólogos são os que ajudam a avaliar, por exemplo, presença de distúrbios psíquicos ou transtornos mentais, personalidade, graus de violência e periculosidade do detento. As informações são parte relevante do exame exigido para tirar o preso do regime fechado para o semiaberto, além de outras mudanças na vida das pessoas em privação de liberdade.

O exame criminológico é realizado por profissionais do sistema prisional, entre eles psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. Ele é feito atualmente em duas situações:  quando exigido pelo juiz ou no ingresso de detentos no regime fechado para individualização da execução penal. Porém, nas regras atuais, o estudo não é obrigatório para progressão de regime, em função de alteração na lei válida a partir de 2003. Atualmente, um atestado de bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do presídio é suficiente para colocar detentos em liberdade. Agora, caso a nova lei seja sancionada, o levantamento volta a ser obrigatório para mudanças no regime de pena, assim como algumas saídas temporárias banidas. Debate antigo, a discussão no Congresso sobre restrições às saídas temporárias ganhou força após o policial militar Roger Dias ser morto por um preso beneficiado pela saidinha em Belo Horizonte, em janeiro deste ano.

O governo de Minas se negou a informar a quantidade de psiquiatras e assistentes sociais presentes no sistema. Porém, a quantidade de psicólogos informada já mostra uma parte do déficit de profissionais ligados a esse mapeamento das condições psicossociais dos detentos. Na avaliação do Sindicato dos Psicólogos do Estado de Minas Gerais (Psind), com base no relato e nível de exaustão dos profissionais em atividade nos presídios do Estado, o número é insuficiente para atender a alta demanda. “Nós não temos uma legislação que diz sobre quantidade mínima de profissionais, essa é uma busca que o sindicato está atuando há um bom tempo. Hoje entendemos que o quantitativo de profissionais inseridos no sistema prisional de Minas Gerais é insuficiente. Nós temos recebido muitas queixas dos nossos profissionais sobre uma sobrecarga, assim como relatos sobre problemas de saúde mental”, afirma a presidente do Psind, Jennifer Danielle Souza Santos.

O resultado atualmente é a quase inexistência do exame criminológico, que seria, na visão de especialistas, um balizador de segurança no processo de saída dos detentos. “Eu nunca recebi um exame criminológico. Todas as vezes que eu mandei o ofício eu nunca recebi o retorno”. A fala é do juiz Thiago Grazziane Gandra, da 3ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal de Belo Horizonte. Segundo o magistrado, durante sua atuação como titular da Vara de Execuções Penais de Ipatinga, no Vale do Aço, ele chegou a solicitar o exame ao Estado por diversas vezes, mas nunca obteve retorno. “Eu fiquei quase cinco anos na execução penal de Ipatinga. Em todas as minhas progressões de regime, nos crimes graves, eu determinava ao Estado a realização do exame criminológico e dava um prazo de 30 dias. Mas com o aviso de que se não fizesse, eu teria que progredir de regime. Então o que os juízes normalmente fazem é oportunizar a realização do exame pelo Estado, nos casos que o preso exige essa atenção. Se ele entregar esse exame, ótimo. Mas eu nunca recebi”, afirma.

Situação parecida ocorre quando o exame precisa ser feito no âmbito da execução penal, conforme o Conselho Regional de Psicologia de Minas (CRP-MG). “O exame não é realizado para todo mundo. O acompanhamento psicológico muito menos. É humanamente impossível conseguir prover a população penitenciária com o número de profissionais que temos. A conta não fecha não. Através da comissão a gente tem tentado aproximar do Depen, mas a questão hierárquica não facilita o acesso”, revela a conselheira referência da  Comissão de Orientação em Psicologia e Relações com a Justiça do CRP-MG, Cristiane Nogueira.

Segundo o governo de Minas, no último ano, o Estado realizou 275 exames a pedido do judiciário. Em 2022, foram realizados 321 exames criminológicos. O Executivo estadual disse realizar o exame para a individualização da pena nas unidades prisionais do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) pela Comissão Técnica de Classificação. Porém, também não quis fornecer o número de avaliações feitas.

A escassez não é apenas de profissionais, como também de estrutura adequada, segundo a conselheira do CRP-MG, Cristiane Nogueira. Ela denuncia uma situação precária enfrentada pelos profissionais dentro dos presídios. “Às vezes não tem sala de atendimento adequada, é precário na oferta de testes porque o profissional pode se valer só do exame clínico, mas pode lançar mão de instrumentos que ajudariam a ter um diagnóstico mais preciso, mas é precário e acaba contando apenas com o conhecimento. Uma avaliação também é pouca, envolve muitas questões”, explica.

A integrante do conselho de psicologia cobra políticas públicas que garantam o atendimento em todos os casos, e não apenas em situações graves. “Na prática o atendimento psicológico acontece, mas depende muito da unidade prisional, se a equipe que está ali facilita o acesso do preso ao atendimento psicológico ou não. O atendimento é feito, mesmo que seja de uma maneira mais incipiente ou sem regularidade, mas nos casos mais graves é feito. A gente precisa de tentar políticas e projetos que possam ofertar cuidado e amparo antes que a coisa se agrave”, pede.

Apesar da dificuldade estrutural, o especialista em segurança pública e professor universitário, Luís Flávio Sapori explica que a obrigatoriedade do exame criminológico é fundamental para garantir que a ressocialização de detentos ocorra dentro de parâmetros assertivos e seguros para a sociedade. “O exame é um acompanhamento do perfil do preso. Seria um instrumento fundamental técnico para que a pena de prisão ou alternativas fossem aplicadas de maneira racional para garantir a reinserção desses presos de forma certa, para que presos contumazes não recebessem o benefício em lei. O que acontece porque os juízes muitas vezes não sabem quem é o indivíduo. Ele (o exame) deveria ser o alicerce técnico, seria ele a separar os criminosos mais violentos e menos violentos, que estão ou não em facção criminosa, aqueles com emprego e laços da família mais fácil para subsidiar a ressocialização do preso”, avalia.

Falta de atendimento psicológico agrava quadro de saúde mental nos presídios

Com o quantitativo insuficiente de profissionais ligados ao cuidado da saúde mental dentro do sistema penitenciário de Minas Gerais e as más condições, o atendimento psicossocial é escasso e demora meses para acontecer. O Estado tem um profissional para cada 333 presos, número avaliado pelo Sindicato dos Psicólogos do Estado de Minas Gerais (Psind) como muito aquém do necessário para a realização de um acolhimento mínimo da população carcerária. A realidade acarreta em um adoecimento dos detentos, segundo a coordenadora da Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação à Liberdade, Maria Tereza dos Santos, e reverbera em mais violência dentro das unidades e aumento de suicídios atrás das grades.

“Os psicólogos não têm liberdade de trabalhar dentro do sistema prisional. Os atendimentos são poucos, 15 minutos com o preso não dá para fazer nada. Ou seja, a saúde psicológica está completamente destruída. Quando sai vivo do sistema, sai todo destruído. A saúde física e mental está completamente abalada”, revela.

A realidade descrita pela ativista dos direitos carcerários também é evidenciada por dados. Conforme o 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, 175 suicídios foram registrados no sistema prisional brasileiro. Em Minas, o número de autoextermínios nos presídios chegou a 32. Denúncias de falta de assistência também são comuns.

Relatório sigiloso do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, ao qual o O TEMPO teve acesso, mostra vários casos de tentativas de autoextermínio em presídios mineiros. Em uma unidade no Triângulo mineiro, presos relataram falta de atendimento psicossocial e que, “para conseguir serem tirados (das celas), acabavam se automutilando”.

Fim de ‘saidinha’ de presos pode não ser suficiente: ‘lei por si só não adianta’

Para especialistas, as mudanças na lei, como maior restrição para saídas temporárias, não seriam a saída para redução da violência dentro e fora dos presídios. “Não é preciso mudar a lei, é preciso cumprir a que já temos”, avalia o advogado criminalista e professor de direito processual penal da UFMG, Marcelo Leonardo.

Para ele, instrumentos como o exame criminológico ajudam na tomada de decisões, mas, para que sejam efetivos, primeiro é preciso garantir sua realização. “É claro que o exame melhora as informações do juiz sobre os dados subjetivos dos presos. Estamos falando de uma regra que está na lei de 1984, a lei já era boa lá atrás, mas a implementação dela é difícil. O Brasil tem a terceira população carcerária do mundo, nessa população tem um percentual grande de presos que não foram julgados ainda. Tem muita falha, é comum falar que precisa mudar a lei, mas precisa cumprir as que têm”, defende.

O especialista em segurança pública e professor universitário, Luís Flávio Sapori, pontua que falta planejamento no sistema prisional, que atualmente atua em protocolo de “apagar incêndios”. “Sem dúvida, a lei está completando 40 anos, e é uma das legislações mais avançadas e humanas do mundo. Mas há um descompasso em relação ao cotidiano. A lei por si só não adianta, depende de planejamento, ações e políticas públicas. No âmbito dos presídios ela resume a apagar incêndio, quando tem motins e mortes os investimentos são feitos para solucionar crises imediatas. Os exames criminológicos são inexistentes por muito anos, não existe individualização da pena porque a superlotação e as más condições fazem com que a gestão cotidiana seja para priorizar a segurança”, critica.

O especialista, no entanto, critica o fim do benefício de saída temporária. Para ele, a sanção do projeto pode acarretar em aumento da violência dentro dos presídios e no fortalecimento de facções que atuam no sistema prisional. “Acabar com o benefício é um erro grosseiro e grave, não separa o joio do trigo. Se acabar com a saída temporária, quem já está em período de ressocialização vai perder um benefício fundamental para a reinserção social. Dados mostram que o número de beneficiados indevidamente é de apenas 10 a 15 %. A saída temporária é uma válvula de escape para os presos eliminarem o estresse, o fim do benefício pode aumentar a probabilidade de motins. Além do risco de fortalecimento de facções criminosas e violência dentro das unidades”, pontua.

O que diz o governo de Minas?

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) afirmou que os exames criminológicos são realizados no Centro de Apoio Médico e Pericial (CAMP), unidade prisional médico-penal do Depen-MG, que possui equipe de peritos dedicada exclusivamente à realização de avaliações periciais, dentre elas, o exame criminológico. Para a realização deste exame, os sentenciados são escoltados para o CAMP, onde são submetidos aos atendimentos individualizados com psiquiatra, psicólogo e assistente social. Em seguida, os peritos realizam as avaliações e a redação do laudo, cada um dentro da sua área de formação, para posterior protocolo nos autos de execução penal com o intuito de subsidiar a tomada de decisão pelo juízo requisitante.

Questionado sobre o atestado de conduta dos presos, a Sejusp afirmou que diretores das unidades prisionais atestam o bom comportamento dos custodiados com base na existência ou não de falta disciplinar, informação que consta no prontuário do preso, que é aferido por meio do Atestado Carcerário. “Esse documento é emitido pelo sistema prisional e nele consta o histórico de todas as faltas disciplinares, apuradas ou em apuração, cometidas pela pessoa presa no âmbito das unidades prisionais. Dessa forma, o Atestado Carcerário é utilizado pelo juiz para decidir sobre a concessão e/ou suspensão de benefícios no curso da execução da pena dos custodiados”, informou.

A reportagem solicitou dados sobre o número de psiquiatras e assistentes sociais dentro do sistema penitenciário mineiro, mas não obteve retorno. O Executivo também não respondeu qual o procedimento para solicitar atendimento psicológico dentro dos presídios.

O que diz a lei atual

Atualmente, a legislação autoriza a saída de presídios dos detentos que tenham cumprido ao menos um sexto da pena, no caso de primeira condenação, e um quarto da pena, quando reincidentes. As “saidinhas” acontecem até cinco vezes por ano e não podem ultrapassar o período de sete dias. A ideia é estimular a ressocialização do detento.

A saída temporária é autorizada em três situações: visita à família, frequência em curso profissionalizante ou instrução do 2º grau, ou superior, e participação em atividades que ajudem no convívio social.

 

FONTE O TEMPO

3 homens são presos por extração ilegal de minério; crime que há anos assusta Ribeirão do Eixo

Em área de proteção, chamada de Paraíso da Águas, em Ribeirão do Eixo, três suspeitos foram presos ontem (28/2), pela Polícia Militar (PM). Eles responderão pelo crime de extração ilegal de minério de ferro. Os militares ainda apreenderam no local duas retroescavadeiras.

“As denúncias relatava movimentação de caminhões extraindo ilegalmente minério. Os militares, no local, conseguiram capturar três suspeitos. Eles estavam com vasilhames com vestígios de óleo diesel. As máquinas escavadeiras ainda estavam com os motores quentes. As marcas de pneus eram recentes. Havia muita movimentação de terra – retirada do local. A Polícia Militar de Meio Ambiente também foi acionada. Ela comprovou que além dos crimes ambientais, havia também infrações administrativas. Além das prisão e apreensões, foram lavradas autuações”, informou ao Radar Geral, o comandante da PM, tenente Veríssimo.

Terra revirada no local e marcas de pneus comprovam a atuação dos criminosos – Foto: PMMG

“Foram constados: crime ambiental (artigo 55 da Lei Federal 9.605), crime contra o patrimônio, na modalidade usurpação (artigo 2º da Lei Federal 8.176), bem como infração administrativa (artigo 112 do Código Estadual 47.383)”, informou a Polícia de Meio Ambiente.

Mais terra revirada – Foto: PMMG

Certo alívio

Essa ação policial traz certo alento ao povo de Ribeirão do Eixo. Contudo, as preocupações continuam. Isso porque os criminosos atuam em pontos diferentes da localidade, há anos, de tempos em tempos.

Moradores confirmaram ao Radar que na segunda (26), terça (27), além da quarta, Ribeirão do Eixo foi vítima desse tipo de crime no Paraíso da Águas.

No caso de ontem, quem tentou impedir foi ameaçado. Os autores não respeitaram portão, desacataram moradores e agiram na calada da noite. A população soube que a extração estava sendo praticada no local, que tem esse nome por ser área de mananciais que abastecem toda a localidade (com cerca de 300 famílias) – o que agrava a situação.

Muitos acreditam que o problema terá fim a partir dessas detenções. “Hoje a extração ilegal de minério é tão perigosa quanto o tráfico de drogas”, acredita um morador.

Mais uma imagem da máquina apreendida – Foto: PMMG

FONTE RADAR GERAL

Nova ação internacional busca levar Vale a julgamento por rompimento da barragem de Mariana

Moradores de Minas Gerais e Espírito Santo atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana em 2015 podem participar de uma nova ação internacional contra a Vale.

Em outubro de 2024, um tribunal inglês julgará a BHP e a Vale por causa do rompimento. A ação foi movida por mais de 600 mil pessoas, incluindo 200 mil de Governador Valadares.

A nova ação, coordenada pela Ações do Rio Doce, visa levar a Vale a julgamento de forma individual. A organização se diz independente do governo brasileiro e representará os interesses dos atingidos pelo desastre.

A justificativa para tal ação se dá após a Justiça inglesa acolher o pedido da BHP de incluir a Vale no processo que será julgado ainda este ano na Inglaterra. A partir disso, se viu a abertura de precedente para criar uma nova ação, entretanto, com foco na Vale.

A iniciativa deste novo processo é da Ações do Rio Doce. A proposta é representar os interesses (coletivos) das partes afetadas pelo impacto do rompimento da barragem ao entrar com uma ação contra a Vale e a Samarco. O Pogust Goodhead, escritório de advocacia inglês que já representa os atingidos na ação contra a BHP, também será responsável por coordenar e aconselhar a Ações do Rio Doce.

“A Ações do Rio Doce convidou o escritório inglês para representar nesta ação que acontecerá contra a Vale, só a Vale. Porque lá [no julgamento da Inglaterra] quem chamou a Vale para compor a lide* foi a BHP. Então a ideia é que a Vale responda sozinha nesse processo”, explicou Adilson Domiciano, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Governador Valadares.

Os interessados em entrar nesta nova ação têm até o dia 1º de março para se inscrever. “Nossa orientação da OAB é que os interessados procurem o seu advogado de confiança para explicar sobre essa possibilidade. Se você não está na ação da Inglaterra você pode ingressar nesta ação que vai acontecer em um tribunal do exterior. A Ações Rio Doce ainda não definiu onde, mas o processo será no exterior, provavelmente em algum país da Europa”, informou Adilson Domiciano.

Julgamento na Inglaterra

O processo na Inglaterra contra a Vale e a BHP por causa do rompimento da barragem de Mariana (MG), em 2015 – a maior tragédia socioambiental do Brasil – tem previsão para o início do julgamento em outubro deste ano. De acordo com Adilson Domiciano, a Corte inglesa decidiu em dezembro do ano passado como será o procedimento da audiência. A partir disso, é esperado que a decisão final da Justiça inglesa sobre o processo envolvendo as empresas de mineração aconteça até dezembro de 2024. Serão, ao menos, 14 audiências até o resultado da sentença.

Segundo o presidente da OAB em Valadares, ao todo mais de 600 mil pessoas ingressaram na ação que será julgada pelo tribunal inglês. Destas, aproximadamente 200 mil são de Governador Valadares.

Por que o caso está sendo julgado na Inglaterra?

A ação foi levada à Inglaterra por causa da BHP ser uma empresa anglo-australiana. A lei inglesa permite que réus ingleses sejam julgados em seus tribunais, mesmo em relação a acusações feitas no exterior. Em 2022, a corte inglesa confirmou que o caso poderia ser julgado na Inglaterra, e a BHP pediu para que a Vale também fosse incluída no processo.
As duas empresas eram as controladoras da Samarco, responsável pela operação da barragem de Mariana. O julgamento na Inglaterra está previsto para começar em outubro de 2024 e a decisão final deve sair até dezembro.

Rompimento da barragem

O rompimento da barragem do Fundão em 5 de novembro de 2015 causou a morte de 19 pessoas e é considerado a maior tragédia ambiental da história do Brasil. O Rio Doce foi contaminado por lama tóxica, afetando 230 cidades em Minas Gerais e Espírito Santo.

*É o termo jurídico que se refere ao motivo da existência do processo, a razão pela qual a parte autora decide acionar o Judiciário

FONTE DRD

Reparação Brumadinho: sete projetos para fortalecer saúde e infraestrutura são iniciados na região atingida

Nas iniciativas estão previstas a entrega de máquinas e veículos, elaboração de projetos para obras em comunidade e melhorias de vias

Governo de Minas, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública de Minas Gerais autorizaram o início de sete projetos para o fortalecimento do serviço público em sete municípios atingidos pelo rompimento das barragens da Vale, ocorrido em Brumadinho. As iniciativas envolvem entregas nas áreas da saúde, infraestrutura e mobilidade.

Estão previstas entregas de máquinas e veículos, elaboração de projeto para implementação de estrutura sanitária, melhorias de vias e acessos. Os projetos englobam cada um deles um município específico: Caetanópolis, Esmeraldas, Mário Campos, Paineiras, Pequi, Pompéu e Três Marias.

Estas sete iniciativas correspondem a um investimento de aproximadamente R$ 114 milhões. Os recursos são referentes ao Anexo I.3 do Acordo de Reparação, que destinou R$ 2,5 bilhões para a execução de projetos de fortalecimento do serviço público definidos após a Consulta Popular em 25 municípios atingidos da Bacia do Paraopeba. Até o momento, o Anexo I.3 conta com 97 projetos em execução, quatro foram concluídos.

Os projetos de fortalecimento do serviço público destinados a Brumadinho contemplam o Anexo I.4 e contam com R$ 1,5 bilhão para investimentos. Dentro desta parte do Acordo, no município, são 20 iniciativas em execução e duas concluídas.

O rompimento em Brumadinho tirou a vida de 272 pessoas e gerou uma série de danos sociais, econômicos e ambientais.  

Conheça os novos projetos iniciados 

  • Caetanópolis  

Projeto: construção de módulos sanitários com sistema de tratamento e destinação final do esgoto para atendimento à comunidade do Shopping da Minhoca.

Objetivo: apresentar um projeto de engenharia para avaliação dos compromitentes para a construção de três banheiros públicos na Comunidade Shopping da Minhoca e encaminhar licenciamentos. Assim que esse projeto for finalizado e avaliado, é autorizada a realização da obra em questão, que pretende melhorar a infraestrutura de saneamento básico e acesso à rede de esgoto.

A previsão é que cada módulo vai contar com área total construída de 21,77 m², com instalações sanitárias masculinas e femininas e adaptadas para pessoas com deficiência, vestiários e sistema de tratamento e destinação final de esgoto, em terreno que tem área total de aproximadamente 6.600 m².  

Execução: Vale

Valor: R$ 807.745,58  

Prazo estimado: 1 ano e 11 meses

  • Esmeraldas

Projeto: recapeamento de pavimentação asfáltica de bairros e calçamento de vias locais

Objetivo: recapear vias em pavimento asfáltico e sobre pavimento poliédrico em áreas urbanas e rurais do município de Esmeraldas (MG), totalizando 59,17 quilômetros de vias.

Execução: Prefeitura municipal

Valor: R$ 53.825.726,07

Prazo estimado:  1 ano e 7 meses

  • Mário Campos

Projeto: melhoria das vias públicas urbanas e rurais e estradas de acesso às comunidades, e restauração de bairros urbanos e rurais e seus entornos

Objetivo: realizar atividades para a melhoria de vias ou estradas públicas urbanas e rurais no município de Mário Campos. Contempla limpeza, recapeamento e pavimentação de vias, totalizando uma extensão aproximada de 20,45 quilômetros, além da reforma de três praças e da implantação de duas rotatórias e de uma interseção (acesso secundário). A iniciativa também contempla a implantação/revitalização de dispositivos de drenagem e a sinalização horizontal e vertical.

Execução: Prefeitura municipal

Valor*: R$ 33.665.896,68

Prazo estimado*: 2 anos e 10 meses

*Conforme previsão realizada pela Fundação Getúlio Vargas com base nas práticas de mercado.

  • Paineiras

Projeto:  compra de frota de maquinário pesado

Objetivo: compra e entrega de equipamentos para melhoria das atividades do município de Paineiras, visando melhoria da mobilidade e da segurança para os moradores do município e seus visitantes. Estão previstas as entrega de oito equipamentos, sendo: varredeira com caçamba de detritos, rolo compactador pé de carneiro vibratório, caminhão truck basculante, caminhão toco brook, caminhão toco basculante, caminhão 3×4, retroescavadeira e caminhão toco basculante 4×2.

Execução: Prefeitura municipal

Valor: R$   6.321.329,37

Prazo estimado:  1 ano e 5 meses  

  • Pequi  

Projeto: drenagem e pavimentação do bairro Chácara Vale Verde

Objetivo: realizar intervenções em vias urbanas do município, no bairro Chácara Vale Verde, incluindo a implantação de drenagem profunda, drenagem superficial e pavimentação asfáltica.  

Execução: Prefeitura Municipal

Valor: R$ 15.080.090,88

Prazo estimado: 1 ano e 7 meses  

  • Pompéu

Projeto: compra de equipamentos para recuperação de estradas vicinais para o município de Pompéu

Objetivo: aquisição e entrega de uma escavadeira hidráulica, uma motoniveladora e uma carregadeira para o município. Os equipamentos vão fortalecer a capacidade de a Prefeitura realizar a visando a recuperação de estradas vicinais.  

Execução: Vale

Valor: R$ 3.278.363,31

Prazo estimado: 1 ano e 4 meses

  • Três Marias

Projeto: aquisição de veículos para fortalecimento à saúde  

Objetivo:  o projeto visa melhorar o acesso da população aos serviços de saúde. Estão previstas a entrega de uma ambulância tipo UTI e de um micro-ônibus, para transporte de pacientes de urgência, bem como, transporte sanitário para tratamento fora do domicílio.

Execução: Vale

Valor: R$ 1.338.750,00

Prazo estimado:  1 ano e 2 meses   

FONTE AGÊNCIA MINAS

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