Falta de estrutura em Minas vira entrave para lei de ‘saidinhas de presos’

Em Minas Gerais, 180 psicólogos são responsáveis por atender os 60 mil detentos, quantitativo “insuficiente”, segundo sindicato da categoria, para atender demanda por exame criminológico, por exemplo; a avaliação pode voltar a ser obrigatória, caso o projeto de lei que restringe as ‘saidinhas’ seja sancionado

A recente aprovação do projeto de lei que acaba com saídas temporárias em feriados e datas comemorativas e torna obrigatório o exame criminológico para a progressão de regime pelo Congresso Nacional levanta mais uma questão em um sistema carcerário já superlotado: a falta de estrutura para viabilizar a nova regra. Em Minas Gerais, 180 psicólogos são responsáveis por atender os 60 mil detentos em 172 presídios de responsabilidade do governo do Estado, o equivalente a um profissional para 333 detentos. Os psicólogos são os que ajudam a avaliar, por exemplo, presença de distúrbios psíquicos ou transtornos mentais, personalidade, graus de violência e periculosidade do detento. As informações são parte relevante do exame exigido para tirar o preso do regime fechado para o semiaberto, além de outras mudanças na vida das pessoas em privação de liberdade.

O exame criminológico é realizado por profissionais do sistema prisional, entre eles psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. Ele é feito atualmente em duas situações:  quando exigido pelo juiz ou no ingresso de detentos no regime fechado para individualização da execução penal. Porém, nas regras atuais, o estudo não é obrigatório para progressão de regime, em função de alteração na lei válida a partir de 2003. Atualmente, um atestado de bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do presídio é suficiente para colocar detentos em liberdade. Agora, caso a nova lei seja sancionada, o levantamento volta a ser obrigatório para mudanças no regime de pena, assim como algumas saídas temporárias banidas. Debate antigo, a discussão no Congresso sobre restrições às saídas temporárias ganhou força após o policial militar Roger Dias ser morto por um preso beneficiado pela saidinha em Belo Horizonte, em janeiro deste ano.

O governo de Minas se negou a informar a quantidade de psiquiatras e assistentes sociais presentes no sistema. Porém, a quantidade de psicólogos informada já mostra uma parte do déficit de profissionais ligados a esse mapeamento das condições psicossociais dos detentos. Na avaliação do Sindicato dos Psicólogos do Estado de Minas Gerais (Psind), com base no relato e nível de exaustão dos profissionais em atividade nos presídios do Estado, o número é insuficiente para atender a alta demanda. “Nós não temos uma legislação que diz sobre quantidade mínima de profissionais, essa é uma busca que o sindicato está atuando há um bom tempo. Hoje entendemos que o quantitativo de profissionais inseridos no sistema prisional de Minas Gerais é insuficiente. Nós temos recebido muitas queixas dos nossos profissionais sobre uma sobrecarga, assim como relatos sobre problemas de saúde mental”, afirma a presidente do Psind, Jennifer Danielle Souza Santos.

O resultado atualmente é a quase inexistência do exame criminológico, que seria, na visão de especialistas, um balizador de segurança no processo de saída dos detentos. “Eu nunca recebi um exame criminológico. Todas as vezes que eu mandei o ofício eu nunca recebi o retorno”. A fala é do juiz Thiago Grazziane Gandra, da 3ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal de Belo Horizonte. Segundo o magistrado, durante sua atuação como titular da Vara de Execuções Penais de Ipatinga, no Vale do Aço, ele chegou a solicitar o exame ao Estado por diversas vezes, mas nunca obteve retorno. “Eu fiquei quase cinco anos na execução penal de Ipatinga. Em todas as minhas progressões de regime, nos crimes graves, eu determinava ao Estado a realização do exame criminológico e dava um prazo de 30 dias. Mas com o aviso de que se não fizesse, eu teria que progredir de regime. Então o que os juízes normalmente fazem é oportunizar a realização do exame pelo Estado, nos casos que o preso exige essa atenção. Se ele entregar esse exame, ótimo. Mas eu nunca recebi”, afirma.

Situação parecida ocorre quando o exame precisa ser feito no âmbito da execução penal, conforme o Conselho Regional de Psicologia de Minas (CRP-MG). “O exame não é realizado para todo mundo. O acompanhamento psicológico muito menos. É humanamente impossível conseguir prover a população penitenciária com o número de profissionais que temos. A conta não fecha não. Através da comissão a gente tem tentado aproximar do Depen, mas a questão hierárquica não facilita o acesso”, revela a conselheira referência da  Comissão de Orientação em Psicologia e Relações com a Justiça do CRP-MG, Cristiane Nogueira.

Segundo o governo de Minas, no último ano, o Estado realizou 275 exames a pedido do judiciário. Em 2022, foram realizados 321 exames criminológicos. O Executivo estadual disse realizar o exame para a individualização da pena nas unidades prisionais do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) pela Comissão Técnica de Classificação. Porém, também não quis fornecer o número de avaliações feitas.

A escassez não é apenas de profissionais, como também de estrutura adequada, segundo a conselheira do CRP-MG, Cristiane Nogueira. Ela denuncia uma situação precária enfrentada pelos profissionais dentro dos presídios. “Às vezes não tem sala de atendimento adequada, é precário na oferta de testes porque o profissional pode se valer só do exame clínico, mas pode lançar mão de instrumentos que ajudariam a ter um diagnóstico mais preciso, mas é precário e acaba contando apenas com o conhecimento. Uma avaliação também é pouca, envolve muitas questões”, explica.

A integrante do conselho de psicologia cobra políticas públicas que garantam o atendimento em todos os casos, e não apenas em situações graves. “Na prática o atendimento psicológico acontece, mas depende muito da unidade prisional, se a equipe que está ali facilita o acesso do preso ao atendimento psicológico ou não. O atendimento é feito, mesmo que seja de uma maneira mais incipiente ou sem regularidade, mas nos casos mais graves é feito. A gente precisa de tentar políticas e projetos que possam ofertar cuidado e amparo antes que a coisa se agrave”, pede.

Apesar da dificuldade estrutural, o especialista em segurança pública e professor universitário, Luís Flávio Sapori explica que a obrigatoriedade do exame criminológico é fundamental para garantir que a ressocialização de detentos ocorra dentro de parâmetros assertivos e seguros para a sociedade. “O exame é um acompanhamento do perfil do preso. Seria um instrumento fundamental técnico para que a pena de prisão ou alternativas fossem aplicadas de maneira racional para garantir a reinserção desses presos de forma certa, para que presos contumazes não recebessem o benefício em lei. O que acontece porque os juízes muitas vezes não sabem quem é o indivíduo. Ele (o exame) deveria ser o alicerce técnico, seria ele a separar os criminosos mais violentos e menos violentos, que estão ou não em facção criminosa, aqueles com emprego e laços da família mais fácil para subsidiar a ressocialização do preso”, avalia.

Falta de atendimento psicológico agrava quadro de saúde mental nos presídios

Com o quantitativo insuficiente de profissionais ligados ao cuidado da saúde mental dentro do sistema penitenciário de Minas Gerais e as más condições, o atendimento psicossocial é escasso e demora meses para acontecer. O Estado tem um profissional para cada 333 presos, número avaliado pelo Sindicato dos Psicólogos do Estado de Minas Gerais (Psind) como muito aquém do necessário para a realização de um acolhimento mínimo da população carcerária. A realidade acarreta em um adoecimento dos detentos, segundo a coordenadora da Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação à Liberdade, Maria Tereza dos Santos, e reverbera em mais violência dentro das unidades e aumento de suicídios atrás das grades.

“Os psicólogos não têm liberdade de trabalhar dentro do sistema prisional. Os atendimentos são poucos, 15 minutos com o preso não dá para fazer nada. Ou seja, a saúde psicológica está completamente destruída. Quando sai vivo do sistema, sai todo destruído. A saúde física e mental está completamente abalada”, revela.

A realidade descrita pela ativista dos direitos carcerários também é evidenciada por dados. Conforme o 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, 175 suicídios foram registrados no sistema prisional brasileiro. Em Minas, o número de autoextermínios nos presídios chegou a 32. Denúncias de falta de assistência também são comuns.

Relatório sigiloso do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, ao qual o O TEMPO teve acesso, mostra vários casos de tentativas de autoextermínio em presídios mineiros. Em uma unidade no Triângulo mineiro, presos relataram falta de atendimento psicossocial e que, “para conseguir serem tirados (das celas), acabavam se automutilando”.

Fim de ‘saidinha’ de presos pode não ser suficiente: ‘lei por si só não adianta’

Para especialistas, as mudanças na lei, como maior restrição para saídas temporárias, não seriam a saída para redução da violência dentro e fora dos presídios. “Não é preciso mudar a lei, é preciso cumprir a que já temos”, avalia o advogado criminalista e professor de direito processual penal da UFMG, Marcelo Leonardo.

Para ele, instrumentos como o exame criminológico ajudam na tomada de decisões, mas, para que sejam efetivos, primeiro é preciso garantir sua realização. “É claro que o exame melhora as informações do juiz sobre os dados subjetivos dos presos. Estamos falando de uma regra que está na lei de 1984, a lei já era boa lá atrás, mas a implementação dela é difícil. O Brasil tem a terceira população carcerária do mundo, nessa população tem um percentual grande de presos que não foram julgados ainda. Tem muita falha, é comum falar que precisa mudar a lei, mas precisa cumprir as que têm”, defende.

O especialista em segurança pública e professor universitário, Luís Flávio Sapori, pontua que falta planejamento no sistema prisional, que atualmente atua em protocolo de “apagar incêndios”. “Sem dúvida, a lei está completando 40 anos, e é uma das legislações mais avançadas e humanas do mundo. Mas há um descompasso em relação ao cotidiano. A lei por si só não adianta, depende de planejamento, ações e políticas públicas. No âmbito dos presídios ela resume a apagar incêndio, quando tem motins e mortes os investimentos são feitos para solucionar crises imediatas. Os exames criminológicos são inexistentes por muito anos, não existe individualização da pena porque a superlotação e as más condições fazem com que a gestão cotidiana seja para priorizar a segurança”, critica.

O especialista, no entanto, critica o fim do benefício de saída temporária. Para ele, a sanção do projeto pode acarretar em aumento da violência dentro dos presídios e no fortalecimento de facções que atuam no sistema prisional. “Acabar com o benefício é um erro grosseiro e grave, não separa o joio do trigo. Se acabar com a saída temporária, quem já está em período de ressocialização vai perder um benefício fundamental para a reinserção social. Dados mostram que o número de beneficiados indevidamente é de apenas 10 a 15 %. A saída temporária é uma válvula de escape para os presos eliminarem o estresse, o fim do benefício pode aumentar a probabilidade de motins. Além do risco de fortalecimento de facções criminosas e violência dentro das unidades”, pontua.

O que diz o governo de Minas?

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) afirmou que os exames criminológicos são realizados no Centro de Apoio Médico e Pericial (CAMP), unidade prisional médico-penal do Depen-MG, que possui equipe de peritos dedicada exclusivamente à realização de avaliações periciais, dentre elas, o exame criminológico. Para a realização deste exame, os sentenciados são escoltados para o CAMP, onde são submetidos aos atendimentos individualizados com psiquiatra, psicólogo e assistente social. Em seguida, os peritos realizam as avaliações e a redação do laudo, cada um dentro da sua área de formação, para posterior protocolo nos autos de execução penal com o intuito de subsidiar a tomada de decisão pelo juízo requisitante.

Questionado sobre o atestado de conduta dos presos, a Sejusp afirmou que diretores das unidades prisionais atestam o bom comportamento dos custodiados com base na existência ou não de falta disciplinar, informação que consta no prontuário do preso, que é aferido por meio do Atestado Carcerário. “Esse documento é emitido pelo sistema prisional e nele consta o histórico de todas as faltas disciplinares, apuradas ou em apuração, cometidas pela pessoa presa no âmbito das unidades prisionais. Dessa forma, o Atestado Carcerário é utilizado pelo juiz para decidir sobre a concessão e/ou suspensão de benefícios no curso da execução da pena dos custodiados”, informou.

A reportagem solicitou dados sobre o número de psiquiatras e assistentes sociais dentro do sistema penitenciário mineiro, mas não obteve retorno. O Executivo também não respondeu qual o procedimento para solicitar atendimento psicológico dentro dos presídios.

O que diz a lei atual

Atualmente, a legislação autoriza a saída de presídios dos detentos que tenham cumprido ao menos um sexto da pena, no caso de primeira condenação, e um quarto da pena, quando reincidentes. As “saidinhas” acontecem até cinco vezes por ano e não podem ultrapassar o período de sete dias. A ideia é estimular a ressocialização do detento.

A saída temporária é autorizada em três situações: visita à família, frequência em curso profissionalizante ou instrução do 2º grau, ou superior, e participação em atividades que ajudem no convívio social.

 

FONTE O TEMPO

Senado deve analisar projeto que restringe ‘saidinha’ de presos amanhã (20)

Projeto, que tramita com urgência, estabelece novos critérios para concessão do benefício e ainda propõe a realização de exame criminológico para avaliar conduto dos detentos

O Senado deve analisar a partir de terça-feira (20) o projeto de Lei (PL) 2253/2022, que restringe a saída temporária de presos em datas comemorativas, o que ficou conhecido como ‘saidinha’. O item, que é um dos três projetos em pauta para votação dos senadores, ganhou relevância após a morte do sargento da Polícia Militar de Minas Gerais, Roger Dias, que foi morto em janeiro, em Belo Horizonte. O autor do disparo é um detento que deveria ter retornado à prisão após o Natal.

A proposta no Senado tramita em regime de urgência, ou seja, ela não precisa ser avaliada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, caso seja aprovada, segue diretamente para sanção presidencial.

O texto original tramitou por mais de onze anos na Câmara dos Deputados antes de ser aprovado e enviado para o Senado, em 2022. Na Comissão de Segurança Pública, o relator do projeto, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), acolheu uma emenda do senador Sergio Moro (União-PR) e condicionou a manutenção da saída temporária apenas para detentos que irão participar de cursos profissionalizantes ou que estejam cursando o ensino médio ou superior. Atualmente, a Lei de Execução Penal permite que a ‘saidinha’ seja aplicável a condenados que cumprem pena em regime semiaberto, com até cinco saídas ao ano.

Essa proposta tem o apoio majoritário da oposição ao governo, especialmente da bancada da bala – ligada à segurança pública. Embora o governo não tenha se manifestado oficialmente sobre o assunto, os senadores que compõe a base de Lula chegaram a votar contra o requerimento de urgência aprovado antes do Carnaval. O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) se posicionou favorável a aprovação do projeto.

Outras mudanças

Além de abordar a questão da saída temporária, o projeto também trata de outros assuntos, como a realização de exame criminológico para a progressão de regime de condenados. Segundo o texto, o detento só terá direito ao benefício se demonstrar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor da instituição e pelos resultados do exame criminológico, que avaliará sua capacidade de se adaptar ao novo regime com autodisciplina, baixa periculosidade e senso de responsabilidade.

Outra mudança sugerida pelo projeto é a criação de regras para a monitoração de presos, permitindo ao juiz determinar a fiscalização eletrônica em casos de aplicação de pena privativa de liberdade nos regimes aberto ou semiaberto. O texto também prevê punições para os presos que violarem ou danificarem o dispositivo de monitoração eletrônica, como a revogação do livramento condicional ou a conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade.

FONTE ITATIAIA

Mais de 60 presos com tornozeleira burlam regras no carnaval em Minas

Segundo o MP, alguns ainda praticaram crimes; Detentos de Além Paraíba, Barbacena e Bicas estão entre os que terão benefício revogado

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) vai pedir a revogação do uso de tornozeleira eletrônica de 64 pessoas que descumpriram as regras estabelecidas pelo Poder Judiciário durante o carnaval no estado. Além de burlarem as medidas, alguns detentos monitorados ainda praticaram crimes como tráfico e uso de drogas, furto de celulares, porte de arma branca, porte de arma de fogo e ameaça. Na região próxima a Juiz de Fora, há detentos de Além Paraíba, Barbacena e Bicas entre aqueles que perderão o benefício.

As regras impostas pela Justiça àqueles que utilizam o equipamento são recolhimento domiciliar, proibição de consumo de bebidas alcoólicas, não participar de eventos festivos públicos, além de não frequentar bares, boates e estabelecimentos similares, entre outras determinações. As irregularidades também ocorreram nas cidades de Barão de Cocais, Belo Horizonte, Betim, Brasópolis, Contagem, Extrema, Itajubá, Ouro Preto, Planura, Porteirinha, Prudente de Morais, Riacho dos Machados, Santa Luzia, Uberaba e Uberlândia.

“O Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais, de Execução Penal, do Tribunal do Júri e da Auditoria Militar (Caocrim) e o Núcleo de Execução Penal (Nepe) estão analisando as ocorrências policiais e farão o seu encaminhamento aos promotores de Justiça com atuação nos processos criminais ou de execução penal em que o benefício foi concedido para que analisem o cabimento da revogação do benefício concedido pela Justiça em razão do descumprimento constatado”, informou o MPMG.

Conforme o órgão, as ocorrências poderão levar à responsabilização dos infratores pela prática de “desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito”. O crime, previsto no artigo 359 do Código Penal, tem pena de detenção de três meses a dois anos ou multa.

501 usam tornozeleira em JF

Em toda Minas Gerais, 5.894 pessoas utilizam tornozeleira eletrônica, segundo dados anteriores ao carnaval. Dessas, 2.214 estão na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Outras 501 são monitoradas em Juiz de Fora, onde não foi detectado nenhum descumprimento de regra pela Polícia Militar.

“A fiscalização dos tornozelados durante o carnaval decorreu de estratégias definidas conjuntamente pelo MPMG, Poder Judiciário, Secretaria de Justiça e Segurança Pública, e Polícias Civil, Militar e Penal, com o objetivo de prevenir ações criminosas durante as festividades carnavalescas”, destacou o órgão.

Pessoas que descumpriram regras no carnaval vão perder o benefício da tornozeleira (Foto: Divulgação/Sejusp)

Além de monitorar tornozeleira, Estado suspendeu ‘saidinha’

Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) anunciou, no dia 8 de fevereiro, a suspensão das saídas temporárias de presos durante o período do carnaval em todo o estado de Minas Gerais. A decisão foi tomada em conjunto com as instituições de Justiça a fim de garantir a segurança dos foliões. A medida foi válida apenas para casos em que a marcação é realizada pela unidade prisional. Já a Justiça teve autonomia para deliberar sobre o tema em cada situação.

A “saidinha” é um benefício concedido por lei, aplicado pela Justiça a determinado perfil de preso. São 35 dias divididos em cinco saídas de sete dias ao longo do ano, em datas consideradas favoráveis à ressocialização. “O cancelamento das saídas temporárias durante o carnaval adia as saídas solicitadas ou previstas para outra época do ano, a ser definida pela administração do sistema prisional”, esclareceu a pasta.

FONTE TRIBUNA DE MINAS

Governo de Minas Gerais suspende saída temporária de detentos no Carnaval

Ação foi tomada para prevenir crimes contra foliões

As saídas temporárias de detentos durante o Carnaval deste ano estão suspensas em Minas Gerais. A decisão foi tomada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp).

A pasta argumenta que a decisão foi tomada em consonância com órgãos de Justiça.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entende que crescimento do carnaval em Belo Horizonte justifica ações para prevenção de crimes contra os foliões. Em 2024, a capital mineira terá 536 blocos de Carnaval nas ruas, enquanto no ano passado eram 232.

A suspensão da “saidinha” será válida apenas nos casos em que a marcação da saída é feita pela unidade prisional e não interfere em saídas determinadas por magistrados.

A saída temporária é um benefício previsto por lei para determinados presos, que podem se ausentar dos presídios por 35 dias ao longo do ano, que são divididos em sete saídas de cinco dias cada. Geralmente, elas coincidem com feriados ou datas comemorativas, por serem datas consideradas favoráveis à ressocialização.

Com a medida anunciada pela Sejusp, as saídas previstas para o período do Carnaval devem ser adiadas para outra época do ano, a critério da administração do sistema prisional estadual.

De acordo com o MPMG, 3.760 detentos foram beneficiados com a “saidinha” nas festas de final de ano em Minas Gerais. Destes, 160 não retornaram às unidades prisionais no prazo estipulado pela Justiça. Até a última semana de janeiro, 56 ainda eram procurados.

Monitoramento de pessoas com tornozeleira eletrônica

Nesta semana, uma reunião estratégica entre representantes de forças de segurança e órgãos do judiciário foi realizada para definir o monitoramento de pessoas que utilizam tornozeleiras eletrônicas em Minas Gerais. No total, 2.214 pessoas utilizam o objeto.

“Ficou estabelecido que as abordagens dos monitorados serão realizadas de forma individualizada, com a verificação, pelo sistema informático controlado pela Unidade de Gerenciamento e Monitoração Eletrônica, do cumprimento das limitações impostas pelo Poder Judiciário, como o horário estipulado para o recolhimento domiciliar, a vedação de frequentar bares e lugares com aglomerações públicas, por exemplo”, explica o MPMG em nota.

FONTE CNN BRASIL

Surto de COVID-19 em presídio deixa 153 detentos doentes em Minas

Pacientes estão em isolamento e atividades na unidade estão suspensas

As visitas e atividades internas do Presídio de São Lourenço, no Sul de Minas, estão suspensas há uma semana. O isolamento acontece em decorrência de um surto de contaminação pela COVID-19. Ao todo, 153 presos testaram positivo para a doença.

Os detentos estão em quarentena desde a última quinta–feira (5/10), quando foi contatado o surto. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), os pacientes estão com sintomas leves e, por isso, não foi feita nenhuma internação. Os reeducandos estão sendo acompanhados pelo setor de saúde da unidade.

O surto aconteceu em uma das alas da penitenciária. As visitações e demais atividades internas foram suspensas por orientação da Epidemiologia Municipal. 

Em suas redes sociais, a Prefeitura de São Lourenço informou que todas as medidas de proteção foram definidas pelas autoridades locais com base em nota técnica do Ministério da Saúde. Entre as ações, foram avaliados fatores como cobertura vacinal, inclusive doses de reforço, e taxa de transmissão. 

“A Secretaria Municipal de Saúde vem prestando total atendimento ao Presídio de São Lourenço apoiando na testagem de todos os reeducandos sintomáticos, orientando as medidas de proteção e fornecendo hipoclorito a 2% para desinfecção do ambiente”, informou a administração municipal.

Números da COVID-19 em Minas 

Até essa quarta-feira (11/10), segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde, 104.912 casos de COVID-19 foram confirmados em Minas Gerais desde o início deste ano. Durante o período, foram registrados 879 óbitos em decorrência da doença. 

Ainda conforme o órgão, em São Lourenço foram computadas 2.216 contaminações e sete óbitos em 2023.  Desde o início da pandemia, em 2020, a pasta registrou 4.184.969 contaminações e 65.815 mortes em todo o estado. 

FONTE ESTADO DE MINAS

Surto de COVID-19 em presídio deixa 153 detentos doentes em Minas

Pacientes estão em isolamento e atividades na unidade estão suspensas

As visitas e atividades internas do Presídio de São Lourenço, no Sul de Minas, estão suspensas há uma semana. O isolamento acontece em decorrência de um surto de contaminação pela COVID-19. Ao todo, 153 presos testaram positivo para a doença.

Os detentos estão em quarentena desde a última quinta–feira (5/10), quando foi contatado o surto. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), os pacientes estão com sintomas leves e, por isso, não foi feita nenhuma internação. Os reeducandos estão sendo acompanhados pelo setor de saúde da unidade.

O surto aconteceu em uma das alas da penitenciária. As visitações e demais atividades internas foram suspensas por orientação da Epidemiologia Municipal. 

Em suas redes sociais, a Prefeitura de São Lourenço informou que todas as medidas de proteção foram definidas pelas autoridades locais com base em nota técnica do Ministério da Saúde. Entre as ações, foram avaliados fatores como cobertura vacinal, inclusive doses de reforço, e taxa de transmissão. 

“A Secretaria Municipal de Saúde vem prestando total atendimento ao Presídio de São Lourenço apoiando na testagem de todos os reeducandos sintomáticos, orientando as medidas de proteção e fornecendo hipoclorito a 2% para desinfecção do ambiente”, informou a administração municipal.

Números da COVID-19 em Minas 

Até essa quarta-feira (11/10), segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde, 104.912 casos de COVID-19 foram confirmados em Minas Gerais desde o início deste ano. Durante o período, foram registrados 879 óbitos em decorrência da doença. 

Ainda conforme o órgão, em São Lourenço foram computadas 2.216 contaminações e sete óbitos em 2023.  Desde o início da pandemia, em 2020, a pasta registrou 4.184.969 contaminações e 65.815 mortes em todo o estado. 

FONTE ESTADO DE MINAS

Detentos e adolescentes acautelados celebram aprovação universitária com as notas do Enem

Jovem de 19 anos do sistema socioeducativo conquistou o primeiro lugar no curso de Engenharia Elétrica, em Unaí

Nas penitenciárias e nas unidades socioeducativas de Minas Gerais, administradas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), detentos e adolescentes acautelados têm acesso ao estudo regular, por meio das atividades elaboradas por professores da Secretaria de Estado de Educação (SEE). Mas muitos que concluem o ensino médio desejam ir além: almejam a aprovação também no ensino superior. Em janeiro deste ano, a busca pela sonhada vaga em uma faculdade moveu mais de 5 mil detentos e jovens em cumprimento de medida socioeducativa de internação a realizar o Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL). Alguns alcançaram o objetivo e já estão iniciando os estudos.

Aniel Santos, de 33 anos, é um deles. Ele, que cumpre sua sentença dentro da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, no Vale do Rio Doce, conta que não conseguiu concluir o ensino médio na juventude por conta de responsabilidades sociais. “Casei novo, tive que trabalhar e passei por dificuldades. Terminei o ensino médio aqui, na escola da unidade. Havia parado no primeiro ano”. Em seguida, Aniel recebeu apoio da família para pagar uma faculdade particular. Iniciou a graduação em Administração, se dedicou para o Enem PPL e acaba de conquistar uma bolsa pelo Programa Universidade Para Todos (Prouni) para o mesmo curso. “Desde criança tenho o sonho de administrar uma empresa. Será uma oportunidade a mais quando sair do sistema prisional. Quero continuar trazendo orgulho e felicidade para a minha família, que me apoiou até aqui”.

Tiago de Assis, de 33 anos, também está na Penitenciária de Ipaba. No segundo semestre de 2022 começou o curso de Gestão da Qualidade, com o suporte financeiro da família, e acaba de conquistar uma bolsa para Engenharia de Produção pelo Prouni. “Tirei o segundo grau em 2007. Não estava muito por dentro das matérias; mas a pedagoga da unidade me cedeu as apostilas e me esforcei muito”. Antes da detenção ele já atuava na área industrial, como mecânico montador. Agora, quer usar a qualificação na área.

“Sempre tive o sonho de estudar, fazer engenharia, mas às vezes fazemos outras escolhas. O estudo dentro do sistema prisional é importante, não apenas para os que estão fazendo uma faculdade, mas também para os que não tiveram acesso a qualquer nível de educação. Foi uma grande porta aberta na minha vida. Quero mostrar para todos que existe um caminho que é fora do crime. Muitos desacreditam da gente, nos julgam apenas pelo passado”. 

A diretora de Atendimento da Penitenciária de Ipaba, Natália Santos, conta que, atualmente, há 19 detentos fazendo faculdade dentro da unidade. A maioria é bolsista do Prouni: seis entraram no Prouni em 2022, oito este ano e cinco usam recursos particulares. “Eles concorreram a nível nacional, sem qualquer tipo de privilégio. Para esse resultado, o trabalho conjunto da equipe técnica com a escola e a família é fundamental”, observa a diretora.

Oportunidades

Wesley Brito, de 32 anos, é um dos quatro aprovados este ano no Presídio de Itaobim, no Vale do Jequitinhonha. Os bolsistas passaram no Prouni para Serviço Social, Ciências Contábeis, Administração e Farmácia – curso escolhido por Wesley. Ele diz que sempre almejou cursar uma faculdade, mas nunca teve condições financeiras. “Essa bolsa cria uma nova perspectiva de vida. Abre um leque de opções para que eu possa estudar, me formar, me tornar um profissional qualificado, atingir meus objetivos, ter uma carreira e seguir a vida adiante”.
 

O diretor-geral do Presídio de Itaobim, Clayton Cardoso, acredita que fomentar essas oportunidades é fundamental para o processo de ressocialização dos detentos. “Isso é de grande valia para o indivíduo, que muitas vezes está sem perspectiva. É uma quebra de paradigma. Há 25 anos quem diria que o indivíduo privado de liberdade poderia cursar o ensino superior? Estamos vivendo um momento ímpar no sistema prisional, sobretudo no sistema prisional mineiro, que tanto prega esse processo de ressocialização e nos incentiva, enquanto diretores, a lutar para que esses indivíduos possam ter voz e vez”.

Socioeducativo 

Aprovado em primeiro lugar no curso de Engenharia Elétrica, em Unaí, no Noroeste de Minas, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Benjamin Natanael*, de 19 anos, conta que pode ser o primeiro da família a concluir o ensino superior. “Minha mãe está orgulhosa. Apenas um dos meus quatro irmãos começou a faculdade, mas ainda não finalizou. Infelizmente ele teve que trancar por um tempo, depois do nascimento da minha sobrinha”, compartilhou.

O jovem, que desde a infância tem facilidade com ciências e matemática, disse que precisou se dedicar mais para o preparo da redação – seu maior desafio. Para isso, contou com a ajuda dos professores da escola, instalada dentro do Centro Socioeducativo de Unaí, e da pedagoga que compõe a equipe técnica da unidade. O estudo trouxe sonhos. “Espero abrir muitas portas e conquistar novas oportunidades. Quero ser um profissional de excelência”.

Geane Mendes, diretora-geral do Centro Socioeducativo de Unaí, afirma que a equipe técnica, em parceria com a Escola Vigário Torres, que tem um segundo endereço dentro da unidade, trabalha sempre para o resgate dos vínculos escolares dos jovens em cumprimento de medida de internação. “Essa é uma das finalidades da medida: ressignificar a trajetória do adolescente, profissionalizando-o e qualificando-o, para que retorne ao convívio social em condições dignas”, destacou a diretora.

Ela conta que a aprovação também tem reflexo positivo na medida de outros adolescentes. “A cada dia se sentem mais otimistas, na perspectiva de ingressarem em uma universidade”.

*Nome fictício para preservar a identidade do jovem, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Crédito das imagens: Sejusp / Divulgação

Secretaria confirma fuga de detento no presídio de Lafaiete

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), confirmou a nossa reportagem a fuga de um detento do presídio de Lafaiete. “Trata-se de episódio envolvendo o preso Valdeir Muniz Pereira, de 25 anos, que obtinha autorização trabalho interno na unidade prisional e, no dia 17.8.2021, conseguiu fugir da unidade enquanto trabalhava em uma obra na parte administrativa do presídio. As circunstâncias da fuga estão em apuração pela Corregedoria da Sejusp. Até o momento, Valdeir não foi recapturado”, assinalou.

Motim

Em 6 e 9 de setembro houve um motim no presídio de Lafaiete mas controlado. Presos foram transferidos para outras unidades do Estado.

Nossa reportagem recebeu denúncias de gritarias e indisciplina no Presídio de Conselheiro Lafaiete durante as noites amedrontando os vizinhos. “Não há registro de casos de subversão da ordem por parte de custodiados da unidade. O Presídio de Conselheiro Lafaiete é localizado em área urbana e a própria movimentação pertinente ao trabalho de gestão prisional pode gerar os barulhos relatados. Não há registros de desvios de conduta e muito menos de “afrouxamento da disciplina dos presos”, finalizou nota enviada a nossa redação.

Vereadores criam comissão para apurar denúncias de maus tratos em presídio

Carta levada aos Vereadores que motivou abertura de comissão especial/ DIVULGAÇÃO

Os vereadores de Lafaiete vão apurar as supostas denúncias de maus tratos e irregularidades ocorridos no Presídio de Conselheiro Lafaiete.  As apurações serão comandas pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal a partir de uma carta entregue na semana passada aos vereadores em que parentes de detentos cobravam uma investigação na unidade prisional. A Carta, escrita em próprio punho pelos presos, denunciava as condições sub humanas no presídio, citando que em uma cela haveria mais de 30 presos.  Os detentos ameaçaram um motim com greve de fome, quando foram transferidos para outros

presídios.

Na sessão de ontem(28),Oswaldo Barbosa (PP) afirmou que um grupo de vereadores esteve em visita ao presídio para conhecer parte da realidade da unidade. “Ouvimos a direção, agora precisamos ouvir o outro lado e conhecer o ambiente no qual os detentos relatam maus tratos”, sugeriu.

O Vereador Carlos Nem (PP) afirmou que discorda da situação apresentada pela direção do presídio. “Houve transferência de presos para outros estados e de pessoas que tinham até 30 dias para finalizar a pena. Temos que averiguar esta e outras denúncias relatadas”, propôs. “Eu também discordo que nos foi

relatado na visita ao presídio”, observou o Vereador Chico Paulo (PT).

O Vereador Pedro Américo (PT) destacou a importância do trabalho desenvolvido pela Associação de Proteção doa Condenados (APAC) e o papel desempenhado pela entidade na inserção dos presos à sociedade. “Quem não investe em educação, vai investir em presídio. Precisamos devolver a sociedade estas pessoas que são vítimas da própria sociedade”, observou.

O Presidente da Câmara, o Vereador Fernando Bandeira (PTB) concedeu até ,90 dias para a apuração, investigação e conclusão dos trabalhos da comissão especial para averiguar a situação do presídio.

Medidas e audiência

Para evitar o colapso, na semana passada, o Juiz da Vara Criminal e de Execuções Penais, Paulo Roberto da Silva anunciou as medidas como a transferência de 50 presos para a APAC de Lafaiete. Segundo ele, isso foi possível por meio da antecipação da prisão domiciliar de mais 50 internos. Com isso, não houve um comprometimento maior da capacidade da unidade, que hoje também está no limite.

O deputado Glayco Franco (PV) agindo em outra vertente conseguiu aprovação de um requerimento para discutir a situação carcerária em Minas, quando os recentes fatos ocorridos no presídio de Lafaiete também estarão na pauta das discussões.

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Conselheiro Lafaiete inaugura Apacs masculina e feminina

Conselheiro Lafaiete celebra um importante salto em direção à humanização do cumprimento das penas privativas de liberdade com a inauguração oficial das duas unidades da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) em funcionamento na comarca – uma dedicada ao público masculino e outra voltada para o feminino.

A solenidade que marca estas conquistas será realizada na sexta-feira, 24 de maio, às 16h, no Centro de Reintegração Social (CRS) masculino (Rua Dom Luciano, 575, Bairro São Jorge), com a presença de diversas autoridades, entre elas, o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Nelson Missias de Morais.

Está prevista também a presença do titular da 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Conselheiro Lafaiete, juiz Paulo Roberto da Silva; da diretora do foro da comarca, Célia Maria Andrade Freitas Corrêa; e dos presidentes das Apacs masculina e feminina de Conselheiro Lafaiete, respectivamente, major Marco Antônio Silva e João Vitor Vieira Pinto e Silva.

As unidades já se encontram em funcionamento na comarca. A inauguração oficial, além de celebrar as Apacs, será uma forma de marcar o batismo do CRS masculino com o nome de Mário Ottoboni, em homenagem ao criador da metodologia apaquiana, e do CRS feminino com o nome de Franz de Castro, outra personalidade que teve papel fundamental na trajetória da associação.

Estrutura das unidades

A Apac masculina tem capacidade para receber 200 recuperandos. Além das celas e de refeitórios, a unidade conta com horta, padaria/lanchonete, serralheria, marcenaria, oficina de artesanato e uma fábrica de pré-moldados e tijolos.

O espaço conta ainda com uma unidade da Escola Estadual Professor Astor Viana, onde são oferecidas todas as séries do ensino fundamental ao médio. Ali também são oferecidos cursos superiores na modalidade ensino à distância (EAD).

Apacs Lafaiete abrigarão 200 recuperandos em um trabalho inovador de reinserção social

A Apac feminina começou a receber mulheres em cumprimento de pena em outubro de 2017, quando a unidade ainda estava em construção. O espaço, que abriga atualmente 48 recuperandas, acaba de ficar pronto. A capacidade total é de 60 pessoas.

A construção da unidade feminina recebeu, do programa Novos Rumos, do TJMG, recursos da ordem de R$ 462 mil. A edificação conta com celas, cozinha industrial, dois refeitórios e quatro oficinas (costura, artesanato, fábrica de chinelo e marcenaria), entre outros espaços.

Encontra-se em construção nessa unidade uma praça, que levará o nome do desembargador Herbert Carneiro, ex-presidente do TJMG. O espaço está sendo construído com o trabalho dos recuperandos da Apac masculina.

O que é a Apac

A Apac é uma alternativa ao sistema prisional comum, que tem como foco a humanização do cumprimento das penas privativas de liberdade. A base do trabalho desenvolvido nas unidades da associação é uma metodologia que aposta na recuperação do ser humano que cometeu um crime.

Doze elementos sustentam o método, entre eles a participação da comunidade, o trabalho, a assistência jurídica, a valorização humana, a família, a assistência à saúde e o voluntariado.

O trabalho desenvolvido é inovador: em lugar de presídios com seus muros altos, cercas de arame farpado e presos ociosos abarrotando celas, entra em cena o Centro de Reintegração Social (CRS), espaço onde a metodologia apaquiana ganha vida.

Nas Apacs, as pessoas privadas de liberdade são chamadas de recuperandos. Não há vigilância armada nem a presença de policiais – a lógica é que recuperandos cuidem de recuperandos. E, algo impensável nos presídios convencionais, os presos possuem a chave da própria cela.

Os CRSs não são compostos de grandes complexos e pavilhões com milhares de presos: a capacidade média é de 200 pessoas. Os recuperandos recebem tratamento humanizado, mas devem seguir uma disciplina rígida, com horários determinados para acordar e se recolher. Ali, todos devem trabalhar, estudar e participar de cursos de capacitação.

Coletiva de imprensa

Às 15h30, haverá uma coletiva de imprensa com as principais autoridades presentes na solenidade.

Serviço

  • Inauguração das Apacs Masculina e Feminina de Conselheiro Lafaiete
    24 de maio, às 16h
  • Rua Dom Luciano, 575, Bairro São Jorge
    Conselheiro Lafaiete

Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG
(31) 3306-3920

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