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Já eram aproximadamente 8:30 horas de sábado passado, quando 58 caminhantes do Grupo Andarilhos Queluzianos iniciaram no bairro Palmeira , em Carandaí, o percurso de 20 km que levaria até o Distrito de Arame, em Lagoa Dourada.
Após a tradicional oração, os caminhantes partiram determinados rumo ao destino final onde os andarilhos eram aguardados para a confraternização. A neblina, chuviscos e a temperatura amena deixavam a impressão de inverno. O trajeto despertava o olhar para as planícies, vales e matas. E veio um princípio de uma forte chuva que cessou em pouco tempo mas o suficiente molhar o corpo e abrandar o esforço desprendido durante a caminhada. O cenário de estradas cercadas de propriedades rurais, plantações, muito verde, pássaros nativos era encantador.

Em algumas casas percebia-se fumaça anunciando o almoço e despertando a fome dos caminhantes, alguns já bem exaustos. O trajeto da caminhada cortou os limites de 4 municípios: Carandaí, Casa Grande, Cristiano Otoni e Lagoa Dourada. Nenhuma outra caminhada percorreu tantos municípios antes.
Mas o que mais chamou a atenção eram as grandes plantações de milhos que dobravam montanhas. Ainda em Carandaí, um dos maiores produtores horti fruti de Minas, os grandes canteiros de plantio de beterraba já anunciavam que os andarilhos adentravam em uma das regiões onde a produção agrícola é uma das maiores do estado e pilar da economia familiar da região. O agronegócio movimenta toda a cadeia produtiva, gerando milhares de empregos e promovendo a prosperidade local.

 

A título de curiosidade e informação, na safra agrícola dos distritos vizinhos de Arame, Diamante e Melos, entre dezembro e março, saem da região cerca de 50 caminhões de horti fruti semanalmente direto para o Ceasa o que corresponde a 750 toneladas por semana em média. O distrito de Arame tem cerca de 2,2 mil moradores e  concentra cerca de 60% da economia do município de Lagoa Dourada. No local não faltam empregos, muito pelo contrário. Arame é o segundo maior produtor de tomate de Minas abastecendo o Ceasa de onde os produtos são distribuídos para todo o Estado.

Para se chegar ao Arame, os caminhantes passaram pelo povoado dos Melos. No percurso, a paisagem era de plantações de inhame, pimentão, milho, cenoura, couve flor onde viam-se famílias inteiras no cultivo.
Antes de alcançar o destino final , uma sequência de subidas íngremes tirou o fôlego dos andarilhos menos preparados. Do alto do Arame se descortina um belo horizonte que compensa toda a caminhada.

Ao chegar, viam-se prédios, lojas, posto de gasolina, muitas motos, caminhões e tratores em garagens, sinal de que a agronegócio é fator de riqueza e desenvolvimento, pouco vistos no interior.
Já no Bar do Patrick, a recepção foi calorosa e acolhedora com farto e delicioso almoço com direito ao “tutu a mineira”.  Houve um intervalo durante a recepção, momento em que o presidente Mário Caetano aproveitou para fazer a apresentação de alguns convidados presentes (Zulmar, Guy Pereira e Jota Biagioni) e o regresso do amigo Floriano Neri. Em seguida, o presidente iniciou as homenagens aos aniversariantes do mês, a saber: Lourinho, Ferrugem, José Santana, Fabiano Rosa, Roberto Furtado e João Lobo, este fazendo aniversário no mesmo dia da caminhada.

Como previsto no planejamento desta caminhada, levamos donativos entregues ao Patrik que, por sua vez,  se responsabilizou em fazer o repasse a uma assistente social da comunidade.

A passagem dos andarilhos no distrito chamou a atenção dos moradores e até crianças aproveitaram para vender aos andarilhos os produtos do local a preços bem baratos, como bandejas de cenoura, pimentão, jiló e quiabo. A turma tratou logo de comprar tudo que tinha no estoque.

Já perto das 18:00 horas, os andarilhos deixaram o Distrito do Arame de volta a Lafaiete e com a certeza que o carinho dos moradores locais ficou marcado na memória desta caminhada.”

Fotos: Antônio Andrioni/ Jorge Castro