Zema endurece contra o MST, enquanto construtora da família é ré por invasão

Pertencente à família do governador de Minas Gerais, a Construtora Zema é acusada de invadir área pública nas margens do rio Grande, onde fica a Usina Hidrelétrica de Jaguara

Uma construtora ligada à família do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), é ré em ação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), acusada de invasão de um terreno público vizinho ao Rancho Zema, na divisa entre os dois estados.

Nos últimos dias, o político subiu o tom contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), depois de uma ocupação realizada em Lagoa Santa (MG), na sexta-feira (8). O governador orientou a Polícia Militar a repelir “qualquer invasão” e criticou o Judiciário por negar o pedido de reintegração de posse feito pelos proprietários da fazenda. “A Justiça considera mais a opinião de invasores”, criticou.

No processo em tramitação em São Paulo desde 2016, contra a construtora da família do governador, também foi movida uma ação de reintegração de posse. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), maior empresa pública do estado, alegou que a Construtora Zema entrou de forma irregular em área pública, onde seria instalado um reservatório da Usina Hidrelétrica de Jaguara.

“O réu invadiu de forma clandestina essa área, onde erigiu construções sem qualquer licença ou concessão para tanto, caracterizando esbulho possessório (invasão)”, sustentou a Cemig na ação.

A empresa da família Zema tinha o político como sócio na época, mas ele deixou o quadro societário após ser eleito governador. Hoje a empresa está em nome do irmão e do sobrinho de Zema. Embora tenha deixado a sociedade, o mandatário continua sócio dos dois parentes por meio da Ricardo Zema Participações Ltda, segundo dados da Receita Federal.

Em 2017, a francesa Engie assumiu a hidrelétrica de Jaguara. Em julho do ano seguinte, a multinacional requereu que a autoria da ação de reintegração de posse fosse então transferida para a Companhia Energética Jaguara, controlada pela Engie.

O juiz Luiz Gustavo Giuntini de Rezende, do foro de Pedregulho (SP), considerou procedente “em parte” o pedido da hidrelétrica, em agosto do ano passado. Segundo a decisão, a família de Zema teria de fato construído no perímetro da chamada “cota de inundação”. No entanto, de acordo com o perito judicial, as edificações não atrapalhariam as atividades da hidrelétrica.

Na decisão, o juiz afirmou ainda que a construção é antiga e que “em nada interfere na atividade da empresa” responsável pela hidrelétrica. O juiz, no entanto, proibiu novas edificações na área e determinou uma multa diária de R$ 1 mil, em caso de descumprimento da decisão. A Companhia Energética de Jaguara recorreu à segunda instância para tentar remover as construções e reaver a área. A decisão colegiada está nas mãos dos desembargadores Jarbas Gomes, Oscild de Lima Júnior e Afonso Faro Júnior.

A Engie e o governador foram procurados, mas não responderam até a publicação da reportagem.

A defesa da Construtora Zema considera que não é “decente politizar o assunto”. Segundo a advogada da empresa, outras pessoas também foram processadas na mesma situação. “Onde existe usina hidrelétrica no Brasil igualmente está presente esse tipo de problema”, ela disse à Repórter Brasil.

Em 2022, Zema declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 130 milhões, dividido entre casas, terrenos, ações de empresas e aplicações financeiras. Somente em uma empresa da família, ele disse ter R$ 72 milhões em quotas.

O Rancho Zema fica localizado em Rifaina (SP), município de 3.300 habitantes a 12 quilômetros da Usina Hidrelétrica de Jaguara. A cidade é uma atração turística por conta da Represa de Jaguara, formada pela hidrelétrica no rio Grande, que separa São Paulo de Minas Gerais. Araxá, cidade natal de Zema, fica a 100 quilômetros do rancho.

Rancho Zema fica em Rifaina (SP), às margens do rio Grande (Foto: Instagram/Reprodução)

Após seu primeiro ano de governo, Zema passou o réveillon de 2020 no local. Postou fotos passeando de barco e mergulhando na represa. Depois voltou no carnaval e publicou mais imagens nas redes sociais. Em vez de marcar que estava do lado paulista do rio Grande, preferiu dizer que estava em Sacramento, na margem mineira do rio.

O jornal O Globo revelou, em junho do ano passado, que o governo mineiro abriu edital para recuperar 107 quilômetros da MG-248, no trecho que se inicia em Araxá e vai até a divisa com São Paulo, onde fica o Rancho Zema. Na ocasião, o governo mineiro argumentou que a decisão se baseou “unicamente em preceitos técnicos”.

A oposição ao governador denunciou a obra para o Ministério Público de Minas Gerais, que arquivou a denúncia. A Procuradoria-Geral do Estado argumentou que a decisão da obra é administrativa e cabe exclusivamente ao governador.

Ocupação em Lagoa Santa

Desavenças entre governo Zema e MST tiveram início ainda na pandemia, quando um grupo de sem-terra foi despejado de acampamento no sul do estado (Foto: MST/Divulgação)

As 500 famílias sem-terra que ocupam desde 8 de março a Fazenda Aroeira, em Lagoa Santa, reivindicam a desapropriação do imóvel rural. Segundo o movimento, existem 5.000 famílias acampadas em Minas Gerais.

O movimento reclama da presença de policiais militares cercando a fazenda. No domingo (10), Zema postou uma série de vídeos contrários à ocupação. Primeiro, o governador criticou a decisão judicial, que não atendeu ao pedido de reintegração de posse. O juiz Christyano Lucas Generoso argumentou que a família supostamente proprietária da fazenda não conseguiu provar a posse do terreno.

“A parte autora se limitou a juntar fotos na qual se verificam três pessoas perto de criação bovina e suína, a partir das quais não é possível identificar inequivocamente o imóvel descrito”, escreveu o juiz.

Além de criticar a decisão judicial, Zema disse que sua orientação para a Polícia Militar é impedir qualquer invasão. “Caso ocorra, vamos seguir apoiando os proprietários. Estamos aqui para apoiar quem produz e quem trabalha”.

Com as publicações do governador nas redes sociais, o embate entre o MST e o político, que é virtual candidato do campo bolsonarista nas próximas eleições presidenciais de 2026, escalonou. O movimento publicou nota dizendo que não entra em terras produtivas e que ocupar é um direito constitucional. “Zema revela total desprezo à democracia, às leis, ao sistema judiciário e, principalmente, ao povo de Minas”, afirma o MST.

Nesta quarta-feira (13), às 9h, haverá uma audiência no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Belo Horizonte, para tentar uma conciliação entre os acampados e os representantes da fazenda.

 

FONTE REPORTER BRASIL

CSN anuncia novos investimentos e Estado vai endurecer legislação sobre qualidade do ar

Diretores da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) anunciaram, em reunião realizada nesta segunda-feira (dia 17), no Palácio Guanabara – sede do governo estadual –, que a empresa investirá R$ 700 milhões de imediato para melhorar a qualidade do ar em Volta Redonda e manterá outras ações de manutenção e contra o “pó preto” até o cumprimento do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) com prazo até agosto de 2024. O encontro contou com a presença do prefeito Antonio Francisco Neto e do deputado estadual Munir Neto. Durante a reunião, ainda ficou acordado que o vice-governador e secretário estadual do Ambiente, Thiago Pampolha, junto ao presidente do Inea, Philipe Campello, farão a revisão do Decreto Estadual n° 44.072/2013 e o enviarão à Casa Civil. A legislação regulamenta os padrões de qualidade do ar no Estado do Rio de Janeiro.

O material produzido pela CSN é formado por micropartículas de ferro, que é chamado de “poluente sedimentável”. Desde 2017, o Governo do Estado do Rio de Janeiro decidiu retirá-lo da lista de poluentes que precisam ser monitorados pelas autoridades ambientais.

“Estamos aqui representando aquilo que nossa população espera, cobrando o que ela quer. Precisamos de ações imediatas, que tragam alívio aos nossos pulmões. As ações de curto e médio prazo serão importantes para melhorar a situação atual, mas ainda queremos ver as medidas previstas no TAC em vigor”, disse Neto, completando: “Queremos que a CSN produza cada vez mais e polua cada vez menos. Isso é possível, pois existem recursos e tecnologia para isso”.

Entre os investimentos anunciados pela empresa estão a troca dos precipitadores eletrostáticos (filtros) das Sinterizações (Canteiro de Obra e Sondagem) na Usina Presidente Vargas (UPV) e a instalação de 12 canhões de névoa no interior da UPV, área considerada uma das mais críticas na dispersão de poluentes decorrentes da produção. Antes da reunião no Rio, seriam apenas dois canhões de névoa. A previsão é que os reparos nos filtros ocorram até setembro deste ano, reduzindo a emissão de pó preto drasticamente até que o TAC seja cumprido.

Estes precipitadores eletrostáticos são filtros que serão reparados em duas áreas de Sinterização (Sinter 2 e 3), esta última com a troca de 640 placas imantadas. Ou seja, quando há a passagem das micropartículas de ferro, o material fica preso às placas, impedindo que o “pó preto” seja liberado no ambiente. Em seguida, a substância é retirada por meio de um coletor e é considerado fundamental no sistema de filtragem. Já os canhões de névoa, que estão sendo instalados nas áreas de sinterizações e pátios, promovem um controle da poeira, evitando a dispersão dos materiais.

A CSN também está utilizando um polímero sobre as pilhas de material particulado (como carvão, coque e minério de ferro) e em áreas mais sensíveis a dispersão de poeira pelo ar. O produto é biodegradável, não oferece risco ambiental, nem à saúde das pessoas e impede que partículas se espalhem.

Entre os executivos da CSN estiveram presentes: o diretor-executivo de Relações Institucionais, Luiz Paulo Barreto; a diretora-executiva de Sustentabilidade, Helena Olímpia e o diretor-executivo de Siderurgia, Alexandre Lyra. Pela prefeitura também estiveram na reunião o secretário de Comunicação, Rafael Paiva, e o diretor-presidente do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), Paulo Cesar de Souza.

“Gostaria de agradecer ao nosso vice-governador Thiago Pampolha, que tem nos dado toda a atenção neste caso. Estamos trabalhando, mas sem a ajuda dele tudo seria mais difícil. Conquistamos avanços importantes e vamos continuar representando o desejo da população de Volta Redonda”, finalizou Neto.

Foto: Divulgação/PMVR

FONTE FOLHA DO AÇO

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O material produzido pela CSN é formado por micropartículas de ferro, que é chamado de “poluente sedimentável”. Desde 2017, o Governo do Estado do Rio de Janeiro decidiu retirá-lo da lista de poluentes que precisam ser monitorados pelas autoridades ambientais.

“Estamos aqui representando aquilo que nossa população espera, cobrando o que ela quer. Precisamos de ações imediatas, que tragam alívio aos nossos pulmões. As ações de curto e médio prazo serão importantes para melhorar a situação atual, mas ainda queremos ver as medidas previstas no TAC em vigor”, disse Neto, completando: “Queremos que a CSN produza cada vez mais e polua cada vez menos. Isso é possível, pois existem recursos e tecnologia para isso”.

Entre os investimentos anunciados pela empresa estão a troca dos precipitadores eletrostáticos (filtros) das Sinterizações (Canteiro de Obra e Sondagem) na Usina Presidente Vargas (UPV) e a instalação de 12 canhões de névoa no interior da UPV, área considerada uma das mais críticas na dispersão de poluentes decorrentes da produção. Antes da reunião no Rio, seriam apenas dois canhões de névoa. A previsão é que os reparos nos filtros ocorram até setembro deste ano, reduzindo a emissão de pó preto drasticamente até que o TAC seja cumprido.

Estes precipitadores eletrostáticos são filtros que serão reparados em duas áreas de Sinterização (Sinter 2 e 3), esta última com a troca de 640 placas imantadas. Ou seja, quando há a passagem das micropartículas de ferro, o material fica preso às placas, impedindo que o “pó preto” seja liberado no ambiente. Em seguida, a substância é retirada por meio de um coletor e é considerado fundamental no sistema de filtragem. Já os canhões de névoa, que estão sendo instalados nas áreas de sinterizações e pátios, promovem um controle da poeira, evitando a dispersão dos materiais.

A CSN também está utilizando um polímero sobre as pilhas de material particulado (como carvão, coque e minério de ferro) e em áreas mais sensíveis a dispersão de poeira pelo ar. O produto é biodegradável, não oferece risco ambiental, nem à saúde das pessoas e impede que partículas se espalhem.

Entre os executivos da CSN estiveram presentes: o diretor-executivo de Relações Institucionais, Luiz Paulo Barreto; a diretora-executiva de Sustentabilidade, Helena Olímpia e o diretor-executivo de Siderurgia, Alexandre Lyra. Pela prefeitura também estiveram na reunião o secretário de Comunicação, Rafael Paiva, e o diretor-presidente do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), Paulo Cesar de Souza.

“Gostaria de agradecer ao nosso vice-governador Thiago Pampolha, que tem nos dado toda a atenção neste caso. Estamos trabalhando, mas sem a ajuda dele tudo seria mais difícil. Conquistamos avanços importantes e vamos continuar representando o desejo da população de Volta Redonda”, finalizou Neto.

Foto: Divulgação/PMVR

FONTE FOLHA DO AÇO

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