As 6 melhores ferramentas de inteligência artificial (IA) para ajudar nos estudos

Plataformas digitais auxiliam a pesquisar informações na íntegra e em artigos acadêmicos, a encontrar citações e muito mais; confira

As ferramentas de inteligência artificial já existem há algum tempo, mas ganharam muitos holofotes recentemente em virtude da repercussão sobre o ChatGPT: um robô virtual que fornece respostas para perguntas e solicitações via chat. Embora este último seja bastante útil para pesquisas, ele não é o único que pode auxiliar na rotina dos usuários. Por isso, destacamos a seguir algumas das melhores ferramentas de inteligência artificial para ajudá-lo nos estudos.

1. ChatGPT

1 - chatgpt com ideias sobre tcc de jornalismo
Reprodução: Wagner Edwards/ Olhar Digital

Como já dito anteriormente, o ChatGPT pode ser um grande aliado para quem busca informações detalhadas sobre os mais variados tipos de informações. Isso porque o software utiliza como base todos os textos públicos da internet, os analisa e produz um texto informativo que responde às perguntas e solicitações que o usuário envia no chat.

O lado negativo é que o robô não lista as fontes de suas pesquisas, além de ter uma base de dados que data até 2021. Contudo, a ferramenta ainda pode ser útil para quem deseja mais simplicidade na hora de desenvolver pesquisas na internet. Uma das características que o diferencia do Google –– além da base de dados datada até 2021 –– é a possibilidade de o usuário solicitar comandos específicos e bastante completos para o robô; como uma lista de ideias para TCC para a sua graduação.

PUBLICIDADE

2. Research Rabbit

É uma ferramenta gratuita que permite criar diferentes coleções para organizar os artigos acadêmicos encontrados. Além disso, a plataforma possui algoritmos que aprendem sobre o que você procura e sugere arquivos baseados no seu perfil dentro do site, o que pode poupar tempo para encontrar pesquisas relevantes. Também é possível acessar uma “rede acadêmica” de artigos e coautoria de gráficos, o que ajuda o usuário a acompanhar e aprofundar o trabalho sobre determinado tópico ou de um autor específico.

3. Consensus

2 - Consensus dá respostas baseadas em artigos científicos
Reprodução: Wagner Edwards/ Olhar Digital

O software foi desenvolvido especialmente para auxiliar o público acadêmico, ao invés do ChatGPT, por exemplo. A desvantagem é que a ferramenta só funciona em inglês, contudo, ela fornece respostas baseadas em artigos científicos publicados por pesquisadores. Então, uma vez que o usuário fizer uma pergunta, o Consensus fornecerá um sumário de respostas baseadas em artigos, além de possibilitar que você acesse cada um dos arquivos de onde o robô se baseou para dar as respostas. Ele também mostra quantas outras pessoas já citaram este mesmo artigo anteriormente.

4. ChatPDF

É mais um site gratuito alimentado por inteligência artificial. O objetivo da plataforma é receber o upload de um arquivo PDF (em inglês), analisar as informações fornecidas pelo artigo, e então responder perguntas do usuário cujas respostas estejam inseridas no arquivo. Ou seja, é como se você fornecesse as informações a um robô e depois o testasse para ver se ele aprendeu o conteúdo.

Após o carregamento do PDF, o software ainda fornece um pequeno resumo sobre o conteúdo recebido e o disponibiliza alguns exemplos de perguntas que poderiam ser feitas com base nos conhecimentos colhidos do arquivo enviado.

5. Elicit

3- elicit responde perguntas
Reprodução: Wagner Edwards/ Olhar Digital

O Elicit funciona quase como uma versão melhorada do site Consensus, pois além de fornecer respostas baseadas em publicações científicas ou demais fontes previamente verificadas, ele possibilita ao usuário a chance de salvar as repostas favoritas, informa o título e autor da pesquisa científica, quando ela foi lançada, quantas pessoas já citaram, a área de pesquisa a qual o artigo pertence e muito mais. Pode ser uma boa opção para mestrandos e doutorandos que precisam encontrar artigos facilmente e saber como citá-los.

Além das respostas baseadas nos artigos, o site também fornece um pequeno sumário que resume a resposta geral sobre a pergunta enviada, o que serve para poupar tempo do usuário. Este exemplo de IA também só funciona em inglês, o que pode ser uma desvantagem para quem não domina o idioma.

6. Scite.ai

Esta IA é semelhante ao Elicit e pode ser utilizada (em inglês) para adquirir citações provenientes de artigos acadêmicos. Além disso, ela também informa se uma informação que você enviou já tiver sido refutada anteriormente por acadêmicos atuais. Por exemplo, se você perguntar se a Terra é plana, uma lista de respostas vai aparecer e algumas delas apresentarão argumentos que refutam o pensamento terraplanista.

Ao contrário das outras plataformas citadas até agora, esta é paga, embora forneça um teste gratuito por alguns dias para desfrutar das funcionalidades.

Com informações: EuroNews.

FONTE OLHAR DIGITAL

Brasil participa de estudo global que busca tratamento barato para covid em países pobres

O primeiro remédio para tratamento da covid-19 foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em março de 2021, cerca de um ano depois do início da pandemia — um tempo recorde em termos de pesquisa, produção e aprovação de medicamentos.

Esse primeiro medicamento foi o Rendesivir, da farmacêutica Gilead, um tipo de antiviral (que dificulta a replicação de vírus dentro do corpo) de uso hospitalar. Hoje, já são seis remédios contra o coronavírus ou seus efeitos aprovados pela agência para pacientes e situações específicas (veja na lista abaixo) — e nenhum deles deve ser tomado sem indicação médica.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) também tem quatro medicamentos pré-aprovados para o tratamento de covid.

No entanto, os medicamentos que tiveram resultados positivos nas pesquisas e foram recomendados pela OMS têm preços elevados e não estão amplamente disponíveis no mundo todo. O mesmo vale para remédios aprovados pela Anvisa — medicamentos como o Sotrovimabe e o Paxlovid são caros e pouco acessíveis.

Pensando nisso, 27 organizações de saúde internacionais e instituições de pesquisa renomadas se uniram para fazer um grande estudo clínico, o ANTICOV, cujo objetivo é identificar tratamentos baratos e acessíveis, que possam ser usados no mundo todo — incluindo em países e regiões com recursos limitados.

“É uma coalização internacional de pesquisa, uma plataforma de pesquisa pré-clínica e clínica para países de baixa renda e meia renda. Iniciamos na África e agora temos também a colaboração do Brasil”, afirma Sergio Sosa, diretor da DNDI (Drugs for Neglected Diseases Initiative, em inglês), iniciativa que ajudou a criar e coordena o consórcio ANTICOV.

O estudo tem diversas fases — cada uma testando medicamentos diferentes — e acontece simultaneamente em 13 países africanos. A nova fase do estudo terá participação do Brasil através do Together Trial, plataforma brasileira que se une ao ANTICOV e vai coordenar a pesquisa clínica no país. Até 600 pacientes brasileiros devem participar da pesquisa, que será realizada em 21 locais diferentes — majoritariamente no SUS (Sistema Único de Saúde) — e terá a participação de dezenas de pesquisadores e médicos.

Sosa afirma ser extremamente importante que as pesquisas de medicamentos sejam realizadas nos países em desenvolvimento, pois isso agiliza a disponibilização dos remédios para a população.

“Até pouco tempo atrás, 90% das pesquisas eram no norte global (países ricos como EUA ou países da Europa). Agora temos a colaboração entre os países do sul global que, além de adequar as pesquisas para essas populações, reduz o tempo para o acesso ao medicamento”, diz o diretor da DNDI.

Isso porque quando uma pesquisa clínica é autorizada e acompanhada pelo comitê ético e pela agência reguladora de um país, todos os processos são mais rápidos: a apresentação dos resultados, sua análise, a discussão com o Ministério da Saúde, a recomendação.

“Quando a pesquisa vem de fora, por mais que tenha sido aprovada pela OMS ou pelas agências americanas e europeias, a agência reguladora vai precisar fazer sua própria análise — que vai começar do começo e demorar mais”, afirma Sosa.

Fotografia colorida mostra mulher branca de cabelo castanho, de máscara, em cama de hospital
Legenda da foto,Vários dos tratamentos disponíveis hoje têm uso restrito a hospitais

Plataforma de pesquisa brasileira

O grupo brasileiro que participa do consórcio ANTICOV é o Together Trial, uma iniciativa de pesquisadores de Minas Gerais que começou em junho de 2020, inicialmente para testar remédios em pacientes em hospitais e que depois evoluiu para testes em pacientes ambulatoriais. Sem conseguir recursos no Brasil, os pesquisadores conseguiram financiamento através de uma parceria com a McMaster University, no Canadá, e de uma bolsa Universidade de Washington, nos EUA.

O grupo foi responsável pela criação de um protocolo para pesquisa clínica contra covid-19 e pelo estudo brasileiro que demonstrou em outubro de 2020 que a hidroxicloroquina não funcionava no tratamento da covid. O estudo foi publicado em abril de 2021.

“O estudo foi um sucesso e fomos demandados por diversas instituições internacionais, então criamos uma nova plataforma, que passou a se chamar Together Trial, para um estudo adaptativo de medicamentos para tratamento da fase inicial de covid”, explica o pesquisador Gilmar Reis, líder da pesquisa e professor de medicina da PUC-Minas.

“Em vez de diversos estudos, temos uma plataforma que é um único estudo, com o mesmo protocolo, onde entram e saem medicamentos”, afirma Reais.

O teste de um desses medicamentos resultou na publicação de um paper na renomada revista Lancet, em outubro de 2021.

A plataforma já fez triagem de 25 mil pessoas e teve a participação de mais de 6 mil pacientes. Seus estudos mostraram também a ineficácia do uso da metformina e da ivermectina contra covid.

Ao se unir ao ANTICOV, o Together Trial será responsável pela realização da pesquisa de um dos braços do consórcio no Brasil. Essa nova fase vai começar testando a eficácia contra a covid-19 de uma nova combinação de medicamentos com ação antiinflamatória — ambos amplamente disponíveis, seguros e já usados no Brasil.

Uma dessas substâncias que será testada é da mesma classe da fluvoxamina, um dos medicamentos já testados pelo Together e cuja pesquisa teve resultados positivos — mas que ainda não foi aprovado pela Anvisa e não é indicado para uso nos pacientes.

“A fluvoxamina é um remédio antidepressivo que também tem um mecanismo de ação que bloqueia o processo inflamatório do corpo”, explica Reis.

Em muitos dos casos de covid, o agravamento do quadro é resultado de reação imunológica exagerada do corpo — e essa substância atua no início desse processo. A expectativa é que os dois medicamentos que serão testados em conjunto também sejam capazes de interromper esse processo inflamatório.

“Hoje, em julho de 2022, sabemos que o efeito redutor de eventos graves da fluvoxamina é o mesmo do antiviral Molnupiravir, mas nenhuma farmacêutica requisitou à Anvisa sua aprovação. E nós pesquisadores não vamos submeter isso à Anvisa, nosso interesse não é comercial.”

A nova combinação que será pesquisada pelo ANTICOV no Brasil será testada em pacientes no início da doença, que não estejam hospitalizadas. Espera-se que os medicamentos diminuam os casos de agravamento e hospitalização, explica Reis. Se o resultado for positivo, a grande vantagem dos remédios é seu preço e sua disponibilidade.

Ainda não se sabe se a combinação também pode ter o efeito de diminuir a incidência da chamada “covid longa”, ou seja, quando sintomas da doença perduram por meses em alguns pacientes.

“Essa é uma questão central que ainda precisa ser estudada mais a fundo.”

Para Sergio Sosa, da DNDI, a inclusão dos brasileiros na pesquisa agrega conhecimento e tecnologia e permite dar consistência aos resultados.

“O conhecimento isolado em ciência não é suficiente. É importante, mas não é suficiente. Procuramos demonstrar consistência, que é a repetição de resultado similar por grupos independentes em diferentes contextos”, explica.

Homem sendo vacinado no Sudão
Legenda da foto,Além do Brasil, consórcio ANTICOV faz pesquisa em 13 países da África

Tratamento e vacina

Diferentemente da vacinação, que é um medicamento preventivo e tem objetivo de preparar o sistema imunológico do corpo para evitar a contaminação, os tratamentos com medicamentos são administrados durante o desenvolvimento da doença, após a contaminação. O objetivo é combater o vírus e evitar o agravamento da doença.

Os tratamentos não substituem a vacinação — segundo a Anvisa, a vacinação continua sendo a melhor forma de evitar a covid-19 grave, hospitalizações e óbitos. Iniciada no Brasil no começo do ano passado, mudou decisivamente a evolução da pandemia, com uma enorme diminuição na transmissão, nos casos graves e na mortalidade da doença.

No entanto, tratamentos ainda são necessários, explica Reis, porque “ainda temos um contingente importante de pessoas que ao adquirir o covid-19, mesmo vacinados, desenvolvem a resposta inflamatória grave, muitas vezes interferem e muitas vezes acabam perdendo a vida.”

“Mesmo na população vacinada, a taxa de mortalidade ainda é cinco ou seis vezes a mortalidade da Influenza (o vírus da gripe). Ainda é uma doença muito grave”, afirma.

Além disso, o coronavírus têm grande capacidade de mutação, e regiões do mundo onde não há vacinação da maior parte da população funcionam como local de surgimento de novas cepas.

Reis explica também que os pacientes não devem se automedicar com nenhum dos medicamentos testados contra a covid — e nem mesmo os aprovados pela Anvisa, que devem ser indicados pelos médicos.

“Cada medicamento é testado em um cenário diferente, funciona para certos públicos, e em momentos diferentes do desenvolvimento da doença. A indicação pelo médico é necessária, pois eles avaliam se o paciente se encaixa em alguma dessas situações”, destaca o pesquisador.

Tratamentos disponíveis contra covid-19 no Brasil

Na maioria dos casos, o tratamento contra o covid, explica a OMS, é feito através do cuidado paliativo dos sintomas — e o próprio corpo combate o vírus e se recupera da doença. Em casos de pacientes com riscos, no entanto, podem ser indicados tratamentos contra a covid-19 que ajudam a evitar o agravamento dos casos.

Há três tipos de medicamentos disponíveis hoje para tratamento de covid: os antivirais, que dificultam a reprodução do vírus dentro do corpo; os anti-inflamatórios, que contém reações exageradas e potencialmente letais do nosso sistema imunológico e terapias de anticorpos monoclonais, que imitam o sistema imunológico para atacar o vírus.

No momento, há seis* remédios para tratamento contra covid-19 aprovados pela Anvisa:

  • Rendesivir – produzido pela farmacêutica Gilead, é um antiviral injetável e de uso hospitalar. É destinado no Brasil a pacientes com pneumonia que precisam de suplementação de oxigênio, mas que não estão sob ventilação artificial.
  • Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir) – antiviral oral da Wyeth/Pfizer, indicado como tratamento precoce para pessoas com maior risco de ter covid-19 grave. Deve ser tomado assim que possível dentro de cinco dias de início dos sintomas. A pesquisa que mostrou alta redução na taxa de hospitalização foi feita com pessoas não vacinadas, por isso o paciente deve discutir com seu médico se há vantagem para o seu caso.
  • Molnupiravir – antiviral da farmacêutica MSD (Merck Sharp & Dohme), foi o remédio aprovado mais recentemente. Deve ser indicado por um médico e é destinado principalmente a pacientes com quadros leves e moderados e com risco de agravamento. Também deve ser tomado via oral dentro de cinco dias do início dos sintomas.
  • Sotrovimabe – anticorpos monoclonais da GSK de uso restrito a hospitais. Indicado pela anvisa para pessoas com covid-19 leve a moderada, mas que estão em risco de progressão para o estágio grave da doença. No serviço de saúde britânico, costuma ser administrado como transfusão para receptores de transplantes, pacientes com câncer e outros grupos de alto risco.
  • Baricitinibe – anti-inflamatório recomendado pela OMS para pacientes graves; e autorizado pela Anvisa para uso em pacientes adultos hospitalizados que “necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva”.
  • Evusheld (cilgavimabe + tixagevimabe) – tratamento injetável da AstraZeneca com anticorpos monoclonais indicado como profilaxia (ou seja, deve ser tomado antes da exposição à covid-19) para pessoas com comprometimento imunológico moderado a grave ou em tratamento com imunossupressores. A Anvisa destaca que a profilaxia com Evulshed não substitui a vacinação para indivíduos em que a vacinação é recomendada.

*outros três remédios chegaram a ser aprovados, mas tiveram uso suspenso ou revogado.

Fontes: Anvisa, OMS, NHS, GSK, MSD, Pfizer, Gilead, AstraZeneca.

FONTE BBC.COM

Minas Gerais tem 250 mulheres vítimas de violência doméstica por dia

Os números mostram a necessidade de ampliar ações de proteção 

Mais de 45 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica no primeiro semestre deste ano, em Minas Gerais. Os dados apontam que, entre essas mulheres, 37 foram assassinadas e 64 foram vítimas de tentativa de feminicídio.

Os números apontam a necessidade de ampliar das ações de proteção às vítimas e também revelam que mais gente tem procurado ajuda quando presencia uma situação de violência. É o que explica a delegada Amanda Pires, o Departamento Estadual de Investigação Orientação e Proteção à Família de Minas Gerais, ao repórter Marcelo Sena.

“São números que demonstram que apesar de várias campanhas da ampliação da rede de atendimento nós ainda precisamos melhorar muito a nossa capacidade de atuação para que esses números de fato sejam reduzidos”, avalia Amanda Pires que completa dizendo que os dados demonstram um lado positivo. “Os números, por outro lado, podem significar também que mais mulheres em situações de violência têm sido encorajadas a noticiar esses graves atos de violação aos seus direitos.”

Sobre aquela velha história de que em briga de marido e mulher “não se mete a colher”, a delegada faz questão de ressaltar que esse tempo já passou e que atualmente existem, inclusive, leis que obrigam por exemplo administradores de condomínio e síndicos a noticiarem a violência. “No auge da pandemia foi editada uma lei que obriga os administradores de condomínio e os síndicos a noticiarem as violências de gênero contra a mulher naqueles ambientes, como uma forma de ampliar essa rede de proteção das mulheres. As autoridades públicas tem o dever de proteção da mulher de enfrentar a violência. Mas a sociedade também pode ajudar.”

Como denunciar

A Central de Atendimento à Mulher – LIGUE 180 – é uma parceria da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Presidência da República – SPM – e as empresas Embratel, Eletronorte, Eletrobrás, Furnas e do Disque Denúncia do Rio de Janeiro.

Onde procurar:

  • – as delegacias de atendimento especializado à mulher.
  • – as defensorias públicas.
  • – os postos de saúde.
  • – o instituto médico legal para os casos de estupro.
  • – os centros de referência.
  • – as casas abrigo.
  • – outros mecanismos de promoção de defesa de direitos da mulher.

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 – funciona 24 horas por dia, de segunda a domingo, inclusive feriados. A ligação é gratuita e o atendimento é de âmbito nacional.

*Com informações do repórter Marcelo Sena

FONTE ITATIAIA

Leão com pneumonia: covid-19 em animais exige estudos aprofundados

De gatos a tigres, de cães a gorilas, multiplicam-se os casos de infecção por coronavírus, ainda pouco estudados, em bichos domésticos e selvagens

(Adriano Mendes, Amy Stryholm, Katja Koeppel e Marietjie Venter*) – O SARS-CoV-2 é a causa da doença que conhecemos como covid-19. Embora essa doença tenha causado estragos em todas as populações humanas em todo o mundo, o que não é tão apreciado é que o vírus também pode infectar uma variedade de animais.

A Organização Mundial de Saúde Animal relatou surtos de SARS-CoV-2 em gatos, cães, furões, martas, lontras, leões, tigres, pumas, leopardos da neve, gorilas, veados de cauda branca, gato pescador, quati da América do Sul, hiena manchada, urso-gato-asiático, lince euro-asiático e lince do Canadá. Recentemente, o vírus foi identificado em hamsters de estimação após a transmissão zoonótica reversa de humanos.

Em nosso artigo, relatamos a infecção de um puma exótico (julho de 2020) e três leões africanos (julho de 2021) em um zoológico particular em Joanesburgo, África do Sul. A transmissão de uma variante Delta – semelhante às que circulavam em humanos na África do Sul na época – de um tratador para os três leões foi identificada. Um leão desenvolveu pneumonia, enquanto os outros casos tiveram infecção leve. Tanto o puma quanto os leões permaneceram positivos para o RNA SARS-CoV-2 por até sete semanas, mas eliminaram completamente a infecção.

Este trabalho é o primeiro exemplo de infecção animal por SARS-CoV-2 na África e se soma a apenas um punhado de artigos que abordam globalmente a infecção em populações de leões em cativeiro. Três relatos anteriores foram publicados de zoológicos nos EUA, Índia e Barcelona.

O fato de uma ampla gama de animais parecerem suscetíveis à infecção tem pelo menos três consequências importantes.

Em primeiro lugar, não está claro o grau de gravidade da doença em diferentes animais e suas implicações no bem-estar animal. Em segundo lugar, os animais têm sistemas imunológicos diferentes e vivem em ambientes diferentes dos humanos, o que significa que haveria pressão evolutiva alterada sobre o vírus. Isso tem o potencial de influenciar o surgimento futuro de variantes virais se ocorrerem surtos mais amplos, como foi o caso de furões na Europa e cervos de cauda branca nos EUA.

Finalmente, qualquer esperança de erradicar o vírus com o uso de vacinas e antivirais precisará levar em conta o fato de que provavelmente existem bolsões de infecção animal onde o vírus ainda pode circular. Os virologistas chamam esses animais de “reservatórios”. Assim como uma represa fornece excesso de água para uma comunidade, esses animais podem abrigar o vírus depois que muitas pessoas se tornam imunes. Até o momento, houve poucos relatos desses animais transmitindo de volta para humanos e nenhum relato de grandes felinos transmitindo de volta.

Uma melhor compreensão da dinâmica de transmissão e patogênese em espécies suscetíveis mitigará o risco para humanos e animais selvagens que ocorrem na África.

Descobertas da pesquisa com animais

Em julho de 2020 e novamente em junho de 2021, uma de nós (Dra. Katja Koeppel) foi alertada sobre dois pumas e três leões com sintomas de doenças respiratórias, alojados em um zoológico nos arredores de Joanesburgo. Estes incluíam sintomas semelhantes à covid-19 (e muitas infecções respiratórias virais), como tosse, dificuldade em respirar e perda de apetite. Pelo menos, um dos leões teve pneumonia.

Inicialmente esses animais foram tratados com antibióticos, o que não funcionou. Foi então que Koeppel se conectou ao programa Zoonotic arbo- and Respiratory virus Research no Centro de Zoonoses Virais da Universidade de Pretória para testar o SARS-CoV-2. Um puma e todos os três leões testaram positivo para PCR.

Com a cooperação útil do zoológico, foi iniciada uma investigação sobre o surto de leões em 2021. Todos os funcionários que estiveram em contato com os leões foram entrevistados e submetidos a testes de COVID-19. Encontramos dois dos 12 membros da equipe PCR positivos, indicando uma infecção ativa por SARS-CoV-2. Além disso, outros três membros da equipe tinham anticorpos para o vírus, indicativos de uma infecção anterior. Apenas um membro da equipe relatou um teste positivo anterior.

A investigação concluiu assim que quatro funcionários foram infectados de forma assintomática com SARS-CoV-2 enquanto estavam em contato com os leões. Usando análises genéticas adicionais, determinamos que todos os vírus do leão e o vírus do guardião de felinos eram quase idênticos (a variante SARS-CoV-2 Delta).

Isso sugeriu que todos os leões e pelo menos um dos membros da equipe estavam envolvidos em uma única cadeia de transmissão. Como os leões estavam em duas gaiolas diferentes e não em contato com outros animais, o vírus provavelmente foi transmitido do humano para as duas gaiolas.

Se leões e outros animais podem pegar covid-19, o que devemos fazer sobre isso?

Necessidade de vigilância mais ampla necessária

Um crescente corpo de pesquisas mostra que os protocolos covid-19 devem ser estendidos para áreas em que há uma interface humano-animal. Estes incluem zoológicos, santuários de vida selvagem e fazendas de caça.

Isso é de vital importância para as regiões que dependem do ecoturismo, como é o caso em grande parte da África. Protocolos simples de prevenção à covid-19, como exames regulares de saúde, higiene das mãos e, o mais importante, mascaramento consistente, serão tão eficazes para impedir a propagação do novo coronavírus para animais quanto o foi para os humanos.

Nossa pesquisa também ilustra o perigo potencial que o SARS-CoV-2 representa para a saúde animal. Como está sendo relatado atualmente nos EUA, o vírus se espalhou para populações de cervos selvagens de cauda branca em vários estados. Uma vez na natureza, o vírus será difícil de controlar. Felizmente, os cervos parecem não ser afetados pela doença.

Os leões em nosso estudo se recuperaram bem após o tratamento com antiinflamatórios, antibióticos e vitaminas. O leão com pneumonia também recebeu dexametazona, o mesmo medicamento usado em humanos. Mas os leões infectados na Índia não tiveram a mesma sorte.

À medida que a pandemia diminui, a vigilância contínua das populações de animais selvagens será vital para garantir que a pandemia não mude para outra esfera da vida.

FONTE PROJETO COLABORA

Ômicron não será a última variante do coronavírus, diz OMS

As novas infecções cresceram cerca de 20% ao longo da última semana, quando foram reportados aproximadamente 19 milhões de novos casos segundo o órgão

A ômicron não será a última cepa do coronavírus. Quem afirma é a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o órgão, embora as infecções estejam diminuindo em alguns países, os números de transmissão ainda são altos ao redor do mundo e podem fazer com que novas variantes apareçam.

Segundo reportagem do site da emissora CNBC, as novas infecções cresceram cerca de 20% ao longo da última semana, quando foram reportados aproximadamente 19 milhões de novos casos. Mas a OMS acredita que o número deve ser muito maior, já que muitos casos não são identificados.

Ainda de acordo com a CNBC, Maria Van Kerkhove, líder técnica do coronavírus da OMS, afirmou que “está ouvindo muitas pessoas dizerem que a ômicron será a última variante e que a pandemia acabará depois disso”. “Esse não é o caso, porque o vírus está circulando em um nível muito intenso ao redor do mundo”, afirma.

Segundo a especialista, “não é hora de relaxar medidas sanitárias”, como o uso de máscaras e distanciamento. “Esta não será a última variante preocupante”, afirma.

Tedros Adhanom Ghebreysus, diretor-geral da OMS, afirmou que novas infecções estão chegando ao topo em alguns países, dando uma esperança de que o pior da ômicron já passou. Ainda assim, ele afirma que “nenhum país está fora dos riscos ainda” e alertou que os sistemas de saúde ainda estão sob pressão.

FONTE VALOR INVESTE

“Pandemia está longe de acabar”, diz diretor da OMS

Tedros Ghebreyesus refuta ideia de que a variante ômicron do coronavírus seja benigna. Diretor-geral também expressa preocupação com baixas taxas de vacinação em alguns países

A pandemia de covid-19 “está longe de acabar”, afirmou nesta terça-feira (18/01) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertando contra a ideia de que a variante ômicron seja benigna.

“A ômicron continua varrendo o planeta. (…) Não se enganem, a ômicron causa hospitalizações e mortes, e mesmo os casos menos graves sobrecarregam as instituições de saúde”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus em entrevista coletiva em Genebra, Suíça.

“Esta pandemia está longe de acabar, e dado o incrível crescimento da ômicron em todo o mundo, é provável que surjam novas variantes”, acrescentou.

Em 11 de janeiro, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ponderou que, embora a doença ainda esteja em fase de pandemia, a disseminação da variante ômicron deve transformar a covid-19 em uma doença endêmica com a qual a humanidade pode aprender a lidar.

“À medida que a imunidade aumenta na população – e com a ômicron, haverá muita imunidade natural além da vacinação – avançaremos rapidamente para um cenário mais próximo da endemicidade”, disse Marco Cavaleri, chefe da estratégia de vacinas da EMA.

Na Suíça, o ministro da Saúde, Alain Berset, também estimou na semana passada que a variante ômicron poderia ser “o começo do fim” da pandemia.

Mas o chefe da OMS é mais cauteloso e ressaltou que a variante ômicron não é benigna.

“Em alguns países, os casos de covid parecem ter atingido o pico, dando esperança de que o pior desta última onda já passou, mas nenhum país está fora de perigo ainda”, disse Tedros Ghebreyesus.

O diretor-geral expressou especial preocupação com o fato de muitos países ainda possuem baixas taxas de vacinação contra a covid. “As pessoas correm mais risco de sofrer de formas graves da doença ou de morrer se não forem vacinadas.”

A “ômicron pode ser menos grave em média, mas a narrativa de que é uma doença leve é enganosa (…) e prejudica a resposta geral e custa mais vidas”, completou Tedros.

Segundo a OMS, na semana passada foram reportados mais de 18 milhões de novos casos de covid-19 no mundo.

A pandemia de covid-19 provocou mais de 5,5 milhões de mortes em todo o mundo. O número de casos identificados da doença passa de 332 milhões, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

jps/lf (AFP. Lusa, ots)

FONTE DW

Nova licitação da BR 040 manterá praças de pedágios e serão automatizadas; duplicação do trecho na região não está garantida

A BR 040 vai ser licitada novamente. Ela será dividida em dois trechos: do Rio de Janeiro a BH e de BH a Brasília. O trecho do Rio de Janeiro a BH já passou pela fase de estudos e a ANTT, (Agência Nacional de Transportes Terrestre) que já abriu a fase de Audiências Públicas, com o seguinte calendário:
– Dia 10/12/2021, em Brasília; -dia 13/12, em BH; -dia 15/12, em Juiz de Fora e dia 17/12, no Rio de Janeiro.

Lafaiete

Após Paracatu (MG), na segunda-feira (6) foi a vez de Lafaiete receber, através de requerimentos apresentados pelo Deputado Federal Padre João (PT), aprovados pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, a audiência em formato de mesa redonda, para debater o projeto de concessão e propor melhorias para povoados, comunidades, cidades, moradores das margens da BR040 e de todos os usuários da rodovia. O evento ocorreu nesta semana;

O debate contou com a presença de representantes da ANTT, do Ministério da Infraestrutura, Tribunal de Contas da União, outros órgãos do governo federal, além de lideranças regionais para debater as obras de infra-estrutura a serem previstas no novo edital de relicitação da rodovia BR 040, com cronograma de ser publicada ainda este ano. A licitação acontece no 3º trimestre de 2022 e a licitação no 4º trimestre do ano que vem e em seguida a concessão por 30 anos a nova empresa vencedora.

Padre João

O parlamentar lembrou que ninguém mais pode ser pego de surpresa. “Estamos convocando todos para opinar e sugerir melhorias no projeto, como: vai ter passarela? Onde? Quantas? Vai ter melhorias nos trevos de acesso? Como? Vai construir rodoanel? As praças de pedágios vão ser mudadas? Pra onde? E o preço da tarifa? A duplicação vai ter separação física por muretas, por canteiro central? E a duplicação de pontes e viadutos? Por onde vão começar as obras? Quais trechos precisam de prioridades?”, informou.

Ele frisou que tudo precisa ser feito e alterado antes do edital de licitação. “Depois não adianta mais. A empresa provavelmente não fará obra que não consta no contrato”, assinalou.

Bruno Melin, representante da Secretaria de Programa, Parceira e Investimentos, órgão do Governo Federal, insistiu na participação dos Municípios na definição das obras prioritárias através das audiências públicas. Ele ressaltou que serão R$7 bilhões de investimentos até o 7º ano de concessão com construções de faixas adicionais, vias marginais, sinalização, duplicações etc.

Segundo ele, as 6 praças de pedágios serão mantidas e automatizadas. Isto é, não haverá interrupção do tráfego e o pagamento da taxa será via aplicativo.
Sobre a duplicação do trecho com maior índice de acidentes (Lafaiete e Congonhas), Bruno não garantiu que as obras serão prioritárias entre BH ao RJ. O trecho concorre com a subida de Petrópolis (RJ) entre os investimentos mais importantes. A disputa promete acirrar os debates nas audiências públicas.

Ele explicou que as intervenções previstas foram elaboradas pela Empresa de Planejamento e Logística S.A, uma empresa pública do Brasil, vinculada ao Ministério da Infraestrutura, que tem como objetivo prestar serviços na área de projetos, estudos e pesquisas destinados a subsidiar o planejamento da infraestrutura, da logística e dos transportes no país.

Acidentes

Flávio Loures, representante da Polícia Rodoviária Federal, cobrou participação da entidade na elaboração e definição de obras e lembrou que entre 2007 a 2021 foram 258 vítimas fatais no trecho entre Juiz de Fora e Belo Horizonte. “É um avião lotado. Mas como as mortes são dilatadas ao longo do tempo, não desperta comoção com um Boeing quando sofre uma tragédia”.

Codap

O representante do Consórcio de Desenvolvimento do Alto Paraopeba (Codap) e Presidente Sociedade Regional de Engenharia e Arquitetura de Conselheiro Lafaiete (Sorear), o Engenheiro Crispim Ribeiro, fez duas alertas sobre a disputa sobre as obras prioritárias entre Minas e o Rio de Janeiro.

Outro problema levantado pelo engenheiro sobre vencimento dos prazos dos licenciamentos ambientais entre Lafaiete a Belo Horizonte. “Caso elas estejam vencidas, o trecho do Rio de Janeiro será prioritário em detrimento a nossa região”, exortou.

Covid-19: como se determina o fim de uma pandemia

A notícia de que São Paulo e outros oito Estados não registraram nenhuma morte por covid-19 na segunda-feira (8/11) foi recebida com muita comemoração e otimismo

Embora o acontecimento seja simbólico e reforce a melhora contínua da pandemia no país durante os últimos meses, especialistas ouvidos pela BBC News Brasil entendem que é preciso colocar o fato em perspectiva e ter em mente que ainda há um longo caminho a ser percorrido antes de decretar o fim da crise sanitária.

“Estamos de fato na melhor fase desde o início de 2021, com um decréscimo imenso em casos, hospitalizações e óbitos. Mas os anúncios de que ninguém morreu de covid-19 devem ser analisados com cautela, até porque existe um atraso nas notificações”, pondera o médico Guilherme Werneck, membro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

“E é preciso deixar claro que o fim da pandemia, quando realmente chegarmos lá, não significará o fim da covid”, completa o profissional da saúde, que também é professor do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

O virologista Paulo Eduardo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), concorda. “Com base no que sabemos sobre outros tipos de coronavírus, é provável que o Sars-CoV-2 [o responsável pela pandemia atual] se atenue com o passar dos anos e se torne um causador de resfriado comum. Mas a atual reemergência de casos na Europa mostra que ainda estamos longe disso”, analisa.

Já a médica Lucia Pellanda, professora de epidemiologia e reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, destaca a importância da saúde coletiva e o caráter global do desafio que enfrentamos. “Como o próprio nome já diz, a pandemia é um problema mundial. E, enquanto a situação estiver ruim em alguma região, todos nós continuaremos sob risco.”

Mas como chegamos até aqui? E quais são as perspectivas mais otimistas e mais pessimistas para os próximos meses? Entenda a seguir como uma pandemia acaba — e o que pode acontecer na sequência dela.

Cenário positivo no Brasil e preocupante na Europa

Após um primeiro semestre muito duro, com centenas de milhares de casos e de mortes por covid-19, o Brasil está numa situação bem mais tranquila desde o final de julho e o início de agosto.

Para ter ideia, a média móvel diária de óbitos (que leva em conta os registros dos últimos sete dias) está atualmente em 236, de acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).

Um número desses só havia sido observado em abril de 2020, quando o vírus começou a se espalhar pelo país. No pior momento da crise sanitária, essa taxa chegou a atingir, em abril de 2021, um pico de 3.124 mortes diárias.

Médias móveis de casos e mortes por covid-19 do Conass
Legenda da foto,De acordo com médias móveis de casos e mortes por covid-19 do Conass, números estão em queda desde agosto

A sequência de boas novas culminou com a notícia, divulgada na segunda-feira (8/11), de que São Paulo não registrou nenhuma morte por covid-19 em 24 horas, fato que não havia acontecido nenhuma vez desde o início da crise sanitária.

Nesse mesmo dia, outros oito Estados brasileiros não tiveram óbitos pela doença: Acre, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Rondônia, Roraima e Sergipe. O Acre, aliás, está sem nenhum registro de morte há mais de dez dias.

Segundo os especialistas, há três ingredientes que ajudam a explicar essa melhora.

“É evidente que a vacinação é o principal deles. A partir de junho, momento em que a campanha ganhou força e a cobertura vacinal na população brasileira aumentou, tivemos uma queda substancial nas hospitalizações e nas mortes”, observa Werneck.

“Não podemos nos esquecer também do enorme número de casos que tivemos, o que certamente contribuiu para criar uma imunidade, e a adesão às medidas não farmacológicas, especialmente o uso de máscaras”, complementa o médico.

O cenário mais ameno permitiu que muitas cidades brasileiras aliviassem as restrições, que mantinham espaços de convivência, como restaurantes, bares e shoppings, fechados ou com horário de funcionamento e taxa de ocupação bem reduzidos.

Alguns prefeitos e governadores foram além e chegaram até desobrigar mais recentemente o uso de máscaras em alguns locais abertos.

Os especialistas, no entanto, temem que essa onda de otimismo e relaxamento reverta a tendência positiva e desperdice todas as conquistas do momento.

“É claro que a notícia de um dia sem mortes é excelente, mas não dá pra comemorar demais. Trata-se de uma data isolada e, quando vemos as estatísticas, ainda estamos com médias razoáveis de casos e óbitos por covid”, diz o médico Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

“Temos que ter cuidado para que a situação no Brasil não volte a piorar, como acontece agora na Europa, que está com uma nova subida nos casos e nas hospitalizações após fazer a reabertura”, aponta o especialista.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Europa voltou a ser o epicentro da pandemia, com uma piora considerável da situação no Reino Unido, na Alemanha, na Hungria, na Áustria e na Ucrânia.

Durante uma coletiva de imprensa no dia 4 de novembro, Hans Kluge, diretor regional da OMS, disse que a situação representa uma “grave preocupação” e que a região está “num ponto crítico para a ressurgência pandêmica”.

Profissionais da saúde na Rússia
Legenda da foto,De acordo com a OMS, a Europa voltou a se tornar o epicentro da pandemia de covid-19

A explicação para esse recrudescimento, segundo a avaliação do próprio representante da entidade, está no relaxamento das medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras e a prevenção de aglomerações, e a baixa taxa de vacinação em alguns países.

Não é possível afirmar que o mesmo cenário acontecerá no Brasil (até porque a campanha de imunização por aqui conta com uma maior participação popular), mas, até agora, a piora do cenário na Europa se repetiu alguns meses depois em nosso país.

“É possível escaparmos disso, a depender do comportamento das pessoas e das políticas públicas. Precisamos continuar com a vacinação e seguir com as camadas de proteção, como o uso de máscaras e o cuidado com as aglomerações e com a circulação de ar pelos ambientes”, indica Pellanda.

Como uma pandemia acaba?

Por algum tempo, aventou-se a possibilidade de que a imunidade coletiva (ou imunidade de rebanho) seria capaz de dar um fim à covid-19: conforme as pessoas ficassem doentes (ou, preferencialmente, fossem vacinadas) o Sars-CoV-2 não encontraria mais hospedeiros e deixaria de circular.

Mas o surgimento de novas variantes, como a Alfa, a Beta, a Gama e a Delta, junto com o conhecimento de que a imunidade contra esse coronavírus não dura para sempre e varia muito de pessoa para pessoa, praticamente descartou essa ideia.

Hoje em dia, há uma maior concordância entre os cientistas de que a pandemia de covid-19 se transformará aos poucos em uma endemia.

Isso significa que a doença continuará a ser frequente em uma (ou em várias) regiões do planeta, com um número de casos e de mortes esperados todos os anos.

É isso o que ocorre com uma série de outras enfermidades, como a malária, a febre amarela ou a própria gripe.

“O desafio será estabelecer um patamar admissível de casos e óbitos, o que exigirá um consenso não apenas da comunidade científica, mas de toda a sociedade”, antevê Werneck.

“E, para evitar que esses números voltem a subir novamente e tenhamos surtos ou epidemias no futuro, necessitamos de um sistema de vigilância muito forte, capaz de detectar aumentos repentinos e lançar mão de medidas preventivas. É o que acontece hoje com meningite e sarampo”, exemplifica o médico.

Pellanda concorda com essa dificuldade em estabelecer os critérios que determinarão o fim da pandemia atual.

“Estamos num período de instabilidade dos dados e não sabemos bem como será o futuro. Por isso, devemos desconfiar de qualquer pessoa que tenha muita certeza agora do que vai acontecer”, diz.

Exemplos do passado

Para entender os próximos passos do Sars-CoV-2, Brandão traça um paralelo histórico com outro tipo de coronavírus, o OC43, que possivelmente causou uma epidemia (ou até uma pandemia) no final do século 19.

“Você pode até nunca ter ouvido falar dele, mas provavelmente já foi infectado algumas vezes por esse vírus”, brinca o cientista.

“Após ter ‘pulado’ de bovinos para seres humanos, ele era agressivo. Mas, com o passar do tempo, foi atenuado por ciclos sucessivos de infecção na nossa espécie. Atualmente, o OC43 é um dos principais causadores do resfriado comum, quadro que é autolimitado e não costuma causar sintomas mais graves”, conta.

O virologista lembra que a “meta principal” de um vírus é se replicar, e não matar o seu hospedeiro. Portanto, um agente infeccioso que consegue criar essa “convivência pacífica” com o ser humano acaba atingindo seu objetivo com mais facilidade e permanece entre nós por um tempo prolongado.

Sars-CoV-2
Legenda da foto,Com o passar do tempo, o Sars-CoV-2 pode se tornar mais ameno e virar um dos causadores de resfriados

Na contramão, um vírus muito agressivo, que mata rapidamente após a infecção, tem menos probabilidade de causar uma epidemia ou uma pandemia, já que a transmissão acaba prejudicada.

É o que acontece, por exemplo, como o Mers-CoV, um outro tipo de coronavírus responsável pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio (ou Mers, na sigla em inglês): o índice de letalidade dele chega a 37%, mas os casos ficaram restritos a alguns países em 2011 e 2015.

Será que esse fenômeno de atenuação acontecerá com o Sars-CoV-2? Não dá pra ter certeza disso.

“Vivemos um momento em que esse coronavírus está dando as primeiras voltas ao redor da Terra. Já foram duas e ele está na terceira, com o aumento recente da transmissão pela Europa”, explica Brandão.

“Por ora, não é possível afirmar categoricamente que o Sars-CoV-2 ficará mais ameno, a exemplo do OC43. Em termos evolutivos, essa é uma possibilidade que pode demorar alguns anos para acontecer”, continua.

“Portanto, não é hora de baixar a guarda. Esse coronavírus não está atenuado e a relação não é amigável o suficiente a ponto de deixarmos que ele circule livremente pela nossa casa”, completa o pesquisador.

Nessa mesma linha de raciocínio, não está descartada também a possibilidade diametralmente oposta: o surgimento de variantes do coronavírus ainda mais agressivas e com capacidade de driblar a proteção das vacinas disponíveis.

“Essa é uma realidade matemática: quanto mais o vírus se replica, mais versões dele aparecem e, consequentemente, maior o risco de surgirem mutações preocupantes”, ratifica Brandão.

E isso só reforça a ideia de que o problema é global e deveria ser tratado como tal. “Em algumas nações mais pobres, a proporção de vacinados segue muito baixa. Isso abre o risco de bolsões de covid-19 que podem ‘exportar’ o vírus novamente para o resto do mundo”, alerta Pellanda.

“A pandemia reforçou a noção de que toda a saúde é coletiva e está conectada com as pessoas ao redor e ao planeta inteiro. Enquanto um ser humano estiver em perigo, todos estaremos”, completa a médica.

Profissional de saúde vacina mulher
Legenda da foto,Vacinação contra a covid-19 pode ser periódica no futuro, especulam cientistas

É justamente por isso que os especialistas batem tanto na tecla da vacinação e dos demais cuidados não farmacológicos (uso de máscaras, evitar aglomerações, cuidados com a ventilação…).

As medidas preventivas podem até ser um pouco aliviadas se a situação de momento num país ou numa região for boa, mas não é possível abandoná-las por completo (a exemplo do que foi feito em alguns países europeus), pelo menos durante os próximos meses ou anos.

O mesmo raciocínio também se aplica à imunização: é provável que teremos a aplicação de novas doses de vacinas contra a covid-19 de tempos em tempos.

Embora o fim da pandemia ainda seja cercado de mistérios e pareça apenas uma perspectiva distante, Brandão se lembra de um discurso feito pelo então primeiro-ministro britânico Winston Churchill em 1942, em meio à Segunda Guerra Mundial, após uma vitória importante dos aliados contra os nazistas.

Na visão do virologista, a frase se aplica perfeitamente ao atual estágio da covid-19 no mundo: “Esse não é o fim. Não é sequer o começo do fim. Mas é, talvez, o fim do começo.”

FONTE BBC NEWS

BPC: Auditoria revela pulo do tempo de concessão de 78 para 311 dias; veja detalhes

Confira detalhes do estudo realizado pelo TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou uma auditoria operacional sobre a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A saber, o objetivo principal da concessão do BPC é amparar os idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência que estão à margem da sociedade e que não podem prover seu próprio sustento.

BPC: Auditoria revela pulo do tempo de concessão de 78 para 311 dias; veja detalhes
BPC: Auditoria revela pulo do tempo de concessão de 78 para 311 dias – Foto: Reprodução/Google

Auditoria do BPC

A auditoria identificou que faltam tempestividade (atendimento do prazo em lei) e eficácia nos procedimentos adotados para análise dos requerimentos de concessão do BPC.

Vamos para os números apurados para o benefício.

De janeiro de 2015 a março de 2020, a quantidade de requerimentos pendentes de análise passou de aproximadamente 50 mil para 561 mil.

Além disso, o tempo médio anual de tramitação dos pedidos de pessoas portadoras de deficiência passou de 78 dias, em janeiro de 2015, para 311 dias em outubro de 2020, prazo muito superior aos 45 dias previstos na Lei 8.742/1993.

Quer ter acesso ao relatório completo da auditoria realizada? Clique aqui.

Requisitos do benefício

Como se sabe, para aprovação do requerimento do BPC, é preciso estar inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

Já as pessoas com deficiência, precisam comprovar o impedimento de longo prazo, tanto por avaliação social quanto pela perícia médica. No entanto, a ordem em que essas acontecem foi mais um problema identificado pela auditoria.

A perícia médica, ponto de gargalo para o indeferimento dos requerimentos de BPC, tem ocorrido após a avaliação social.

O INSS tem perda de tempo e mobilização desnecessária de mão de obra com a realização de avaliação social para parte significativa de requisições que serão indeferidas, posteriormente, na perícia médica.

Esse equívoco tem gerado gastos desnecessários aos cofres públicos. Isso porque, de janeiro a maio de 2020 houve 17 mil avaliações sociais indeferidas pela perícia médica.

Sendo assim, o INSS poderia ter economizado, apenas nesse período, R$ 1,343 milhões de reais se as perícias médicas precedessem as avaliações sociais.

Além do ganho financeiro, haveria também o ganho de eficiência pela racionalização do trabalho dos assistentes sociais, com diminuição dos estoques.

Em fevereiro de 2021, o INSS celebrou acordo com o Ministério Público Federal, o qual estabeleceu o prazo de 90 dias para a conclusão de todo o processo de concessão do BPC.

Para o Tribunal, no entanto, há riscos de o acordo pactuado com o MPF não ser cumprido, se o INSS mantiver o procedimento atualmente adotado de efetuar a perícia médica após a realização da avaliação social.

Novas medidas

Diante deste cenário, o TCU determinou ao INSS, ao Ministério da Cidadania e ao Ministério da Economia que regulamentem e implementem, no prazo de 90 dias, medidas para inverter a ordem de análise para requisições do BPC, de forma que a perícia médica preceda a avaliação social.

Fonte: Tribunal de Contas da União

Diário da Covid-19: Brasil tem a menor média de casos desde maio de 2020

Média de mortes também vem caindo significativamente apesar da última semana epidemiológica registrar ligeira alta no número de óbitos

A boa notícia da semana, até 17/09, foi a continuidade da queda da média diária de infectados pela covid-19 no Brasil que atingiu o menor nível desde maio de 2020. Segundo o Imperial College de Londres, a taxa de transmissão (Rt) do coronavírus no Brasil caiu para 0,81, também o menor índice do ano. No dia 18 de junho de 2021 a média estava em 72,2 mil casos diários, caiu para 30,4 mil casos em 18 de agosto e diminuiu novamente para 15 mil casos em 17 de setembro, uma queda de mais de 4 vezes em um trimestre, o patamar mais baixo em 16 meses.

O gráfico abaixo mostra que o coeficiente diário de incidência brasileiro se manteve bem acima do coeficiente global na maior parte do ano de 2021. Porém, no dia 13 de setembro, o coeficiente mundial de 74 casos por milhão ficou acima do coeficiente brasileiro de 71 casos por milhão. No dia 16/09 a média brasileira subiu ligeiramente para 74 casos por milhão, enquanto a média global continuou caindo. Mas no dia 17/09 o Brasil apresentou coeficiente de 70 casos e o mundo, 67 casos por milhão de habitantes.

A média de vidas perdidas para a covid-19 também caiu significativamente nos últimos meses, passando de 3.124 óbitos em 12 de abril de 2021, no pico da pandemia, para 532 óbitos em 17 de setembro de 2021, uma queda de 6 vezes em 5 meses. Porém, considerando a 37º semana epidemiológica a média de mortes passou de 454 óbitos no dia 10/09, para 597 óbitos no dia 15/09 e para 532 óbitos no dia 17/09.

O gráfico abaixo mostra que o coeficiente diário de mortalidade brasileiro se manteve bem acima do coeficiente global em todo o ano de 2021, embora a diferença tenha diminuído bastante desde abril. No dia 12/04 o Brasil tinha um coeficiente de 14,6 óbitos por milhão e o mundo, 1,6 óbitos por milhão. No dia 11/09 o coeficiente brasileiro caiu para 2,1 óbitos por milhão e o coeficiente global caiu para 1,1 óbito por milhão. O Brasil vinha se aproximando da média mundial, mas reverteu a tendência na última semana e o coeficiente subiu para 2,5 óbitos por milhão no dia 17/09. Os dados do dia 18/09 foram preocupantes, como veremos à frente.

A tendência de queda do número de casos e óbitos da covid-19 não é só do Brasil, mas de toda a América do Sul, enquanto alguns países da América do Norte e da América Central continuam apresentando números elevados. O gráfico abaixo mostra que, no último mês (17/08 a 17/09), Cuba teve o maior coeficiente de incidência com cerca de 700 casos por milhão de habitantes no dia 17 de setembro. Estados Unidos e Costa Rica apresentaram coeficientes próximos a 440 casos por milhão. México, Panamá, Brasil e o mundo apresentaram coeficientes em torno de 70 casos por milhão. Os demais países possuem coeficientes abaixo da média mundial, com destaque para Paraguai e Equador, com coeficientes abaixo de 10 casos por milhão, sendo que o Haiti é o país das Américas com menor coeficiente, somente 2 casos por milhão de habitantes.

O quadro muda em termos de coeficiente acumulado de incidência. O gráfico abaixo mostra que os EUA apresentam o maior coeficiente, com 126,1 mil casos por milhão de habitantes, seguido de Argentina, Uruguai e Panamá, todos com mais de 100 mil casos por milhão. Na sequência, Brasil, Costa Rica e Colômbia com pouco menos de 100 mil casos por milhão. A média mundial é de 28,9 mil casos por milhão de habitantes. Abaixo do coeficiente global, estão Equador e México com cerca de 28 mil casos por milhão. Novamente, o menor coeficiente acumulado é do Haiti (1,8 mil casos por milhão), que é o país mais pobre das Américas, mas é o que apresenta os menores registros da covid-19.

O gráfico abaixo mostra que no coeficiente de mortalidade a América do Sul também apresenta números em queda e a América do Norte, números elevados no último mês. Os maiores coeficientes estão em Cuba, EUA, Costa Rica e México. Em seguida aparecem Argentina, Brasil, Paraguai e Panamá, todos com coeficientes pouco acima da média mundial. Abaixo da média global, mas coeficiente acima de 1 óbito por milhão estão Bolívia, Equador e Chile. Com coeficientes abaixo de 1 óbito estão Peru, Colômbia e Uruguai, sendo que o Haiti é também o país das Américas com menor coeficiente de mortalidade, somente 0,1 óbito por milhão de habitantes.

O gráfico abaixo mostra a classificação dos países segundo o coeficiente acumulado de mortalidade. O Peru, com quase 6 mil mortes por milhão de habitantes, é o país com a maior proporção de vítimas fatais do novo coronavírus do mundo. O Brasil com 2,76 mil óbitos por milhão encontra-se no segundo lugar nas Américas e no top 6 do mundo. A Argentina e a Colômbia possuem coeficientes em torno de 2.500 óbitos por milhão. México e EUA possuem coeficientes em torno de 2 mil óbitos por milhão. A maioria dos países das Américas possuem coeficientes acumulados de mortalidade acima da média mundial de 594 óbitos por milhão de habitantes no dia 17 de setembro de 2021. Abaixo da média mundial apenas Cuba (com 590 óbitos por milhão) e o Haiti com 52 óbitos por milhão de habitantes.

Nos meses de abril a junho, enquanto a América do Norte (inclui América Central) apresentava tendência de baixa dos números da pandemia, a América do Sul apresentava tendência de alta e se tornava o epicentro da pandemia global. Mas a partir de julho as tendências se inverteram e a América do Sul reduziu significativamente os montantes de casos e óbitos, enquanto os números subiam na América do Norte. As duas regiões apresentavam tendências reversas e ondas defasadas, como mostramos no “Diário da Covid-19: Américas do Sul e do Norte em ondas defasadas”, aqui no #Colabora (Alves, 29/08/2021). A dúvida é se estas tendências vão se alternar novamente.

No sábado à noite, dia 18/09, o Ministério da Saúde divulgou os dados do final da 37ª semana epidemiológica com um repique de casos e também de óbitos. Foram registrados 150.106 casos, um recorde diário para todo o período da pandemia. Registrou-se 935 óbitos que é um valor mais alto para um sábado desde 07/08. Como resultado as médias móveis de 7 dias ficaram em 34,5 mil casos diários e 564 óbitos diários, apresentando tendência de alta. Em parte, o elevado número de casos divulgado no sábado se deveu ao ajuste no sistema de registro de casos. Mas também, isto pode ter ocorrido devido ao represamento de registros atrasados. No pior cenário, pode significar uma nova tendência de viés de alta de uma possível 3ª onda, ou a temida onda da variante delta. De qualquer forma, ainda é cedo para se tirar qualquer conclusão, pois a pandemia do SARS-CoV-2 tem mostrado mais resiliência do que o imaginado anteriormente.

O processo de vacinação tem avançado no Brasil e a primeira dose já foi aplicada a dois terços da população. Porém, apenas um terço da população conta com a vacinação completa. Estes números são importantes para o plano de imunização, mas insuficientes para eliminar de vez qualquer possibilidade de uma terceira onda. Infelizmente, ainda existe o risco de um novo surto pandêmico no país.

O caminho para a imunização completa da população brasileira não tem sido tranquilo. No dia 15 de setembro o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que há “excesso de vacinas” no país. Todavia, no dia seguinte o ministro mudou a política e restringiu o cronograma de vacinação dos adolescentes. Evidentemente, o risco de morte é menor entre a juventude em relação aos idosos. Mas a vacinação de adolescentes é fundamental não só para proteger os jovens, mas também para evitar o contágio e a maior circulação do vírus. Vacina e prevenção são os caminhos para vencer a pandemia.

FONTE COLABORA

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.