Montadoras já anunciaram em 2024 R$ 32 bilhões em investimentos no Brasil

Nesta semana, além da Toyota, a Stellantis, dona da Fiat e Peugeot, também anunciará um novo ciclo de investimentos no país

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), antecipou que a Toyota fará na terça-feira (5) o anúncio de investimento de R$ 11 bilhões no Brasil nos próximos anos. Com isso, chega a R$ 32 bilhões os investimentos no país anunciados por montadoras somente em 2024 – além de R$ 3 bilhões da chinesa BYD, anunciados em meados de 2023. Na próxima quarta-feira, a Stellantis, dona da Fiat e Peugeot, também anunciará seu novo ciclo de investimentos, segundo o jornal O Globo, o que deverá elevar ainda mais a cifra.

“A Toyota está no Brasil há 66 anos e vem contribuindo enormemente para o adensamento das nossas cadeias produtivas. Seu anúncio é uma demonstração clara da confiança dessa grande empresa japonesa em nossa economia”, escreveu Alckmin em publicação nas redes sociais.

Em fevereiro, o presidente Lula (PT) se reuniu com o presidente global do Grupo Hyundai Motor, Eui-Sun Chung, em encontro em que a empresa sul-coreana anunciou investimentos na ordem de US$ 1,1 bilhão (aproximadamente R$ 5 bilhões) em investimentos no Brasil até 2032 em tecnologia e em hidrogênio verde.

A General Motors, por sua vez, anunciou um investimento de R$ 7 bilhões no país entre 2024 e 2028, também após encontro com Lula, que estava acompanhado por Alckmin. Segundo o vice-presidente de Políticas Públicas, Comunicações e ESG da GM para América do Sul, Fabio Rua, o valor poderá aumentar, de acordo com as condições de mercado.

A alemã Volkswagen anunciou R$ 9 bilhões em investimentos no Brasil até 2028, com previsão de fabricação de quatro novos modelos no país.

  • Toyota: R$ 11 bilhões – anúncio em 05/03/2024
  • Grupo Hyundai Motor: US$ 1,1 bilhão (aprox. R$ 5 bilhões) – anúncio em 22/02/2024
  • General Motors: R$ 7 bilhões – anúncio em 24/01/2024
  • Volkswagen: R$ 9 bilhões – anúncio em 01/02/2024

FONTE BRASIL 247

No mesmo dia, GM anuncia 7 bi de investimento no Brasil e Lula confirma chegada de montadora chinesa ao país

Brasil consegue investimentos produtivos sob gestão petista e retoma caminho do crescimento da indústria automotiva

Em um importante dia para o setor automotivo brasileiro, o presidente Luis Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira (24) investimentos significativos por parte de duas gigantes da indústria automobilística: BYD Brasil e General Motors (GM).

Pela manhã, Lula recebeu representantes da BYD Brasil, uma empresa chinesa de automóveis elétricos, que revelou planos para estabelecer sua primeira fábrica fora da Ásia no Brasil.

O foco do investimento estará na construção da fábrica de carros em Camaçari, na Bahia, estimando a criação de mais de 10 mil empregos e um aporte de R$ 3 bilhões.

Além disso, a BYD entregou um carro elétrico para uso da Presidência da República em comodato, enfatizando o compromisso com a sustentabilidade e a produção de veículos movidos por energia limpa.

“O Brasil com mais investimentos construindo o futuro”, anunciou Lula na rede social .

Megainvestimento da GM

Em um encontro subsequente no Palácio do Planalto, no mesmo dia, a General Motors (GM) anunciou investimentos expressivos no Brasil.

Na primeira fase, de 2024 a 2028, a montadora planeja destinar R$ 7 bilhões para melhorias na capacidade e nas condições de produção, além do desenvolvimento tecnológico, com ênfase em veículos elétricos, energias renováveis e controle de poluentes.

Esse novo ciclo de investimentos não apenas fortalecerá a indústria nacional, mas também aumentará a capacidade de fornecimento para o mercado global, demonstrando o potencial do Brasil como player importante na transição para veículos mais sustentáveis.

“Esses valores seriam empregados em melhorias significativas na capacidade e nas condições de produção, além do desenvolvimento tecnológico, em particular nas áreas de veículos elétricos, energias renováveis e controle de poluentes. O novo ciclo de investimentos deve se traduzir igualmente em um aumento da capacidade de fornecimento para o mercado mundial a partir da produção brasileira”, afirmou o governo.

FONTE REVISTA FORUM

Chinesas ganham mercado e derrubam preço de carros no Brasil

Entrada das montadoras em território nacional amplia competitividade e estimula investimentos no setor automotivo

Com a estratégia da China de expandir sua indústria automobilística por países onde não haja restrições à sua entrada, companhias chinesas chegaram ao Brasil com anúncios de altos investimentos e preços competitivos, levando marcas tradicionais a reduzir o valor de seus produtos para evitar perda de mercado.

Num setor em que sete das dez maiores fabricantes de automóveis perderam fatias de venda entre janeiro e outubro em comparação com igual período de 2022, BYD e GWM conquistaram 1,2% de participação. As duas estão à frente de marcas tradicionais como Volvo, Audi e Mercedes-Benz.

Ambas atuam apenas com carros híbridos e elétricos, nicho em que são responsáveis por 24% das vendas neste ano, que somam 67 mil unidades, 36% mais do que em 2022. O mercado total cresceu 9,5%, para 1,37 milhão de unidades.

FONTE R7

Toyota fecha em definitivo fábrica no Brasil

Depois do anúncio de fechamento em abril de 2022, a Toyota finalmente encerrou as atividades de sua primeira fábrica construída fora do Japão

No início de abril do ano passado (2022), a Toyota havia confirmado à imprensa que fecharia sua fábrica em São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista. O encerramento das atividades estava programado para começar a acontecer em dezembro de 2022, terminando em novembro de 2023. Esse dia finalmente chegou.

A planta da montadora operava em São Bernardo do Campo há 61 anos, onde por muito tempo se abrigou também a sede administrativa da Toyota. Toda sua produção e administração foi transferida para outras fábricas da empresa em nosso país, todas elas no interior de São Paulo.

A fábrica da Toyota em SBC

A unidade da montadora em São Bernardo do Campo (SP) já não produzia veículos há muito tempo, ao contrário do que a maioria das pessoas pensam. A história da Toyota no mercado brasileiro começou em 1958, ainda com uma linha de montagem localizada em um galpão no bairro do Ipiranga, em São Paulo.

Fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo (SP) [divulgação]
Fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo (SP) [divulgação]

Foi em 1960 que a fabricante comprou o terreno em SBC para construção de sua primeira fábrica fora do Japão, seu país de origem. As atividades foram iniciadas em 1962, e então o icônico Bandeirante começou a ser produzido na planta do ABC paulista.

Contudo, a produção do modelo foi interrompida em 2001, e desde então a fábrica produz apenas componentes para sua linha de veículos montados na Argentina, Estados Unidos e Brasil. Ela também fazia peças de reposição para modelos que já saíram de linha.

Fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo (SP) [divulgação]
Fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo (SP) [divulgação]

A sede administrativa da Toyota também ficava em São Bernardo do Campo no passado, mas em 2021 já havia sido transferida para Sorocaba, planta que foi inaugurada em 2012. Além destas, a montadora também possui uma fábrica em Indaiatuba, que surgiu em 1998 com a produção do Corolla, e outra em Porto Feliz (2016), que produz apenas motores.

O encerramento

Na última quinta-feira (16/11/2023), a Toyota desligou os últimos 150 funcionários da unidade são-bernardense. No ano passado a empresa já havia declarado que todos os 550 trabalhadores receberiam a oportunidade de emprego nas outras unidades fabris. Porém, somente 120 deles aceitaram a proposta, enquanto os outros foram demitidos. As últimas peças foram produzidas no dia 11 de novembro.

FONTE AUTO + TV

Toyota fecha em definitivo fábrica no Brasil

Depois do anúncio de fechamento em abril de 2022, a Toyota finalmente encerrou as atividades de sua primeira fábrica construída fora do Japão

No início de abril do ano passado (2022), a Toyota havia confirmado à imprensa que fecharia sua fábrica em São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista. O encerramento das atividades estava programado para começar a acontecer em dezembro de 2022, terminando em novembro de 2023. Esse dia finalmente chegou.

A planta da montadora operava em São Bernardo do Campo há 61 anos, onde por muito tempo se abrigou também a sede administrativa da Toyota. Toda sua produção e administração foi transferida para outras fábricas da empresa em nosso país, todas elas no interior de São Paulo.

A fábrica da Toyota em SBC

A unidade da montadora em São Bernardo do Campo (SP) já não produzia veículos há muito tempo, ao contrário do que a maioria das pessoas pensam. A história da Toyota no mercado brasileiro começou em 1958, ainda com uma linha de montagem localizada em um galpão no bairro do Ipiranga, em São Paulo.

Fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo (SP) [divulgação]
Fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo (SP) [divulgação]

Foi em 1960 que a fabricante comprou o terreno em SBC para construção de sua primeira fábrica fora do Japão, seu país de origem. As atividades foram iniciadas em 1962, e então o icônico Bandeirante começou a ser produzido na planta do ABC paulista.

Contudo, a produção do modelo foi interrompida em 2001, e desde então a fábrica produz apenas componentes para sua linha de veículos montados na Argentina, Estados Unidos e Brasil. Ela também fazia peças de reposição para modelos que já saíram de linha.

Fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo (SP) [divulgação]
Fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo (SP) [divulgação]

A sede administrativa da Toyota também ficava em São Bernardo do Campo no passado, mas em 2021 já havia sido transferida para Sorocaba, planta que foi inaugurada em 2012. Além destas, a montadora também possui uma fábrica em Indaiatuba, que surgiu em 1998 com a produção do Corolla, e outra em Porto Feliz (2016), que produz apenas motores.

O encerramento

Na última quinta-feira (16/11/2023), a Toyota desligou os últimos 150 funcionários da unidade são-bernardense. No ano passado a empresa já havia declarado que todos os 550 trabalhadores receberiam a oportunidade de emprego nas outras unidades fabris. Porém, somente 120 deles aceitaram a proposta, enquanto os outros foram demitidos. As últimas peças foram produzidas no dia 11 de novembro.

FONTE AUTO + TV

ArcelorMittal paralisa fábricas no Brasil e dá férias coletivas

Maior produtora de aço do mundo, a siderúrgica alega baixa demanda no mercado nacional e aumento de importações

ArcelorMittal, companhia siderúrgica com sede em Luxemburgo, decidiu paralisar parte de suas fábricas no Brasil e dar férias coletivas aos funcionários. A empresa, que é a maior produtora de aço do mundo, estendeu as paradas técnicas programadas das unidades de Resende (RJ), Juiz de Fora (MG) e Piracicaba (SP).

A siderúrgica alega baixa demanda por aço no mercado doméstico brasileiro e aumento das importações no setor, o que desestimula a produção interna por causa dos preços mais baixos.

ArcelorMittal, companhia siderúrgica com sede em Luxemburgo, decidiu paralisar parte de suas fábricas no Brasil e dar férias coletivas aos funcionários. A empresa, que é a maior produtora de aço do mundo, estendeu as paradas técnicas programadas das unidades de Resende (RJ), Juiz de Fora (MG) e Piracicaba (SP).

A siderúrgica alega baixa demanda por aço no mercado doméstico brasileiro e aumento das importações no setor, o que desestimula a produção interna por causa dos preços mais baixos.

FONTE PODER 360

ArcelorMittal paralisa fábricas no Brasil e dá férias coletivas

Maior produtora de aço do mundo, a siderúrgica alega baixa demanda no mercado nacional e aumento de importações

ArcelorMittal, companhia siderúrgica com sede em Luxemburgo, decidiu paralisar parte de suas fábricas no Brasil e dar férias coletivas aos funcionários. A empresa, que é a maior produtora de aço do mundo, estendeu as paradas técnicas programadas das unidades de Resende (RJ), Juiz de Fora (MG) e Piracicaba (SP).

A siderúrgica alega baixa demanda por aço no mercado doméstico brasileiro e aumento das importações no setor, o que desestimula a produção interna por causa dos preços mais baixos.

ArcelorMittal, companhia siderúrgica com sede em Luxemburgo, decidiu paralisar parte de suas fábricas no Brasil e dar férias coletivas aos funcionários. A empresa, que é a maior produtora de aço do mundo, estendeu as paradas técnicas programadas das unidades de Resende (RJ), Juiz de Fora (MG) e Piracicaba (SP).

A siderúrgica alega baixa demanda por aço no mercado doméstico brasileiro e aumento das importações no setor, o que desestimula a produção interna por causa dos preços mais baixos.

FONTE PODER 360

Por que China foi decisiva no adeus da Ford e dita futuro da GM no Brasil

Maior mercado automotivo do mundo, com mais de 20,5 milhões de carros vendidos em 2022, a China tem tanto peso nos investimentos globais das montadoras que pode interferir na permanência (ou não) de marcas em determinados países – incluindo o Brasil.

Segundo especialista consultado por UOL Carros, o fechamento das fábricas da Ford em nosso país em 2021 teve muito mais relação com o desempenho da empresa norte-americana no mercado chinês do que com fatores econômicos locais.

O “fator China” também deve ser considerado no caso da General Motors, no momento em que a montadora negocia um plano de demissões voluntárias nas três fábricas em São Paulo “que seja justo e que permita seguir produzindo e investindo no país”.

A GM tenta enxugar seu quadro de funcionários alegando queda nas vendas e nas exportações, enquanto a Justiça do Trabalho suspendeu recentemente a demissão mais de 1.200 trabalhadores dessas unidades – o que não impediu uma greve de 17 dias nessas unidades.

Para Ricardo Bacellar, da consultoria Bacellar Advisory Boards, há uma série de elementos “preocupantes” em relação ao futuro da operação da General Motors no Brasil. Segundo ele, fatores que levaram a Ford a encerar a produção de veículos no país também podem ser considerados no caso da GM.

“É importante entender que, quando a Ford abriu mão de fabricar veículos no Brasil, isso teve muito mais a ver com suas operações globais. Na época, fechou fábricas aqui, na Índia e em outros mercados para concentrar investimentos e recuperar vendas na China, onde ia mal naquela época e até hoje é o maior mercado do mundo”, analisa.

Vale destacar que o Brasil, apesar de ser um mercado extremamente relevante, fechou 2022 com pouco menos do que 2 milhões de automóveis e comerciais leves vendidos – ou seja, a China comercializou mais de dez vezes esse montante no mesmo período.

GM em baixa na China

Conforme Bacellar, em 2023 a General Motors acumula baixa de aproximadamente 25% nas vendas no gigante asiático ante o desempenho de 2022, quando a montadora norte-americana comercializou cerca de 1,7 milhão de veículos na China – ou seja, somente naquele mercado, a GM vendeu um volume não muito diferente do somatório de todas as montadoras no Brasil durante o ano passado.

“Se considerarmos outros fatores, a corda está extremamente esticada para a General Motors no Brasil. O custo para produzir veículos aqui é extremamente alto e nosso mercado está estagnado, andando de lado, o que é outro grande problema. Além disso, hoje o nível de investimento necessário para se manter competitivo só tem aumentado em relação a 2021, quando a Ford fechou suas fábricas no país”, pondera o consultor.

Ricardo Bacellar pontua que, “independentemente de viés político”, há um fortalecimento dos sindicatos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e isso pode se tornar mais sinal de alerta.

“É fato que hoje os sindicatos estão mais fortalecidos. Essa reversão das demissões pode ser um elemento de análise de risco estratégico para a direção da GM, inclusive no que se refere a futuras negociações de reajuste salarial. Tudo isso em um cenário que já é ruim”.

O especialista ainda aponta a prorrogação dos incentivos fiscais para montadoras com fábrica no Nordeste e na região Centro-Oeste, que desagrada a GM e outras montadoras aqui instaladas.

O que mais está em jogo sobre futuro da GM

Cássio Pagliarini, sócio da consultora Bright Consulting e ex-executivo de marcas como Ford, Renault e Hyundai, destaca que a General Motors “está encontrando dificuldades e não anunciou grandes planos de renovação” de sua gama de produtos e isso explica, em parte, a intenção de desligar funcionários.

“É difícil dizer que há um risco [de encerramento da produção local], mas dá para desconfiar. Chevrolet Onix e Tracker estão com boa participação de mercado porque são produtos atualizados. Já a Montana é um produto novo, mas não tem encontrado o mesmo sucesso do que a Fiat Toro”.

É bom destacar que Onix e Tracker, os dois best-sellers da GM no Brasil, são projetos de origem chinesa e também são comercializados no país asiático.

Pagliarini também cita um descompasso entre a estratégia de eletrificação no nível global com a realidade da empresa no Brasil.

“Os planos globais da GM focam os carros elétricos, enquanto no Brasil os híbridos são maioria e a companhia já disse que não tem pretende produzi-los aqui. A fábrica de São José dos Campos [uma das unidades que teria funcionários demitidos] produz a Chevrolet S-10, que vem perdendo terreno por não ser tão atualizada quanto as competidoras diretas na categoria das picapes médias”.

Por outro lado, Milad Kalume, diretor da consultoria Jato do Brasil, não acredita que neste momento a GM irá encerrar a produção em solo brasileiro, da mesma forma que a Ford.

“O que está acontecendo hoje é simplesmente um retrato dos últimos anos da GM no país. Não vejo o risco de acontecer como aconteceu com a Ford. Será preciso trabalhar de forma mais contundente, mas acredito que a marca conseguirá pensar em produtos de volume para o mercado brasileiro, isso está em sua essência”, analisa o executivo em entrevista a Paula Gama.

Para Kalume, a intenção de demitir mais de mil funcionários é uma adequação da filial brasileira à estratégia global da matriz, nos Estados Unidos, de eletrificar toda sua linha de produtos.

“A GM já passou por redução de custo na produção, agora chegou ao limite, o próximo passo é demissão”.

FONTE UOL CARROS

Por que China foi decisiva no adeus da Ford e dita futuro da GM no Brasil

Maior mercado automotivo do mundo, com mais de 20,5 milhões de carros vendidos em 2022, a China tem tanto peso nos investimentos globais das montadoras que pode interferir na permanência (ou não) de marcas em determinados países – incluindo o Brasil.

Segundo especialista consultado por UOL Carros, o fechamento das fábricas da Ford em nosso país em 2021 teve muito mais relação com o desempenho da empresa norte-americana no mercado chinês do que com fatores econômicos locais.

O “fator China” também deve ser considerado no caso da General Motors, no momento em que a montadora negocia um plano de demissões voluntárias nas três fábricas em São Paulo “que seja justo e que permita seguir produzindo e investindo no país”.

A GM tenta enxugar seu quadro de funcionários alegando queda nas vendas e nas exportações, enquanto a Justiça do Trabalho suspendeu recentemente a demissão mais de 1.200 trabalhadores dessas unidades – o que não impediu uma greve de 17 dias nessas unidades.

Para Ricardo Bacellar, da consultoria Bacellar Advisory Boards, há uma série de elementos “preocupantes” em relação ao futuro da operação da General Motors no Brasil. Segundo ele, fatores que levaram a Ford a encerar a produção de veículos no país também podem ser considerados no caso da GM.

“É importante entender que, quando a Ford abriu mão de fabricar veículos no Brasil, isso teve muito mais a ver com suas operações globais. Na época, fechou fábricas aqui, na Índia e em outros mercados para concentrar investimentos e recuperar vendas na China, onde ia mal naquela época e até hoje é o maior mercado do mundo”, analisa.

Vale destacar que o Brasil, apesar de ser um mercado extremamente relevante, fechou 2022 com pouco menos do que 2 milhões de automóveis e comerciais leves vendidos – ou seja, a China comercializou mais de dez vezes esse montante no mesmo período.

GM em baixa na China

Conforme Bacellar, em 2023 a General Motors acumula baixa de aproximadamente 25% nas vendas no gigante asiático ante o desempenho de 2022, quando a montadora norte-americana comercializou cerca de 1,7 milhão de veículos na China – ou seja, somente naquele mercado, a GM vendeu um volume não muito diferente do somatório de todas as montadoras no Brasil durante o ano passado.

“Se considerarmos outros fatores, a corda está extremamente esticada para a General Motors no Brasil. O custo para produzir veículos aqui é extremamente alto e nosso mercado está estagnado, andando de lado, o que é outro grande problema. Além disso, hoje o nível de investimento necessário para se manter competitivo só tem aumentado em relação a 2021, quando a Ford fechou suas fábricas no país”, pondera o consultor.

Ricardo Bacellar pontua que, “independentemente de viés político”, há um fortalecimento dos sindicatos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e isso pode se tornar mais sinal de alerta.

“É fato que hoje os sindicatos estão mais fortalecidos. Essa reversão das demissões pode ser um elemento de análise de risco estratégico para a direção da GM, inclusive no que se refere a futuras negociações de reajuste salarial. Tudo isso em um cenário que já é ruim”.

O especialista ainda aponta a prorrogação dos incentivos fiscais para montadoras com fábrica no Nordeste e na região Centro-Oeste, que desagrada a GM e outras montadoras aqui instaladas.

O que mais está em jogo sobre futuro da GM

Cássio Pagliarini, sócio da consultora Bright Consulting e ex-executivo de marcas como Ford, Renault e Hyundai, destaca que a General Motors “está encontrando dificuldades e não anunciou grandes planos de renovação” de sua gama de produtos e isso explica, em parte, a intenção de desligar funcionários.

“É difícil dizer que há um risco [de encerramento da produção local], mas dá para desconfiar. Chevrolet Onix e Tracker estão com boa participação de mercado porque são produtos atualizados. Já a Montana é um produto novo, mas não tem encontrado o mesmo sucesso do que a Fiat Toro”.

É bom destacar que Onix e Tracker, os dois best-sellers da GM no Brasil, são projetos de origem chinesa e também são comercializados no país asiático.

Pagliarini também cita um descompasso entre a estratégia de eletrificação no nível global com a realidade da empresa no Brasil.

“Os planos globais da GM focam os carros elétricos, enquanto no Brasil os híbridos são maioria e a companhia já disse que não tem pretende produzi-los aqui. A fábrica de São José dos Campos [uma das unidades que teria funcionários demitidos] produz a Chevrolet S-10, que vem perdendo terreno por não ser tão atualizada quanto as competidoras diretas na categoria das picapes médias”.

Por outro lado, Milad Kalume, diretor da consultoria Jato do Brasil, não acredita que neste momento a GM irá encerrar a produção em solo brasileiro, da mesma forma que a Ford.

“O que está acontecendo hoje é simplesmente um retrato dos últimos anos da GM no país. Não vejo o risco de acontecer como aconteceu com a Ford. Será preciso trabalhar de forma mais contundente, mas acredito que a marca conseguirá pensar em produtos de volume para o mercado brasileiro, isso está em sua essência”, analisa o executivo em entrevista a Paula Gama.

Para Kalume, a intenção de demitir mais de mil funcionários é uma adequação da filial brasileira à estratégia global da matriz, nos Estados Unidos, de eletrificar toda sua linha de produtos.

“A GM já passou por redução de custo na produção, agora chegou ao limite, o próximo passo é demissão”.

FONTE UOL CARROS

Heineken fecha 7 fábricas, demite 1,8 mil funcionários e é vendida por apenas 1 Euro

Heineken é uma marca de cerveja oriunda da Holanda e conquistou seu lugar entre as bebidas mais saborosas do mundo. A empresa atuava inclusive na Rússia, onde mantinha 7 unidades fabris para a fabricação dos seus produtos.

Entretanto, recentemente, a multinacional decidiu vender tudo pela inacreditável quantia de apenas 1 euro (um pouco mais do que R$ 5). Os motivos para esse ato são bastante curiosos, e a própria companhia oferece mais detalhes sobre o andamento da situação.

Segundo a empresa, eles estão amargando prejuízos na casa dos 300 milhões de euros, graças à venda da divisão que está em processo de transferência para a organização russa Arnest, que por sua vez se dedica à fabricação de latas destinadas a aerossóis.

Com essa decisão, foi estipulado que a marca deixará oficialmente de fabricar seus itens em terras russas, 1 ano e meio após ter se comprometido a abandonar aquele mercado. Esse é apenas mais um dos nomes de empreendimento que estão deixando o país após a invasão da Ucrânia no ano passado (2022).

“Demorou muito mais do que esperávamos”, disse o presidente da Heineken, Dolf van den Brink. “[Mas] esta transação garante o sustento dos nossos funcionários e permite-nos deixar o país de forma responsável”, acrescentou.

O que acontecerá a partir de agora?

Graças às negociações com a Arnest, a corporação passará a ser dona das 7 unidades fabris que antes pertenciam à Heineken, pagando apenas 1 euro. Entretanto, para tal, foi necessário assumir o compromisso de recontratar os 1,8 mil trabalhadores dispensados e mantê-los nos empregos por no mínimo 3 anos.

Inclusive, a produção da cerveja Amstel também será descontinuada em um período de até 6 meses, fazendo com que a marca se junte à Heineken, que, segundo a firma, sofreu descontinuação oficial em 2022 no país gerido por Vladimir Putin.

“Acontecimentos recentes demonstram os desafios significativos que as grandes empresas industriais enfrentam quando deixam a Rússia”, disse van den Brink.

No mês passado, o controverso líder realizou o confisco de ativos russos da fabricante francesa de iogurtes Danone e da cervejaria Carlsberg. Então, a dona da franquia de pizzaria Domino’s na Rússia, DP Eurasia, revelou que fecharia suas lojas russas e, com isso, iria falir o negócio.

A proprietária alegou que sequer tentaria vender suas operações por conta de um “ambiente cada vez mais desafiador”. Esse cenário infelizmente vem se tornando cada vez mais comum, graças às sanções econômicas às quais o país tem sido sujeito por conta da guerra em terras ucranianas, iniciada em fevereiro de 2022.

Com isso, diversas instituições estrangeiras decidiram sair do país em resposta à política agressiva de Putin. Nomes como o McDonald’s e a Coca-Cola sofreram grandes pressões populares até resolverem finalmente deixar o local.

Dentre os poucos negócios que ainda persistem, estão a Lacoste e a companhia britânica de telecomunicações BT Group, de acordo com dados fornecidos pela Escola de Administração da Universidade de Yale, situada nos Estados Unidos, responsável por esse monitoramento.

FONTE CAPITALIST

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