Ferrovia Transoceânica vai turbinar o comércio entre China e América do Sul

A parceria econômica entre a América do Sul e a China está prestes a se intensificar com a planejada Ferrovia Transoceânica, um projeto que une Brasil, Peru e China.

Este esforço conjunto busca estreitar as relações comerciais entre os países sul-americanos e a Ásia, reforçando o papel da China como um importante ator no cenário global de comércio e investimento.

A China, reconhecida por seu crescimento econômico e iniciativas como a Cinturão e Rota (BRI), mira agora a América do Sul para ampliar suas parcerias comerciais e investir em infraestrutura.

O projeto da Ferrovia Transoceânica promete facilitar o comércio entre os continentes, reduzindo distâncias e custos, ao conectar o Brasil ao Oceano Pacífico e, por extensão, aos mercados asiáticos.

Apesar dos desafios logísticos e financeiros, dada a complexa geografia sul-americana, a expertise chinesa em grandes projetos de infraestrutura sugere que as dificuldades podem ser superadas.

Esta cooperação entre Brasil, Peru e China tem o potencial de transformar a logística regional, promovendo uma maior integração econômica e fortalecendo laços internacionais.

A China tem desempenhado um papel significativo no desenvolvimento econômico brasileiro, com investimentos em setores chave desde 2007.

A criação do Fundo China-Brasil, dotado de US$ 20 bilhões em 2017, visa apoiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento industrial, incluindo a área ferroviária.

Este projeto simboliza a crescente globalização e interdependência econômica, com a China à frente de uma iniciativa que promete benefícios econômicos substanciais para a América do Sul.

A Ferrovia Transoceânica não apenas reforça as relações comerciais sino-sul-americanas mas também marca uma nova era de colaboração transcontinental.

 

FONTE O CAFEZINHO

China quer construir ferrovia transoceânica no Brasil, ligando Rio de Janeiro ao Peru

Um novo projeto promete revolucionar não apenas as relações comerciais, mas também a logística entre a América do Sul e a Ásia, abrindo novas rotas e oportunidades para ambos os continentes.

Em uma iniciativa ousada e visionária, o Brasil, o Peru e a China anunciaram uma parceria estratégica para o desenvolvimento da Ferrovia Transoceânica.

A Ferrovia Transoceânica surge como uma resposta à crescente influência econômica da China na América do Sul, refletindo sua busca por unir o Atlântico ao Pacífico e criar uma nova via comercial e cultural entre os hemisférios.

Este empreendimento ambicioso, impulsionado pela iniciativa Cinturão e Rota da China, tem como objetivo fortalecer os laços econômicos entre a Ásia e a América do Sul, prevendo investimentos em infraestrutura que podem mudar radicalmente a dinâmica econômica da região.

Entretanto, não se pode ignorar os desafios logísticos e financeiros que acompanham um projeto de tal envergadura. A complexa geografia sul-americana, que inclui a vastidão da Floresta Amazônica e a grandiosidade dos Andes, representa obstáculos significativos a serem superados.

Apesar desses desafios, a experiência da China em megaprojetos de infraestrutura sugere que esses obstáculos podem ser enfrentados com sucesso.

A relação econômica entre a China e a América do Sul tem visto um crescimento substancial nos últimos anos, com o comércio bilateral ultrapassando a marca de US$ 490 bilhões.

Nesse contexto, a Ferrovia Transoceânica surge como um passo adiante nessa parceria em expansão, oferecendo uma alternativa logística que pode reduzir custos e tempos de transporte.

A construção pretende beneficiar não só os países diretamente envolvidos, mas toda a região sul-americana ao melhorar o acesso aos mercados asiáticos.

Além disso, a presença crescente de empresas chinesas no Brasil desde 2007 demonstra o interesse e o compromisso do país asiático com o desenvolvimento econômico da região.

Empresas como, por exemplo, a State Grid e a China Three Gorges têm desempenhado papéis importantes na infraestrutura energética do Brasil.

O estabelecimento do Fundo China-Brasil em 2017, com recursos de US$ 20 bilhões destinados principalmente à infraestrutura, é um exemplo tangível desse compromisso mútuo.

A Ferrovia Transoceânica simboliza não apenas um avanço na conectividade global, mas também uma visão compartilhada entre nações, capaz de superar desafios físicos e geopolíticos.

A iniciativa ainda promove o desenvolvimento sustentável, além do crescimento econômico mútuo, em uma era marcada pela cooperação e interdependência entre as nações.

A Ferrovia Transcontinental – EF-354, também conhecida como Ferrovia Transoceânica, é uma iniciativa entre Brasil e Peru para conectar o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, cruzando o continente Sul-americano de Leste a Oeste. A ferrovia terá uma extensão total estimada em 4.400 km no território brasileiro.

História

A ideia de um corredor bioceânico no Brasil data da década de 1950 com a proposta da Ferrovia Transulamericana, destinada a conectar os oceanos Atlântico e Pacífico. A proposta incluía a construção de um porto em Campinho, escolhido por suas condições oceânicas favoráveis. O percurso entre o litoral da Bahia e o oeste foi promovido por Vasco Azevedo Neto, destacado por seu trabalho como deputado federal, engenheiro civil e professor universitário. Outras iniciativas anteriores e alternativas incluem estudos de 1938 sobre a Estrada de Ferro Brasil-Bolívia e a ferrovia Paranaguá–Antofagasta, parte do Eixo Capricórnio da IIRSA.

Após décadas de estagnação, o projeto foi incluído no Plano Nacional de Viação em 2008, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, sob a denominação de Ferrovia Transoceânica. Foi dividido principalmente em: Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO) e um trecho de Campinorte até o Porto do Açu.

Designada como EF-354, a ferrovia se divide em três grandes segmentos no Brasil:

  • Do Porto do Açu até a Ferrovia Norte-Sul;
  • De Campinorte até Porto Velho, às margens do Rio Madeira;
  • De Porto Velho a Cruzeiro do Sul, na fronteira Brasil-Peru.

A Lei 11.772 concedeu à VALEC a responsabilidade pelo trecho de Campinorte a Porto Velho, destacado como prioridade. Esse segmento tem 1.641 km de Campinorte a Vilhena, além de cerca de 770 km até Porto Velho.

Até 2009, apenas o trecho entre Campinorte e Vilhena teve seu pré-projeto finalizado, com estimativa de 1.641 km a um custo de 5,25 bilhões de reais, permitindo velocidades de até 120 km/h. A construção estava prevista para começar em abril de 2011 pela VALEC, mas as obras ainda não iniciaram.

Em 2014, um acordo foi firmado entre Dilma Rousseff e os governos do Peru e da China para financiamento e estudos da ferrovia. Em 2015, o governo chinês comprometeu-se a financiar parte do projeto, excluindo o trecho até o Porto do Açu. A construção, prevista para iniciar em 2015, atrasou.

Após reuniões do G20 em 2016, a China prometeu investimentos no Brasil, incluindo a Ferrovia Transoceânica, que já tinha estudo de viabilidade econômica concluído, visando reduzir custos de exportação para a Ásia.

O impeachment da presidente Dilma e o período de instabilidade política que se seguiu inviabilizou a continuidade de qualquer projeto de infra-estrutura mais audacioso.

Com a vitória de Lula em 2022, os estrategistas de infra-estrutura do Brasil, Peru e China voltaram a se mobilizar para levar adiante o projeto da ferrovia bio-oceânica, transcontinental ou transoceânica.

Com informações da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária.

 

FONTE O CAFEZINHO

A Ferrovia Transoceânica e a parceria estratégica com a China: um caminho para o futuro no Brasil?

Ferrovia Transoceânica, a ambiciosa parceria entre Brasil, Peru e China redefine o futuro do comércio Sul-Americano.

A distância física entre a América do Sul e a China pode ser de aproximadamente 17.000 km, mas as parcerias econômicas encurtam esses espaços, trazendo essas regiões para mais perto do que nunca. Um exemplo emblemático dessa aproximação é o projeto da Ferrovia Transoceânica, uma iniciativa ambiciosa que vê Brasil, Peru e China unindo forças para redefinir as dinâmicas de negociação entre países sul-americanos e asiáticos. Este projeto não apenas simboliza a cooperação internacional mas também destaca a posição da China como uma força impulsionadora no cenário global do comércio e investimento.

O papel da China, um gigante no desenvolvimento global

Nos últimos anos, a China solidificou seu status como uma potência econômica mundial, com uma expansão impressionante que agora busca abranger a América do Sul através da Ferrovia Transoceânica. A iniciativa Cinturão e Rota (BRI) já demonstrou a capacidade da China de conectar regiões distantes, promovendo o comércio e o intercâmbio cultural. Agora, ao focar na América do Sul, a China visa não apenas consolidar parcerias comerciais mas também investir em projetos de infraestrutura que prometem transformar a logística e a economia do continente.

Impactos econômicos e logísticos da Ferrovia Transoceânica

A cooperação econômica entre a China e a América do Sul cresceu exponencialmente, com o volume de comércio ultrapassando $490 bilhões. A Ferrovia Transoceânica é um passo adiante nessa relação, oferecendo uma nova rota para o comércio que pode encurtar distâncias e reduzir custos significativamente. Ao conectar o Brasil ao Oceano Pacífico, o projeto não beneficia apenas as nações diretamente envolvidas, mas também tem o potencial de impactar positivamente toda a região sul-americana, facilitando o acesso aos mercados asiáticos e vice-versa.

Apesar dos benefícios evidentes, o projeto enfrenta desafios logísticos e financeiros consideráveis. A construção de uma ferrovia que atravessa a diversificada geografia da América do Sul, incluindo a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes, requer um investimento significativo e uma execução cuidadosa. No entanto, a expertise da China em projetos de infraestrutura de grande escala sugere que esses obstáculos podem ser superados, pavimentando o caminho para uma era de comércio e cooperação mais integrados entre a América do Sul e a Ásia.

Uma parceria para o futuro

O projeto da Ferrovia Transoceânica é uma manifestação do mundo globalizado em que vivemos, onde distâncias físicas são encurtadas pela visão compartilhada e cooperação entre nações. Com a China no leme deste ambicioso projeto, a América do Sul está no limiar de uma nova era de conectividade que promete trazer benefícios econômicos substanciais, redefinindo as rotas comerciais e fortalecendo laços internacionais. À medida que o projeto avança, ele não apenas simboliza a parceria entre a China e a América do Sul mas também serve como um testemunho do poder da colaboração transcontinental na construção de um futuro compartilhado.

Histórico de expansão da China no Brasil

Fundo China-Brasil

Desde 2007 até 2020, a China tem sido uma figura central no panorama econômico brasileiro, evidenciando seu papel como um dos principais investidores estrangeiros no país. Com investimentos abrangentes que se estendem por setores vitais como energia elétrica, petróleo e gás, mineração, manufatura, infraestrutura, agricultura e serviços financeiros, a China deixa sua marca indelével no desenvolvimento econômico brasileiro. Empresas como State Grid e China Three Gorges exemplificam essa influência ao possuir significativas operações no Brasil, uma manifestação clara da estratégia global chinesa de estabelecer parcerias econômicas duradouras.

Em um movimento estratégico para solidificar essa cooperação, os governos da China e do Brasil criaram o Fundo China-Brasil em 2017, dotando-o de US$ 20 bilhões destinados primordialmente a projetos de infraestrutura e desenvolvimento industrial. Este fundo simboliza o compromisso da China em apoiar o crescimento econômico brasileiro, particularmente em setores estratégicos que incluem ferrovias, um elemento crítico para a eficiência logística e comercial do país.

O histórico de investimentos da China no Brasil e a parceria para a Ferrovia Transoceânica são testemunhos da crescente interdependência econômica global. Enquanto a China busca expandir sua influência e assegurar o acesso a recursos essenciais, o Brasil se beneficia do investimento em infraestrutura crítica e do fortalecimento de suas conexões comerciais internacionais. À medida que esse projeto avança, ele não apenas redefine as rotas comerciais mas também reafirma a importância de estratégias colaborativas para o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico mútuo.

‘Trem do Céu’: a ferrovia mais elevada do planeta, chamada de ‘milagre’ da engenharia

A ferrovia Qinghai-Tibet estende-se por quase 2 mil quilômetros. Ela atravessa o planalto tibetano, de Xining – a capital da província de Qinghai, na China central – até Lhasa, no Tibet.

É uma viagem épica, mas, da janela do trem, pode-se observar poucas intervenções humanas.

A paisagem é composta principalmente pela grama amarelada da savana do teto do mundo, que se estende até o horizonte com aparência de dentes de crocodilo, nas montanhas mais altas do planeta.

Se o trem quebrasse, poucos passageiros durariam por muito tempo naquelas terras altas varridas pelos ventos. Não parece haver poços de água para beber, nem árvores para oferecer sombra.

As próprias bandeiras de prece tibetanas foram arrancadas e panos de algodão foram fixados às rochas, simbolizando a rendição dos homens.

Meu pensamento se dirigia aos antigos aventureiros de outros países, que foram os primeiros a tentar chegar a Lhasa, a Cidade Proibida original.

Um deles foi o excêntrico inglês Thomas Manning (1772-1840). “Perseguido pela ideia da China”, ele viajou de navio de Guangzhou (também chamada de Cantão, no sul da China) até Calcutá, na Índia, no início de 1811.

Dali, na companhia de um católico chinês de nome Zhao, ele cruzou a fronteira entre o Butão e o Tibet sem dificuldades. E, depois de meses de uma árdua viagem, ele se tornou o primeiro inglês a pôr os pés na capital sagrada do Tibet.

Para Manning, Lhasa parecia uma cidade pobre e suja. Mesmo assim, ele conseguiu uma audiência com o 9º Dalai Lama, na época com seis anos de idade (o Dalai Lama atual, Tenzin Gyatso, é o 14º).

Mais tarde, Manning foi preso pelo amban – a autoridade que governava o Tibet em nome do governo chinês. O inglês permaneceu prisioneiro até que o imperador Jiaqing ordenou que ele fosse acorrentado, escoltado até a fronteira e deportado.

Nas décadas que se seguiram, o litoral da China foi invadido por agressivos comerciantes estrangeiros, com guerras marítimas e tratados unilaterais.

Mas diversos tipos de aventureiros – cartógrafos, montanhistas, missionários, garimpeiros e escritores de viagem – ainda sonhavam em se infiltrar na mística fortaleza no “teto do mundo”.

Eles chegavam de todas as direções. Suas motivações eram diferentes, mas as adversidades eram sempre as mesmas. Lobos, terremotos e a varíola assombravam um país que continuava literalmente fora do mapa.

O Tibet era habitado por reis que eram deuses, monges despóticos, guardas de fronteira intransigentes e bandidos armados.

O ponto final da ferrovia é a cidade de Lhasa, no Tibet, conhecida como a ‘Cidade Proibida’

Muitas pessoas morreram nas tentativas de chegar a Lhasa após a viagem de Manning.

O Império Britânico acabaria trazendo a capital tibetana para o cenário mundial, ao ordenar que a Comissão da Fronteira com o Tibet atravessasse os limites da Índia (que fazia parte do império, na época) para solucionar questões comerciais existentes entre o Reino Unido e o Tibet.

A Comissão era uma unidade militar liderada pelo oficial Francis Younghusband (1863-1942). Nascido na Índia, ele tinha um objetivo vago a cumprir: atingir a “satisfação” para o império.

Younghusband atingiu essa satisfação com a Batalha (ou o massacre, segundo alguns) de Guru.

Os tibetanos se lançaram de sua obscura fortaleza, armados com mosquetes envelhecidos e imagens do Dalai Lama, que eles acreditavam que os protegeriam. Eles não eram páreo para as espingardas inglesas Enfield e metralhadoras Maxim, que conseguiam disparar centenas de balas por minuto.

Suas fileiras foram brutalmente abatidas depois que, acidentalmente, um atirador deu início ao ataque britânico, ao disparar sua arma. E os sobreviventes simplesmente fugiram, incapazes de compreender o que haviam acabado de presenciar.

É preciso dar aos soldados britânicos o crédito de terem resgatado os tibetanos abatidos.

Em seguida, eles avançaram para Lhasa, em meio a diversos conflitos pelo caminho. Um deles foi a batalha da Passagem de Karo La, considerada o combate travado à maior altitude da história.

Assim, os britânicos acabaram chegando à Cidade Sagrada. O Dalai Lama havia se refugiado na Mongólia, mas eles conseguiram o que queriam: um novo tratado com o Tibet, que foi assinado em 1904.

Os chineses e a ferrovia

O legado da invasão britânica transformaria a posição da China em relação ao Tibet. Os chineses não poderiam mais considerar a região como um protetorado com pouco controle.

Ao longo das caóticas décadas após o colapso da dinastia Qing, em 1912, o Tibet, na prática, foi independente. Mas, em 1950, veio a invasão do Exército Vermelho da China para “liberá-lo” da “servidão”.

Os tibetanos ficaram sem a autonomia desejada e muitos deles, incluindo o Dalai Lama, fugiram para o exterior em um exílio voluntário.

Mesa de almoço em frente a janela, de onde se ve morro nevado
Legenda da foto,A emblemática ferrovia Qinghai-Tibet inspirou o livro ‘Viajando de Trem Através da China’, do escritor americano Paul Theroux

Em 1984, foi concluída a construção do primeiro trecho da ferrovia. Ela se tornaria um cordão umbilical simbólico, conectando a capital chinesa, Pequim, aos seus caprichosos primos das montanhas. É a ferrovia mais alta já construída no mundo.

O trecho inicial ligava Xining a Golmud, uma cidade no meio do nada na província de Qinghai. O local rapidamente se tornou um ponto de escala para uma geração de hippies em direção a Lhasa.

O escritor de viagens americano Paul Theroux viajou nessa linha em meados dos anos 1980. Na época, o trem era movido a vapor e a viagem levava 30 horas. Na época da minha viagem, em 2018, o trajeto levava apenas sete horas.

“Era um trem horrível”, escreveu Theroux no seu diário de viagem Riding the Iron Rooster (Viajando de Trem Através da China, Ed. L&PM, 1995). Ele relata um confronto físico entre os passageiros e conta que o trem “ficou sem água uma hora depois de sair”.

Lendo esse relato, eu me senti um pouco mimado no meu apertado beliche de segunda classe em um vagão equipado com bicos de sopro no teto para regular os níveis de oxigênio e evitar o mal de altitude entre os passageiros.

No final de cada vagão, havia também um cilindro de água fervente para reabastecer minha garrafa de chá, se fosse preciso.

“O mundo mudou”, escrevi no meu diário, “mas o deserto de Qinghai continua o mesmo.”

Ler os últimos capítulos do livro de Theroux enquanto me aproximava da remota cidade de Golmud era como receber comentários em tempo real sobre o cenário que passava pela janela.

“Aldeias quadradas e muradas que pareciam habitações remanescentes da idade neolítica” se espalhavam por um planalto de pedras “infernal e memorável”, enquanto nos aprofundávamos ainda mais no “terreno mais acidentado que já vi na China…”

Mas a descrição de Golmud apresentada por Theroux – “uma dúzia de construções baixas espalhadas por um amplo terreno” – não representa mais a realidade. A moderna cidade de Golmud parecia tão nova e limpa como se tivesse sido transplantada de helicóptero de uma fábrica de cidades-modelo para o planalto tibetano.

Não pude deixar de sentir que suas alamedas frondosas, de alguma forma, desrespeitavam as leis terrenas – que aquele planalto de rochas e esqueletos não era lugar para um assentamento semipróspero, claramente de classe média.

Passei uma noite em Golmud. Na tarde seguinte, embarquei novamente no chamado “Trem do Céu”, ou “Ferrovia para o Céu”, em direção a Lhasa.

Rumo ao ‘Terceiro Polo’

Durante a cerimônia de inauguração na estação de Golmud em 2006, que abriu o ramal para Lhasa, o então presidente chinês Hu Jintao descreveu o segundo trecho da ferrovia como “uma magnífica proeza da história da construção de ferrovias da China” e “um milagre da história mundial das ferrovias”.

Em que pese o flagrante nacionalismo imbuído no discurso do presidente Hu, os engenheiros chineses realmente atingiram um feito que parecia impossível.

As dificuldades apresentadas pela construção dos 1,2 mil quilômetros restantes através do teto do mundo eram suficientes para fazer qualquer topógrafo sensato interromper o seu trabalho e esquecer de vez aquela ideia absurda de construir a ferrovia.

Para começar, o próprio inverno no planalto era tão tempestuoso que ajudou o Tibet a ganhar o apelido de “Terceiro Polo”.

Em poucas palavras, se você conseguir não ser pulverizado pelo granizo, com pedras de gelo tamanho de bolas de golfe, nem ser atingido pelas rajadas de vento das montanhas, com força suficiente para carregar uma criança pequena, provavelmente irá perder alguns dedos dos pés por congelamento.

Montanhas nevadas
Legenda da foto,O ex-presidente chinês Hu Jintao chamou a construção da linha de Golmud até Lhasa de ‘milagre da história mundial das ferrovias’

Os engenheiros também enfrentaram sérios desafios representados pelo relevo da região.

Sua maior dificuldade foi o permafrost, que cobre 869 mil quilômetros quadrados – a maior região de solo congelado fora dos polos, segundo o livro China’s Great Train (“O grande trem da China”, em tradução livre), do jornalista americano Abrahm Lustgarten.

O permafrost congela no inverno e se torna um terreno pantanoso no verão. Para os engenheiros ferroviários, isso significa que, em um ano típico, o solo pode subir e descer em até 30 cm.

A inconsistência dos padrões de descongelamento exacerba o problema. Algumas regiões ficam solidamente congeladas, enquanto outras ficam mais moles.

E esse relevo imprevisível é ainda agravado pelas mudanças climáticas causadas pela atividade humana, particularmente no planalto tibetano, que vem se aquecendo mais rapidamente do que qualquer outra região da República Popular da China.

Para compensar a profunda incerteza dessas fundações, cerca de 15% do trecho foram construídos sobre pontes, como se a ferrovia atravessasse água corrente.

Mas, mesmo com toda essa infraestrutura, a região ainda é a maior zona de colisão de placas continentais do planeta. E a possibilidade de um imenso terremoto precisa ser considerada.

Foi por isso que, enquanto meu trem chegava à estação, não pude deixar de sentir certo desapontamento pela natureza rotineira da operação.

O segundo trecho

Enquanto eu embarcava, percebi que o interior do vagão era decorado com tapetes tibetanos e as paredes eram adornadas com motivos tradicionais budistas.

“Nǐ hǎo” – “olá”, dizia eu, em chinês, tentando me apresentar para os tibetanos no vagão do trem. Mas eles soltavam apenas uma risadinha.

Família no trem
Legenda da foto,Viajar ao lado dos tibetanos é uma das partes mais gratificantes da viagem pela ferrovia

Depois de encontrar um assento junto à janela, eu me empoleirei ao lado da mesa para continuar minha leitura de Viajando de Trem Através da China. Apesar do título, Theroux narra a conclusão da viagem de Golmud até Lhasa de carro, antes da construção deste trecho da ferrovia.

Seria um episódio hilariante, se não fosse tão cansativo. A viagem de carro por dois dias foi infernal, na companhia da srta. Sun com suas queixas constantes e do incompetente motorista sr. Yu, que sofreu mal de altitude e bateu o carro.

As brilhantes observações de Theroux não resistiram aos anos que se passaram. Ele escreveu que “a principal razão pela qual o Tibet é tão pouco desenvolvido e não chinês – e, por isso, completamente antiquado e agradável – é que é um grande lugar da China aonde a ferrovia não chegou”.

E ele ainda destacou outra observação, que o futuro se encarregaria de desmentir: “a cordilheira de Kun Lun é uma garantia de que a ferrovia nunca irá chegar até Lhasa”.

Por quê?

Fora do trem, os grandes planaltos de tundra e permafrost varridos pelo vento gradualmente desapareciam com o entardecer.

Dormi cedo e sem jantar. Em algum momento durante a noite, cruzamos a passagem de Tanggula, que marca o ponto ferroviário mais alto do mundo, com 5.702 metros de altitude.

Na manhã seguinte, fui despertado por um alegre anúncio sobre a construção da ferrovia:

“A temperatura frequentemente cai para -20 °C à noite”, disse uma mulher em inglês robótico. “Por isso, é fácil contrair um resfriado durante a ida ao toalete. Para resolver o problema, a companhia ferroviária instalou toaletes com aquecedores elétricos no seu interior.”

Os chineses são tão orgulhosos pelo Trem do Céu quanto pela Grande Muralha e pela Barragem de Três Gargantas. Mas, quando olhamos os vastos espaços vazios pela janela, surge uma questão pertinente: por quê?

Talvez seja apenas parte da sua história de orgulho por sempre construir “o maior” de tudo. Afinal, da mesma forma que a Muralha foi facilmente invadida pela cavalaria da Manchúria e a represa de Três Gargantas submergiu milhões de casas, as razões da construção da ferrovia foram, pelo menos, duvidosas.

Área nevada
Legenda da foto,A passagem de Tanggula é o ponto ferroviário mais alto do planeta

Oficialmente, a ideia chinesa da Marcha para o Oeste – a política que pretendeu incentivar o desenvolvimento econômico de 12 das províncias mais ocidentais do país – foi vendida com base na redução da pobreza.

Quando a ferrovia foi inaugurada, em 2006, ela inicialmente colaborou com essa promessa. Foram 2,5 milhões de visitantes transportados nos primeiros cinco meses de operação, o que expandiu o turismo regional.

Essa expansão levou a um crescimento acima da média nacional e, por sua vez, causou o remodelamento radical de Lhasa, com novos hotéis, ruas pavimentadas e condomínios. Os críticos chamaram a transformação de “Segunda Invasão do Tibet”.

Mas esse boom não durou muito tempo. A Região Autônoma do Tibet continuava sendo o lugar menos desenvolvido da China na época da minha visita.

Questões econômicas à parte, o mais razoável seria considerar o valor estratégico da ferrovia. O jornalista britânico Tim Marshall, autor do livro Prisoners of Geography (“Prisioneiros da geografia”, em tradução livre), coloca a questão friamente em termos geopolíticos: “se a China não controlasse o Tibet, sempre seria possível que a Índia tentasse fazê-lo”.

E existe o papel da ferrovia na construção de um país.

Nações imensas como os Estados Unidos e a Rússia foram forjadas por estradas de ferro, muitas delas construídas por operários chineses. Enquanto isso, na China, o poder de colonização das ferrovias foi sentido quando as potências estrangeiras lançaram trilhos por todo o país no século 19.

Mas, no cenário selvagem que observo pela janela, a geopolítica parece algo distante e muito restrito ao ser humano.

A chegada à ‘Cidade Proibida’

A passagem para Lhasa segue pelo rio Kyi Chu, afluente do rio Yarlung Tsangpo ao norte. Ele flui através de um frágil vale ladeado por negros picos recortados, com extremidades que perfuram as nuvens de algodão.

Percebi que aquela era uma verdadeira “fortaleza de pedra”, que ajudava a explicar por que esta foi, sem dúvida, a última cidade medieval a se render à modernidade.

Pessoa em paisagem aberta, com montanhas nevadas ao fundo
Legenda da foto,Por muitos anos, não se acreditava que a ferrovia um dia chegasse até Lhasa

As razões do fascínio por Lhasa para qualquer viajante do mundo que se preze são evidentes: sua localização remota, sua peculiaridade e seu isolamento, mesmo com as forças da globalização e da assimilação chinesa.

Lhasa fica a 3,7 mil quilômetros de Pequim e 284 km da capital estrangeira mais próxima – Timfu, no Butão. Mesmo com o trem, a cidade ainda parece ser o lugar mais distante para se chegar de qualquer parte do mundo.

Finalmente, desci do trem me sentindo, ao mesmo tempo, exausto e revigorado.

Mas, antes que eu tivesse tempo para respirar mais profundamente o ar tibetano, um segurança me apontou uma grande tenda branca, onde todos os visitantes estrangeiros precisam registrar sua chegada. Depois de alguns longos minutos, um carimbo vermelho e uma assinatura indicavam que eu estava liberado.

Mas as normas exigem que você reserve um tour com uma companhia de viagens registrada, de forma que a liberdade em Lhasa dura apenas o tempo de atravessar o hall de entrada da estação ferroviária.

Um alegre cidadão tibetano, segurando um cartaz com o logo da companhia de viagens, perguntou: “Você é o sr. Bird, Thomas?”

“Sim, sou eu.”

“Bem-vindo a Lhasa.”

Ele coloca um cachecol de seda branca em torno do meu pescoço – o tradicional sinal de boas-vindas do Tibet – e me conduz a bordo de um micro-ônibus repleto de estrangeiros com olhares estranhos. Conversamos rapidamente enquanto nos dirigimos a Barkhor, o centro histórico de Lhasa.

E descubro que sou o único do ônibus que não chegou a Lhasa de avião.

Esta reportagem foi adaptada do livro de Thomas Bird, recém-publicado, “Harmony Express: Travels by Train Through China” (“Expresso da Harmonia: viagens de trem pela China”, em tradução livre).

FONTE BBC NEWS BRASIL

Em ruínas, Estação Ferroviária de Buarque de Macedo conta com a sorte para permanecer em pé

Abandonada e esquecida, a Estação de Buarque de Macedo, nome dado em homenagem ao ministro de Obras Públicas em 1881, e inaugurada em 1893, somente conta com a sorte para permanecer em pé.
Ela é retrato fiel do descaso com a memória e seu passado que uma cidade que cresceu e desenvolveu graças a ferrovia, abrindo as portas do mundo ao incipiente Município de Queluz de Minas, no século XIX.
A tristeza corta quem visita o prédio: porta e janelas quebradas, telhado em ruínas e um prédio abandonado com as marcas do passado de glórias. Assusta como comove presenciar um patrimônio desta importância nas condições precárias. Cidade tem uma dívida com seu passado a ser resgatada.

Abandono

A comunidade de Buarque cobra há mais de uma década a reforma e o restauro do patrimônio do qual viu nascer a localidade.

O prédio estava abandonado em 2016. A estação estava fechada desde os anos 1980. “O agradável pátio de Buarque de Macedo, nas cercanias de Conselheiro Lafaiete. A antiga linha entre esta estação Cristiano Otoni foi erradicada há tempos. É possível se seguir de carro o velho trecho, uma paisagem bucólica que margeia a linha nova quase sempre. No caminho vemos as marcas da EFDPII, como muros de arrimo em pedra, bueiros de cantaria, etc. na linha nova, quando em paralelo com a velha, vemos os tradicionais bueiros com datas em alto relevo, típicos da EFCB. Quem não conhece vale a pena percorrer esse trecho. Com um pouco de sorte pode-se pegar trens da MRS no caminho. Numa subida íngreme entre Buarque e Cristiano, quase dentro de um belo corte com muro de pedra, explodiu a caldeira da famosa Loco 815, a Getúlio Vargas” (Pedro Paulo Resende, 10/2006).


Promotoria e licitação
Nossa reportagem entrou em contato com o Curador do Patrimônio Histórico, o Promotor Glauco Peregrino afirmou que a estação de Buarque de Macedo encontra-se sob a posse da Prefeitura Municipal de Conselheiro Lafaiete. “Em razão de um acordo judicial firmado entre Ministério Público e MRS, foi elaborado o projeto de restauração da estação, mas ainda não foi possível avançarmos para a execução do restauro propriamente dito”, assinalou.
O ex-secretário de cultura, hoje vereador, Geraldo Lafayette, afirmou que a intenção é que o espaço seja transformado em um centro de referência comunitária para uso da comunidade para reuniões, encontros, festas e promoção de atividades culturais. “Infelizmente estamos aguardando a licitação do projeto da estação ferroviária para sem seguida a MRS restaure o patrimônio.”, afirmou.

 

MRS Logística tem vagas de emprego abertas

A MRS Logística, operadora ferroviária de carga que administra uma malha de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, está com oportunidades abertas para atuação nos municípios de Itabirito, Juiz de Fora e Belo Horizonte, todas cidades localizadas em Minas Gerais.

As vagas disponíveis são para exercer as funções de Mantenedor Mecânico de Locomotivas, Mantenedor Eletricista, Analista de PCCO, Especialista de MASST e Mantenedor Mecânico.

Como se candidatar nas vagas da MRS Logística

Para se candidatar, é necessário entrar na área de Trabalhe Conosco no site da MRS Logística. Você pode ser redirecionado até o site da empresa clicando aqui. Para todas as vagas Será dada a prioridade a pessoas com deficiência e reabilitados do INSS, respeitando os requisitos mínimos para o desempenho de cada função.

Os profissionais contratados pela MRS Logística receberão, além da remuneração mensal do cargo, assistência médica, assistência odontológica, auxílio creche, cesta de natal, convênio com empresas parceiras, desconto em produtos, Participação nos Lucros ou Resultados, previdência privada, programa de treinamentos, seguro de vida, vale alimentação, vale-refeição e vale-transporte. (Mais Minas)

Bombeiros resgatam idosa desaparecida às margens da ferrovia

Buscas duraram mais de 4 horas e contou com ajuda de familiares da idosa/REPRODUÇÃO

Na noite de segunda-feira (16), por volta de 19:00 horas, os Bombeiros de Barbacena foram acionados por familiares de uma idosa, moradora do bairro Passarinhos, em Barbacena, de 81 anos, tinha sido vista pela última vez quando estava no quintal de sua casa onde tem um acesso para a  a linha férrea.

Diante das informações, os bombeiros iniciaram os trabalhos de buscas em meio a uma área de barrancos, muros e  cercas que impediam o livre acesso de pessoas. Após percorrerem uma extensão de 4 km, eles encontram a idosa, quando já eram por volta das 23:00 horas.

Foram  verificados os seus sinais vitais que estavam preservados e em seguida foi transportada de volta à sua residência. A idosa  não soube dizer como saiu de casa.

Volta do trem de passageiros com reativação do ramal do Paraopeba ligará Lafaiete a Capital Mineira; deputado propõe união regional para discutir investimentos ferroviários

Revitalização da Estação Ferroviária de Lafaiete; chegada da linha de ferro em 1873 provou desenvolvimento; história e formação da cidade está ligada a ferrovia

“Lafaiete pode ser dividida entre antes e depois da linha ferro”. Assim expressou o Deputado Estadual Glaycon Franco (PV) na abertura da audiência pública da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta sexta-feira (27/9/19), na Câmara de Lafaiete.

A renovação antecipada da concessão ferroviária da MRS Logística vai trazer investimentos para cidade onde a empresa opera. Uma das obras asseguradas pela empresa é um viaduto sobre os trilhos que cortam o município e são um gargalo no trânsito, conforme antecipou o prefeito Mário Marcus Leão Dutra.

Mas durante audiência ficou claro que moradores e lideranças querem, principalmente, a volta do trem de passageiros no chamado Ramal Paraopeba, que chega a Belo Horizonte. “Esse transporte de passageiros alavancaria ainda mais o desenvolvimento da nossa região. É demanda e sonho do nosso povo”, sintetizou o deputado Glaycon Franco (PV), que solicitou a audiência. Para ele é necessário garantir esse investimento nas discussões da renovação do contrato da MRS. “Conselheiro Lafaiete é uma antes da estrada de ferro e outra depois da estrada de ferro”, reiterou.

Além de ser um anseio da cidade, vereadores e prefeitos destacaram que os trens de passageiros e de pequenas cargas seriam uma solução para evitar os constantes acidentes na BR-040, impulsionar o turismo e fazer o transporte de produtos da agropecuária, sobretudo o leite. Muitos participantes também relataram ser ex-ferroviários ou filhos de ferroviários, com histórias de vida ligada às ferrovias.

Houve, porém, quem duvidasse da realização desse “sonho”, que já teria sido anunciado em outros anos e não seria de interesse das concessionárias. O presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB), destacou o momento diferente e propício a investimentos, em função da renovação das concessões e também da elaboração do Plano Estratégico Ferroviário (PEF), pelo governo de Minas. Segundo ele, a Fundação Dom Cabral (FDC) já foi contratada para fazer o diagnóstico do PEF.

“No início, nós éramos contrários à renovação antecipada. Mas percebemos que estávamos diante de uma oportunidade para o retorno do trem de passageiros. Isso vai acontecer”, apostou. Ele também comunicou apresentação da Proposta de Emenda à Constituição 43/19, que busca garantir na Carta mineira o cumprimento do PEF.

Lideranças de Conselheiro Lafaiete entregaram à comissão um documento com o estudo de viabilidade técnica do trecho até Belo Horizonte, feito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Ele será encaminhado à FDC, conforme garantiu João Leite. Eles sugeriram, ainda, visita técnica ao trecho. Representantes de outros municípios da região também participaram da audiência.

O deputado Glaycon Franco propôs que através do Codap, os municípios da região aglutinem propostas comuns de investimentos para inserção oPlano Estratégico Ferroviário.

Empresa pode ceder passagem para trem de passageiros

Os deputados Glaycon Franco e João leite e os vereadores de Lafaiete

A MRS deve ceder o direito de passagem para trens de passageiros a empresas interessadas. É o que prevê o contato atual da companhia, conforme atestou o gerente de Controle e Fiscalização de Infraestrutura e Serviço da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Daniel de Oliveira Santos. A MRS, porém, não pode operar essa linha, como a Vale faz na Estrada de Ferro Vitória à Minas.

Durante entrevista, o consultor Ferroviário da MRS Logística Sérgio Henrique Carrato afirmou que a necessidade de altos investimentos na linha férrea intimida eventuais interessados. Segundo ele, o Ramal Paraopeba tem linha única (singela), o que poderia comprometer o transporte de passageiros do ponto de vista da segurança. “Temos que lutar para ter linhas duplas”, reiterou.

Para o consultor, porém, o PEF será um norte dentro das políticas públicas do Estado a determinar os investimentos no modal. Carlos Magno Rodrigues, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários de Conselheiro Lafaiete, reiterou que o transporte de passageiros junto com o de cargas seria arriscado. “Haveria muitos atrasos também”, completou.

Ele defende que, a partir dos novos contratos de concessão, a duplicação das linhas seja uma exigência. “A maioria das estações do Ramal Paraopeba estão recuperadas ou passíveis de recuperação”, afirmou. Segundo a ANTT, em dois ou três meses, será finalizada a análise das contribuições colhidas na fase de audiências da renovação da concessão da MRS.

 

Comissão Extraordinária Pro Ferrovia vem a Lafaiete debater a volta do trem de passageiro Lafaiete a BH

O Deputado Glaycon Franco é autor do requerimento /DIVULGAÇÃO

Requerimento de autoria do Deputado Estadual Lafaietense, Glaycon Franco, membro efetivo da Comissão Extraordinária Pro Ferrovia da Assembleia Legislativa de Minas virá na próxima sexta-feira, 27/09, ás 18h na Câmara dos Vereadores de Cons. Lafaiete debater com a população a reativação da volta do trem de passageiro de Lafaiete a BH. O projeto está incluso no Planejamento Estratégico Ferroviário, documento elaborado em parceria com o Governo de Estado, a CNTT e a ALMG. Segundo João Vicente, mobilizador e coordenador do Movimento Pro Ferrovia, ressaltou que a reativação do trem de passageiro regional, passa primeiro, por uma grande mobilização da sociedade da região das Vertentes e do Alto do Paraopeba, já que os investimentos provenientes da antecipação das concessões em Minas em torno de 6 bilhões estão concentrados para a RMBH e no estado de São Paulo.” Além de investimentos de construção de novas bitolas nos ramais existentes para a passagem do trem de passageiro, defendemos também o direito de passagem para transporte de outras mercadorias que não seja somente o minério e produtos siderúrgicos. Hoje, o modelo vertical ferroviário, dá a MRS o monopólio do transporte de carga, impedindo o direito de passagem tanto para passageiro quanto para outros tipos mercadoria que não seja o minério”.

Cia Santa Matilde e Escola Ferroviária

O Movimento Pro Ferrovia de Lafaiete e região, surgiu em 2015 e desde lá, o movimento em parceria com Associação do Trem Bão de Minas-ATBM com sede em Sarzedo, participou e realizou audiências, reuniões e seminários em várias cidades onde passa o ramal Centro e o ramal Paraopeba. Dentre as propostas discutidas pelos defensores da volta do trem de passageiro, no caso de Lafaiete foi a reativação da Cia Sta Matilde na produção de material rodante e da Escola Profissional com cursos técnicos de Ferrovia. Vale relembrar que a Comissão Extraordinária em visita a Lafaiete em 13/08/2018, mencionaram no Relatório da Final essas duas propostas.

Veja o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=-r1sW7tM4ZU&feature=youtu.be

Cidades impactadas pela mineração recebem pela primeira vez quase R$7,6 milhões de impostos da CFEM; Lafaiete chega a R$ 1,6 milhões

No último dia 15, 10 municípios da região receberam da ANM (Agência Nacional de Mineração) valores relativos aos novos critérios de distribuição e repasse da Compensação Financeira pela Exploração de Minerais (CFEM). Assim as cidades impactadas e gravemente afetadas pela mineração tiveram direito aos recursos, pela primeira vez, que serão depositados anualmente aos municípios.

Somente fizeram jus à parcela de CFEM os municípios não produtores de qualquer produção mineral. Para o cálculo da compensação levou em conta a presença das ferrovias que cortam os Municípios.

Os valores

Lafaiete recebeu quase R$1,7 milhões, seguido por Jeceaba com R$1,5 milhão, Carandaí com R$1,3 milhão, Entre Rios com R$4.930 mil e São Brás do Suaçuí com R$4.228 mil. As cidades impactadas da região com a ferrovia receberam o total de quase R$7,4 milhões.


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