MP move ação contra Gerdau, IEPHA e Ordem dos Cavaleiros para revitalização do Sítio da Varginha e gameleira centenária

Desde julho de 2015 o Ministério Público move a Ação Civil Pública n.º 5000668-57.2015.8.13.0183 em face da Gerdau, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA e da Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência Mineira – OCIM com o objetivo de obter a condenação dos mesmos em fazer a revitalização integral do Sítio da Varginha do Lourenço e adotar as medidas de conservação da gameleira.
O processo encontra-se em tramitação perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Conselheiro Lafaiete.
Desde o começo deste ano, as partes, além de o Município de Conselheiro Lafaiete, estão em tratativas para viabilizar um acordo que possibilite a execução do projeto de revitalização completa do local. As negociações estão em fase bastante adiantada, mas ainda estamos encontrando dificuldades com o IEPHA, que apesar de ser a autarquia estadual responsável pela proteção do patrimônio cultural mineiro, tem agido de forma muito lenta e desinteressada em resolver a questão.
“De qualquer forma, um dos itens do acordo já foi alcançado. A Gerdau, através da Universidade Federal de Viçosa, conseguiu realizar a reprodução assexuada da gameleira, de modo que foram obtidas dezoito mudas da árvore mãe, as quais serão plantadas parte na área do sítio após o trabalho de revitalização e outra parte em locais selecionados pelo Município de Conselheiro Lafaiete”, informou o Promotor Glauco Peregrino, Curador do Patrimônio Histórico.

Nota da PMCL

O Ministério Público Estadual, Gerdau, Município de Conselheiro Lafaiete e a Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência, estão tentando acordo judicial, para revitalização da área.
A área, pertencente à Gerdau, foi doada à Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência. O acordo prevê que a área seja doada ao Município de Conselheiro Lafaiete e a Gerdau custeará a revitalização do imóvel. Como o imóvel é de especial interesse para a história da inconfidência mineira, a intenção é transformá-lo em museu a céu aberto.

Abandono

Preocupado com a situação de abandono da Estalagem da Varginha, patrimônio da Inconfidência Mineira e situado às margens da Estrada Real, na MG 129, entre Lafaiete e Ouro Branco (MG), no trajeto do Caminho Novo, o ativista cultural, Célio dos Santos, mais conhecido como “Célio Fotógrafo”, procurou nossa redação onde fez um desabafo cobrando investimentos na preservação do sítio histórico, onde ficou parte do corpo esquartejado de Tiradentes.
Célio contou que o patrimônio está abandonado e a centenária e frondosa gameleira conta com a sorte para permanecer em pé. Segundo ele, as formigas aos poucos vão tomando a árvore, bem que guarda parte da história de Lafaiete, região e de Minas Gerais. É um absurdo. As autoridades precisam olhar com mais atenção para este valioso patrimônio. A arvore está escorada por pedaços de paus”, assinalou.
Ele também cobrou sinalização turística para o local. “Quem ali passa desconhece que este patrimônio faz parte da nossa história. A sinalização poderia divulgar o local como atrativo turístico”, aconselhou.
Célio informou que há um impasse judicial entre a Ordem dos Cavaleiro da Inconfidência Mineira e a prefeitura sobre a guarda e a responsabilidade de conservação do local. Isso impediria investimentos a preservação do bem.

A história

O conjunto, tombado a nível estadual, constitui-se das ruínas da antiga edificação denominada Estalagem da Varginha, uma gameleira centenária e outras instalações. O tombamento estadual do Sítio da Varginha Lourenço foi aprovado em 1989 com inscrição no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico e no Livro do Tombo Histórico, das obras de Arte Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos.
A Estalagem, em 1788 foi palco de encontros de alguns dos inconfidentes que planejavam a independência do Brasil, o que justificou a exposição – embaixo de uma gameleira – de parte do corpo do único inconfidente condenado a morte – Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes. Em 1950, a Estalagem foi demolida, restando apenas ruínas. Em 1989, foi erguido o monumento em pedra sabão em homenagem ao Bicentenário da Inconfidência Mineira.

Exemplo de voluntário: fotógrafo faz limpeza no monumento de Tiradentes e na tricentenária gameleira da Varginha

O fotógrafo Célio dos Santos transita quase que diariamente entre Lafaiete a comunidade de Carreiras, em Ouro Branco, onde reside com sua família. Em suas andanças pelo trajeto, ele percebeu que sítio da Varginha, situado às margens da MG 129, em Lafaiete, onde estão expostas partes do corpo do mártir Tiradentes e  tricentenária árvore gameleira estavam tomadas pelo mato e abandonado.

O fotógrafo Célio dos Santos/REPRODUÇÃO

Como defensor do patrimônio histórico, Célio deu o exemplo de cidadania e, com foice e enxada, ele próprio faz a limpeza do local. “Se cada um fizer um pouco pelo coletivo, pela nossa natureza e pelos nossos bens históricos podemos transformar nossa cidade”, comentou o voluntário.

Um pouco da história

As ruínas do Sítio da Varginha do Lourenço estão localizadas às margens da via conhecida no período colonial como Caminho Novo e são tombadas pelo IEPHA (Instituto do Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico), desde 21/4/1989. O conjunto constitui-se das ruínas da antiga edificação denominada Estalagem da Varginha, uma gameleira centenária e outras instalações. A Estalagem, em 1788 foi palco de encontros de alguns dos inconfidentes que planejavam a independência do Brasil, o que justificou a exposição – embaixo de uma gameleira – de parte do corpo do único inconfidente condenado a morte – Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes, em 1792.

Em 1950, a Estalagem foi demolida, restando apenas ruínas. Em 1989, foi erguido o monumento em pedra sabão em homenagem ao Bicentenário da Inconfidência Mineira, quando a Açominas encomendou a obrado artista plástico Raul Amarante Santiago.

O Monumento a Tiradentes é  também conhecido popularmente como “perna do Tiradentes”. No local, há placa com o seguinte texto: “Esta Gameleira, em 1792, cobriu, com sua sombra amiga, parte do corpo esquaterjado de Tiradentes. Seu ideal de construir aqui uma fábrica de ferro está sendo realizado , hoje, pela Açominas, que incorporou à usina esta área, só Sítio da Varginha, por onde passava a Estrada Real, para sua preservação.”
As ruínas eram hospedaria famosa, onde Tiradentes pernoitou com os inconfidentes, tendo ali feito reuniões secretas. Foi propriedade do senhor João da Costa Rodrigues, casado, com dez filhos, morador da Varginha do Ouro Branco, Freguesia de Carijós, Comarca de Villa Rica, a oito léguas da mesma, e vivia do rendimento de uma taberna e de ter um rancho para recolher passageiro.
Sob a frondosa sombra da Gameleira, que conta mais de 300 anos, foi depositada uma parte esquartejada do corpo de Tiradentes em 1792. Há pouco tempo foi danificada por um raio, mas brotou vigorosamente e está se tornando novamente viçosa..

 

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