GARIMPANDO NOTÍCIAS 59

Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

BARÃO DE QUELUZ 2 (CONTINUAÇÃO)

CONTINUANDO A GENEALOGIA DO BARÃO DE QUELUZ (2), FOCALIZANDO SEUS FILHOS E NETOS, de acordo um RESUMO da genealogia BAÊTA NEVES escrita pelo grande genealogista ALLEX ASSIS MILAGRE:

Imagem da Internet:    ALLEX ASSIS MILAGRE

            No Garimpando Notícias 58 foram citados dados genealógicos de MARIA JOSÉ BAÊTA NEVES, filha do Barão. Hoje serão citados dados dos outros filhos.

            2 –  JOAQUIM LOURENO BAÊTA NEVES, o neto, nascido por volta de 1865 e falecido a 12 de novembro de 1931. Funcionário público estadual. Casou-se em Mercês do Pomba-MG, a 16 de fevereiro de 1885, com Maria Leonor Teixeira de Magalhães Tiveram os seguintes filhos:

1- Maria da Conceição Baêta Neves, casada em Queluz, a 7 de novembro de 1907, com João Pereira da Costa.

                         2- Djalma Baêta Neves, nascido a 7 de novembro de 1890 e falecido a 23 de setembro de 1933. Casou-se, em Nova Lima, com Maria José de Souza.

                        3 –  Rubens Baêta Neves, nascido a 23 de fevereiro de 1893. Casou-se com Camilla Baêta Neves.

                        4 – Zilda Baêta Neves, nascida a 27 de abril de 1902. Casou-se com Edgard Octaviano.

                         5- Maria Augusta Baêta Neves, nascida a 20 de novembro de 1903. Casou-se em Queluz, a 24 de dezembro de 1927, com Florianno Peixoto Lopes Franco, nascido em 1899.

                        6- Zolaika Baêta Neves, nascida a 28 de março de 1905. Casou-se com Benjamin Lana da Silva.

                        7- Joaquim Lourenço Baêta Neves, o bisneto, nascido a 15 de março de 1908 e falecido solteiro a 6 de julho de 1931.

                        8- Maria Auxiliadora Baêta Neves, nascida a 19 de setembro de 1911. Casou-se com Affonso Ramos Teixeira.

                        9 –  Maria Imaculada Baêta Neves, nascida a 20 de abril de 1916 e falecida a 13 de dezembro de 199… Casou-se, a 20 de abril de 1939, com Dr. José Narciso de Queiroz Neto (Dr. Zezé).

3 – DANIEL LOURENÇO BAÊTA NEVES, nascido em 1868 e falecido a 19 de julho de 1899. Casou-se, a 19 de fevereiro de 1887, com Leopoldina Amélia de Calazans que, após enviuvar-se, mudou-se com os filhos para a vizinha cidade de Barbacena.

 Imagem da Internet:       Residência de Daniel Lourenço Baêta Neves

Daniel residia com sua família numa casa de estilo suíço, à rua Direita, onde hoje se ergue o “Hospital Queluz”. Filhos: 

                              1–  Ruth Baêta Neves, nascida a 16 de maio de 1891. Professora.

                               2 –  Daniel Lourenço Baêta Neves

                               3- Maria Amélia Baêta Neves, nascida a 27 de abril de 1898. Casou-se em Barbacena, a 25 de setembro de 1914, com Octaviano Rodrigues de Paula.

            4 – HENRIQUETA MARIA BAÊTA NEVES, nascida por volta de 1870. Casou-se, a 21 de setembro de 1889, com Dr. Christianno José da Silva Penna, nascido em Lavras-MG, a 2 de maio de 1869. Filhos:

1- Maria Baêta da Silva, casada com Aristóteles Pinheiro, filho de Christóvam Pinheiro da Silva e de Marianna Pinheiro da Silva.

                        2- Augusto da Silva Penna, médico.

                        3- Henrique da Silva Penna, cirurgião-dentista.

                        4- Mário Baêta da Silva, nascido a 19 de fevereiro de 1896. Casou-se com Anna Vieira da Silva, nascida a 22 de julho de 1902, filha de Azarias de Carvalho e de Emerenciana Maria da Conceição.

                        5- Georgina Baêta da Silva

            5 – MARIA AUGUSTA BAETA NEVES, nascida por volta de 1871 e falecida a 24 de fevereiro de 1901. Casou-se, a 29 de julho de 1893, com Antônio Furtado de Mendonça, filho de Antônio Tavares Furtado de Mendonça e de Maria José de Jesus Mendonça. Filho:

                        1- Antônio Baêta Furtado de Mendonça, nascido a 8 de julho de 1897 e falecido a 24 de dezembro de 1953. Engenheiro agrimensor; Oficial do Registro de Imóveis do Termo de Queluz. Casou-se, a 10 de janeiro de 1929, com Christinna Alves Baêta.

             6 – JOSÉ FRANCISCO BAÊTA NEVES, casado  com com Julieta Augusta Teixeira de Magalhães. Filhos:

1 – Olga Baêta Neves.

2 –  Paulo Baêta Neves.

3 –  Maria Augusta Baêta Neves.

  4 –  Maria Fortunata Baêta Neves, casada com Affonso Urbano Baêta Alvim.

GARIMPANDO NOTÍCIAS 58

Avelina Maria Noronha de Almeida

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BARÃO DE QUELUZ 2 (CONTINUAÇÃO)

O BARÃO DE QUELUZ E A IRMANDADE DE SANTO ANTÔNIO

Foto: Imagem de Santo Antônio da Igreja de Santo Antônio em Conselheiro Lafaiete

MAS  QUAL  SERIA A LIGAÇÃO  DA IRMANDADE COM  O BARÃO DE QUELUZ?

Igreja de Santo Antônio em Conselheiro Lafaiete

No alto de uma colina, a igrejinha de Santo Antônio, localizada no local chamado, nos tempos passados, de Morro   das Cruzes, recentemente, voltou ao nome  do logradouro de alguns tempos passados: LARGO DE SANTO ANTÔNIO.

Este novo endereço do local está noticiado no Correio de Minas e abaixo transcrevo um trecho

“Resgate: região histórica passa ser denominada de Largo Santo Antônio

Por Redacao – 4 de agosto de 2018, 14:30

A Câmara de Lafaiete aprovou esta semana um projeto de lei que denomina de Largo de Santo Antônio o espaço público situado no entorno da Igreja de Santo Antônio, tombada pelo Município de Conselheiro Lafaiete como patrimônio histórico, que compreende a área que se inicia na confluência com as ruas Coronel João Gomes, Comendador Baêta Neves e Desembargador Dayrell de Lima, passando pela confluência com a Alameda Oswaldo Cruz e a confluência com a rua Doutor José Lopes de Assis, e termina além da confluência com a Alameda João Augusto Costa.”

            A origem daquela igreja é por volta de 1741, quando  um missionário chamado Frei Jerônimo benzeu aquele pedaço de terra, no Morro das Cruzes, para que ali fosse construída a igreja da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Passado bastante tempo e a  igreja não sendo construída, o capitão Manoel de Sá Tinoco requereu e obteve, a 14 de março de 1751, de Dom Frei Manoel da Cruz, primeiro bispo de Mariana, provisão para erigir e construir um templo em homenagem a Santo Antônio.

E QUANDO ENTRA NA HISTÓRIA DO TEMPLO O BARÃO DE QUELUZ!

Em 16 de outubro de 1870 foi fundada  a  IRMANDADE  SANTO ANTÔNIO DE  QUELUZ,  tendo como seu primeiro PROVEDOR  o ilustre BARÃO DE QUELUZ. Para que se veja significação importante do fato, a referida Irmandade, na data da fundação, 1870, além do  registro de muitos queluzianos (da sede e dos distritos), teve também  de  outras cidades: Taubaté – Província de São Paulo; Juiz de Fora; Corte, Rio de Janeiro; Taubaté; Termo; Barbacena e Pomba.

Aquele princípio abençoado por Santo Antônio frutificou, está forte e   atuante até nos dias de hoje. Depois de 150 anos de fundação, a Irmandade ainda hoje é um marco de Religiosidade, Fé, Oração, Ação Comunitária, Cultura e importante local de Turismo Religioso em Conselheiro Lafaiete.

Como o BARÃO DE QUELUZ tem   muitos descendentes residentes em Conselheiro Lafaiete, inicio um RESUMO da genealogia BAÊTA NEVES escrita pelo grande genealogista ALLEX ASSIS MILAGRE:

GENEALOGIA DE JOAQUIM LOURENÇO BAÊTA NEVES

           JOAQUIM LOURENÇO BAÊTA NEVES, o filho, (BARÃO DE QUELUZ 2), nascido em Queluz, a 25 de julho de 1834, e batizado na ermida de São José, da fazenda do “Alto da Varginha”, casou-se, em 26 de agosto de 1861, com sua prima Maria da Conceição Baêta Neves  e tiveram os seguintes filhos:

1 – MARIA JOSÉ BAÊTA NEVES, nascida por volta de 1862 e falecida a 9 de janeiro de 1902. Casou-se com Joaquim Camillo Baêta Neves. Tiveram os seguintes filhos:

1 – Melanie Baêta Neves, nascida a 8 de agosto de 1883.

                        2 – Maria da Conceição Baêta Neves,  “Marocas”.

3 — Leônidas Baêta  Neves, nascido em 16 de abril de 1886 e falecido a 30 de abril de 1932. Casado com Antônia Lúcia Chaves, filha de Pedro Teixeira Chaves e de Maria Ritta Chaves. Tiveram quatro filhos.

1 –  Sylvio Baêta Neves, nascido a 3 de março de 1887.

2 – Gastão Camillo Baêta Neves, nascido a 20 de maio de 1888.. Faleceu solteiro a 17 de dezembro de 1907.

3 –  Alexis Baêta Neves, casado, em 30 de março de 1932, com Anna Teixeira Chaves.

NO PRÓXIMO ARTIGO COLOCAREMOS A GENEALOGIA DOS OUTROS FILHOS DO BARÃO.

Garimpando notícias 55

                                          Avelina Maria Noronha de Almeida

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Garimpando no arquivo Jair Noronha

“…o pranteado mineiro havia conquistado por sua inteligência, atividade e amor ao trabalho, não só elevada  posição  social e avantajados bens de fortuna, como a estima e o respeito de seus concidadãos “  (SOBRE O BARÃO DE LAMIM)

Neste artigo vamos focalizar  mais  um queluziano com título nobiliárquico: o Magistrado ALCIDES RODRIGUES PEREIRA, o BARÃO DE LAMIM, que  nasceu em 1812, na fazenda da Boa  Vista, em Santo Amaro de Camapuã (hoje Queluzito), naquele tempo Real Vila de Queluz.  

             

Matriz de Santo Amaro em Queluzito   /IMAGEM DA INTERNET

O Distrito foi criado com a denominação de Santo Amaro, pela lei provincial nº 907, de 08-06-1858, e lei estadual nº 2, de 14-09-1891, subordinado a vila de Queluz.   Recebeu o nome de Queluzito em  31 de dezembro de 1943 e, com este nome, foi elevado à  categoria  de  cidade em 1962. O nome Queluzito  se origina  de uma pedra, que era   abundante   na   região e se chamava  queluzita.

            O BARÃO DE LAMIM era filho de Filho do capitão João Rodrigues  Pereira . Era irmão do barão de Pouso Alegre e tio do conselheiro Lafayette. Casou-se  em  primeiras núpcias com Francisca  Amélia dos Reis e depois com Cândida Joaquina de São José.

Exerceu os seguintes cargos em Minas Gerais: Subdelegado em Lamim;  Juiz de Paz e Juiz Municipal de Queluz; Coronel da Guarda Nacional, tendo comandante  desta  na comarca de Queluz; Líder do Partido Liberal em Queluz. Na República: elegeu-se Vereador Geral da Câmara de Queluz, em 7 de setembro de 1894.

IMAGEM DA INTERNET

             CIDADE DE  LAMIM

Foi agraciado com o título de BARÃO DE LAMIM em 8 de agosto de 1889.          

               A cidade  de Lamim teve seu início em 1710 quando três bandeirantes portugueses ali chegaram: José Pires   Lamim,  Francisco de Souza Rego e Pedro José  da Ros e lá se instalaram. Quando José   Pires Lamim faleceu, os amigos resolveram dar o seu nome ao lugar, que é dedicado ao ESPÍRITO SANTO.

Faleceu, vitimado por uma pneumonia, em 9 de abril de 1897.  Vou  transcrever o texto do jornal que noticiou seu falecimento a mim enviado, gentilmente, pela historiadora  Eneida Carvalho Guimarães, e que dá uma visão de como era considerado, por seu valor, Alcides Rodrigues Pereira:

“Jornal Minas Gerais Ano 1897/Edição 00100

            Vitimado  por uma pneumonia, faleceu, a 9 do corrente, na vizinha cidade de Queluz, o prestante cidadão coronel Alcides Rodrigues Pereira (Barão de Lamim), que contava 74 anos de idade.

            Filho do finado major João Rodrigues Pereira e primo irmão dos srs. conselheiro Lafayette  e dr. Washington Rodrigues Pereira, o pranteado mineiro havia conquistado por sua inteligência, atividade e amor ao trabalho, não só elevada  posição  social e avantajados bens de fortuna, como a estima e o respeito de seus concidadãos.

            Foi assim que no tempo do Império, militando nas fileiras do partido liberal, de que era chefe, exerceu vários cargos de eleição popular e de nomeação do governo, sendo um destes o de comandante superior da Guarda Nacional da Comarca de Queluz em que prestou relevantes serviços, que lhe valeram ser agraciado com o título de Barão de Lamim.

            Proclamada  a República aceitou ele com sinceridade, as novas instituições, não lhe recusando o valioso apoio de sua influência e esforço pessoal, visto como exerceu, entre outros, o cargo de vereador geral do município de Queluz, onde se achava em serviço daquele cargo, quando foi colhido pela enfermidade que o levou ao túmulo.

            Seu enterro realizou-se às 2 horas da tarde de 10 do corrente, sendo extraordinariamente concorrido, achando-se entre as pessoas presentes o digno sobrinho do finado, sr. Dr. Antônio de  Almeida, secretário de Polícia, atualmente em exercício do cargo de Chefe de Polícia. “

GARIMPANDO NOTÍCIAS 54

Avelina Maria Noronha de Almeida

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 “Nunca deixou de exercer a medicina, o que sempre fez com enorme talento e grande amor à profissão.” 

Em 15 de junho de 1881, por carta Imperial, DOM PEDRO II, em reconhecimento de dos serviços prestados a Minas Gerais quando UM GRANDE SURTO DE VARÍOLA ACOMETEU A PROVÍNCIA, concedeu o título de NOBREZA  BARÃO DE COROMANDEL ao queluziano JOSÉ FRANCISCO NETTO. Este ilustre médico apresentou-se como voluntário e foi pessoalmente tratar dos variolosos, num isolamento que ele sugeriu que fosse feito, sendo acatada sua sugestão, junto à cidade de Mariana

Embora  tivesse ativa vida política, era imensamente dedicado à Medicina. Foi brilhante sua tese de mestrado : A FORMAÇÃO E PROPAGAÇÃO DOS SONS DA VOZ HUMANA. Em 19 de dezembro de 1850  conquistou o Doutorado na  Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro,onde fizera o curso de Medicina,  com a tese::SOBRE O PROGRESSO DO DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO – AS IDADES PODEM SERVIR À DETERMINAÇÃO DA VASCULOSIDADE DO CORGO HUMANO E ESPECIE D’ELLA?

‘JOSÉ FRANCISCO NETTO, primeiro e único BARÃO DE COROMANDEL,  nasceu em Congonhas . em 1827,  filho  de Francisco José Netto e Maria Rita Alves.

Imagem da  Internet

Radicado em Itaverava, viveu primeiramente na sede do distrito queluziano, mudando depois para sua Fazenda do Ribeirão.  Casou-se  com Priciliana Almeida Netto e tiveram 8 filhos: Adelaide,  Francisca,  Francisco, Maria da Conceição, Prsciliana, Manoel, José e  Amélia.

No livro: “ITAVERAVA: NÚCLEO DE BANDEIRANTES” de Antônio Emídio Lana está o seguinte:

 “Nunca deixou de exercer a medicina, o que sempre fez com enorme talento e grande amor à profissão.

 Morreu a 3 de janeiro de 1886,com 57 anos, em ITAVERAVA, na Fazenda do Guarará, para onde fora em desempenho dos seus misteres profissionais.”

 Imagem da Internet:           Fazenda do Guarará

            Também consta no mesmo livro:

“SEMPRE PROCUROU PRESTIGIAR A TERRA ONDE VIVIA, TENDO MESMO, EM CERTA OCASIÃO, CONSEGUIDO VERBA SUBSTANCIAL DO GOVERNO PARA A CONSERVAÇÃO DE SUA BELA IGREJA BARROCA.”

Sua TRAJETÓRIA POLÍTICA FOI TAMBÉM BRILHANTE:

Imagem da Internet: RUA BARÃO DE COROMANDEL em Conselheiro Lafaiete

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA-GARIMPANDO NOTÍCIAS 52

 Avelina Maria Noronha de Almeida

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            “Dado ao sonho da mineração, viveu nele, entretanto, o justo equilíbrio do colonizador reinol, para quem a lavoura representava, mais que tudo, a fiança da permanência no solo.” Washington Rodrigues Pereira falando sobre o pai.

            O primeiro BARÃO que vou focalizar é ANTÔNIO RODRIGUES PEREIRA,  primeiro e único “BARÃO DE POUSO ALEGRE”, forte proprietário rural e importante  político do Império.

            ANTÔNIO RODRIGUES PEREIRA nasceu em 1805, em  Queluz (atual Conselheiro Lafaiete, MG), na Fazenda dos Macacos, e faleceu em 22 de dezembro de 1883, em Queluz. onde sempre residiu. Os restos mortais do Barão, da Baronesa e as cinzas do Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira estão na Matriz de  Nossa  Senhora da Conceição de Conselheiro Lafaiete.

        BARÃO DE POUSO ALEGRE      BARONESA  DE POUSO A LEGRE

Imagens da Internet

            Seus pais eram o capitão Felisberto da Costa Pereira e Eufrásia Maria de Jesus. Era primo do padre inconfidente Manuel Washington Rodrigues Pereira foi advogado, juiz municipal e de órfãos, delegado de polícia em Ouro Preto, inspetor da Tesouraria Provincial, juiz de direito e promotor da Comarca de Queluz.  Rodrigues da Costa. Casou-se com Clara Rodrigues Ferreira de Azevedo, nascida em Congonhas,  19 Maio 1811, filha de Manuel Ferreira de Azevedo e Jacinta Perpétua Brandão.

            Eram filhos do Barão e da  Baronesa:

 

Washington                                          Lafayette

Imagens da Internet

  • Washington Rodrigues Pereira foi advogado, juiz municipal e de órfãos,

delegado de polícia em Ouro Preto, inspetor da Tesouraria Provincial, juiz de

direito e promotor da Comarca de Queluz.

                2) Lafayette Rodrigues Pereira Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo, no ano de 1857. Depois de formado, exerceu a Promotoria Pública em Ouro Preto e, em 1860, passou a advogar na capital do Império. Deputado Geral em 1878, renunciou no ano seguinte, ao ser nomeado Senador pela Província de Minas Gerais. Em 1880, foi Conselheiro do Imperador e do Estado. Organizou o Gabinete Liberal em 1883 e 1884 e nele ocupou a Presidência e a asta da Fazenda. No ano seguinte, foi presidente do Tribunal Arbitral.

         No livro “Minhas Recordações, Francisco de Paula Ferreira de Rezende assim descreve o Barão de  Pouso Alegre como “nho magro e teso e tinha sempre a cabeça tão erguida que incomodava extremamente a quem com ele falava. Era, entretanto, tão forte que, apesar da idade, saía da sua fazenda dos Macacos, que fica ao pé da estação de Buarque de Macedo, e chegava no mesmo dia a Ouro Preto.”

            Mas nada melhor para  dar uma visão no aspecto humano do Barão do que está no livro “O QUE MAMÃE ME CONTOU” de  MARINA MARIA LAFAYETTE DE ANDRADA IBRAHIM, quando ela cita o avô ANTÔNIO RODRIGUES PEREIRA na Fazenda dos Macacos:

            “Embora (o Barão) tivesse casa na cidade, sempre residiu na Fazenda dos Macacos. Tanto ele, como seu pai e sua mãe, por diversas vezes, tentaram mudar a denominação de Macacos para Fazenda da Constituição e Pouso Alegre, porem a denominação primitiva já estava enraizada e de nada valeram tais tentativas.

            No mesmo livro de D. Marina, encontramos também uma excelente visão das características humanas deo Barão de Pouso Alegre: “Vovô Barão olhava pessoalmente por tudo, não querendo que nada faltasse.  Havia oficina de sapataeiro, ferraria, alfaiataria, desde o tempo de seu pai, Felisberto da Costa Pereira. Eu mesma, ainda menina, vi os negros fazendo alpargatas, arreios, cangalhas, sabão e até colheres de pau.”

            Dele disse seu filho Washington: “Dado ao sonho da mineração, viveu nele, entretanto, o justo equilíbrio do colonizador reinol, para quem a lavoura representava, mais que tudo, a fiança da permanência no solo.”

            Antônio Rodrigues Pereira e no 5o. Regimento de Cavalaria Ligeira da 2a. Linha do Exército, em 1822, tendo recebido, em 1831, a patente de Alferes e, posteriormente, as de Tenente, Capitão, Major, Coronel, Chefe de Legião e Coronel Comandante Superior. Exerceu, em Queluz, os cargos eletivos de eleitor, juiz de paz, vereador, presidente da Câmara, juiz municipal e juiz de órfãos.

(Continua)

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – GARIMPANDO NOTÍCIAS 51 

                                                     Avelina Maria Noronha de Almeida

                                                   avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

É essencial que a comunidade conheça o mais amplamente seus vultos ilustres do passado, o que pode

até influenciar na autoestima de uma população.

.

No Século XIX vários queluzianos  foram distinguidos com títulos de nobreza:

MARQUÊS: José Francisco de Mesquita, “Barão de Bonfim”.

BARÕES são os seguintes:

Joaquim Lourenço Baeta Neves, “Barão de Queluz”

Antônio Rodrigues Pereira, “Barão de Pouso Alegre”

João Ferreira Coutinho, “Barão de Catas Altas”

José Francisco Netto, “Barão de Coromandel”,

Alcides Rodrigues Pereira, “Barão de Lamim”

José Ignacio Gomes Barbosa, “Barão de Suassuí”

Vicente de Paula Vieira, “Barão de Rifaina”

Vamos focalizar cada um deles:

MARQUÊS:

José Francisco de Mesquita, “Barão de Bonfim”.

. No Império Brasileiro houve poucos homens que receberam o titulo de Marquês. Um deles era de Queluz: o MARQUÊS DE BONFIM, que teve, sequencialmente, os seguintes títulos:

1 – Barão de Bonfim, concedido em 18.06.1841

2 – Barão de Bonfim com grandeza, concedido em 15.11.1846

3 – Visconde de Bonfim com grandeza, concedido em 02.12.1854

4 – Conde de Bonfim, concedido em 19.12.1866

5 – Marquês de Bonfim, concedido em 17.07.1872

Imagem da Internet

Foi em Congonhas que nasceu o ilustre queluziano que vou focalizar hoje: JOSÉ FRANCISCO DE MESQUITA, um dos mais importantes nobres de seu tempo.

Imagem da Internet

É bom aqui focalizar a importância de Congonhas para a VILA DE QUELUZ: Foram 3 arraiaias que pediram a criação da Vila, que aconteceu em 19 de setembro de 1790: CARIJÓS, CONGONHAS E ITAVERAVA. Carijós ficou sendo a sede da vila por estar no centro da região.

JOSÉ FRANCISCO DE MESQUITA nasceu em 11 de janeiro de 1790, no então arraial de Congonhas, freguesia nesse tempo da Vila de Queluz, bispado de  Mariana, província de Minas Gerais, filho de Francisco José de Mesquita e de D. Joanna Francisca de Mesquita. Casou-se com Francisca de Paula Freire de Andrade, Baronesa de Bonfim.

Imagem da Internet             Rio de Janeiro

            Aos dez anos foi morar com o tio, o capitão Francisco Pereira de Mesquita, residente na cidade do Rio de Janeiro. Desde menino José Francisco gostava de  trabalhar e deve ter aprendido muito com seu tio, que tinha excelente reputação como respeitável homem de negócios e, com o passar do tempo, conquistou a confiança da praça daquela cidade pela sua reconhecida honradez.

Em 1818, com a vinda de D. João VI para o Brasil,  concorreu para a criação do Banco do Brasil, banco de emissão e primeira instituição de crédito desse gênero fundada no Brasil, além de prestar outros serviços,  recebendo, como prêmio, a comenda da Ordem de Cristo. Foi vereador da Câmara Municipal da Corte.

Em 1821 e 1822, o comendador Mesquita mostrou-se favorável à independência do Brasil, contribuindo com o seu prestigio e os seus haveres consideráveis e, como reconhecimento por sua ajuda, o imperador D. Pedro I o nomeou para um cargo honorífico, dando-lhe o foro de fidalgo cavaleiro da imperial casa. Criada a Caixa da Amortização, Mesquita foi nomeado membro de sua direção tendo sido tão dedicado no desempenho do cargo  que o imperador D. Pedro I o agraciou com a oficialato da Ordem Imperial do Cruzeiro. cada uma dessas honrarias foi precedida sempre por atos de patriotismo, ou de sentimentos humanitários do agraciado.

Com suas avultadas posses e  grande benemerência, o rico capitalista concorria com avultadas  somas para  instituições de caridade, para diversas despesas  do Governo, entre elas  as despesas do armamento nacional  na questão Christie (foi um  impasse diplomático ocorrido entre o Império do Brasil e o Reino Unido entre os anos de 1862 e 1865);  para a elevação da estátua equestre a D. Pedro I; auxilio das despesas do Estado na Guerra do Paraguai; para combate a mortíferas epidemias ou outras calamidade públicas;  para auxiliar a Santa Casa da capital de Minas Gerais, as Ordens Terceiras de S. Francisco da Penitência, do Carmo, de S. Francisco de Paula, os hospitais de Lázaros, os Institutos dos Cegos e dos Surdos Mudos  e para ajuda a pessoas necessitadas, o que fazia sem ostentação. Foi tambem sócio-fundador do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura, e sócio benfeitor da Imperial Sociedade Amante da Instrução.

Imagem da Internet                Guerra Franco-Prussiana

            No Exterior, na Guerra Franco-Prussiana, (19 de julho de 1870 — 10 de maio de 1871), o marquês de Bonfim, no Rio de Janeiro, promoveu socorros para as familias francesas expostas à miseria e à fome e empenhou-se tanto  e de sua parte contribuiu tão generosamente que o Sr. Thier, chefe do governo da França na época, conferiu-lhe o grau de oficial da Legião de Honra. Também contribui generosamente quando o Rio de Janeiro mandou ajuda para Buenos Aires, onde reinava a terrível febre amarela. Na questão Christie (um impasse diplomático ocorrido entre o Império do Brasil e o Reino Unido entre os anos de 1862 e 1865) concorreu para as despesas do armamento nacional.

Um traço importantíssimo de sua personalidade era a independência política que lhe dava sadia convivência de ideias, sendo sua casa frequentada por notabilidades políticas de todos os partidos,  por ser considerada um campo neutro, tolerante e amigo.

Era admirado pela sua prudência, tino, habilidade, e infatigável diligência, dedicando-se ao serviço até os últimos tempos de sua vida. Faleceu em 11 de dezembro 1872, com oitenta e três anos e onze meses de idade. Obedecendo à sua última vontade, seu corpo foi sepultado em modesta sepultura, tendo seu enterro acompanhado por mais de duzentos carros de amigos. Em seu testamento contemplou muitas instituições de caridade e pessoas necessitadas do município da Corte e da Província de Minas, onde nascera.

FOI REALMENTE ILUSTRE O NOSSO MARQUÊS DA ANTIGA QUELUZ!

Na próxima semana, vou focalizar os Barões.

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – GARIMPANDO NOTÍCIAS 50

                                                     Avelina Maria Noronha de Almeida

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Imagens da Internet: A primeira foto um desenho da Estalagem da Varginha no tempo em que foi visitada por D. Pedro II. A segunda foto são as ruínas dela atualmente.

                        Quando chegou na estalagem, D. Pedro II falou que queria

repousar na cama em que seu pai, D. Pedro I dormira

quando pernoitara, no passado, naquela estalagem.

 

Concluindo o relato  da vinda de D. Pedro II ao Município de Queluz, em 1881,  vou deixar que essa passagem seja  relatada pelo próprio D. Pedro  II em seu diário.

 

“30 (4ª fª) Partida às h. Carreiras – bonita posição de  vasto horizonte para leste e sobretudo oeste. Encostada a uma tranqueira estava uma linda rapariga com sua saia e camisa revelando formas elegantes. Dava-lhe muita graça o lenço branco de pontas pendentes atado na cabeça. O caminho é bom, porém muito montanhoso. Passam-se diversos ribeirões, havendo uma ponte solidamente construída, todas as ondas do Paraopeba. Varginha, casa onde se reuniram os inconfidentes.  Pertencia, então, a  um hospedeiro de nome João da Costa. Vi a mesa e bancos corridos, de encosto, onde  se assentavam. São de maçaranduba e estão colocados na varanda. Reparando que não houvessem conversado no interior da casa, disse-me o dono dela que havia vedetas para avisá-los. Atravessada a ponte do ribeirão da Varginha, entra-se no município de Ouro Preto.

 

— Assinando José Códea, Angelo Agostini como enviado da “Revista Illustrada”, desenhou os móveis citados e escreveu: “Na casa de Manoel Alves Dutra, na Varginha, existem dois bancos e uma mesa, feitos de maçaranduba, que serviram nas conferências dos Inconfidentes, sob a direção do grande cidadão Tiradentes. Hoje, serve para comer-se boas feijoadas com cabeça de porco (tempora mutantur!).I

Imagem  da Internet:  desenho de um banco e da  mesa que eram usados nas reuniões dos inconfidentes.

 

Observação: “vedetas” quer dizer “vigias”. Li, não me lembro onde, que eram meninos que ficavam na margem da estrada, perto da entrada do caminho para a estalagem, que, ao ver ao longe aparecerem soldados, soltavam os  papagaios de papel que tinham nas mãos para avisar os inconfidentes.

          Imagem da Internet:        Viagem de D. Pedro II

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Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

                     Em que residência  pernoitou  D. Pedro II em Queluz?

Um ponto controverso da nossa História…

No artigo anterior, sugeri que, pelos trechos do  diário de D. Pedro II, ele  poderia ter se hospedado na casa  de Washington Rodrigues Pereira e disse então ser a casa dele na Praça Tiradentes,  porém, consultando o livro “O QUE MAMÃE ME CONTOU” de Marina Maria Lafayette de Andrada Ibrahim achei que, em 1881, Washington ainda não morava naquela época em Queluz

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. Marina Maria Lafayette de Andrada Ibrahim

Imagens da Internet

Vamos a  trecho do livro  de Marina:

Palavras de Corina, mãe de Marina, falando de seu tio Washington na página 334 do livro: “O tio foi Juiz de Direito em Queluz. Em carta de 22 de setembro de 1884, Papai comunicou-lhe a nomeação”

JULGUEI ERRADAMENTE SER a casa em que ele residiu, que naturalmente era a casa da família da família Rodrigues Pereira em Queluz, NA PRAÇA TIRADENTES NÃO ESTÁ DE ACORDO COM UMA CITAÇÃO DO LIVRO, à pagina 336: “ A casa da família, na cidade de Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete, ficava num plano inferior ao alinhamento da rua. Mas era agradável, com uma minúscula horta e um jardinzinho ao lado.” NÃO TEM NADA A  HAVER COM  A CASA QUE JULGUEI SER.

Isto também já não importa neste estudo porque, NESTE  ARTIGO, FICA TOTALMENTE ESCLARECIDO ONDE FICOU HOSPEDADO D. PEDRO II quando esteve em Queluz em 1881.

Este esclarecimento, devo-o ao historiador  PAULO HENRIQUE DE LIMA  PEREIRA, a quem agradeço muito por sua colaboração. Paulo Henrique se caracteriza por ser um pesquisador de grande perspicácia e que se aprofunda poderosamente nos assuntos que pesquisa. ASSIM, ELE ME ENVIOU UMA INFORMAÇÃO PRECIOSA, que ele encontrou em antigo exemplar do Jornal do Comércio E QUE RESOLVE COMPLETAMENTE A POLÊMICA “EM CASA DE  QUEM” PERNOITOU D. PEDRO II EM NOSSA CIDADE.

Imagem da Internet                              PAULO HENRIQUE

PAULO HENRIQUE DE LIMA PEREIRA é um HISTORIADOR  residente em Congonhas,  graduando em História, da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia (ASBRAP). Membro Correspondente da  Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, que escreveu os excelentes livros: “Venenos adocicados – A trajetória do poeta e jornalista Djalma Andrade” e “Urzedo e a medicina no Brasil Imperial: o pioneirismo de um congonhense”.

Imagens da Internet

A ELE MEUS AGRADECIMENTOS PELA COLABORAÇÃO, que lança luzes sobre a polêmica e que vou transcrever agora, as quais foram estampadas em um jornal muito respeitado na época, no Rio de Janeiro:

“Jornal do Comércio, 03 de abril de 1881, relatou:

Viagem Imperial — Escreve-nos o nosso correspondente:

Queluz, 29 de março, 10 horas da noite […] Suas majestades partiram da fazenda do Rincão hoje às 6 horas da manhã, S. M. a Imperatriz foi em liteira, e assim, é fora de dúvida, continuará a viajar.

Suas majestades seguiram até o lugar denominado Engenho, onde a câmara municipal de Queluz mandara preparar o almoço. Da fazenda do Rincão até ao arraial de Carandaí acompanharam Suas Majestades o engenheiro chefe do prolongamento Dr. Ewbank da Câmara e seus auxiliares Henrique Lisboa, Latif [?] e Alfredo Lisboa, e no referido arraial pediram permissão a Suas Majestades para regressar. Ali a comissão da Câmara de Queluz apresentou a Suas Majestades suas homenagens. Ao pouso do Sr. Felipe Ferrão chegaram Suas Majestades às 9 ½.

Depois de uma viagem de 7 léguas a cavalo, subindo e descendo serras, como as das Taipas, Paraopeba e outros, chegaram Suas Majestades a esta cidade às 5 horas da tarde, acompanhadas por mais de 100 cavalheiros, tanto de sua comitiva como vários moradores de Queluz, que percorreram algumas léguas para ir ao encontro dos augustos viajantes.

Por todo o caminho encontrava-se muita gente à espera de Suas Majestades para saudá-los. Uns perguntaram como era Sua Majestade, se velho ou moço, outros se era alto ou baixo. A alguns perguntei se nunca tinham visto um retrato do Imperador. Responderam-me que não e acrescentavam que tinham extraordinária vontade de vê-lo. Um destes encontrei no Lugar Ribeirão do Inferno (que pelo nome não perca), velho de 88 anos, mais forte do que muitos rapazes, e que dizia desejava tornar a ver o Imperador, que só o vira pequeno. Sua Majestade falando-lhe, dirigiu-lhe frases de benevolência.

À hora que disse acima, entraram Suas Majestades em Queluz. A cidade estava toda embandeirada e enfeitada com arcos. É impossível descrever o entusiasmo que houve ao chegarem os augustos viajantes. O adro da matriz, que é grande, estava completamente cheio de povo, não contando as pessoas que se achavam dispersas pelas ruas.

Queluz é uma cidade comprida, quero dizer, terá talvez um quarto de légua de extensão, mas sua largura não é correspondente a esse comprimento. Foi criada freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Queluz por decreto de 14 de julho de 1832 e elevada a vila desde 1791 pelo capitão general Visconde de Barbacena. Era conhecida antigamente pelo nome de arraial dos Carijós. Sua elevação a cidade data de poucos anos e hoje é cabeça da comarca do mesmo nome. Dista de Ouro Preto 9 ½ léguas e está situada a 932 metros acima do nível do mar. É uma cidade bonita e de um bom clima.

SUAS MAJESTADES HOSPEDARAM-SE EM CASA DO FAZENDEIRO FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA e os seus semanários e outras pessoas da comitiva em casa da Sra. Baronesa de Queluz. Toda a hospedagem corre por conta da câmara municipal.

Antes de jantar, S. M. o Imperador ainda visitou a casa da câmara, a cadeia e as escolas públicas. Acham-se aqui os engenheiros Francisco Bicalho, João Ferraz, Albino da Rocha Paranhos, A. S. Pires Ferreira, Frederico Smith de Vasconcelos, S. Gustavo Tamm, Almeida Portugal, Andrade Pinto, Aguiar e Childerico Pederneiras, engenheiros da 3ª seção do prolongamento da estrada de ferro D. Pedro II. Estão todos bons.

Tanto Suas Majestades como sua comitiva gozam saúde, o que não impede que todos se reconheçam cansados com a viagem forçada que se tem feito. Até aqui já se tem feito 13 léguas.

Alguém da comitiva e do paço, ao entrar hoje em Queluz, parecia mais um embrulho que vinha em cima do animal do que uma criatura. Calculem que regalo vai isto ser! Partimos amanhã às 6 horas da manhã para Ouro Preto e temos de atravessar, além de outras, a grande serra do Ouro Branco, cujo alto denominado de D. Vicência está a 1.260 metros sobre o nível do mar, segundo Gerber.

FICA, ASSIM,  RESOLVIDO TOTALMENTE EM CASA DE QUEM  D. PEDRO II PERNOITOU… só resta resolver onde seria esta casa e falarei sobre isto no próximo artigo.

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – GARIMPANDO NOTÍCIAS 48

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

                                                     Avelina Maria Noronha de Almeida

                                                          avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

 

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                     Em que residência  pernoitou  D. Pedro II em Queluz?

Um ponto controverso da nossa História…

Antes de continuarmos com o Diário de Viagem de D. Pedro II, vou repetir uns conteúdos já colocados no artigo anterior.

Imagem da Internet

Pedro II a cavalo na viagem que fez a Minas

PRIMEIRO vou repetir um trecho do Diário de Viagem de D. Pedro:

“29 (terça-feira) – Dormi bem. Saída às 6 h. (…) Do Alto das Bandeirinhas já se avistam casas de Queluz. Parou-se em algum lugar por causa das liteiras. O tempo das pequenas paradas e o do almoço andariam por menos de duas horas. O coronel Pereira apontou-me suas terras do Ribeirão do Inferno e Queluz.

Já em lugar anterior a revista colocara o seguinte: “Durante a viagem D. Pedro II conversou bastante com o coronel Antônio”. Em outro local fala  sobre  o  “Rodrigues Pereira, futuramente Barão de Pouso Alegre, proprietário de terras na região e na própria Queluz.” A referência é a Antônio Rodrigues Pereira, pai de Conselheiro Washington Rodrigues Pereira e de Conselheiro Lafayette.

 Antônio Rodrigues Pereira

Imagem da Internet

Agora citando outra vez a notícia apresentada pela A Revista Ilustrada. Rio de Janeiro, ano 6, número 245, 1881. P. 4 e 5. 59.

“A cidade de Queluz recebeu SS. MM. II. com o maior júbilo. Entusiasmo indescritível, grandes ovações, fogos, músicas etc. A cidade deu aos Augustos Viajantes as mais solenes provas de contentamento”. 190 Já instalado, o Imperador descansou um pouco e conversou com a família de Washington Rodrigues Pereira, filho do coronel Antônio, saindo logo em seguida para o estabelecimento educacional, onde preferiu a aula de meninos à de meninas. Em seguida esteve na cadeia e apesar de ter considerado o edifício bom, atentou para sua necessidade de melhorias internas, além disso, afirmou que no local “falta quase tudo, não tendo os soldados da polícia nem baionetas nem sabres-baionetas”.191 […] Antes de retornar à residência onde estava hospedado, assistiu a um Te Deum na igreja matriz e afirmou ter sido sofrível. Quando em casa, ouviu moda de viola e elogiou o músico: “O rapaz tocou bem a viola e melhor violão”193.

POR QUE REPETI ESTE TRECHO? Porque até hoje não se esclareceu devidamente um ponto obscuro na presença de D. Pedro em nossa cidade. Hipóteses que existem a respeito de  em qual residência se hospedara e dormira  D. Pedro II:

1) Seria no Solar do Barão de Suassuí? 2) Seria no Solar do Barão de Queluz? Talvez houvesse a resposta exata no LIVRO DO TOMBO ANTIGO DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, porém este livro, pelo que concluí nos meus estudos e, de acordo com  informação antiga que encontrei no Museu Perdigão, estaria, na década de 40, em Ouro Preto,  naturalmente no Instituto Histórico de Ouro Preto, que fora dissolvido e seus documentos espalhados por vários lugares. Procurei muito descobrir onde estaria este Livro tão importante para nossa História, mas foi em vão.

OBSERVANDO a notícia da Revista Ilustrada, VEJAM O QUE PENSEI: Se o pai do WASHINGTON RODRIGUES PEREIRA FOI COMPANHEIRO DE VIAGEM DE D. PEDRO, NO ALTO DAS BANDEIRINHAS, ANTES DE ENTRAR EM QUELUZ, MOSTROU SUAS TERRAS, AO CHEGAR EM QUELUZ AONDE LEVARIA D. PEDRO PARA SE HOSPEDAR? NÃO PODERIA SER NA CASA DE SEU FILHO WASHINGTON, QUE FICAVA ONDE É HOJE A PRAÇA TIRADENTES, EM FRENTE À ANTIGA CADEIA, HOJE MUSEU PERDIGÃO? E REVEJAM ESTE TRECHO: “Já instalado, o Imperador descansou um pouco e conversou com a família de Washington Rodrigues Pereira, filho do coronel Antônio, saindo logo em seguida para o estabelecimento educacional, onde preferiu a aula de meninos à de meninas.” Se ELE JÁ ESTAVA INSTALADO, ESTRANHO CONVERSAR COM A FAMÍLIA DO WASHINGTON SE ESTIVESSE INSTALADO EM OUTRO LUGAR, CUJA FAMÍLIA NÃO CITOU…

No Diário ele ainda diz do que aconteceu depois do Te Deum na Igreja: “Conversei com a mulher de Washington Pereira, filha de Luiz Antônio Barbosa, que lembrou-me tê-la eu interrogado num colégio de Niteroi. Parece-me excelente senhora e muito inteligente. Recolhi-me depois das 9.” OBSERVEM QUE ELE NÃO DIZ TER SAÍDO, APÓS A CONVERSA, PARA OUTRO LUGAR, MAS SIM QUE SE RECOLHEU.

FIZ ESTA INTERRUPÇÃO NO DIÁRIO PORQUE ESTE PONTO SEMPRE FOI POLÊMICO SEM UMA EXPLICAÇÃO CONVINCENTE. ALGUMAS PISTAS, ALGUMAS INTERPRETAÇÕES E ALGUMAS DÚVIDAS… ESTA É APENAS MAIS UMA OPÇÃO QUE ESTOU APRESENTANDO.  SE ALGUÉM QUISER PODE COLOCAR SUA OPINIÃO, CONTESTANDO OU APOIANDO ESTAS OBSERVAÇÕES APRESENTADAS NO ARTIGO.

FICA PARA O PRÓXIMO ARTIGO a visita de  D. PEDRO II à estalagem da Varginha.

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – GARIMPANDO NOTÍCIAS 47

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Avelina Maria Noronha de Almeida

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A várzea por onde serpeira o Bananeiras é bonita,

assim como a entrada em Queluz por um novo caminho

que se fez seguindo o alto do morro. No fundo da cidade e fim de

uma subida está a igrejinha de Santo Antônio e no fundo

alteia-se a Serra do Ouro Branco, coroada de

nuvens douradas pelo sol que se punha pelo lado oposto.

 

 

Em 1881, o imperador D. Pedro II e a imperatriz Dona Teresa Cristina, indo para Ouro Preto, passaram por Queluz.

Imagem da Internet

            Este foi um um dos acontecimentos importantes do século XIX em Queluz.

Em seu livro “Aontamentos para a Historia de Conselheiro Lafaiete – Antiga Queluz de Minas), Romeu Guimarães de Albuquerque diz que  uma missão foi nomeada para receber o Imperador em Carandaí, composta pelo Dr. Francisco José Pereira Zebral, Dr. Francisco Gualberto de Souza,  Joaquim Afonso Baêta Neves, Padre José Vieira de Souza Barros, Major Egídio Paulo Andrade , Dr. Washington Rodrigues Pereira, Major Albino de Almeida Cyrino, Comendador João Crisóstomo de Queiroz  e Dr Antônio Joaquim de Souza Paraíso.

Vejam que interessante está no referido livro  de Romeu Guimarães de Abuquerque sobre a preparação da cidade para receber D. Pedro II:

.

“A Câmara Munucipal mandou intimar os proprietários a limparem as fachadas de suas casas, consertou as calçadas e limpou as ruas para a imperial chegada.

O almoço para S.M. e comitiva foi sncomendado a Felipe da Silva Ferrão, da Fazenda do Engenho, estrada para Carandaí.

O almoço custou 1.346$746 réis, que a Câmara pagou e depois recebeu da coletoria de Juiz de Fora, por ordem do Governo Provincial.”

Imagem da Internet

 

No jornal Revista Ilustrada. Rio de Janeiro, ano 6, número 245, 1881, traz,  na época, esta notícia:

.              “A cidade de Queluz recebeu SS. MM. II. com o maior júbilo. Entusiasmo indescritível, grandes ovações, fogos, músicas etc. A cidade deu aos Augustos Viajantes as mais solenes provas de contentamento.”

.           Sobre a estadia de D. Pedro aqui em nossa cidade, achei interessante colocar a parte em que ele fala de  Queluz em um diário que escreveu sobre a viagem dele por Minas Gerais.:

.                      “29 (terça-feira) – Dormi bem. Saída às 6 h. (…) Do Alto das Bandeirinhas já se avistam casas de Queluz. Parou-se em algum lugar por causa das liteiras. O tempo das pequenas paradas e o do almoço andariam por menos de duas horas. O coronel Pereira apontou-me suas terras do Ribeirão do Inferno e Queluz. Possui outras fazendas que dão-lhe 50 crias de mulas e 100 de poldros no ano. Antes de Queluz, atravessa-se o ribeirão das Bananeiras, onde não vi nenhuma. Ouvi também falar do alto de Paraopeba, de onde se goza de vista extensa e bela, e da ponte deste rio que ainda não é navegável para canoas nessa altura. A várzea por onde serpeira o Bananeiras é bonita, assim como a entrada em Queluz por um novo caminho que se fez seguindo o alto do morro. No fundo da cidade e fim de uma subida está a igrejinha de Santo Antônio e no fundo alteia-se a Serra do Ouro Branco, coroada de nuvens douradas pelo sol que se punha pelo lado oposto. O aspecto da cidade é mais pitoresco que o de  Barbacena.

.Imagem da Internet

            Descansei um pouco conversando com a família de Washinton, filho do coronel Pereira, e saí para ver aulas que são duas – agradando-me a de meninos, cadeia bom edifício por acabar internamente; porém onde fala quase tudo, não tendo os soldados da polícia nem baionetas nem sabres-baionetas: Câmara Municipal que se acabou de arranjar hoje – bonita fachada a que não corresponde o resto – puseram as armas do Brasil dentro do antigo escudo português, que quiiseram aproveitar – e voltei para casa.

‘Apareceu o violeiro – fazem-se aqui muitas violas  – a que veio tinha caixa de pinho e braço de jacarandá, sendo os embutidos de cabiúna. O rapaz tocou bem viola e melhor violão feito aqui. As ruas de Queluz não são de fácil trânsito, sobretudo de noite. Antes de ouvir o violeiro, houve Te Deum na Matriz. Arranjaram-no sofrivelmente. Na capela nova há pinturas que, talvez, não sejam más, porém a falta de luz não me permitiram vê-las bem. Conversei com a mulher de Washinton Pereira, filha de Luís Antônio Barbosa, que lembrou-me tê-la eu interrogado num colégio de Niterói. Parece-me excelente senhora e muito inteligente. Recolhi- me depois das nove.”

.            A casa do Washington Rodrigues Pereira que ele cita era onde depois residiu a família do Deputado Antônio Ribeiro Franco, na Praça Tiradentes, em frente ao Museu Perdigão, naquela época a Cadeia Pública.

Amanhã termino a parte do DIÁRIO DE VIAGEM DE D. PEDRO II, que fala da saída dele da cidade e, ainda em terras  do Município de Queluz , passando pela Estalagem da Varginha do Lourenço.

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