Um paraíso brasileiro que não sempre foi assim: conheça seu passado sombrio

O lugar já serviu como colônia de leprosos, já teve uma prisão temida e foi até refúgio para piratas perigosos.

AMALPA é condecorada com medalha alusiva aos 300 anos de história de Ouro Branco

No dia 16/02, o Presidente da AMALPA e Prefeito de Casa Grande Luiz Otávio representou à AMALPA juntamente com o Secretário Executivo Moisés Matias receberam a Medalha Dom Lourenço de Almeida entregue pelo Prefeito de Ouro Branco Hélio Campos.

A entrega foi realizada no Auditório Fernando de Oliveira Silva, onde participaram figuras políticas, culturais, sociais e religiosas, autoridades, representantes de empresas e moradores do município.

A AMALPA foi condecorada com a medalha por contribuir com a história e o desenvolvimento da cidade. Também houve o lançamento do selo comemorativo, produzidos pelos Correios, em tiragem especial e exclusiva.

Como perdemos o trem da história no transporte ferroviário de passageiros

Por que o país abandonou sistema que já teve 89 milhões de usuários/ano por ferrovias, conectando um território continental, e sucateou seu rico patrimônio

No início de janeiro, o Ministério dos Transportes confirmou que a Região Sudeste não tem trechos previstos na futura Política Nacional de Transporte Ferroviário de Passageiros (PNTFP). Com exceção do trem entre Belo Horizonte e Vitória, um dos dois únicos existentes no país, as antigas linhas que conectavam os mineiros foram desativadas ou destinadas ao transporte de cargas, entre elas a Estrada de Ferro Central do Brasil, a Estrada de Ferro Bahia e Minas e a Rede Mineira de Viação. Para resgatar as histórias dos viajantes de outros tempos e debater o futuro do transporte ferroviário, o Estado de Minas traça uma linha do tempo com os principais acontecimentos desse sistema no país, por meio de documentos históricos e entrevistas com antigos passageiros, associações, órgãos e especialistas da área.

“Nós chegamos a transportar 89 milhões de passageiros por ano, que viajavam de trem. Hoje, são 1,3 milhão. Um país deste tamanho, com dimensões continentais, só com duas linhas… Então, é um serviço praticamente inexistente”, avalia o presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores.

Ele destaca a importância do sistema ferroviário e compara com outros serviços de transporte existentes no país. “Hoje, a gente só consegue fazer viagens longas de avião, que são muito caras, ou de ônibus, que são muito perigosas e demoradas. Tem uma linha que para ir do Sul ao Nordeste leva uma semana, então foge à lógica que existe em vários lugares do mundo de as grandes distâncias terem viagens troncais e, depois, a capilaridade com os ônibus para os locais mais próximos”, explica.

A história do transporte que vai ficando cada vez mais distante dos brasileiros e especialmente dos mineiros remonta à primeira ferrovia do Brasil, inaugurada no Rio de Janeiro em 1858, por dom Pedro II. Mas foi somente no fim do século 19 que as linhas férreas começaram a se disseminar pelo país, com ramais em diferentes regiões e viagens interestaduais, a exemplo do trajeto de Belo Horizonte a São Paulo.

O número de passageiros transportados anualmente cresceu até 1960. Dali em diante caiu progressivamente, até quase se tornar nulo na década de 1990, com as concessões para o transporte de carga. Diante de poucas contrapartidas exigidas para manter o transporte de passageiros e sem fiscalização de contratos, as empresas foram gradativamente desativando trechos e abandonando estações.

“Nós tivemos duas grandes fases de descontinuação do transporte ferroviário de passageiros no Brasil. A primeira foi durante a ditadura, de 1964 a 1984, e, a segunda, com as concessões para transporte de carga para empresas privadas, de 1996 a 1999”, explica o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Antônio Moreira de Faria, que trabalha com o tema desde o começo da década de 1990.

Para conversar com a equipe do Estado de Minas, ele chegou carregando mapas e exemplares do “Guia Levi”, publicação mensal que trazia os horários das linhas e ramais pelo Brasil, como os da Estrada de Ferro Leopoldina, que ligava a Zona da Mata mineira ao Rio de Janeiro. “O fim do transporte ferroviário de passageiros provocou uma concentração de pessoas em grandes cidades e isolou outros lugares”, ressaltou.

A antiga estação ainda é um atrativo de Moeda, mas está fechada e já não recebe viajante, já que pelos trilhos hoje só passam trens de carga que cortam a cidade
A antiga estação ainda é um atrativo de Moeda, mas está fechada e já não recebe viajante, já que pelos trilhos hoje só passam trens de carga que cortam a cidadeAlexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Quilômetros de mortes

Na falta de trilhos para transporte de pessoas, brasileiros que precisavam se deslocar migraram para as rodovias, aumentando drasticamente o número de acidentes e fatalidades. Em 2022, foram registrados 64.547 acidentes nas estradas brasileiras, com 18.132 feridos graves e 5.439 mortos, conforme o Anuário de 2022 da Política Rodoviária Federal (PRF). O documento também aponta que Minas Gerais lidera o ranking negativo dos estados brasileiros, com 8.290 acidentes, 2.524 feridos graves e 701 mortos. Já nas ferrovias, no mesmo período, foram 782 acidentes, com 237 feridos e 112 mortos, segundo o Anuário do Setor Ferroviário, feito pela ANTT.

Empresas ignoraram contrato e passageiros

O Estado de Minas teve acesso aos contratos assinados no fim da década de 1990 e que ainda estão em vigor, dentro do prazo de 30 anos. De acordo com o vigésimo tópico do item 9.1 (das obrigações da concessionária), é determinada a manutenção do transporte ferroviário de passageiros por parte das empresas. “Assegurar, a qualquer operador ferroviário, durante a vigência do presente contrato, a passagem de até dois pares de trens de passageiros, por dia, em trechos com densidade anual de tráfego mínima de 1.500.000 TKU/km”, detalha o documento. A sigla se refere ao transporte de tonelada de carga por quilômetro útil de ferrovia.

Mas esse não foi o único termo do contrato desrespeitado. Foram ignorados outros, como os que proibiam o abandono de linhas e trechos. Na prática, as empresas mantiveram somente as rotas úteis para levar cargas e matérias-primas para outros estados e portos.

“Em todos os contratos, de todas as malhas, havia a obrigação de oferecer pelo menos dois pares de trem por dia de passageiros, o que a gente chama de ‘janela’. Vamos dizer que fosse de BH para Montes Claros: um partindo daqui, outro vindo de lá. Um par de manhã e um par à noite. Mas isso nenhuma concessionária cumpriu. Na pré-concessão, inclusive, a rede ferroviária gastou uma boa grana para arrumar as linhas e fazer a privatização. Aí, vieram as empresas e largaram tudo”, ressalta o ex-analista técnico da CBTU Ubirajara Baía, engenheiro civil e mestre em transporte ferroviário de passageiros pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O professor da UFMG Antônio Moreira de Faria explica que ditadura militar e concessões à iniciativa privada representaram grandes baques no transporte ferroviário de pessoas
Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Restaram 2 linhas de trens de passageiros

Atualmente, o transporte ferroviário regular de passageiros no Brasil, com viagens diárias, ocorre somente em dois locais: na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que tem 664 quilômetros de extensão, e na Estrada de Ferro Carajás (EFC), com 870 quilômetros, que liga Parauapebas, no Pará, a São Luís, no Maranhão. Já a prestação de serviços não regular e eventual, com finalidade turística e histórico-cultural, pode ser realizada por entidades públicas e privadas, mediante autorização da ANTT. “Além de Ouro Preto/Mariana (18 quilômetros) e São João del-Rei/Tiradentes (12,7 quilômetros), foram autorizados os trechos entre São Lourenço/Soledade de Minas (9 quilômetros) e Passa-quatro/Coronel Fulgêncio (10 quilômetros)”, explicou a agência federal.

Malha movimenta bilhões em cargas

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informa que a malha ferroviária nacional concedida e operacional tem 30.653 quilômetros de extensão. “Há 13 concessões ferroviárias em operação. Dessas, quatro (Rumo Malha Paulista, Estrada de Ferro Carajás, Estrada de Ferro Vitória/Minas e MRS Logística) tiveram contrato prorrogado, com a inclusão de investimentos obrigatórios em obras de capacidade e de solução de conflitos urbanos. Enquanto isso, a Rumo Malha Oeste está em fase de relicitação e três ferrovias estão em fase de construção para operação futura (Transnordestina Logística, Ferrovia de Integração Oeste-Leste e Ferrovia de Integração Centro-Oeste)”, informou.

As operações dessas concessionárias giram na casa dos milhões de toneladas e dos bilhões de reais. Conforme a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o setor transportou 500,8 milhões de toneladas úteis (TU) de carga geral no país em 2022, sendo 359,1 milhões de minério de ferro. “Em mais de duas décadas de concessões, as associadas à ANTF apresentaram um crescimento de 98% na movimentação de cargas pelas ferrovias em relação a 1997 – época do início das concessões, quando foram movimentadas 253 milhões de toneladas úteis. O crescimento anual médio foi de 2,76%”, contabiliza a entidade. Ainda de acordo com a ANTF, a frota de material rodante aumentou de 1.154 unidades em 1997 para 3.100 em 2022, enquanto o número de vagões passou de 43.816 para 112.640 no mesmo período.

“O transporte de passageiros é muito falado, mas é difícil de concretizar. Nós temos hoje um modelo diferente do europeu, no qual o governo constrói a infraestrutura e concede a administração para o privado. No Brasil, não. Muitas vezes, o privado constrói e opera. Então, a administração da ferrovia é privada”, afirma o diretor do Departamento de Outorgas Ferroviárias da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário (SNTF), vinculada ao Ministério dos Transportes.

A declaração foi uma resposta a pergunta do Estado de Minas durante o seminário “Minas de volta à mobilidade”, organizado na última semana de janeiro pela Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) com o intuito de debater os investimentos previstos para o setor ferroviário de cargas no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Entre 1990 e 1994, o engenheiro civil Ubirajara Baía, ex-analista técnico da CBTU que se tornou mestre em transporte ferroviário de passageiros pela UFRJ, aproveitou a estrutura da então Rede Ferroviária, no Rio de Janeiro, para se dedicar ao estudo do transporte ferroviário de pessoas em todo o Brasil. “Minha dissertação de mestrado foi justamente nesta área: estudar os trens de passageiros que existiam no país, com o recorte de um período de 25 anos a partir de 1965”, explica. De acordo com ele, seu foco foi o transporte de longo percurso, que se difere do transporte metropolitano de curta distância, antes integrados em um só sistema.

“O traçado das nossas ferrovias raramente foi modernizado, o que nós engenheiros chamamos de ‘retificar o traçado’. Nós temos praticamente traçados do século XIX, que foram feitos sem máquinas e caminhões. Já as novas ferrovias, como a do aço, têm um traçado de trem-bala, de alta velocidade, e a gente a utiliza para transportar minério. Isso são as mazelas das concessões que foram feitas”, analisa.

Ubirajara também estudou o aumento da gasolina e do óleo diesel, os números de trens e a quilometragem para entender os impactos de cada variável. “A conclusão foi de que mesmo havendo linhas extensas, de 600 quilômetros de distância, a maioria das pessoas pegava o trem para percorrer trechos menores. E a partir disso eu criei uma proposta de trens regionais”, afirma.

Perguntado sobre rotas que poderiam existir no estado, o engenheiro destaca uma que gostaria de ver de volta, mas com trens mais modernos, pois, segundo ele, os puxados por locomotivas são lentos, pesados e custosos. “Uma rota superimportante, que elevaria a imagem de Minas perante o mundo, seria Belo Horizonte a Ouro Preto. E tem a ferrovia toda, que está abandonada. Passa por trechos lindos – quase todos de mata – em paralelo ao Rio das Velhas. Passa por Sabará, Raposos, Nova Lima, Itabirito e vários distritos de Ouro Preto”, ressaltou.

A saudade do trem na arte de Milton e Brant

Em 1975, durante a ditadura militar que entre tantas mazelas também descarrilhou o transporte sobre trilhos no país, Milton Nascimento e Fernando Brant compuseram “Ponta de Areia”. A canção aborda as dores dos passageiros arrancados das ferrovias, ano após ano mais limitadas ao transporte de cargas e dominadas por empresas privadas. “Velho maquinista, com seu boné, lembra o povo alegre que vinha cortejar. […] Na praça vazia um grito, um ai. Casas esquecidas, viúvas nos portais”, descreve trecho da letra.

O lamento relata o cenário deixado pelos quase extintos carros de longa distância, que, repletos de gente, transportavam histórias pelos trilhos de ferro, depois suprimidos por trens de cargas e mercadorias consideradas de valor pelas companhias. Representa também a realidade de tantos municípios mineiros, como Moeda, na Região Central do estado, e Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde o Estado de Minas encontrou antigos passageiros e estações abandonadas.

“A ferrovia corta o coração da cidade e não nos dá nada em troca, pelo contrário. Rachaduras nas paredes, buzinas de madrugada… São dezenas de vagões, que às vezes passam vazios ou ficam parados aqui por horas. As empresas e mineradoras fazem o que querem”, reclama Renato, mais conhecido o “Chico” de Moeda, onde mora desde a infância junto ao comércio da rua principal, a poucos metros dos trilhos.

Em outra canção, “Barulho de trem”, Milton Nascimento descreve parte da rotina de tantos mineiros que iam até as estações “para ver o movimento”. E não só para olhar, como relata Ernani, do Bar do Raimundo, que fica em frente à Estação Ferroviária de Moeda. “Eu era pequeno e me lembro das pessoas vendendo ovo, galinha, todo tipo de comércio. A estação foi construída em 1919 e a cidade cresceu no entorno dela. Esta casa, na qual o bar está desde 1949, é da década de 1920, assim como outras da rua”, descreve.

O grande prédio da antiga estação, que completa 105 anos em 2024, está conservado por fora, mas de portas fechadas há alguns anos, desde que uma biblioteca criada pela prefeitura encerrou suas atividades. No entorno, uma fonte e pequenas áreas verdes dão um clima nostálgico ao local, que continua encorajando moradores a se sentarem por ali, seja de um lado ou do outro. “Antes, era tudo conectado, as pessoas de outras cidades se conheciam e se casavam por causa do trem. Aí, foram perdendo o vínculo. Agora, as mineradoras tomaram conta, ficam o dia inteiro transportando carga”, completou o filho do seu Raimundo.

Para tentar amenizar os impactos causados pelos trens de carga, o professor aposentado Ronaldo protocolou, no fim do ano passado, um pedido de audiência pública na Câmara Municipal de Moeda e no Ministério Público Federal, em Belo Horizonte. “A ideia é criar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a empresa que administra a ferrovia. Entreguei os documentos e ainda estou aguardando uma resposta”, explicou.

Comunidade quilombola tem estação abandonada

A quase 10 quilômetros de Moeda, na antiga Estação Ferroviária de Marinhos, no distrito que pertence a Brumadinho, a realidade é ainda mais dura, como relata Nair de Fátima, uma das líderes da comunidade quilombola local. “Tivemos que pedir para que a empresa reduzisse o número de viagens à noite e molhasse o minério, pois ele seco voa para cá, poluindo e prejudicando a nossa saúde”, relata. Segundo ela, o impacto do trem atinge até as residências que ficam a algumas ruas de distância, danificando a estrutura e provocando rachaduras. Ao todo, são 96 casas no local, onde vivem cerca de 300 famílias.

A líder comunitária também se lembra com nostalgia dos tempos em que o trem transportava passageiros. “Eu pegava todo dia, para BH e para o centro de Brumadinho. Não tinha ônibus na época, e ainda hoje as estradas são ruins, de terra. Demora mais”, disse. Sentada na varanda de Antônio, antigo líder do Quilombo Marinhos, Nair relembra o movimento em frente à antiga estação, hoje inexistente, e com poucos imóveis no entorno – quase todos residenciais. “As pessoas subiam para ver o trem passar, para se reunir. Ali tinha um antigo armazém, hoje em ruínas depois de ser abandonado pelos proprietários”.

Tal como nas canções de Milton Nascimento, a música também trouxe à tona histórias das antigas ferrovias de passageiros enquanto a equipe do Estado de Minas conversava com Nair. Andando com a neta no colo e ouvindo um samba, seu Antônio e a nora contaram que o carnaval da comunidade acontecia na própria estação de Marinhos. “Subia todo mundo para lá, ficava cheio”, relata.

Hoje o antigo prédio, que aguarda autorização para ser revitalizado, resiste ao tempo acumulando agressões e cicatrizes: sem portas, com telhas quebradas, poças d’água, pichações, copos de plástico, pedaços de roupa e todo tipo de sujeira. Do lado de fora, placas quase apagadas mostram um número de telefone indisponível e os dizeres “Propriedade R.R.F.S.A”, referência à extinta Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima.

Iphan tem dever de zelar pelo patrimônio

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Lei 11.483 de 2007 atribuiu ao órgão a responsabilidade de administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural oriundos da RFFSA, bem como zelar pela guarda e manutenção. “Desde então, o instituto avalia, dentre todo o espólio, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural”, informa.

O Iphan explica ainda que o patrimônio ferroviário da RFFSA engloba desde as estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha até o material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Conforme o inventário, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Ministério dos Transportes.

FONTE ESTADO DE MINAS

IBGE: desocupação cai para o menor patamar da história em Minas Gerais

No ano passado, Minas Gerais registrou a oitava menor taxa de desocupação do país; no Brasil, o indicador foi de 7,8%, um recuo de 1,8 p.p. em relação a 2022

A taxa de desocupação em Minas Gerais, em 2023, foi de 5,8%, o menor patamar em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com início em 2012.

Em comparação ao exercício imediatamente anterior, o índice de desemprego no Estado recuou 1,9 pontos percentuais. 

Frente as outras unidades federativas, no ano passado, Minas Gerais registrou a oitava menor taxa de desocupação. No período, o índice de desemprego oscilou entre 3,2%, em Rondônia, e 13,4%, em Pernambuco. Já no Brasil, o indicador foi de 7,8%, um recuo de 1,8 p.p. em relação a 2022. 

Outro resultado relevante se refere ao nível da ocupação anual em Minas Gerais – percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – que ficou em 61,1%, o maior para o Estado na série histórica do levantamento do IBGE. Entre as unidades da federação, esse indicador variou de 45,7% no Acre a 65,9% em Santa Catarina. Nacionalmente, atingiu 57,6%.

Força de trabalho, informalidade e rendimento

E os índices positivos não param por aí. Mantendo a tendência de queda iniciada em 2022, a taxa de subutilização da força de trabalho em Minas Gerais, no último exercício, foi de 14%, de novo o menor nível da série histórica da Pnad Contínua. Quanto as outras unidades da federação, o índice oscilou entre 6%, em Santa Catarina, e 40,3%, no Piauí. No País, o indicador ficou em 18%. 

Ao mesmo tempo, a taxa anual de informalidade no Estado mineiro chegou a 37,4% em 2023, a segunda menor da série histórica para este indicador, com início em 2016. No período, Santa Catarina registrou o menor patamar entre as unidades federativas, com 26,4%, enquanto, outra ponta, Maranhão apresentou a maior, com 56,5%. O índice nacional, neste caso, foi de 39,2%.

Já o rendimento médio mensal real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas de 14 anos ou mais, no ano passado, em Minas Gerais, alcançou R$ 2.810,00, também o maior da série histórica, iniciada em 2012. As variações estaduais nesse comparativo ficaram entre R$ 1.865,00 na Bahia e R$ 4.944,00 no Distrito Federal. No Brasil, o resultado ficou em R$ 2.979,00. 

Dados do 4º trimestre em Minas

Ainda conforme o levantamento do IBGE, especificamente no quarto trimestre de 2023, a taxa de desocupação em Minas Gerais foi estimada em 5,7%. Esse percentual demonstra que não houve oscilação significativa no indicador para o Estado no confronto com o trimestre anterior, época em que o índice atingiu 6%, e, frente ao mesmo trimestre de 2022, quando ficou em 5,8%. 

Em relação aos outros resultados, entre outubro e dezembro do ano passado, o nível da ocupação no Estado mineiro ficou em 60,6% e a taxa composta de subutilização da força de trabalho chegou a 13,7%. Enquanto isso, o patamar de informalidade alcançou 37,5% e o rendimento médio real habitual de todos os trabalhos das pessoas atingiu o valor de R$ 2.763,00.

FONTE DIÁRO DO COMÉRCIO

MG enfrenta a pior epidemia de dengue da sua história, diz secretário de saúde

Conforme o titular da pasta, são 1,4 mil casos confirmados diariamente; o estado já registrou 18 mortes pela doença em 2024

Minas Gerais enfrenta a pior epidemia de dengue de toda a sua história. A informação foi repassada pelo secretário de Saúde do estado, Fábio Baccheretti, durante a manhã desta sexta-feira (16 de fevereiro). Conforme o titular da pasta, são 1,4 mil casos confirmados diariamente. Conforme o painel de monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), são 18 mortes provocadas pela dengue e 67.592 casos confirmados da doença. Outros 194.801 casos e 105 óbitos estão em investigação.

“Nunca vivenciamos uma inclinação tão grande de dengue. Nosso recorde era um pouco menos de 600 mil casos prováveis em 2016, que é a nossa base de comparação já que nem todos os casos da doença são confirmados, mas vamos ultrapassar isso. Não temos dúvidas que esse será o pior ano de dengue da história de Minas. O Sul de Minas, a região Norte e do Triângulo devem começar a ter aumento de casos”, informou o secretário de Saúde do estado.

De acordo com Baccheretti, os casos tendem a diminuir a partir da segunda quinzena de março, com o fim do verão. “Vamos continuar tendo muitos casos, mas o pico de atendimentos deve diminuir no próximo mês. Este ano nos preocupa porque esse aumento de pacientes está mais precoce”, acrescentou.

Ainda segundo o secretário, o momento aleta as autoridades de saúde. Ele justifica a preocupação por causa da circulação dos novos sorotipos, especialmente o 2 e 3. “A maior parte da população está suscetível aos sorotipos em circulação porque passamos anos com apenas o tipo 1 em circulação. Por isso temos que focar no atendimento, a maior parte das mortes são evitáveis. O tratamento é o a hidratação do paciente”, afirmou.

Vacinação

Minas Gerais deve iniciar a aplicação da vacina contra a dengue em março. As primeiras doses serão para imunizar crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, residentes nas cidades de maior incidência das arboviroses.

A aplicação deve contemplar 22 municípios da Grande BH e do Vale do Aço. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (16) pelo secretário Fábio Baccheretti, que prevê que o estado tenha doses suficientes no próximo mês.

Mortes em Minas

Nesta quinta-feira (15 de fevereiro), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou mais sete mortes causadas pela dengue em Minas Gerais. O número já chega a 18, conforme a pasta. O Estado só teve menos mortes que o Distrito Federal, onde 23 pessoas já perderam a vida por causa da dengue. O Estado de São Paulo tem o terceiro maior número de óbitos do país: 11 vítimas em 2024.

Esse atual cenário não é um movimento exclusivo do Brasil, em todo o mundo os casos estão aumentando. A forma de proliferação do mosquito não mudou, mas o que dificulta é que estamos com dois anos consecutivos de dengue. E, agora, um fato nosso são as altas temperaturas com o índice de chuva, o que favorece a proliferação do mosquito”, avaliou.

Dia D

O estado vai realizar o Dia D de combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, da chikungunya e da zika, no dia 24 de fevereiro. O movimento já foi aderido por 160 dos 853 municípios mineiros. A ideia é que as cidades realizam simultaneamente mutirões comunitários para eliminar os focos do vetor.

Também estão planejadas ações de mobilização para orientar e conscientizar a população que a responsabilidade diária de manter ambientes dentro das casas é também do cidadão.

FONTE O TEMPO

Ouro Branco: 300 anos de fundação

Fundada em 16 de fevereiro de 1724, Ouro Branco é uma das povoações mais antigas do estado de Minas Gerais. A região foi habitada no final do século XVII por imigrantes atraídos pela existência do ouro. O bandeirante Miguel Garcia encontrou o metal precioso que tinha uma coloração esbranquiçada, ficando assim conhecido como “ouro branco”.

Nos 300 anos de sua história, Ouro Branco passou por vários ciclos econômicos, que iniciaram com o ciclo do ouro, seguido pelo ciclo da uva, posteriormente o ciclo da batata e, atualmente, está passando pelos ciclos do aço e da educação.

Durante este período, o povoado acumulou bens históricos e culturais como, entre outros, a Igreja Matriz de Santo Antônio de Ouro Branco, cuja construção iniciada em 1717 foi concluída, provavelmente, em 1779; a Fazenda de Carreiras, tombada pelo IEPHA, a qual foi local de pagamento do Quinto (Imposto da Coroa Portuguesa) e pouso dos tropeiros; a casa-sede da Fazenda Pé do Morro, aos pés da Serra do Ouro Branco e às margens da Estrada Real, de meados do século XVIII, também tombada pelo IEPHA; a Igreja Matriz de Santo Antônio, no distrito de Itatiaia, construída no século XVIII por iniciativa das Irmandades dos Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e São Benedito; a Capela Nossa Senhora Mãe dos Homens, pequena e singela construção de que há registros de sua existência já em 1865; a Cerâmica Saramenha, desenvolvida na região do Ciclo do Ouro para atender às necessidades da população local, já que havia muita demanda e faltava oferta de cerâmica europeia.

Confira as gravações de nossa reunião de Conselho Superior comemorativa dos 300 anos de Fundação e 70 anos de Emancipação Política de Ouro Branco no link disponível.

Começa amanhã (16) as celebrações de Ouro Branco dos seus 300 anos de história, com olhar voltado para a inovação

Ouro Branco celebra 300 anos de história, com olhar voltado para a inovação

PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Ouro Branco celebra 300 anos de história, com olhar voltado para a inovação

Uma das mais belas cidades de Minas Gerais prepara uma grande festa para 2024. Ouro Branco, localizada há 100 km de Belo Horizonte, comemora, no dia 16 de fevereiro, 300 anos de fundação do povoado. Para celebrar esse marco na história de Minas Gerais e do Brasil, serão realizados diversos eventos, shows musicais, entrega de honrarias e homenagens para personalidades e autoridades que contribuíram para o desenvolvimento da cidade.

Destaque em gestão e qualidade de vida
O município tem 38.724 habitantes, distribuídos em 32 bairros e 19 comunidades rurais. No âmbito da gestão pública, a cidade é pautada pela Governança e Madala ODS’s e figura a 53ª posição no Ranking Firjan de Gestão Fiscal em Minas Gerais e a 402ª no Brasil. Ouro Branco ainda está no ranking das 20 cidades responsáveis por mais da metade do PIB de Minas Gerais.

História

povoado de Santo Antônio de Ouro Branco teve sua origem nos finais do século XVII, provavelmente em 1694, como consequência do processo de ocupação iniciado com as primeiras bandeiras que, subindo o Rio das Velhas à procura de ouro, desbravaram a região, assentando-se ao pé da Serra de Ouro Branco, também denominada, na época, Serra do Deus (te) Livre (tombada pelo IEPHA em 07/11/1978). Ouro Branco foi uma das mais antigas freguesias de Minas, tornada colativa pelo alvará de 16 de fevereiro de 1724, expedido pela Rainha Maria I, durante o governo de Dom Lourenço de Almeida. O ouro de tonalidade clara possuía valor econômico inferior em relação à extração praticada em Ouro Preto (daí o nome Ouro Branco). Pela má qualidade das jazidas auríferas e dificuldades de exploração, a atividade mineradora retrocedeu.

Em 12 de dezembro de 1953, a cidade deixa de ser distrito de Ouro Preto e passa a ser elevada à categoria de município, obtendo sua emancipação política. Nesse período, Ouro Branco já possuía considerável importância econômica e prosperidade de sua população advinda da agricultura, usina hidrelétrica e produção de talco.

Desde o início, foram vários ciclos econômicos. O primeiro deles foi o Ciclo do Ouro. Com o declínio da produção aurífera, Ouro Branco se voltou para a agricultura. Primeiro veio o Ciclo da Uva e depois o Ciclo da Batata. Atualmente, a atividade preponderante é a industrial, desde a implantação da então Aço Minas Gerais S.A em 1976, atual Gerdau, que inaugurou o Ciclo do Aço. A Gerdau é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. Em 2008, se iniciou o Ciclo do Conhecimento, com a chegada do Campus Alto Paraopeba da UFSJ e campus do IFMG.

300 anos da Paróquia de Santo Antônio

A Paróquia da Igreja Católica de Santo Antônio, que é Orionita (Dom Orione) também celebra os 300 anos da chegada da Igreja Católica em nossa cidade (1724-2024). 

Pontos Turísticos

Além de uma vasta rede hoteleira e de restaurantes, a cidade possui uma diversidade de belezas naturais e culturais, sendo uma excelente opção para o turismo de aventura e cultural. O Parque Estadual da Serra do Ouro Branco e Monumento Natural de Itatiaia são tombados pelo IEPHA e possuem diversas cachoeiras, além de uma rica fauna e flora da Serra do Espinhaço e Quadrilátero Ferrífero. A comunidade de Itatiaia é um dos locais mais frequentados. Seus bares e restaurantes se misturam com a tradição e cultura do artesanato local. A Igreja Matriz de Santo Antônio, em Itatiaia, é uma das mais antigas de Minas Gerais e tem registros de 1714.

Nas margens da Estrada Real, a Fazenda de Carreiras, antigo pouso dos tropeiros e ponto da cobrança do Quinto da Coroa Portuguesa, é mais um dos atrativos da Estrada Real. Na região central, casarões antigos compõem o conjunto arquitetônico junto com a Igreja Matriz de Santo Antônio, rica em pedra sabão e que possui peças do trabalho de Mestre Ataíde, datados de 1774. 

Tradição em Eventos

O Festival da Batata, realizado no mês de outubro, atrai milhares de pessoas que conferem de perto os pratos típicos e shows musicais na Praça de Eventos. Outro evento tradicional é a Etapa Internacional de Mountain Bike Chaoyang Estrada Real que reúne mais de 4 mil atletas que percorrem as trilhas do circuito urbano e rural. A Semana do Desenvolvimento Econômico também já está consolidada. Em 2023, foram mais de 8 mil visitantes, 800 horas de capacitação, 120 estandes e 95 expositores.

E assim, Ouro Branco segue sua vocação e se mantém de portas abertas para turistas e novos empreendimentos. São 300 anos de história e um grande futuro pela frente!

ESTRADA REAL- MG 129, Ouro Branco-Ouro Preto 

Ouro Branco faz parte da Estrada Real, caminho traçado originalmente durante o Ciclo do Ouro e do Diamante.  A estrada servia de ligação entre o litoral e o interior da colônia e, ao longo dela, foram construídos boa parte dos bens que hoje compõem nosso patrimônio histórico e cultural.

Ao longo da Estrada Real, muito da história de Minas Gerais se passou. Local de conspiração dos Inconfidentes, ali também foram expostas as partes esquartejadas do alferes Tiradentes.

Vários vilarejos e povoados surgiram em sua extensão. A Rua Santo Antônio, principal via do Centro Histórico do município, fica no traçado da Estrada Real.

Atualmente, o trajeto todo asfaltado, 30 km, faz a ligação entre Ouro Branco e Ouro Preto e possui diversos atrativos turísticos como lugarejos, cachoeiras e trilhas. Ao longo da via estão o Parque Estadual da Serra do Ouro Branco e o Monumento Natural Estadual de Itatiaia.

Parque Estadual: No século XVIII era também conhecida como Serra do Deus-te-livre, em razão dos saques realizados por escravos fugitivos aos viajantes da Estrada Real e devido à dificuldade de travessia. A Serra do Ouro Branco é o marco inicial sul da Cadeia do Espinhaço. Tem aproximadamente 1.614 hectares e uma altitude que varia de 1250 a 1568 metros. Abriga ecossistemas dos mais ricos do mundo, os campos rupestres. É uma importante área de recarga das Bacias dos Rios Paraopeba e Doce, apresenta uma grande quantidade de nascentes e cursos d’água, que, em sua maioria, formam o Lago Soledade. Além disso, suas nascentes fornecem toda a água que é consumida pela cidade de Ouro Branco. A vegetação presente em toda área que compõem a serra de Ouro Branco, é caracterizada por um mosaico de formações vegetacionais que se desenvolvem em solo arenoso e pedregoso de origem quartzítica. Esse mosaico é constituído de cinco formações: Grupos Graminóides, Afloramentos Rochosos, Matas de Galerias e Capões, Campos Brejosos e Campos de Velózias (Canela-de-Ema). Essa diversidade ambiental condiciona uma flora rica, diversificada e endêmica (ocorrência restrita). O maciço guarda sítios arqueológicos do caminho velho e do novo da Estrada Real, além de fazendas centenárias e diversos casarios da época.

CAPELA NOSSA SENHORA APARECIDA DO ALTO DA SERRA

A capela Nossa Senhora Aparecida foi edificada como pagamento de graça concedida a mãe do Sr. Nego Ferreira, que reuniu esforços junto à comunidade e ergueu a capela em 1959. A partir dessa data, a capela passou a ser destino de peregrinações e local de procissões e festa religiosa, dando origem a Festa da Serra.

ITATIAIA – Monumento Natural Estadual de Itatiaia

Belíssimas paisagens, cachoeiras e uma diversidade imensa da flora, a Serra de Itatiaia é uma área de grande diversidade biológica. Importantíssima, abriga endemismos de flora rupestre nos afloramentos rochosos e alta relevância na cadeia do espinhaço, demonstra ainda riqueza de fauna e de outros elementos da flora. Beleza cênica e paisagística, sítios de importância histórica e abrigo de um acervo fantástico de ruínas do ciclo do ouro.

Se considerarmos a chegada dos primeiros Bandeirantes, Borba Gato ficou uma temporada em Itatiaia, para plantação de grãos e pesquisas minerais, em 1675.

Igreja Matriz de Santo Antônio (Itatiaia)

Construída por iniciativa das Irmandades dos Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e São Benedito, data do começo do século XVIII, sendo uma das primeiras igrejas construídas na região.

Pousada de Itatiaia

Lugarejo acolhedor que retrata a receptividade do povo mineiro. O local fica às margens da Estrada Real e possuiu bares e restaurantes aconchegantes, com comidas típicas (um deles indicado pelo Guia 4 Rodas), e uma paisagem deslumbrante.

FAZENDA CARREIRAS

Localizada na margem da Estrada Real, entre Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete, a Fazenda Carreiras é uma construção típica do período colonial. Caracterizada pela arquitetura rural que data de meados do século XVIII: paredes de pau-a-pique, telhado entrelaçado com cipó amarrando as estruturas de madeira, pisos de tábua corrida, trancas reforçadas, sala para guarda valores, uma grande varanda contornando todos os cômodos. Na entrada principal da casa foi preservado o guichê que era utilizado para o comércio do ouro e a cobrança do Quinto do Ouro, imposto cobrado pelo governo durante o Brasil Colônia. Não podemos esquecer que a Estrada Real está diretamente ligada aos acontecimentos políticos da Inconfidência Mineira e ao surgimento de várias fazendas ao longo do seu trajeto, que serviam de posto de abastecimento, troca e venda para os tropeiros e viajantes, além de hospedagem. E foi dentro nesse contexto que foi instalada a Fazenda Carreiras. Uma das versões para o nome dado à fazenda, segundo a tradição oral, é que ali era um local de criação, venda ou troca de cavalos.

A denominação teria se originado das “carreiras” que os tropeiros davam nos animais para testar a sua força e resistência. Uma curiosidade: os moradores antigos do município de Ouro Branco denominam a casa como Fazenda Tiradentes ou Casa Velha de Tiradentes, pois acredita-se que o Inconfidente teria pernoitado ali durante uma viagem de São João Del Rei à Vila Rica, em 1788.

O desenho do povoado caracteriza as ocupações mineiras no período da exploração do ouro. Segundo Augusto de Lima Junior (1968), os povoados mineiros começavam por um rancho de tropas onde os mineradores iam fazer suas compras nas mãos dos comboieiros que traziam as mercadorias de consumo da Bahia, do Rio de Janeiro ou de São Paulo. Ao redor desses ranchos, fixavam as casas de venda e, sobretudo aos domingos, os religiosos celebravam missas, batizados e casamentos, que deram origem às capelas sucedidas pelas grandes igrejas: no princípio, constituíam-se em um cruzeiro e um altar rústico, posteriormente transformados em templo definitivo. Espalhados pelas montanhas e vales, os mineradores construíam casas junto às capelas e, aos sábados, vinham pernoitar com suas famílias. Aos domingos, assistiam à missa e faziam suas compras.

CASARÕES HISTÓRICOS

O Centro Histórico de Ouro Branco possui casarões do Século XVIII, com arquitetura colonial, entre eles, a antiga casa paroquial. Conforme inscrição em pedra no local, sua construção foi concluída em 1759.

IGREJA MATRIZ DE SANTO ANTÔNIO

A cidade guarda bens históricos, como a Igreja Matriz de Santo Antônio. A construção, iniciada nos primeiros anos do século XVIII, foi concluída, provavelmente, em 1779. Todo esse tempo é justificável, visto que as obras em igrejas de certa importância, nos tempos coloniais, duravam anos. Grande patrimônio histórico e religioso, a igreja passou por reformas introduzidas por Aleijadinho. Também recebeu o talento do pintor marianense Manoel da Costa Ataíde, o “Mestre Ataíde”.

Seguem as obras de restauração da Igreja Matriz de Santo Antônio. O trabalho vem sendo acompanhado por uma equipe técnica do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. O fim das obras está previsto para o 1º semestre de 2023.

PARQUE ESTADUAL SERRA DO OURO BRANCO

É um paredão que corta a região com 1.568 metros de altitude. Tem como destaque sua imponência e beleza paisagística, além de importante sítio histórico com inúmeras ruínas da época do Ciclo do Ouro. É uma das serras com maior biodiversidade da Cadeia do Espinhaço, refúgio de várias espécies ameaçadas de extinção. Também é local de belas cachoeiras e piscinas naturais. É tombada pelo IEPHA como conjunto paisagístico – Decreto 19.530, de 07 de novembro de 1978. No alto da serra, largo e plano, coberto por vegetação rasteira, temos uma ampla vista das cidades de Ouro Branco, Congonhas e Conselheiro Lafaiete.

É considerada o marco inicial sul da Cadeia do Espinhaço, que compreende um grupo de serras com altitudes variáveis, ao longo de 1.100 km de extensão, até a Bahia. Essa cadeia abriga um dos mais ricos ecossistemas do mundo, os campos rupestres.

A Serra do Ouro Branco é uma importante área de recarga das bacias do Rio Paraopeba e Rio Doce. Apresenta uma grande quantidade de nascentes e cursos d’água, que, em sua maioria, formam o Lago Soledade. Além disso, fornece toda a água que é consumida pela cidade de Ouro Branco.

Ambos os gêneros que eles formam, Barbacenia e Vellosia, são chamados no país por canela de ema, e são, na falta de lenha combustível, preferidos por sua considerável quantidade de resina; parece que só crescem no micaxisto quartzítico e são tidos pelo povo como sinal característico da riqueza dum terreno em ouro e diamantes.

FLORA DE NOSSA TERRA  ORQUÍDEAS

A Serra do Ouro Branco abriga 75 espécies da família Orchidaceae, algumas endêmicas, como a Hadrolaelia brevipedunculata (ameaçada de extinção), distribuídas em 36 gêneros. Números que, em comparação às demais áreas da Cadeia do Espinhaço e regiões montanhosas do leste de Minas Gerais, representam 17% das espécies e 34% dos gêneros pertencentes a essa família e que são encontrados nessas regiões. Esses dados comprovam a elevada riqueza de orquidáceas encontradas em nossa Serra e, por ser uma área relativamente pequena quando comparada a outras serras, toda a sua relevância ambiental. A Serra do Ouro Branco representa um verdadeiro refúgio de biodiversidade e é, portanto, uma área prioritária para conservação.

CAPELA DE SANTANA E A CASA SEDE DA FAZENDA PÉ DO MORRO

Localizada aos pés da Serra do Ouro Branco, a Fazenda Pé do Morro e seu casarão, exemplar da arquitetura rural colonial brasileira, está localizada junto à Estrada Real, entre Ouro Branco e Ouro Preto. Sua origem está relacionada ao abastecimento da crescente sociedade mineradora da região, tendo também servido de abrigo a viajantes e contrabandistas de ouro. A construção data do século XVIII e, por sua importância patrimonial, foi tombado pelo IEPHA em dezembro de 2009.

Em 1746, Domingos Pinheiro, Provedor da Fazenda Real, organizou uma lista dos homens mais abastados da Capitania e oito deles pertenciam à freguesia de Ouro Branco.  Antônio Dutra Gonçalves, Constantino Barbosa da Cunha, Capitão Mor Domingos Moraes, Capitão Domingos Moreira Fernandes, Gervásio Ferreira da Silva, Manoel Gomes da Cruz, Manoel Fernandes da Costa e Capitão Manoel de Sá Tinoco. Alguns relatos mostram que Ouro Branco chegou a ter mais de 32 estalagens para receber os viajantes que pousavam aqui antes de seguir para Ouro Preto.

CAPELA DE SÃO VICENTE DE FERRER

A capela de São Vicente de Ferrer está localizada na comunidade do Morro do Gabriel, pequeno povoado localizado na zona rural de Ouro Branco. A capela apresenta características marcantes da arquitetura colonial religiosa da 1ª fase do barroco mineiro. Além disso, sua implantação em um terreno em aclive promove um acentuado grau de teatralidade, característico do estilo barroco. O bem em questão, apesar de afastado da sede do município, é de grande importância religiosa, social, cultural e histórica para a comunidade de Ouro Branco. O imaginário em torno da antiguidade da capela é mais um dos elementos que compõem a identidade do povo de Morro do Gabriel.

CLIMA

Predominante na cidade é o tropical de altitude. Os verões são quentes e chuvosos, com céu predominantemente encoberto. O mês mais chuvoso em Ouro Branco é dezembro, com média de 264 milímetros de precipitação de chuva. Fevereiro é o mês mais quente, com temperaturas diárias máximas de 28° C e mínimas de 19° C, em média.  A estação chuvosa termina no início do mês de abril. Os invernos são secos, com temperatura agradável e céu quase sem nuvens. O mês menos chuvoso em Ouro Branco é julho, com média de 6 milímetros de precipitação de chuva. Julho também é o mês mais frio, com temperaturas diárias máximas de 23 °C e mínimas de 11 °C, em média.

Pode-se dizer que, durante o ano inteiro, o clima é morno. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 11 °C a 28 °C e raramente é inferior a 8 °C ou superior a 31 °C. A melhor época do ano para visitar Ouro Branco e realizar atividades turísticas gerais ao ar livre, é do meio de abril ao início de outubro.

1.568 METROS DE ALTITUDE, área aproximada de 1.614 hectares e 20km de extensão a sudeste.

Por Assessoria de Comunicação

O que é a Quarta-Feira de Cinzas?

Tradicionalmente, é a data que marca o fim da folia e o início de um tempo de recolhimento — como se fosse necessária uma fronteira entre a festa da carne e o período de penitência chamado de quaresma. Para católicos praticantes, a Quarta-Feira de Cinzas é uma celebração rica em significado e necessária para a preparação rumo à Páscoa, 40 dias mais tarde.

Nas missas, há um momento em que o padre e seus ministros abençoam cada um colocando um pouquinho de cinzas sobre a cabeça ou fazendo uma cruz na testa. Há duas possibilidades de frase a serem ditas neste momento, cabendo ao sacerdote decidir. “Convertei-vos e crede no Evangelho” é um lembrete da necessidade cristã de mudança de vida, de abrir mão dos prazeres em prol de uma experiência mais próxima de Deus; “Das cinzas vieste, às cinzas retornarás” recorda a brevidade da vida.

“As duas possibilidades são válidas porque esses são os dois sentidos principais das cinzas”, afirma à BBC News Brasil o vaticanista Filipe Domingues, vice-diretor do Lay Centre, em Roma, e professor na Pontifícia Universidade Gregoriana, também em Roma.

“Esse dia nasceu como uma manifestação de devoção popular entre os séculos 3º e 4º. Os cristãos, nesse dia, para se prepararem para a quaresma, impunham sobre si as cinzas em sinal de penitência pública”, explica à reportagem a vaticanista e historiadora Mirticeli Medeiros, pesquisadora de História do Cristianismo na Pontifícia Universidade Gregoriana.

Para o historiador, teólogo e filósofo Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, a celebração surgiu “nas comunidades cristãs primitivas” como referência ao início do período de preparação para a Páscoa.

“Nasce junto com esse costume de se guardar os 40 dias do que chamamos de quaresma”, diz ele, à BBC News Brasil. “É um período que marca momentos de reflexão, de arrependimento, de renovação espiritual.”

Papa Gregório, em imagem pintada por Francisco de Zurbarán

O rito foi oficializado na liturgia pelo para Gregório Magno (540-604), na virada do século 7º. “Foi chamada por ele de ‘capite ieiunii’, ou seja, o dia em que se começava o jejum”, pontua Medeiros.

A pesquisadora conta que, conforme relatos antigos, no início a cerimônia era realizada em Roma sempre “em silêncio” e pessoalmente pelo papa, “que organizava uma procissão nos arredores da Basílica de Santa Anastácia e Santa Sabina”.

Referências bíblicas

“As cinzas carregam duas simbologias. A primeira é a ideia da efemeridade da vida, do fato de que quando Deus disse [no Antigo Testamento] de que das cinzas viemos e às cinzas voltaremos, era para lembrar que o ser humano é pequeno diante da grandeza de Deus”, contextualiza Domingues.

“A segunda questão é a do arrependimento, da penitência. Aí é uma leitura cristã, já do Novo Testamento, porque Cristo, segundo os evangelhos canônicos questionou algumas tradições do mundo judaico […], o legalismo de alguns doutores da lei. [Nesse contexto], no período da quaresma ele começa com essa reflexão interna da importância do arrependimento, da penitência, de reformular o que nós somos e como estamos vivendo”, afirma Domingues.

Assessor da Comissão dos Movimentos Eclesiais da Diocese de Itabira, em Minas Gerais, o padre Eugênio Ferreira de Lima lembra à BBC News Brasil que inúmeras referências bíblicas baseiam esse costume litúrgico. “Nelas, o uso das cinzas aparece tanto para a purificação e a penitência quanto para lembrar a relatividade da vida”, interpreta ele.

No livro do Gênesis, o primeiro do Antigo Testamento, há a reprodução de um diálogo que Deus teria tido com Adão explicando a ele como seria a vida fora do Éden. “No suor do teu rosto comerás o pão, até voltares ao solo, pois dele foste tirado. Sim, és pó e ao pó voltarás”, diz o versículo.

Mais adiante, no mesmo livro, há uma passagem em que Abraão afirma “vou ousar falar ao meu Senhor, eu que não passo de pó e cinza”.

‘Quarta-Feira de Cinzas’, óleo sobre tela feita pelo pintor Karl Spitzweg, no século 19

Já no livro de Jó, um versículo orienta “repetis à exaustão máximas de cinza, torres de argila são vossas defesas”. No segundo livro de Samuel, diz-se que “Tamar tomou cinza e derramou sobre a cabeça, rasgou sua túnica de princesa, pôs as mãos na cabeça e afastou-se gritando”.

“Ele se agarra à cinza, seu coração enganado o desvia: ele não se verá libertado”, lê-se em Isaías.

“E também como sinal de arrependimento, em [no livro de] Jonas, o povo se veste de cinzas, cobre a cabeça de cinzas em sinal de arrependimento e penitência”, comenta o padre Lima. “Eles proclamaram um jejum e se vestiram de sacos, desde os grandes até os pequenos […]. Ele se levantou do trono, tirou o manto real, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza”, diz o trecho bíblico.

No livro dos Números, está escrito que “para este homem impuro, tomar-se à cinza do brasileiro do sacrifício pelo pecado”.

O sacerdote explica que, no Novo Testamento, há relatos que associam passagens de Jesus à simbologia das cinzas. Quando ele lamenta sobre as cidades da Galileia que não se renderam à sua palavra, diz que “cobertas de saco e cinza, elas se teriam convertido”, segundo narração do Evangelho de Mateus.

Na carta aos Hebreus, diz-se que “a cinza de novilha esparzida sobre os seres maculados os santificam, purificando-lhe os corpos”.

“Ou seja, as cinzas são o convite que a Igreja faz para refletirmos sobre a brevidade e a relatividade de nossa vida aqui na Terra, dizendo o que realmente somos: humanos que vamos morrer”, pontua o padre. “Somos chamamos a entrar nesse tempo da quaresma dedicando mais tempo para a palavra da Deus e para abrir o coração e perceber a presença do Cristo no meio de nós: o Cristo que passa fome, que é torturado, que é injustiçado, que tem necessidade de roupa, de casa, de comida.”

“É uma simbologia muito bonita”, comenta o teólogo Moraes. “Marca o início de um período que conclama ao autoexame, à autorreflexão, à busca por uma renovação espiritual.”

Do que são feitas

Segundo a tradição católica, as cinzas utilizadas nessa missa de Quarta-Feira que marca o início da quaresma são obtidas a partir da queima de um produto de outra missa, realizada no ano anterior. “Pela práxis oficial, as cinzas provém das folhas do domingo de Ramos, celebrado no ano precedente. Acrescentam a elas agua benta e incenso”, diz a historiadora Medeiros.

Domingues vê também simbologia nessa origem do material. “Eles queimam os ramos usados na liturgia do ano passado e essas cinzas são guardadas para o ano seguinte. Isso mostra o ciclo da liturgia e da vida cristã, que nunca acaba, fecha um ciclo e começa outro”, acrescenta ele.

Padre Lima conta que funciona assim: “uma quantidade razoável daqueles ramos bentos no Domingo de Ramos é guardada, conservada e queimada para se transformar nas cinzas que, depois, são abençoadas na missa e, no momento certo do ritual da Quarta de Cinzas, todos os fiéis são convidados a se apresentarem para serem assinalados com elas”.

Ele enfatiza que o momento não é de ânimo negativo. “Não é tristeza. É penitência, é conversão, é mudança de vida. É preciso lembrar isso”, comenta.

Fronte com a cruz feita de cinzas em missa de Quarta-Feira de Cinzas

Outras igrejas cristãs

De acordo com o teólogo e professor Moraes, a tradição da Quarta-Feira de Cinzas não foi incorporada pelas igrejas protestantes e evangélicas.

“As igrejas do protestantismo histórico, algumas são mais litúrgicas, outras menos. Todas reconhecem o período da Páscoa e, portanto, o período que a antecede, esses 40 dias da quaresma. Mas varia de intensidade [conforme a denominação religiosa]. Numa igreja litúrgica, às vezes o pastor cita que iniciamos o período da quaresma, algumas igrejas usam cores específicas”, conta.

“Já as evangélicas pentecostais e neopentecostais geralmente são muito pouco litúrgicas, é um espontaneísmo muito grande então dificilmente você vai encontrar uma valorização desse período de tempo em relação à observância da quaresma”, acrescenta ele.

Moraes afirma que, em geral, os cristãos não católicos não têm nenhum ritual próprio para a Quarta-Feira de Cinzas.

FONTE BBC NEWS BRASIL

4 jovens brasileiras que estão fazendo história na ciência

Neste Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, conheça as trajetórias de Beatriz e Isabella Toassa, Júlia Castro e Roberta Duarte.

De Ada Lovelace e Marie Curie à Bertha Lutz e Jaqueline Goes, as mulheres sempre desempenharam papéis essenciais para a ciência e inovação. Porém, seus nomes foram apagados de muitas histórias e suas capacidades foram descredibilizadas no mercado de trabalho. De acordo com um relatório da Unesco publicado em 2023, apenas 30% dos cientistas ao redor do mundo são mulheres.

No caso do Brasil, as mulheres cientistas sofrem com a exclusão em cargos de liderança. Visto que elas constituem 43,7% dos pesquisadores no país, segundo dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os números desanimadores não impediram que as jovens Beatriz Toassa, 13 anos, e Isabelle Toassa, 12 anos, irmãs e cientistas mais jovens do Brasil, começassem sua jornada. Ou Júlia Castro, eleita Under 30 de 2023 na categoria de Ciência e Educação por seu trabalho com a vacinação no Brasil. Assim como Roberta Duarte, doutoranda em Astrofísica pela Universidade de São Paulo (USP), que acumula mais de 200 mil seguidores nas redes sociais, onde atua como divulgadora científica.

Além das trajetórias individuais, algumas empresas também desenvolvem projetos para impulsionar as carreiras de mulheres na ciência. O Centro de Inovação para o Brasil e a América Latina da P&G, localizado em Louveira (SP), conta com “quase 60% de cientistas mulheres” — e 56% delas ocupam cargos de liderança.

Conheça as 4 jovens brasileiras que estão fazendo história na ciência e tecnologia:

Isabella e Beatriz Toassa, 12 e 13 anos

No futuro, elas desejam estudar fora do Brasil e democratizar o acesso à educação de qualidade. “A Bia quer fazer medicina em Harvard e a Bella quer engenharia no MIT”, menciona Stefanie Toassa, mãe das meninas.

“Nós começamos a gostar de ciência quando fizemos a prova da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica”, contam as meninas, que, à época, frequentavam a primeira etapa do ensino fundamental. “Na primeira vez que fizemos a prova, não conseguimos ganhar a medalha. Então, decidimos estudar todos os dias com as provas dos anos anteriores.”

Com apenas 10 e 11 anos, elas conquistaram a sonhada medalha e sentiram o impacto positivo dos estudos. “Depois, em 2021, criamos o nosso canal no YouTube, o @duplabigbang, e a oportunidade de levar a ciência para milhares de outras crianças. Hoje, o canal é o maior de divulgação científica para crianças no Brasil.”

“Seguindo a ordem cronológica, em 2022, veio o convite para a Academia Brasileira de Jovens Cientistas (ABJC), quando nos tornamos oficialmente as cientistas mais jovens do Brasil”, compartilham as irmãs, que, em 2023, foram nomeadas como primeiras embaixadoras mirins do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Emocionada, Stefanie Toassa, mãe de Isabella e Beatriz, relembra: “A Bia nasceu quando eu tinha apenas 20 anos, ganhando pouco, e a gente mudou nossa vida por meio da educação. Ver elas levantando essa bandeira é um orgulho indescritível.”

Roberta Duarte, 27 anos

As inspirações da astrofísica são Taylor Swift, “ela é minha companhia enquanto trabalho”, e Thaisa Storchi Bergmann, “a mãe da pesquisa sobre buracos negros no Brasil”.

“Eu queria ser astrônoma desde criança”, conta Roberta Duarte, astrofísica, divulgadora científica com mais de 200 mil seguidores nas redes e doutoranda pela Universidade de São Paulo (USP). “Hoje, minha área de pesquisa é a intersecção entre inteligência artificial e astrofísica, especificamente problemas relacionadas a buracos negros.”

O início da jornada de Roberta foi desafiador. Ela saiu de casa sozinha com apenas 17 anos, quando começou a graduação em Física no campus da USP no interior de São Paulo. Mas foi assim que ela deu seus primeiros passos para realizar o sonho de estudar o universo.

Durante o mestrado, a pesquisadora começou a trabalhar com IA. “O meu artigo do mestrado, a primeira simulação de um buraco negro feito por inteligência artificial, foi reconhecido no Brasil e no mundo — uma grande motivação para seguir em frente.”

A astrofísica, que está há 10 anos na área, afirma que o caminho não é fácil, mas que as mulheres precisam ocupar espaços na ciência, que ainda é dominada por homens. “É possível ser mulher nesses espaços, e a gente precisa disso.”

Júlia Castro, 29 anos

“Eu cresci cercada de mulheres fortes e trabalhadoras, que, apesar de não desfrutarem da oportunidade de estudar tanto quanto eu, sempre me incentivaram. Elas são as minhas maiores inspirações”, diz a pesquisadora. Foto: Marcio Rodrigues

Considerada uma das 635 jovens cientistas mais promissoras do mundo, a Under 30 de 2023 começou sua missão no primeiro ano de faculdade, quando foi aprovada no programa de iniciação científica da Universidade Federal de Minas Gerais. Nascida em Viçosa (MG), a pesquisadora foi convidada para participar de um encontro com prêmios Nobel na Alemanha no ano passado, onde conversou com Rolf Martin Zinkernagel, cientista suíço laureado com o Nobel de Medicina de 1996 pela descoberta de como o sistema imunitário reconhece as células infectadas com vírus. 

O reconhecimento internacional é fruto de seu trabalho com a vacinação. “Conseguir desenvolver vacinas que obtiveram resultados promissores, como para Doença de Chagas e para COVID-19, foram momentos importantes de incentivo”, conta.

No entanto, as conquistas foram permeadas pelos desafios da pesquisa no Brasil. A falta de remuneração adequada é um dos principais fatores. “As bolsas sempre tiveram um valor aquém das necessidades.”

As dificuldades não a pararam. Ela continua em busca de “contribuir para a resolução de problemas de saúde pública de brasileiros e demais países tropicais, que são acometidos por doenças negligenciadas mundialmente”. 

Às demais jovens cientistas brasileiras, Castro deixa um recado: “Seja fiel à sua essência e acredite em si mesma. Coragem e ousadia, sempre.”

FONTE FORBES

Ouro Branco celebra 300 anos de história, com olhar voltado para a inovação

PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Ouro Branco celebra 300 anos de história, com olhar voltado para a inovação

Uma das mais belas cidades de Minas Gerais prepara uma grande festa para 2024. Ouro Branco, localizada há 100 km de Belo Horizonte, comemora, no dia 16 de fevereiro, 300 anos de fundação do povoado. Para celebrar esse marco na história de Minas Gerais e do Brasil, serão realizados diversos eventos, shows musicais, entrega de honrarias e homenagens para personalidades e autoridades que contribuíram para o desenvolvimento da cidade.

Destaque em gestão e qualidade de vida

O município tem 38.724 habitantes, distribuídos em 32 bairros e 19 comunidades rurais. No âmbito da gestão pública, a cidade é pautada pela Governança e Madala ODS’s e figura a 53ª posição no Ranking Firjan de Gestão Fiscal em Minas Gerais e a 402ª no Brasil. Ouro Branco ainda está no ranking das 20 cidades responsáveis por mais da metade do PIB de Minas Gerais.

História

povoado de Santo Antônio de Ouro Branco teve sua origem nos finais do século XVII, provavelmente em 1694, como consequência do processo de ocupação iniciado com as primeiras bandeiras que, subindo o Rio das Velhas à procura de ouro, desbravaram a região, assentando-se ao pé da Serra de Ouro Branco, também denominada, na época, Serra do Deus (te) Livre (tombada pelo IEPHA em 07/11/1978). Ouro Branco foi uma das mais antigas freguesias de Minas, tornada colativa pelo alvará de 16 de fevereiro de 1724, expedido pela Rainha Maria I, durante o governo de Dom Lourenço de Almeida. O ouro de tonalidade clara possuía valor econômico inferior em relação à extração praticada em Ouro Preto (daí o nome Ouro Branco). Pela má qualidade das jazidas auríferas e dificuldades de exploração, a atividade mineradora retrocedeu.

Em 12 de dezembro de 1953, a cidade deixa de ser distrito de Ouro Preto e passa a ser elevada à categoria de município, obtendo sua emancipação política. Nesse período, Ouro Branco já possuía considerável importância econômica e prosperidade de sua população advinda da agricultura, usina hidrelétrica e produção de talco.

Desde o início, foram vários ciclos econômicos. O primeiro deles foi o Ciclo do Ouro. Com o declínio da produção aurífera, Ouro Branco se voltou para a agricultura. Primeiro veio o Ciclo da Uva e depois o Ciclo da Batata. Atualmente, a atividade preponderante é a industrial, desde a implantação da então Aço Minas Gerais S.A em 1976, atual Gerdau, que inaugurou o Ciclo do Aço. A Gerdau é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. Em 2008, se iniciou o Ciclo do Conhecimento, com a chegada do Campus Alto Paraopeba da UFSJ e campus do IFMG.

300 anos daParóquia de Santo Antônio

A Paróquia da Igreja Católica de Santo Antônio, que é Orionita (Dom Orione) também celebra os 300 anos da chegada da Igreja Católica em nossa cidade (1724-2024). 

Pontos Turísticos

Além de uma vasta rede hoteleira e de restaurantes, a cidade possui uma diversidade de belezas naturais e culturais, sendo uma excelente opção para o turismo de aventura e cultural. O Parque Estadual da Serra do Ouro Branco e Monumento Natural de Itatiaia são tombados pelo IEPHA e possuem diversas cachoeiras, além de uma rica fauna e flora da Serra do Espinhaço e Quadrilátero Ferrífero. A comunidade de Itatiaia é um dos locais mais frequentados. Seus bares e restaurantes se misturam com a tradição e cultura do artesanato local. A Igreja Matriz de Santo Antônio, em Itatiaia, é uma das mais antigas de Minas Gerais e tem registros de 1714.

Nas margens da Estrada Real, a Fazenda de Carreiras, antigo pouso dos tropeiros e ponto da cobrança do Quinto da Coroa Portuguesa, é mais um dos atrativos da Estrada Real. Na região central, casarões antigos compõem o conjunto arquitetônico junto com a Igreja Matriz de Santo Antônio, rica em pedra sabão e que possui peças do trabalho de Mestre Ataíde, datados de 1774. 

Tradição em Eventos

O Festival da Batata, realizado no mês de outubro, atrai milhares de pessoas que conferem de perto os pratos típicos e shows musicais na Praça de Eventos. Outro evento tradicional é a Etapa Internacional de Mountain Bike Chaoyang Estrada Real que reúne mais de 4 mil atletas que percorrem as trilhas do circuito urbano e rural. A Semana do Desenvolvimento Econômico também já está consolidada. Em 2023, foram mais de 8 mil visitantes, 800 horas de capacitação, 120 estandes e 95 expositores.

E assim, Ouro Branco segue sua vocação e se mantém de portas abertas para turistas e novos empreendimentos. São 300 anos de história e um grande futuro pela frente!

ESTRADA REAL- MG 129, Ouro Branco-Ouro Preto 

Ouro Branco faz parte da Estrada Real, caminho traçado originalmente durante o Ciclo do Ouro e do Diamante.  A estrada servia de ligação entre o litoral e o interior da colônia e, ao longo dela, foram construídos boa parte dos bens que hoje compõem nosso patrimônio histórico e cultural.

Ao longo da Estrada Real, muito da história de Minas Gerais se passou. Local de conspiração dos Inconfidentes, ali também foram expostas as partes esquartejadas do alferes Tiradentes.

Vários vilarejos e povoados surgiram em sua extensão. A Rua Santo Antônio, principal via do Centro Histórico do município, fica no traçado da Estrada Real.

Atualmente, o trajeto todo asfaltado, 30 km, faz a ligação entre Ouro Branco e Ouro Preto e possui diversos atrativos turísticos como lugarejos, cachoeiras e trilhas. Ao longo da via estão o Parque Estadual da Serra do Ouro Branco e o Monumento Natural Estadual de Itatiaia.

Parque Estadual: No século XVIII era também conhecida como Serra do Deus-te-livre, em razão dos saques realizados por escravos fugitivos aos viajantes da Estrada Real e devido à dificuldade de travessia. A Serra do Ouro Branco é o marco inicial sul da Cadeia do Espinhaço. Tem aproximadamente 1.614 hectares e uma altitude que varia de 1250 a 1568 metros. Abriga ecossistemas dos mais ricos do mundo, os campos rupestres. É uma importante área de recarga das Bacias dos Rios Paraopeba e Doce, apresenta uma grande quantidade de nascentes e cursos d’água, que, em sua maioria, formam o Lago Soledade. Além disso, suas nascentes fornecem toda a água que é consumida pela cidade de Ouro Branco. A vegetação presente em toda área que compõem a serra de Ouro Branco, é caracterizada por um mosaico de formações vegetacionais que se desenvolvem em solo arenoso e pedregoso de origem quartzítica. Esse mosaico é constituído de cinco formações: Grupos Graminóides, Afloramentos Rochosos, Matas de Galerias e Capões, Campos Brejosos e Campos de Velózias (Canela-de-Ema). Essa diversidade ambiental condiciona uma flora rica, diversificada e endêmica (ocorrência restrita). O maciço guarda sítios arqueológicos do caminho velho e do novo da Estrada Real, além de fazendas centenárias e diversos casarios da época.

CAPELA NOSSA SENHORA APARECIDA DO ALTO DA SERRA

A capela Nossa Senhora Aparecida foi edificada como pagamento de graça concedida a mãe do Sr. Nego Ferreira, que reuniu esforços junto à comunidade e ergueu a capela em 1959. A partir dessa data, a capela passou a ser destino de peregrinações e local de procissões e festa religiosa, dando origem a Festa da Serra.

ITATIAIA – Monumento Natural Estadual de Itatiaia

Belíssimas paisagens, cachoeiras e uma diversidade imensa da flora, a Serra de Itatiaia é uma área de grande diversidade biológica. Importantíssima, abriga endemismos de flora rupestre nos afloramentos rochosos e alta relevância na cadeia do espinhaço, demonstra ainda riqueza de fauna e de outros elementos da flora. Beleza cênica e paisagística, sítios de importância histórica e abrigo de um acervo fantástico de ruínas do ciclo do ouro.

Se considerarmos a chegada dos primeiros Bandeirantes, Borba Gato ficou uma temporada em Itatiaia, para plantação de grãos e pesquisas minerais, em 1675.

Igreja Matriz de Santo Antônio (Itatiaia)

Construída por iniciativa das Irmandades dos Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e São Benedito, data do começo do século XVIII, sendo uma das primeiras igrejas construídas na região.

Pousada de Itatiaia

Lugarejo acolhedor que retrata a receptividade do povo mineiro. O local fica às margens da Estrada Real e possuiu bares e restaurantes aconchegantes, com comidas típicas (um deles indicado pelo Guia 4 Rodas), e uma paisagem deslumbrante.

FAZENDA CARREIRAS

Localizada na margem da Estrada Real, entre Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete, a Fazenda Carreiras é uma construção típica do período colonial. Caracterizada pela arquitetura rural que data de meados do século XVIII: paredes de pau-a-pique, telhado entrelaçado com cipó amarrando as estruturas de madeira, pisos de tábua corrida, trancas reforçadas, sala para guarda valores, uma grande varanda contornando todos os cômodos. Na entrada principal da casa foi preservado o guichê que era utilizado para o comércio do ouro e a cobrança do Quinto do Ouro, imposto cobrado pelo governo durante o Brasil Colônia. Não podemos esquecer que a Estrada Real está diretamente ligada aos acontecimentos políticos da Inconfidência Mineira e ao surgimento de várias fazendas ao longo do seu trajeto, que serviam de posto de abastecimento, troca e venda para os tropeiros e viajantes, além de hospedagem. E foi dentro nesse contexto que foi instalada a Fazenda Carreiras. Uma das versões para o nome dado à fazenda, segundo a tradição oral, é que ali era um local de criação, venda ou troca de cavalos.

A denominação teria se originado das “carreiras” que os tropeiros davam nos animais para testar a sua força e resistência. Uma curiosidade: os moradores antigos do município de Ouro Branco denominam a casa como Fazenda Tiradentes ou Casa Velha de Tiradentes, pois acredita-se que o Inconfidente teria pernoitado ali durante uma viagem de São João Del Rei à Vila Rica, em 1788.

O desenho do povoado caracteriza as ocupações mineiras no período da exploração do ouro. Segundo Augusto de Lima Junior (1968), os povoados mineiros começavam por um rancho de tropas onde os mineradores iam fazer suas compras nas mãos dos comboieiros que traziam as mercadorias de consumo da Bahia, do Rio de Janeiro ou de São Paulo. Ao redor desses ranchos, fixavam as casas de venda e, sobretudo aos domingos, os religiosos celebravam missas, batizados e casamentos, que deram origem às capelas sucedidas pelas grandes igrejas: no princípio, constituíam-se em um cruzeiro e um altar rústico, posteriormente transformados em templo definitivo. Espalhados pelas montanhas e vales, os mineradores construíam casas junto às capelas e, aos sábados, vinham pernoitar com suas famílias. Aos domingos, assistiam à missa e faziam suas compras.

CASARÕES HISTÓRICOS

O Centro Histórico de Ouro Branco possui casarões do Século XVIII, com arquitetura colonial, entre eles, a antiga casa paroquial. Conforme inscrição em pedra no local, sua construção foi concluída em 1759.

IGREJA MATRIZ DE SANTO ANTÔNIO

A cidade guarda bens históricos, como a Igreja Matriz de Santo Antônio. A construção, iniciada nos primeiros anos do século XVIII, foi concluída, provavelmente, em 1779. Todo esse tempo é justificável, visto que as obras em igrejas de certa importância, nos tempos coloniais, duravam anos. Grande patrimônio histórico e religioso, a igreja passou por reformas introduzidas por Aleijadinho. Também recebeu o talento do pintor marianense Manoel da Costa Ataíde, o “Mestre Ataíde”.

Seguem as obras de restauração da Igreja Matriz de Santo Antônio. O trabalho vem sendo acompanhado por uma equipe técnica do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. O fim das obras está previsto para o 1º semestre de 2023.

PARQUE ESTADUAL SERRA DO OURO BRANCO

É um paredão que corta a região com 1.568 metros de altitude. Tem como destaque sua imponência e beleza paisagística, além de importante sítio histórico com inúmeras ruínas da época do Ciclo do Ouro. É uma das serras com maior biodiversidade da Cadeia do Espinhaço, refúgio de várias espécies ameaçadas de extinção. Também é local de belas cachoeiras e piscinas naturais. É tombada pelo IEPHA como conjunto paisagístico – Decreto 19.530, de 07 de novembro de 1978. No alto da serra, largo e plano, coberto por vegetação rasteira, temos uma ampla vista das cidades de Ouro Branco, Congonhas e Conselheiro Lafaiete.

É considerada o marco inicial sul da Cadeia do Espinhaço, que compreende um grupo de serras com altitudes variáveis, ao longo de 1.100 km de extensão, até a Bahia. Essa cadeia abriga um dos mais ricos ecossistemas do mundo, os campos rupestres.

A Serra do Ouro Branco é uma importante área de recarga das bacias do Rio Paraopeba e Rio Doce. Apresenta uma grande quantidade de nascentes e cursos d’água, que, em sua maioria, formam o Lago Soledade. Além disso, fornece toda a água que é consumida pela cidade de Ouro Branco.

Ambos os gêneros que eles formam, Barbacenia e Vellosia, são chamados no país por canela de ema, e são, na falta de lenha combustível, preferidos por sua considerável quantidade de resina; parece que só crescem no micaxisto quartzítico e são tidos pelo povo como sinal característico da riqueza dum terreno em ouro e diamantes.

FLORA DE NOSSA TERRA  ORQUÍDEAS

A Serra do Ouro Branco abriga 75 espécies da família Orchidaceae, algumas endêmicas, como a Hadrolaelia brevipedunculata (ameaçada de extinção), distribuídas em 36 gêneros. Números que, em comparação às demais áreas da Cadeia do Espinhaço e regiões montanhosas do leste de Minas Gerais, representam 17% das espécies e 34% dos gêneros pertencentes a essa família e que são encontrados nessas regiões. Esses dados comprovam a elevada riqueza de orquidáceas encontradas em nossa Serra e, por ser uma área relativamente pequena quando comparada a outras serras, toda a sua relevância ambiental. A Serra do Ouro Branco representa um verdadeiro refúgio de biodiversidade e é, portanto, uma área prioritária para conservação.

CAPELA DE SANTANA E A CASA SEDE DA FAZENDA PÉ DO MORRO

Localizada aos pés da Serra do Ouro Branco, a Fazenda Pé do Morro e seu casarão, exemplar da arquitetura rural colonial brasileira, está localizada junto à Estrada Real, entre Ouro Branco e Ouro Preto. Sua origem está relacionada ao abastecimento da crescente sociedade mineradora da região, tendo também servido de abrigo a viajantes e contrabandistas de ouro. A construção data do século XVIII e, por sua importância patrimonial, foi tombado pelo IEPHA em dezembro de 2009.

Em 1746, Domingos Pinheiro, Provedor da Fazenda Real, organizou uma lista dos homens mais abastados da Capitania e oito deles pertenciam à freguesia de Ouro Branco.  Antônio Dutra Gonçalves, Constantino Barbosa da Cunha, Capitão Mor Domingos Moraes, Capitão Domingos Moreira Fernandes, Gervásio Ferreira da Silva, Manoel Gomes da Cruz, Manoel Fernandes da Costa e Capitão Manoel de Sá Tinoco. Alguns relatos mostram que Ouro Branco chegou a ter mais de 32 estalagens para receber os viajantes que pousavam aqui antes de seguir para Ouro Preto.

CAPELA DE SÃO VICENTE DE FERRER

A capela de São Vicente de Ferrer está localizada na comunidade do Morro do Gabriel, pequeno povoado localizado na zona rural de Ouro Branco. A capela apresenta características marcantes da arquitetura colonial religiosa da 1ª fase do barroco mineiro. Além disso, sua implantação em um terreno em aclive promove um acentuado grau de teatralidade, característico do estilo barroco. O bem em questão, apesar de afastado da sede do município, é de grande importância religiosa, social, cultural e histórica para a comunidade de Ouro Branco. O imaginário em torno da antiguidade da capela é mais um dos elementos que compõem a identidade do povo de Morro do Gabriel.

CLIMA

Predominante na cidade é o tropical de altitude. Os verões são quentes e chuvosos, com céu predominantemente encoberto. O mês mais chuvoso em Ouro Branco é dezembro, com média de 264 milímetros de precipitação de chuva. Fevereiro é o mês mais quente, com temperaturas diárias máximas de 28° C e mínimas de 19° C, em média.  A estação chuvosa termina no início do mês de abril. Os invernos são secos, com temperatura agradável e céu quase sem nuvens. O mês menos chuvoso em Ouro Branco é julho, com média de 6 milímetros de precipitação de chuva. Julho também é o mês mais frio, com temperaturas diárias máximas de 23 °C e mínimas de 11 °C, em média.

Pode-se dizer que, durante o ano inteiro, o clima é morno. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 11 °C a 28 °C e raramente é inferior a 8 °C ou superior a 31 °C. A melhor época do ano para visitar Ouro Branco e realizar atividades turísticas gerais ao ar livre, é do meio de abril ao início de outubro.

1.568 METROS DE ALTITUDE, área aproximada de 1.614 hectares e 20km de extensão a sudeste.

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