Fiéis cobram fim de obra em Igreja histórica interditada desde 2009 para festejar a padroeira Nossa Senhora da Ajuda

Sem abertura da Igreja celebrações são realizadas em espaço celebrativo/Arquivo

Mais um mês de agosto, e apenas a esperança guia os passos dos moradores católicos de Alto Maranhão, em Congonhas, na região central. Há mais de um ano, eles aguardam a conclusão das obras da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda – templo do século 18, que já esteve interditado e escorado com vigas – e não escondem a ansiedade para participar da festa de reinauguração. Na noite de ontem, teve início a novena tricentenária em louvor à padroeira, mas um lamento continua a ecoar na comunidade. “No próximo dia 15 é a festa da padroeira, e infelizmente não teremos a igreja pronta. Em agosto do ano passado, ela esteve aberta durante a celebração e queremos que fique assim desta vez também”, diz a coordenadora do Conselho Comunitário da Pastoral, Maria da Paz Pinto.

Por questão de segurança, o templo tombado há 40 anos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA-MG) foi interditado em 2009. Desde então, as novenas foram transferidas para o espaço celebrativo, bem perto da construção. “O movimento aumenta muito nesta época, são milhares de pessoas que chegam a Alto Maranhão. Portanto, não podemos mais fazer a festa, não cabe tanta gente na Igreja e no adro, embora seja fundamental o término do restauro”, afirma Maria da Paz. A expectativa é que hoje um funcionário da Diretoria Municipal de Patrimônio esteja no local para conversar com integrantes do conselho.

Hoje, as comemorações incluem a recitação do terço (às 18 h) e celebração eucarística (

Ás 19 h). “A novena é uma tradição em Alto Maranhão, é rezada desde o início do povoamento, há mais de 300 anos, diz Maria da Paz, filha da organista Maria Lina de Rezende, que tocava na Igreja na década de 1930. Ela adianta que, no dia 15, haverá repicar de sinos, missas solenes e leilões, seguindo o descerramento do mastro.

Salvação

O quadro de degradação da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda foi alvo de sucessivas matérias do Estado de Minas, que deram destaque, paralelamente, à tristeza dos moradores. No ano passado, o aposentado Francisco Pereira Trindade, de 69 anos, mostrava toda a sua esperança

Na certeza de que, em agosto, tudo estaria concluído. Na foto de primeira página publicada no jornal, ele abria os braços em sinal de reverência ao marco religioso e cultural do distrito. Pouco mais de oito anos antes, no mesmo local, Francisco então coordenador do Conselho Comunitário de Pastoral, mostrava as paredes escoradas com madeira e também sua preocupação com a segurança dos fiéis, medo de desabamento da construção e pesar por uma possível perda do monumento dos tempos coloniais. “A obra redescobriu as maravilhas de nossa Igreja”, disse com alegria.

De acordo com informações da Diretoria Municipal de Patrimônio de Congonhas, a expectativa é de que, até o fim do mês que vem, ocorra a tão esperada festa de reinauguração da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda. O problema agora é terminar pequenos serviços (a cargo de uma empresa contratada por licitação) e, de forma especial, o sistema contra incêndio, que consiste num reservatório de água na parte de trás da Igreja. Os técnicos explicam que toda a parte da engenharia foi feita, assim como o restauro dos elementos artísticos e pintura externa.

  • Gustavo Werneck

22 anos depois: Polícia Civil recupera imagem barroca de Lagoa Dourada

A Polícia Civil de São João del-Rei recuperou nessa segunda, 5, uma imagem de São José de Botas que havia sido furtada há 22 anos em Lagoa Dourada. A imagem do século XVIII foi furtada em 1995 em uma fazenda em Lagoa Dourada e constava desde então no registro de bens procurados do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A peça em madeira dourada e policromada é do século 18.

PC recuperou imagem histórica de São José

O autor do furto, E.G. de 68 anos,  permaneceu com a imagem por 22 anos até que resolveu vende-la. De acordo com informações da Polícia Civil foi através da tentativa de venda que a imagem foi localizada. O autor do crime e a imagem foram encaminhados para a delegacia de Polícia Civil e estão à disposição da justiça. A pena para o crime é de 2 a 8 anos.

Bens procurados

Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, o estado é recordista no número de casos de roubo em igrejas no país. Ao todo, 697 imagens e peças sacras estão desaparecidas oficialmente, número que pode ser até dez vezes maior devido à sub-notificação, segundo afirmam autoridades. As imagens abastecem um mercado clandestino de colecionadores e antiquários.

Folha da Vertentes

 

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