O extraordinário legado de Jacinto Melo: distribuindo amor pela natureza em forma de mudas de árvores frutíferas nativas

Em um gesto verdadeiramente notável, no dia 25 de novembro, o visionário Jacinto Melo, um verdadeiro guardião da natureza residente em Queluzito, MG, compartilhou seu amor pela flora do Brasil ao receber calorosamente o grupo Plantadores Alto Paraopeba em seu sítio. Jacinto não apenas abriu as portas de seu paraíso verde, mas também distribuiu mais de 400 mudas de árvores frutíferas nativas, incluindo espécies raras como gabirobas, araçás, bacuparis e uma variedade de jabuticabas.

Um apaixonado incansável desde a infância, Jacinto dedicou-se com fervor durante a pandemia para preservar e propagar essas plantas, assegurando que espécies ameaçadas de extinção possam florescer na região do Alto Paraopeba. Sua dedicação e amor pela natureza não se limitaram apenas à distribuição de mudas, mas estenderam-se à preparação de um almoço, onde ele habilmente preparou alimentos cultivados em seu próprio sítio, oferecendo assim um banquete de sua própria colheita.

O grupo Plantadores Alto Paraopeba, concebido pelo biólogo e advogado João Luís Lobo, reúne entusiastas da natureza com a missão de espalhar o verde pela região, promovendo a preservação e a propagação de espécies nativas.

A ação memorável do Sr. Jacinto não apenas evidencia a importância crucial de preservar o meio ambiente, mas também serve como um exemplo inspirador para todos que compartilham a paixão pela natureza. A genialidade e a dedicação de Jacinto Melo não só impactaram o presente, mas também deixaram uma marca para o futuro com as mudas frutas do seu trabalho já tendo sido plantadas em Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Entre Rios e Ouro Branco. Este evento foi tão significativo que já está sendo planejado um segundo encontro para 2024, demonstrando o compromisso contínuo e a paixão incansável desses defensores da natureza.

A familía de Bernardo Guimarães e o legado deixado para Conselheiro Lafaiete

Comumente se ouve ou se lê sobre o grande romancista e poeta brasileiro Bernardo Guimarães (Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, 1825-1884) quando de sua estada em Queluz de Minas. Conta-se muito sobre a obra “A Captiva Isaura”, conta-se (MUITO) pouco sobre a as aulas que ele lecionava de latim e francês para os jovens queluzianos (ou queluzenses, como alguns preferem). Seria também louvável que ele fosse lembrado por tudo aquilo que mesmo não morando na saudosa e romântica “Queluz Mineira”, fez por honra e graça de nossa Minas Gerais. A exemplo, o grande jornal “A Atualidades”, que para os historiadores é fonte indispensável de pesquisas.

Retomando ao que se propõe o título deste artigo, enalteço o legado deixado pela Família Guimarães a nossa Conselheiro Lafaiete, pois a contribuição do clã não foi somente a de Bernardo Guimarães. Trazendo um pouco à luz do conhecimento para nossa gente, apresento-lhes o Doutor Pedro Bernardo Guimarães, filho derradeiro (o oitavo) de Bernardo Guimarães e de Dona Teresa Gomes de Lima Guimarães, falecida em 1934. O Doutor aqui apresentado foi Engenheiro Geógrafo, Deputado Estadual, Professor, Jornalista e Grande Orador (as escritas em versais são intencionais). Foi ainda o primeiro historiador da cidade de Itajubá, quando escreveu o livro “Município de Itajubá” que foi editado pela Imprensa Oficial de Minas Gerais.

No ano de 2018, através do Requerimento nº 264/2018, o Vereador Marcelo Krauss Rezende, da cidade de Itajubá, solicita que Casa Legislativa daquele município encaminhasse ao Conselho de Patrimônio Histórico, sugestão de Tombamento da referida obra de Dr. Pedro. Requerimento justificado pela magnitude que representa(va), o trabalho de historiografia do ilustre filho caçula de Bernardo Guimarães. Doutor Pedro publicou outras obras de grande relevância para nosso Estado, como “Fastos – História de Minas”.

“Pedro Bernardo Guimarães era o caçula do autor de “A Escrava Isaura”, Bernardo Guimarães. Não conheceu o pai, pois, quando o poeta e romancista vila-riquense morreu, Pedro ainda não tinha nascido. Dona Teresa estava no segundo mês de gravidez. Pedro nasceria postumamente sete meses após a morte do pai, em 19 de outubro de 1884, no velho sobrado da família, no Alto das Cabeças, em Ouro Preto.

Dos filhos do romancista, foi o único que se dedicou à política, tendo sido deputado do Congresso Mineiro, ‘notabilizando-se na Câmara pelos seus discursos e pela sua independência de caráter’. Da prole Bernardiana foi o que mais escreveu, não só em jornais e revistas, como em livros. Teve intensa atividade jornalística, que se assinala desde a meninice até os últimos minutos de sua vida (…).” Excerto extraído do Requerimento nº 264/2018. Itajubá, Minas Gerais.

Pedro Bernardo Guimarães – Arquivo da Internet (https://www.oguiadeitajuba.com.br/).

Como fatos importantes que unem o Doutor Pedro Guimarães à nossa cidade, cito seu trabalho em educandários da cidade quando por aqui residiu por duas vezes. Reconhecidamente um célebre Professor, trabalhou em dois importantes educandários de Queluz, sendo um deles o Gymanasio Queluziano onde o consagrado escritor Bernardo Guimarães (seu pai) também havia lecionado.

No tempo em que residiu em Queluz, mais precisamente no Bairro de Lafayette, Doutor Pedro também se tornou conhecido e repeitado pela sua grande capacidade discursiva, enquanto orador. Era convidado a proferir seus belos discursos em várias ocasiões, inclusive em momentos fúnebres. E não foram somente os ares deda cidade Queluz de Minas que testemunharam seus discursos, mas toda região.

Ainda morando por aqui, em 1928, quando era também colaborador do Jornal de Queluz, outro fato de extrema importância aconteceu, foi quando recebeu o comunicado que havia sido eleito para a Societè Academique d’Histoire Internationale de Paris, fundada pelo grande poeta e escritor francês Frederic Mistral (Maillane, 8 de setembro de 1830 — Maillane, 25 de março de 1914). A principal ora de Mistral foi “Mireia” que conta o amor de Vincent e da linda Mireia, uma provençal. História equiparável à de Romeu e Julieta e que se tornou tema de ópera em 1863, por ninguém menos que Charles Gounod.

Frederic Mistral – Arquivo da Internet.

Já em fevereiro do ano de 1929, Doutor Pedro Bernardo Guimarães projeta e escreve mais uma vez o nome de nossa Queluz de Minas nos anais da História e da Cultura do Brasil.

Foi partindo daqui, desta terra, pisando sobre as pedras das nossas ruas estreitas e respirando o nosso ar, que Doutor Pedro consolidou a maior iniciativa de preservação da memória de Bernardo Guimarães. Qual teria sido? Foi a aquisição, pelo Governo ao Governo do Estado de Minas Gerais, da casa onde viveu e escreveu sua melhores obras o grande Bernardo Guimarães. Foi nesse ano que a casa foi incorporada ao patrimônio do Estado.

Tal e grande feito, levou Doutor Pedro a comunicar formalmente a Academia Brasileira de Letras acerca do grande acontecimento – a transferência da casa onde morou o pai, em Ouro Preto, para o Governo Mineiro.

Eis um trecho da carta enviada à Academia:

“Exmo sr. presidente [sic] de Academia Brasileira de Letras – Saudações –

Tenho a honra comunicar a v.ex., em nome da minha mãe, a viúva Bernardo Guimarães, no meu e dos meus irmãos, que o exmo sr. presidente Antônio Carlos, em nobilíssimo gesto que mais positiva a superioridade intelectual do preclaro mineiro que atualmente dirige os destinos do Estado, acaba de adquirir, adjudicando-o ao patrimônio de Minas, o prédio em que durante muitos annos viveu, escreveu suas melhores obras e veio a fallecer em Ouro Preto, meu saudoso pae, o romancista Bernardo Guimarães (…)”.

Ainda em fevereiro do corrente ano, a Academia de Brasileira de Letras remete a Doutor Pedro Bernardo Guimarães a seguinte resposta:

“Academia Brasileira de Letras – Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1929.

Ilmo. Sr. Professor Pedro Guimarães – Gymnasio Queluziano.

Accusando o officio de 10 do corrente no qual V. S. comunicava em seu nome e no da Excellentissima Viuva Bernardo Guimarães, haver o sr. Presidente do Estado de Minas Gerais , adquirido prédio onde viveu, falleceu, em Ouro Preto, tenho o prazer de, por minha vez, comunicar-lhe que, lido o seu officio, em sessão de ontem, foi louvado o o acto de benemerência patriótica de S. Ex. o Sr. Antônio Carlos, que assim, mais uma vez demonstra seu carinho pelas nossas tradições históricas e literárias.

Congratulando-me, pois com V. S. e a Excellentissima Viuva Bernardo Guimarães, agradeço-lhe a gentileza da comunicação, e prevaleço-me da oportunidade para apresentar a V. S. as expressões de minha elevada consideração e distinto apreço.
O 1º secretario (a): OLEGARIO MARIANNO.”

Depois de alastrada a notícia da grande atitude da Família Guimarães e do Governo Mineiro em salvaguardar a casa onde viveu o Bernardo Guimarães, em Ouro Preto, o Jornal de Queluz publicou, com o título “A casa de Bernardo Guimarães e da cabeça de Tiradentes” uma extensa transcrição da correspondência de O Globo.

Eis a matéria:

“QUELUZ DE MINAS, 12 –

Estamos informados que o governo de Minas, em um significativo gesto de homenagem, fez converter ao patrimônio do Estado a casa onde viveu e falleceu em 1884 popular consagrado escriptor e poeta Bernardo Guimarães.

Esse prédio, de estylo colonial, é um vasto sobrado da Rua das Cabeças, na antiga e legendária cidade de Ouro Preto. Sendo das mais velhas das edificações da ex-capital, prende-se ao seu passado a legenda que se refere à tragedia da Inconfidencia, envolvendo a na tradição de ter sido o santuário accidentalmente escolhido para guardar a cabeça de Tiradentes, mysteriosamente desapparecida, dias após o suplicio, do poste de ignomínia em que a collocára, para exemplo do povo, a justiça colonial.

Ao que dizem as chronicas daquelle tempo, um fanático pelo Herde dessa conspiração liberal, valendo-se do descuido dos guardas e das brumas de certa noite, roubou o craneo do martyr, sem que as devassas abertas conseguissem descobrir seu paradeiro. A preciosa reliquia foi objecto de secreta veneração, até que um dia, velho e alquebrado, o mystico ladrão, sentindo approximar-se a morte, chamou o padre Silveira Gatto e, em sigillo de confissão, entregou-lhe o craneo descarnado de Xavier.

(…)
Querendo ter certeza relativamente da administração mineira no sentido de ter conservado a casa histórica, fomos hoje, procurar o Dr. Pedro Bernardo Guimarães, filho do escriptor mineiro, e que actualmente reside nesta cidade, onde è lente do Gymnasio Queluziano. Pedro Bernardo Guimarães que regresava na véspera de Bello Horizonte, recebeu-nos em sua residência, à Rua Marechal Floriano Peixoto, dizendo-nos:

Voltei, hontem, de Bello Horizonte onde deixei concluída a formalidade da transferencia da casa em que morou meu pae, Bernardo Guimarães, ao patrimonio do Estado. Positivou-se assim a vontade manifestada por esse espírito culto, que é o Dr. Antonio Carlos, em que só vi durante as nogociações e nas diversas vezes que o procurei no Palácio da Liberdade, gestos de nobreza excepcional quanto ao nome e à memoria do meu projenitor. Recebendo minha septuagenaria mãe, juntamente em dia em que o assoberbavam múltiplos negocios da adiministração, S. Ex. Foi de uma figalguia empolgante.

(…)
Pedro Guimarães, concluindo a entrevista, disse-nos mais:
-Não ficou só ahi o presidente Antônio Carlos. Determinou mais que se erigisse no cemiterio da egreja de S. José, em Ouro Preto, um mausoléo a que sejam recolhidos os despojos de Bernardo Guimarães (…). Recolhi os ossos de meu pae a uma urna de zinco que está guardado no cemiterio daquelle templo oropretano, onde aguardam o prometido jazigo em que repousem (…).”

Doutor Pedro Bernardo Guimarães faleceu no ano de 1948, na cidade de Uberlândia, onde era Professor, em quatro Educandários. Nessa mesma cidade foi Secretário da Prefeitura, em 1933.

Recentemente, tive o prazer, assim como em outros momentos em conversar, ao telefone, com Senhor Anchieta (neto de Doutor Pedro Guimarães e bisneto de Bernardo Guimarães) sobre este artigo que eu pretendia publicar, quando tomei a liberdade em perguntar a ele se eu poderia citá-lo no texto. Ele, dotado de extrema polidez, disse-me que seria um honra para ele. Disse-me ainda inda que não tinha conhecimento de todos os (grandes) fatos citados por mim. Prometeu-me, quando possível, enviar-me algum material sobre o Doutor Pedro Bernardo Guimarães, um homem a quem devemos o reconhecimento e reverências!

A História não termina aqui.

“A memória é a consciência inserida no tempo.”
(Fernando Pessoa)

Por Luiz Otávio da Silva – Pesquisador, Pós-graduando em História e Pós-graduando em
Arquitetura e Patrimônio.

A familía de Bernardo Guimarães e o legado deixado para Conselheiro Lafaiete

Comumente se ouve ou se lê sobre o grande romancista e poeta brasileiro Bernardo Guimarães (Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, 1825-1884) quando de sua estada em Queluz de Minas. Conta-se muito sobre a obra “A Captiva Isaura”, conta-se (MUITO) pouco sobre a as aulas que ele lecionava de latim e francês para os jovens queluzianos (ou queluzenses, como alguns preferem). Seria também louvável que ele fosse lembrado por tudo aquilo que mesmo não morando na saudosa e romântica “Queluz Mineira”, fez por honra e graça de nossa Minas Gerais. A exemplo, o grande jornal “A Atualidades”, que para os historiadores é fonte indispensável de pesquisas.

Retomando ao que se propõe o título deste artigo, enalteço o legado deixado pela Família Guimarães a nossa Conselheiro Lafaiete, pois a contribuição do clã não foi somente a de Bernardo Guimarães. Trazendo um pouco à luz do conhecimento para nossa gente, apresento-lhes o Doutor Pedro Bernardo Guimarães, filho derradeiro (o oitavo) de Bernardo Guimarães e de Dona Teresa Gomes de Lima Guimarães, falecida em 1934. O Doutor aqui apresentado foi Engenheiro Geógrafo, Deputado Estadual, Professor, Jornalista e Grande Orador (as escritas em versais são intencionais). Foi ainda o primeiro historiador da cidade de Itajubá, quando escreveu o livro “Município de Itajubá” que foi editado pela Imprensa Oficial de Minas Gerais.

No ano de 2018, através do Requerimento nº 264/2018, o Vereador Marcelo Krauss Rezende, da cidade de Itajubá, solicita que Casa Legislativa daquele município encaminhasse ao Conselho de Patrimônio Histórico, sugestão de Tombamento da referida obra de Dr. Pedro. Requerimento justificado pela magnitude que representa(va), o trabalho de historiografia do ilustre filho caçula de Bernardo Guimarães. Doutor Pedro publicou outras obras de grande relevância para nosso Estado, como “Fastos – História de Minas”.

“Pedro Bernardo Guimarães era o caçula do autor de “A Escrava Isaura”, Bernardo Guimarães. Não conheceu o pai, pois, quando o poeta e romancista vila-riquense morreu, Pedro ainda não tinha nascido. Dona Teresa estava no segundo mês de gravidez. Pedro nasceria postumamente sete meses após a morte do pai, em 19 de outubro de 1884, no velho sobrado da família, no Alto das Cabeças, em Ouro Preto.

Dos filhos do romancista, foi o único que se dedicou à política, tendo sido deputado do Congresso Mineiro, ‘notabilizando-se na Câmara pelos seus discursos e pela sua independência de caráter’. Da prole Bernardiana foi o que mais escreveu, não só em jornais e revistas, como em livros. Teve intensa atividade jornalística, que se assinala desde a meninice até os últimos minutos de sua vida (…).” Excerto extraído do Requerimento nº 264/2018. Itajubá, Minas Gerais.

Pedro Bernardo Guimarães – Arquivo da Internet (https://www.oguiadeitajuba.com.br/).

Como fatos importantes que unem o Doutor Pedro Guimarães à nossa cidade, cito seu trabalho em educandários da cidade quando por aqui residiu por duas vezes. Reconhecidamente um célebre Professor, trabalhou em dois importantes educandários de Queluz, sendo um deles o Gymanasio Queluziano onde o consagrado escritor Bernardo Guimarães (seu pai) também havia lecionado.

No tempo em que residiu em Queluz, mais precisamente no Bairro de Lafayette, Doutor Pedro também se tornou conhecido e repeitado pela sua grande capacidade discursiva, enquanto orador. Era convidado a proferir seus belos discursos em várias ocasiões, inclusive em momentos fúnebres. E não foram somente os ares deda cidade Queluz de Minas que testemunharam seus discursos, mas toda região.

Ainda morando por aqui, em 1928, quando era também colaborador do Jornal de Queluz, outro fato de extrema importância aconteceu, foi quando recebeu o comunicado que havia sido eleito para a Societè Academique d’Histoire Internationale de Paris, fundada pelo grande poeta e escritor francês Frederic Mistral (Maillane, 8 de setembro de 1830 — Maillane, 25 de março de 1914). A principal ora de Mistral foi “Mireia” que conta o amor de Vincent e da linda Mireia, uma provençal. História equiparável à de Romeu e Julieta e que se tornou tema de ópera em 1863, por ninguém menos que Charles Gounod.

Frederic Mistral – Arquivo da Internet.

Já em fevereiro do ano de 1929, Doutor Pedro Bernardo Guimarães projeta e escreve mais uma vez o nome de nossa Queluz de Minas nos anais da História e da Cultura do Brasil.

Foi partindo daqui, desta terra, pisando sobre as pedras das nossas ruas estreitas e respirando o nosso ar, que Doutor Pedro consolidou a maior iniciativa de preservação da memória de Bernardo Guimarães. Qual teria sido? Foi a aquisição, pelo Governo ao Governo do Estado de Minas Gerais, da casa onde viveu e escreveu sua melhores obras o grande Bernardo Guimarães. Foi nesse ano que a casa foi incorporada ao patrimônio do Estado.

Tal e grande feito, levou Doutor Pedro a comunicar formalmente a Academia Brasileira de Letras acerca do grande acontecimento – a transferência da casa onde morou o pai, em Ouro Preto, para o Governo Mineiro.

Eis um trecho da carta enviada à Academia:

“Exmo sr. presidente [sic] de Academia Brasileira de Letras – Saudações –

Tenho a honra comunicar a v.ex., em nome da minha mãe, a viúva Bernardo Guimarães, no meu e dos meus irmãos, que o exmo sr. presidente Antônio Carlos, em nobilíssimo gesto que mais positiva a superioridade intelectual do preclaro mineiro que atualmente dirige os destinos do Estado, acaba de adquirir, adjudicando-o ao patrimônio de Minas, o prédio em que durante muitos annos viveu, escreveu suas melhores obras e veio a fallecer em Ouro Preto, meu saudoso pae, o romancista Bernardo Guimarães (…)”.

Ainda em fevereiro do corrente ano, a Academia de Brasileira de Letras remete a Doutor Pedro Bernardo Guimarães a seguinte resposta:

“Academia Brasileira de Letras – Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1929.

Ilmo. Sr. Professor Pedro Guimarães – Gymnasio Queluziano.

Accusando o officio de 10 do corrente no qual V. S. comunicava em seu nome e no da Excellentissima Viuva Bernardo Guimarães, haver o sr. Presidente do Estado de Minas Gerais , adquirido prédio onde viveu, falleceu, em Ouro Preto, tenho o prazer de, por minha vez, comunicar-lhe que, lido o seu officio, em sessão de ontem, foi louvado o o acto de benemerência patriótica de S. Ex. o Sr. Antônio Carlos, que assim, mais uma vez demonstra seu carinho pelas nossas tradições históricas e literárias.

Congratulando-me, pois com V. S. e a Excellentissima Viuva Bernardo Guimarães, agradeço-lhe a gentileza da comunicação, e prevaleço-me da oportunidade para apresentar a V. S. as expressões de minha elevada consideração e distinto apreço.
O 1º secretario (a): OLEGARIO MARIANNO.”

Depois de alastrada a notícia da grande atitude da Família Guimarães e do Governo Mineiro em salvaguardar a casa onde viveu o Bernardo Guimarães, em Ouro Preto, o Jornal de Queluz publicou, com o título “A casa de Bernardo Guimarães e da cabeça de Tiradentes” uma extensa transcrição da correspondência de O Globo.

Eis a matéria:

“QUELUZ DE MINAS, 12 –

Estamos informados que o governo de Minas, em um significativo gesto de homenagem, fez converter ao patrimônio do Estado a casa onde viveu e falleceu em 1884 popular consagrado escriptor e poeta Bernardo Guimarães.

Esse prédio, de estylo colonial, é um vasto sobrado da Rua das Cabeças, na antiga e legendária cidade de Ouro Preto. Sendo das mais velhas das edificações da ex-capital, prende-se ao seu passado a legenda que se refere à tragedia da Inconfidencia, envolvendo a na tradição de ter sido o santuário accidentalmente escolhido para guardar a cabeça de Tiradentes, mysteriosamente desapparecida, dias após o suplicio, do poste de ignomínia em que a collocára, para exemplo do povo, a justiça colonial.

Ao que dizem as chronicas daquelle tempo, um fanático pelo Herde dessa conspiração liberal, valendo-se do descuido dos guardas e das brumas de certa noite, roubou o craneo do martyr, sem que as devassas abertas conseguissem descobrir seu paradeiro. A preciosa reliquia foi objecto de secreta veneração, até que um dia, velho e alquebrado, o mystico ladrão, sentindo approximar-se a morte, chamou o padre Silveira Gatto e, em sigillo de confissão, entregou-lhe o craneo descarnado de Xavier.

(…)
Querendo ter certeza relativamente da administração mineira no sentido de ter conservado a casa histórica, fomos hoje, procurar o Dr. Pedro Bernardo Guimarães, filho do escriptor mineiro, e que actualmente reside nesta cidade, onde è lente do Gymnasio Queluziano. Pedro Bernardo Guimarães que regresava na véspera de Bello Horizonte, recebeu-nos em sua residência, à Rua Marechal Floriano Peixoto, dizendo-nos:

Voltei, hontem, de Bello Horizonte onde deixei concluída a formalidade da transferencia da casa em que morou meu pae, Bernardo Guimarães, ao patrimonio do Estado. Positivou-se assim a vontade manifestada por esse espírito culto, que é o Dr. Antonio Carlos, em que só vi durante as nogociações e nas diversas vezes que o procurei no Palácio da Liberdade, gestos de nobreza excepcional quanto ao nome e à memoria do meu projenitor. Recebendo minha septuagenaria mãe, juntamente em dia em que o assoberbavam múltiplos negocios da adiministração, S. Ex. Foi de uma figalguia empolgante.

(…)
Pedro Guimarães, concluindo a entrevista, disse-nos mais:
-Não ficou só ahi o presidente Antônio Carlos. Determinou mais que se erigisse no cemiterio da egreja de S. José, em Ouro Preto, um mausoléo a que sejam recolhidos os despojos de Bernardo Guimarães (…). Recolhi os ossos de meu pae a uma urna de zinco que está guardado no cemiterio daquelle templo oropretano, onde aguardam o prometido jazigo em que repousem (…).”

Doutor Pedro Bernardo Guimarães faleceu no ano de 1948, na cidade de Uberlândia, onde era Professor, em quatro Educandários. Nessa mesma cidade foi Secretário da Prefeitura, em 1933.

Recentemente, tive o prazer, assim como em outros momentos em conversar, ao telefone, com Senhor Anchieta (neto de Doutor Pedro Guimarães e bisneto de Bernardo Guimarães) sobre este artigo que eu pretendia publicar, quando tomei a liberdade em perguntar a ele se eu poderia citá-lo no texto. Ele, dotado de extrema polidez, disse-me que seria um honra para ele. Disse-me ainda inda que não tinha conhecimento de todos os (grandes) fatos citados por mim. Prometeu-me, quando possível, enviar-me algum material sobre o Doutor Pedro Bernardo Guimarães, um homem a quem devemos o reconhecimento e reverências!

A História não termina aqui.

“A memória é a consciência inserida no tempo.”
(Fernando Pessoa)

Por Luiz Otávio da Silva – Pesquisador, Pós-graduando em História e Pós-graduando em
Arquitetura e Patrimônio.

O legado literário de Wilson Baêta de Assis: um tesouro de oito décadas em ‘Folhas Secas’

O renomado membro da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, Sr. Wilson Baêta de Assis, lançará seu primeiro livro neste sábado, às 19h, no Solar do Barão de Suassuhy. Apaixonado pela literatura desde a juventude, Wilson é um autodidata que usa sua escrita para resgatar experiências e memórias acumuladas ao longo de suas oito décadas de vida, muitas delas vividas ao lado de sua esposa, Iraídes. Esta, por sua vez, desempenhou um papel crucial ao preservar os primeiros versos do autor, que ele havia originalmente descartado, julgando-os de pouco valor.

Editado pela ACLCL, o livro oferece uma variedade de gêneros literários, incluindo contos, crônicas, poesias, trovas, discursos, necrológios e correspondências. Wilson sempre viu na escrita um recurso para suavizar as vicissitudes da vida e para resgatar um passado repleto de memórias, tanto boas quanto más.

O projeto do livro originalmente surgiu como uma sugestão do presidente emérito da ACLCL, Allex Assis Milagre (1971-2009), que repetidamente enfatizava a importância de se compilar as obras do orador da academia. Anos mais tarde, o atual presidente, Moises Mota da Silva, retomou a iniciativa e organizou a obra que será lançada neste sábado. Em sua apresentação, Moises destaca que “Wilson Baêta de Assis é mais do que um ‘mero fazedor de versos’, como ele mesmo gosta de dizer. Wilson é um pilar na história de nossa comunidade, uma fonte de inspiração para todos que têm o privilégio de sua convivência.”

O prefácio do livro foi redigido pela Profa. Terezinha Maria Barbosa Assis, uma respeitada educadora e gestora educacional que sempre enalteceu as contribuições literárias de Wilson. Ela destaca em seu texto a “notável reflexão sobre a vivência do religioso e a experiência com o sagrado”, elementos constantes na elegante escrita do autor.

Além dela, outros colaboradores de destaque contribuíram para a obra. Entre eles estão o presidente emérito da ACLCL, Dr. Carlos Reinaldo de Souza, um amigo de infância de Wilson, e a escritora Lucy de Assis Silva, ambos associados de longa data da ACLCL e que acompanharam de perto a carreira literária de Wilson e aplaudiram frequentemente seus inspiradores discursos.

Ao ler “Folhas Secas”, o público constatará que a obra é um compêndio da sabedoria e sensibilidade humanas, habilidades que Wilson cultivou ao longo de toda a sua vida.

Clique aqui para ver mais fotos do autor

O legado literário de Wilson Baêta de Assis: um tesouro de oito décadas em ‘Folhas Secas’

O renomado membro da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, Sr. Wilson Baêta de Assis, lançará seu primeiro livro neste sábado, às 19h, no Solar do Barão de Suassuhy. Apaixonado pela literatura desde a juventude, Wilson é um autodidata que usa sua escrita para resgatar experiências e memórias acumuladas ao longo de suas oito décadas de vida, muitas delas vividas ao lado de sua esposa, Iraídes. Esta, por sua vez, desempenhou um papel crucial ao preservar os primeiros versos do autor, que ele havia originalmente descartado, julgando-os de pouco valor.

Editado pela ACLCL, o livro oferece uma variedade de gêneros literários, incluindo contos, crônicas, poesias, trovas, discursos, necrológios e correspondências. Wilson sempre viu na escrita um recurso para suavizar as vicissitudes da vida e para resgatar um passado repleto de memórias, tanto boas quanto más.

O projeto do livro originalmente surgiu como uma sugestão do presidente emérito da ACLCL, Allex Assis Milagre (1971-2009), que repetidamente enfatizava a importância de se compilar as obras do orador da academia. Anos mais tarde, o atual presidente, Moises Mota da Silva, retomou a iniciativa e organizou a obra que será lançada neste sábado. Em sua apresentação, Moises destaca que “Wilson Baêta de Assis é mais do que um ‘mero fazedor de versos’, como ele mesmo gosta de dizer. Wilson é um pilar na história de nossa comunidade, uma fonte de inspiração para todos que têm o privilégio de sua convivência.”

O prefácio do livro foi redigido pela Profa. Terezinha Maria Barbosa Assis, uma respeitada educadora e gestora educacional que sempre enalteceu as contribuições literárias de Wilson. Ela destaca em seu texto a “notável reflexão sobre a vivência do religioso e a experiência com o sagrado”, elementos constantes na elegante escrita do autor.

Além dela, outros colaboradores de destaque contribuíram para a obra. Entre eles estão o presidente emérito da ACLCL, Dr. Carlos Reinaldo de Souza, um amigo de infância de Wilson, e a escritora Lucy de Assis Silva, ambos associados de longa data da ACLCL e que acompanharam de perto a carreira literária de Wilson e aplaudiram frequentemente seus inspiradores discursos.

Ao ler “Folhas Secas”, o público constatará que a obra é um compêndio da sabedoria e sensibilidade humanas, habilidades que Wilson cultivou ao longo de toda a sua vida.

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Eventos divulgam a vida e o legado de Lafayette Rodrigues Pereira

A Liga Ecológica Santa Matilde – LESMA, proponente do Programa Caminhos de Conselheiro Lafayette realiza nos dias 28 e 31 de março eventos para divulgar a vida e a obra do patrono de nosso município, Lafayette Rodrigues Pereira. No dia 28 (segunda-feira) haverá o lançamento do livro “Lafayette Rodrigues Pereira – Jornada pelo Brasil” (Lesma Editores, 2021). O lançamento homenageia a figura do eminente jurista do Segundo Reinado e é mais uma oportunidade de ampliar o alcance da obra ao público de nossa cidade. O lançamento ocorrerá no Solar Barão de Suassuí, às 20 horas. Na ocasião será apresentado o projeto de criação da Plataforma Digital do Programa Caminhos de Conselheiro Lafayette, cuja obra tornou-se a base.

Plataforma Digital

A plataforma já está sendo criada e buscando novas parcerias. Será uma fonte gratuita de pesquisa e democratização de informações acerca de Lafayette Rodrigues Pereira pois abarcará documentos, fotografias, eBooks entre outros suportes de pesquisa. A Plataforma Digital está sendo feita por meio de uma parceria entre a empresa CODE8734, de Divinópolis, que tem expertise em tecnologia. Além da plataforma, a proposta traz no seu escopo a inclusão social oferecendo projetos para escolas e comunidades periféricas de Conselheiro Lafaiete levando o legado do patrono a crianças, jovens e adultos por meio de jogos, animes no âmbito da robótica. Trata-se de um avanço tecnológico aliado à educação e à cultura.
O lançamento da Plataforma Digital será no dia 31 de março, quinta-feira, às 14 horas também no Solar Barão de Suassuí.

José Milton Jr. assume os negócios de seu pai e herda o legado do ex-deputado

De pai para filho. O jovem empreendedor José Milton Júnior assumiu os negócios e atividades comerciais como também administra as empresas de seu pai, o ex-prefeito, ex-vereador e ex-Deputado Estadual José Milton de Carvalho Rocha, falecido no dia 6 de junho, no Hospital e Maternidade São José, em Lafaiete, em decorrência de complicações de covid-19.

Júnior recebeu nossa reportagem em seu escritório quando contou os planos, os desafios, os investimentos e o legado de seu genitor. “Meu pai era visionário e tinha orgulho de promover o crescimento de Lafaiete. Ele tinha a maior felicidade e satisfação de ajudar as pessoas e acredito que milhares, como eu, ficaram órfãos. Ele era muito caridoso. Seu eu herdar ao menos 50% de todas as qualidades de meu pai me sinto vitorioso”, exaltou Júnior as virtudes do pai.

Júnior, que estudava em Belo Horizonte no CEFET-MG, cursando o 8º período de engenharia mecânica, contou que entre a família, já havia a intenção dele assumir os negócios, mas de maneira gradual. “Há mais de um ano e meio, desde a pandemia, me transferi para Lafaiete, já que estudava on line. Com a morte de meu pai tive que pular de ponta e assumir as empresas”.

E o legado impulsiona o empreendedorismo de Júnior a frente das empresas. “Assumi as empresas após a morte de meu pai e imediatamente comuniquei a minha equipe de trabalho. Meus colaboradores foram muito receptivos a minha nova missão e hipotecaram total apoio. Agora estamos em fase de transição onde estou me inteirando de todos as atividades e amplitude do que herdamos e planejando novos rumos para nossas empresas”, relatou, ressaltando que a convivência na pandemia o aproximou ainda mais dos negócios da família.

Júnior informou que todos empreendimentos em fase de execução serão finalizados e paralelamente já vislumbra novos negócios. “Apesar de novo no mercado, o setor imobiliário é muito dinâmico e temos que oportunizar novos empreendimentos para a expansão das empresas e consolidar ainda mais o legado do meu pai. Todas as possibilidades de crescimento estamos avaliando diariamente”, assinalou.

Ao encarar os desafios, Júnior disse que abraça a nova missão com os valores herdados de seu pai. “Estou tendo força para suportar o momento trágico que passamos e superando os desafios. Aos poucos vamos vencendo cada etapa a cada momento. Junto com minha irmã, Maria Luiza, o apoio incondicional de nossa mãe, estamos fortalecidos e unidos nesta nova etapa de nossas vidas”, salientou.

Júnior e Maria Luiza, de 28 anos, são sócios das empresas. A mãe, a médica e militar da reserva, Selma Rocha, permanece nas suas atividades profissionais, mas observa e abençoa os passos dos filhos.

Em menos de 2 meses, a frente das empresas, Júnior já mostra maturidade e acumula experiência. “Sei que os desafios serão vencidos tempo a tempo. A experiência vamos adquirindo dia a dia e busco no meu pai os valores que me encorajam a buscar novos caminhos e oportunizar os negócios”, avaliou.

Ao final da entrevista, uma pergunta que não poderia ficar de fora dos questionamentos: e a política. “Não temos como escapar da política, mas prefiro caminhar paralelo a ela, sem contudo participar diretamente. O futuro a Deus pertence”, pontou.

E finalizou: “Como dizia meu pai. Cavalo arriado só passa uma vez”, já mostrando o espírito, a determinação e a paixão com o qual assumiu o legado de José Milton.

Emoção: colegas relembram a trajetória, o legado e o talento da cantora Mary Luce; “ela foi cantar no céu. A orquestra dos anjos que se cuide”, disse um amigo

Sérgio Trajano, Essênio Braga e Mary Lucy na década de 70/Reprodução

A cultura de Lafaiete está de luto.  Faleceu ontem a tarde (30), a cantora Mary Luce. Um infarto fulminante em sua casa, no Bairro Carijós, em Lafaiete, tirou sua vida aos 72 anos de raro talento musical. Durante décadas, sua voz inesquecível embalou os bailes, programas de rádio e as noites lafaietenses.

Dona de uma voz marcante, amiga sincera, alegria contagiante, Mary será enterrada hoje, às 14:00 horas, no Cemitério Nossa Senhora da Conceição. Ela não deixou filhos, mas uma legião de fãs e admiradores.

Em 2015, o Festival de Arte Cênicas  (FACE), ela foi homenageada. Mary começou a cantar ainda muito cedo, acompanhando seu pai em teatros, circos na década de 60.  Depois  vieram os programas de rádio, os festivais das canções.

Acometida por uma diabete, nos últimos tempos era bem reclusa em sua casa. Em 2009, um evento musical, organizado por amigos, no Clube Santa Cecília, angariou recursos para a colocação de uma prótese teve uma perna amputada.

Mensagens

Nas redes sociais, amigos e familiares deixaram suas mensagens. “Sempre que me encontrava com ela, fazia questão de dizer que tinha sido a entrevistada mais divertida que eu tinha recebido no programa Hora Vip, da Rádio Carijós. Grande artista. Hoje, a Mary Luce foi cantar no céu! A orquestra dos anjos que se cuide”. Este foi o comentário do acadêmico Douglas Carvalho Henriques

O primo de Mary, Maurício Mendes, lembrou que por ironia, exatamente esta semana, a prefeitura de Lafaiete iniciou a demolição de 4 casas para a construção do prolongamento da Avenida Marechal Floriano e uma delas seria a sua residência. “Umas das maiores vozes femininas da música lafaietense que abrilhantou grandes bailes nas décadas passadas e cantou em inúmeros casamentos como foi no meu. Dona de uma alegria contagiante e de uma voz inigualável ela foi abrilhantar os palcos da eternidade”, destacou.

Amigo de longas datas e shows memoráveis, o artista lafaietense, Sérgio Trajando, não escondeu sua emoção. “Hoje me despeço de uma grande amiga que acaba de partir. Acho que ainda não consigo acreditar que minha querida se foi. Meu coração está de luto e meu peito já transborda de tanta saudade”.

O músico e compositor, Tadeu Melo, também, narrou sua paixão musical por Mary.” É um dia realmente muito triste, de manhã o Silmar se foi, e agora minha amiga Mary Lucy. A maior cantora que essa terra produziu, uma pessoa alegre, um rouxinol, poucas cantoras do mundo tem a afinação dela, vai em paz minha querida, vai cantar para os anjos ,sem dores .sem temores, só amores , só amores .obrigado por ter nos ensinado tanto”.

Também o advogado criminalista, Sílvio Lopes, exercitou sua veia poética. “Mary que Deus lhe receba muito bem.Você foi o canto que embalou minha juventude. Talento ímpar e coração do tamanho do Universo. Com certeza o céu te espera repleto de amor, do amor que você nos deu com sua voz e amor. Saudade eterna de você minha querida e inesquecível musa da voz. Siga em paz. O Criador lhe deu o talento do mundo, você lhe devolveu em música e amor,minha linda. Saudade, até um dia”.

“Essa voz, que hoje parte, também se (re)parte em sonoridades mil, estrelas equilibristas em claves de sol. Nossa inigualável Mary Lucy cantou, viveu, bebeu e comeu a vida com a vontade funda e infinita de ser intensidade. então, nos resta calar os olhos, fechar os ouvidos, tapar a boca… o mais digno gesto nosso será tirar o chapéu e deixar o coração falar: – obrigado, amiga, por todo o amor do mundo de sua voz em nós. as estrelas não morrem, dormem em paz antes de renascerem em outros palcos”, rememorou o escritor Paulo Roberto Antunes.

O teatrólogo e secretário municipal de Cultura, Geraldo Lafayette, sintetiziou o que representou a artista. “Era uma pessoa ímpar. Quando se falava em música, surgia no nome de Mary Luce. No momento de auge, ela encantou esta cidade de uma forma nunca viu. Era pessoa carinhosa, terna, acolhedora, sempre rindo. Era uma personalidade cultural”.

 

Dona de uma voz marcante e raro talento, a cantora deixa um legado insuperável na história musical recente de Lafaiete

Academia de Letras divulga nota de pesar

Em nota divulgada, Moises Mota da Silva, Presidente da ACLCL (Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, lamentou a morte da cantora. “A Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette lamenta, profundamente, a morte da cantora Mary Luce Lopes ocorrida na tarde desta sexta-feira (30), em sua residência, nesta cidade.

Artista de imensurável talento e ganhadora de inúmeros Festivais da Canção, Mary Luce é fonte de relevantes valores humanos. Neste momento de luto a ACLCL se uni ao coro de familiares, amigos e admiradores afim de lhe prestar justas homenagens.Apesar da efemeridade da vida sua arte permanecerá, fulgurante, em nossa memória e na história da sua cidade. Descanse em paz Mary”.

Outros amigos, escritores, artistas e colegas também espalharam mensagens emocionadas pela morte súbita da cantora cujo legado é insuperável. A prefeitura de Lafaiete também divulgou nota de pesar.

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Legado musical: história da banda Os Escaravelhos foi retratada em documentário

Pelos bailes da vida, Os Escaravelhos fizeram sucesso em Congonhas, entre a décadas de 60 e 80. O legado do grupo – que teve o cantor Wando como um de seus integrantes – foi relembrado no documentário “Os Escaravelhos – trajetória do conjunto musical congonhense”, produzido por Átila Caiafa e André Candreva. A produção foi exibida na noite dessa quinta-feira, 22, no Museu de Congonhas, dentro da programação da Semana Municipal de Valorização do Patrimônio, promovida pelas secretarias de Cultura e de Educação. Confira as próximas atrações aqui.

Membros remanescentes das duas fases da banda presentearam o público com canções marcantes daquela época. Estiveram presentes os músicos Nilo Sérgio de Souza Costa, José Fernandes de Barros (Zé Rolinha), Francisco de Assis Gonçalves, Roberto Carlos Machado (Careca), Magno dos Santos, Nilton Juventinho de Paula (Niltinho), Clóvis Miguel Modesto Ribeiro e Evaldo Kather. Outros integrantes são: Valter Vasconcelos (Neném da Didô), Antônio Liberato Barbosa Filho (Tonho), Clemente Maria de Oliveira, Gumercindo de Souza Costa Neto (Bitota), Pedro Plínio Sabará e Pedro Marra.

Em meio a efervescência do blues e do rock surge em Congonhas, em 1966, a banda Os Escaravelhos, cujo nome é uma tradução quase que fiel de The Beatles (Os Besouros). O repertório tinha influência não só desses gêneros musicais, que estavam em destaque na época, mas também mesclava jazz, bossa nova, jovem guarda e até música orquestrada. A primeira apresentação do grupo foi em 21 de dezembro de 1966, em um antigo hotel localizado na Praça Doutor Mário Rodrigues Pereira.

A primeira fase do conjunto (1966 a 1972) era formada por Nilo Sérgio, Evaldo Kather, Zé da Ieta, Carioca e Neném Dadidô. Em 1967, Os Escaravelhos ganhou mais um integrante, Wando, que, anos depois, incentivado por Nilo Amaro, do grupo Nilo Amaro e Seus Cantores de Ébano, saiu da cidade para alavancar sua carreira, tornando-se, assim, um dos cantores mais expressivos da música brasileira.

Entre os bailes da vida, a chegada da disco music, idas e vindas, Os Escaravelhos ganharam, ao longo de sua trajetória, novas formações e novas histórias. A segunda fase d’ Os Escaravelhos foi até o início do ano de 1980, quando se extinguiu definitivamente, deixando um grande legado musical em Congonhas.

Para o trompetista Evaldo Kather, foi uma recordação maravilhosa. “Houve um pouquinho de choque quando ouvi falar dos colegas que já se foram, porque moro fora e não sabia de alguns que faleceram. Mas ao mesmo tempo incorporou em mim aquela saudade. Esse momento aqui é único”, disse, contando que iniciou sua carreira musical na banda.

Amigos lembram o legado, o amor, a generosidade e os ideais libertários de José Odilon; sepultamento ocorre amanhã à tarde

“Quem passou pela vida em branca nuvem. E em plácido repouso adormeceu, Quem não sentiu o frio da desgraça. Quem passou pela vida e não sofreu. Foi espectro de homem, e não homem. Só passou pela vida, não viveu”.

 

Estes versos carregados de intensidade social e emoção expressam a passagem neste cosmos do ativista político, cultural, ambientalista, humanista e psicólogo José Odilon Rodrigues em sua trajetória humana de 69 anos em que percorreu os abismos, as contradições, desigualdades, as finitudes  e alegrias humanas.

Insatisfeito, corajoso, persistente, engajado, combatente, Zé Odilon, descendente direto do Conselheiro Lafaiete, que empresta o nome a cidade, deixa um legado de superação de que é possível pensar um mundo melhor no qual generosidade e a doação são atributos transformadores da humanidade.  “Ele deixou um legado de amor e até a sua morte ele nos uniu em torno dele”, assinalou Rogério Goulart, amigo pessoal. Mais que a dor, Rogerinho lembra o recado deixado por seu amigo. “O mundo perdeu a humanidade e generosidade que encontramos em José Odilon. Sujeito acima da média, poeta e voltado às causas sociais. Ele deixa um legado de amor ao próximo”, afirmou. Nestes 60 dias, Rogerinho trabalhou incansavelmente nas buscas.

O ex vereador e amigo pessoal, Ricardo Aleixo, o “bijinho” conta passagens de Odilon nas décadas de 60 e 70 quando participaram da fundação do lendário grupo lafaietense “Queluz de Minas”. “Hippie, Odilon era idealista e lutava pelas causas coletivas e deixa uma mensagem de amor ao próximo. Militante de esquerda, desenvolveu projetos sociais nas cidades de Três Marias com os pescadores, e trabalhou na gestão do ex prefeito de Belo Horizonte na gestão do prefeito Célio e Castro. Era uma pessoa que não se acomodava”, assinalou.

O poeta Osmir Camilo, rememora a lucidez, a inquietude e o espírito coletivo de José Odilon em seu protagonismo cultural e ambiental, sem deixar de ressaltar os valores pessoais de alto quilate. “Era uma pessoa honrada, honesta e fora do comum. Tinha um coração  aberto. Uma pessoa doada. Era um paizão de uma sensibilidade acima da média”, ressaltou.

Osmir e Odilon são fundadores do Partido Verde em 1996 e criaram a ONG( Liga Ecológica Santa Matilde (Lesma). “Ele era amigo pessoal do Manuelzão, célebre personagem de Guimarães Rosa no livro Sagarana”, contou. “Mais que retórica, era uma pessoa engajada em todas as dimensões sejam como profissional, ser humano e pai de família”.

Mais que amigo

O caricaturista lafaietense, Jorge Inácio, hoje radicado em Jacareípe (ES) contou os anos que conviveram na infância em Lafaiete e adolescência na Capital Mineira na década de 70, anos de chumbo do regime militar. “A gente era mais que amigo. Vivíamos e viajamos muito de carona. Era um irmão. Um ser humano de alta grandeza”, assinalou, lembrando os ideais libertários do colega.

Velório e sepultamento

O corpo de José Odilon Rodrigues será velado entre 15 às 16 horas, no Cemitério Jardim, amanhã, dia 9, no cemitério Éden em Lafaiete.

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