Pioneirismo: Fazenda de Rio Espera inicia produção de lúpulo e Cerveja Loba já testa produto

Produção é alternativa de produção nacional de produtos em substituição a importação

Pedro Salim e Mestre cervejeiro Kelvin Figueiredo (Loba)/Reprodução

As cidades do vale do Piranga iniciam perspectivas de criar novas alternativas econômicas. Primeiro veio Catas Altas da Noruega com a produção do azeite a partir de mudas de oliveiras. Com um mercado cervejeiro em expansão em todo o Brasil, e cada vez mais se busca uma alternativa para substituir os insumos que precisam ser comprados de outros países. Além do malte, que já conta com uma produção nacional considerável, a ideia de cultivar lúpulo em solo brasileiro tem despertado a atenção de agricultores e cervejeiros, e já chegou a Minas Gerais.
Como o clima ideal para cultivar os tipos mais conhecidos de lúpulo – que é o ingrediente responsável por conservar e conferir amargor e aroma à cerveja – é o temperado, como o de países do hemisfério Norte, o produto usado no Brasil é praticamente todo importado, com exceção de pequenas produções nacionais.
Há um ano, uma dessas plantações pode ser encontrada em Rio Espera onde foram desenvolvidas mil mudas do lúpulo Mantiqueira BRK2014. A espécie, nascida na Serra da Mantiqueira (SP), hoje é patenteada pela Heineken.  “Estamos fazendo experiências com o lúpulo fresco, in natura, para não perder os óleos essenciais. É uma experiência nova porque quem usa o importado não consegue fazer desse jeito”, explica Pedro Salim, produtor da Fazenda Fartura.
Em dezembro, a expectativa é colher 200 kg de lúpulos mineiros e, de olho no crescimento da demanda, ele pretende quintuplicar a capacidade de produção em cinco anos. Segundo Salim, a espécie vingou apesar das características climáticas locais. “Esse lúpulo é adaptado ao clima brasileiro. Poderia ser plantado em qualquer região, o calor não tem sido um problema”, destaca o produtor.

Cerveja Experimental

Pedro Salim E Getúlio Guedes a colheita na Fazenda Fartura/Reprodução

A primeira colheita do lúpulo Mantiqueira produzido em Minas despertou a atenção da Cervejaria Loba, cuja fábrica está localizada na cidade de Santana dos Montes, a apenas 30 km do local de plantação. Atualmente, a empresa utiliza 17 tipos de lúpulos diferentes – todos importados.  “Teremos um lúpulo mais fresco, que pode conservar mais propriedades do que o paletizado. Então, teremos um produto mais nobre, pois, quanto mais cedo utilizá-lo, melhor será para manter as características existentes. Além disso, o fato de estar tão próximo torna o custo da fabricação da cerveja mais barato”, salienta o proprietário da cervejaria, Aloísio Rodrigues Pereira.
Nessa primeira brassagem – processo inicial da produção da cerveja artesanal – realizada pela Loba, foi produzida a Mantiqueira Experimental Beer. “Primeiramente, vamos testar a capacidade do lúpulo ser utilizado na produção, porque ele tem uma safra com características regionais. A ideia da Mantiqueira Experimental Beer não é seguir um parâmetro, é ter uma inovação junto com o lúpulo”, afirma Kelvin Figueiredo, mestre-cervejeiro da Loba.
Após 21 dias, ela estará pronta para consumo e será analisada pelos profissionais envolvidos na produção. Caso o resultado seja satisfatório, então a bebida será comercializada nas prateleiras dos supermercados. “Com isso, buscamos também incentivar que as universidades no Estado desenvolvam pesquisas sobre a qualidade do lúpulo mineiro”, pontua Pereira.

Mercado mineiro em franca expansão

Na contramão da crise econômica, o mercado de cervejas artesanais segue em alta no Brasil. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mostram que o país terminou o ano com 679 fábricas de cerveja, crescimento de 37,7% em comparação a 2016.

Cervejaria Loba abre suas portas para visitação aos fim de semana e conquista prêmio internacional

Cervejaria Loba abre suas portas para visitação aos fim de semana e conquista prêmio internacional/Reprodução

Rodeada pela Serra do Espinhaço, a pequena cidade de Santana dos Montes localiza-se há 130 quilômetros de Belo Horizonte, fica na junção do Cerrado com a Mata Atlântica e possui diversos córregos, cachoeiras, corredeiras e matas fechadas que compõem um cenário de natureza exuberante e tranquila beleza em plena Estrada Real.

Inserida nesse cenário idílico, está a Fazenda Guarará, responsável pela produção de leite, vinho, grãos, e também cerveja artesanal. A fábrica da Cervejaria Loba, que recebeu este nome em homenagem aos lobos guará da região, está instalada em uma área de cinco mil metros quadrados dentro da fazenda que inclui todos os tanques para produção, almoxarifado, expedição, e também um bar e loja de souvenirs.

A Loba possui hoje 18 rótulos de cerveja e entre eles está a premiada Strong Scotch Ale, com notas de malte torrado e defumado e 9% de teor alcoólico, medalhista no Concurso Brasileiro das Cervejas, em Blumenau em 2017 e na Copa Cervezas de América, em 2016, no Chile. Os novíssimos lançamentos da marca são a session IPA Delatora, em alusão ao momento político vivido pelo país, e a quadrupel Cabulosa.

Aos sábados e domingos, a cervejaria abre suas portas para visitação a partir das 11h para que os turistas possam conhecer mais sobre o processo de fabricação de uma cerveja artesanal e também degustar os diferentes estilos oferecidos. “As pessoas podem agendar as visitas pelo telefone ou chegar nos horários programados: nos finais de semana, de 11 h às 16h. Também abrimos nosso bar da fábrica às sextas à tarde para degustação de petiscos e cervejas”, esclarece o proprietário, Aloísio Rodrigues Pereira.

Outros pontos turísticos que também devem ser conhecidos durante a viagem à Santana dos Montes são o Museu de Tecnologia Rural, a Praça da Matriz, as Cachoeiras da Caatinga, do Santinho e do Torno, além das belas fazendas datadas do século XVIII.

English Barleywine da Cervejaria Loba ganha medalha de bronze na Copa Cervezas de América 2017

A English Barleywine da Loba acaba de ganhar a medalha de bronze da Copa Cervezas de América 2017, realizada na cidade de Santiago (Chile), de 16 a 22 de outubro. A cerveja possui um sabor maltoso, forte, intenso, complexo, com várias camadas de notas que remetem a pão e biscoito até as que lembram nozes, torrada escura, caramelo escuro, toffee e/ou melado. Seu caráter forte e maltado dominante pode sobrepor os sabores dos alimentos que o acompanham, exigindo sua harmonização com alimentos mais potentes como feijoadas, ostras, rabadas, queijos duros e até tortas de limão. Indicada também para acompanhar uma dose de bebida destilada ou um bom charuto.

A Cervejaria Loba está instalada em uma área de cinco mil metros quadrados, dentro de uma fazenda na cidade de Santana dos Montes. Possui hoje 18 rótulos e uma capacidade mensal de produção de 40 mil litros. Entre suas receitas está a premiada Strong Scotch Ale, com notas de malte torrado e defumado e 9% de teor alcoólico, medalhista no Concurso Brasileiro das Cervejas, em Blumenau em 2017 e na Copa Cervezas de América de 2016. Os novíssimos lançamentos da marca são a session IPA Delatora, em alusão ao momento político vivido pelo país, e a quadruppel Cabulosa.

A Copa Cervezas de América é um concurso internacional, onde participam cervejas de todo o continente Americano e as que mais se destacam são premiadas com medalhas de ouro, prata e bronze. O concurso atua como uma plataforma anual de encontro da cultura cervejeira latino-americana, promovendo e proporcionando o intercâmbio de conhecimento entre os expoentes do meio. Juízes renomados, mestres cervejeiros e amantes da cerveja de todo o continente reuniram-se na cidade de Santiago para o evento.

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