Cuidado! Metais pesados e tóxicos foram encontrados em chocolates de marcas famosas

Metais pesados foram achados na composição de chocolates de marcas famosas.

Chocolate, o melhor amigo do mundo, sempre está lá quado alguém precisa. É gostoso e sempre deixa mais feliz. É viciante. O Brasil é o terceiro maior consumidor de produtos de chocolate em todo o mundo. Segundo uma pesquisa do Ibope, mais de 80% da população brasileira consome o produto.

Entretanto, um estudo publicado em dezembro de 2022 na revista Consumer Reports chama a atenção e traz um alerta: alguns metais estão sendo encontrados na fabricação de chocolates. O estudo chegou a reprovar algumas das marcas consideradas tradicionais após a testagem da qualidade dos produtos.

Entenda o caso

A análise foi feita em 28 barras de chocolate amargo de 21 marcas diferentes. A investigação media os níveis de metais como arsênico, cádmio, chumbo e mercúrio, que só podem estar presentes na receita em quantidade mínima.

Segundo os pesquisadores, todas as barras continham níveis de cádmio e chumbo além do permitido. A exposição constante e regular a pequenas quantidades desses metais pode gerar grandes e graves problemas à saúde, não só de adultos, mas também de crianças e principalmente de mulheres grávidas.

Metais como chumbo, quando presentes no corpo humano a longo prazo, podem causar problemas em diversas partes do corpo, como no sistema nervoso, hipertensão, danos nos rins, supressão do sistema imunológico e problemas reprodutivos. Além disso, a exposição ao cádmio afeta os rins e os ossos.

Cacau e a relação com os metais

Conforme algumas pesquisas já mostraram, a planta do cacau absorve o cádmio do solo que está afetado e contaminado. Dessa forma, o metal se acumula nos grãos à medida que as árvores vão crescendo. Já o chumbo, por sua vez, entra em contato com os grãos, uma vez que esses já foram colhidos, se fixando na casca e não no interior do alimento.

Os cientistas explicam que, por essa série de fatores, o chocolate amargo contém mais metais pesados do que a opção de chocolate ao leite, já que o amargo possui uma porcentagem muito maior de cacau.

Para o pesquisador de segurança alimentar da publicação, Tunde Akinleye, as pessoas não precisam parar de comer chocolate, mas devem fazer isso com moderação, além de estarem atentas às marcas de chocolate que consomem.

FONTE EDITAL CONCURSOS

Crianças de Brumadinho apresentam contaminação por metais pesados, após rompimento de barragem

Mais da metade apontou pelo menos um metal acima do valor de referência; 41,9% tiveram níveis elevados de arsênio

Um estudo, realizado com crianças de 0 a 6 anos de idade, moradoras de áreas afetadas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, identificou altos índices de contaminação por metais pesados.

Organizada pela Fiocruz Minas e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a pesquisa avaliou a dosagem de metais presentes nos organismos de 172 crianças, de todas as comunidades do município.

Entre as amostras, foi identificada a contaminação, com pelo menos um metal acima do valor de referência, em 50,6% das crianças. O estudo avaliou a presença de cádmio, arsênio, mercúrio, chumbo e manganês. Das crianças, 41,9% apresentaram níveis elevados de arsênio no organismo. Para o chumbo, o índice foi de 13%.

Jerônimo Vaz, da equipe de saúde da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas), enfatiza que a pesquisa não descreve as rotas de exposição e, portanto, não permite afirmar quais são as causas da contaminação.

Porém, ele destaca que os resultados encontrados pela Fiocruz Minas e a UFRJ não divergem dos encontrados por uma consultoria contratada pela Aedas, que analisou uma série de compartimentos ambientais na região.

“Os resultados da consultoria apontam valores de manganês e arsênio acima das concentrações máximas aceitáveis e identificam potencial risco à saúde humana pela rota de exposição da ingestão”, afirma.

Riscos

O relatório da pesquisa da Fiocruz afirma que o “arsênio possui efeitos tóxicos na saúde e no desenvolvimento infantil” e, quando há exposição crônica durante a infância, pode prejudicar o desenvolvimento neuropsicomotor.

Mesmo sem estar necessariamente associado à presença de metais nos organismos, o estudo demonstrou que, em relação ao desenvolvimento neurológico, 38% das crianças não tinham alcançado as habilidades esperadas para a idade, no momento da pesquisa.

O local onde as urinas das crianças apresentaram maior concentração de arsênio foi a comunidade Aranha, que fica a mais de 10 quilômetros de distância da área diretamente afetada pelo rompimento.

Famílias sofrem

Em nota, divulgada na segunda-feira (12), o Grupo de Mães e Pais da comunidade denunciou a falta de assistência do poder público e da Vale.

“Estamos em contato diário com os metais pesados contaminantes. Para nossa tristeza e indignação, nada foi feito de providências urgentes pelo poder público, muito menos pela mineradora Vale”, afirma a carta.

Para as famílias, a empresa tem priorizado outros gastos, em detrimento das necessidades de seus filhos. “Nossas crianças nos questionam, ao verem os comerciais da Vale nos horários nobres da TV, gastando muito dinheiro com propaganda, e aqui vivemos o drama de ver nossos filhos contaminados”, enfatiza a nota.

Ao Brasil de Fato MG, um dos moradores da comunidade, que prefere não se identificar por medo de represálias, conta que as famílias têm buscado auxílio dos órgãos competentes e feito propostas para a resolução do problema. Porém, segundo ele, as demandas não são atendidas.

“Aqui no Aranha, pedimos medidas urgentes, como abastecer a escola municipal de água mineral, mas nem isso foi atendido. Recentemente, minha filha teve vômitos e dores de barriga. Não entendemos o porquê o poder público não age”, lamenta.

Jerônimo, da Aedas, conta que, além da preocupação com os familiares, a população ainda convive com a falta de informação.

“São constantes os relatos de medo e angústia vivenciados pelas crianças e pelos seus familiares, que sofrem com a preocupação sobre o estado de saúde dessas pessoas contaminadas, com a falta de informações, de ações concretas de acompanhamento e de resolução”, enfatiza.

Crime continuado

Além da morte de 272 vítimas, o rompimento da barragem em Córrego do Feijão, em 2019, foi responsável por contaminar o Rio Paraopeba com 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Em 2020, a ONG SOS Mata Atlântica apontou que a presença de cobre nas águas, por exemplo, era 44 vezes maior do que o permitido.

Os pesquisadores da Fiocruz e da UFRJ recomendaram que sejam realizadas consultas clínicas com as crianças para identificar quais são as fontes de contaminação. Eles consideram que o consumo de água e o contato com a poeira, por exemplo, podem ser responsáveis pelo cenário.

O estudo também aponta que 49% dos responsáveis pelas crianças identificaram, após o rompimento da barragem, alguma alteração no estado de saúde dos menores. Entre as mais citadas, aparecem problemas respiratórios e na pele.

Mais dados

A Fiocruz e a UFRJ também avaliaram as condições de saúde de adolescentes e adultos das comunidades. Entre os últimos, 337% apresentaram altos níveis de arsênio na urina. Já os adolescentes avaliados, mais da metade possuíam quantidades elevadas de manganês no sangue.

O outro lado

Procuradas pela reportagem para comentar sobre o caso, a Vale e a Prefeitura de Brumadinho não responderam até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.

Edição: Larissa Costa

FONTE BRASIL DE FATO MG

Exposição a metais pesados afeta saúde de população de Brumadinho

Três anos e seis meses depois do acidente da Vale, níveis de contaminação continuam altos, revela pesquisa da Fiocruz Minas e UFRJ

Três anos e seis meses depois do rompimento da barragem de Brumadinho inundar o município mineiro de lama tóxica, a exposição a metais pesados se espalhou pela cidade, chegando a comunidades distante da mina Córrego do Feijão, onde ocorreu o acidente da Vale. A concentração de metais como arsênio, manganês, cádmio, mercúrio e chumbo foi comprovada por pesquisadores da Fiocruz Minas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em crianças, adolescentes, adultos e idosos.

O estudo avaliou condições de vida, saúde e trabalho de 3,8 mil pessoas na cidade de Brumadinho. Entre a população acima de 18 anos, o arsênio na urina, e o manganês e chumbo no sangue, estão acima dos valores de referência: 28,9, 52,3% e 12,2%, respectivamente. Entre as crianças de 0 a 6 anos de idade, 50,6% delas apresentaram incidência desses metais pesados no organismo. Dentre as amostras de urina coletadas entre as crianças, o arsênio foi encontrado acima do valor de referência em 41,9% e o chumbo em 13% delas.

Uma das vítimas do desastre tenta salvar uma geladeira no meio dos escombros. Foto Doug Patrício/DPA
Uma das vítimas do desastre tenta salvar uma geladeira no meio dos escombros. Foto Doug Patrício/DPA

“Os dados da pesquisa mostram que é preciso uma atuação maior da vigilância sanitária para entender essas fontes de contaminação. Examinamos só a população”, comentou Sérgio Peixoto, coordenador-geral da pesquisa. Ele lembra que se no momento seguinte ao desastre, a lama era o maior problema; hoje, a poeira virou a maior preocupação, porque se espalhou pela cidade.

Os pesquisadores da Fiocruz, que avaliaram as condições entre os adultos, e os da UFRJ, que pesquisaram à exposição entre as crianças, defendem que a pesquisa seja usada no acompanhamento dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, doenças respiratórias e na saúde mental da população. O levantamento foi feito no segundo semestre de 2021.

O acidente da Vale, ocorrido em janeiro de 2019, despejou cerca de 14 milhões de toneladas de lama e rejeitos de minério de ferro no município. A avalanche de lama percorreu oito quilômetros em poucos dias, poluindo o rio Paraopeba. “Nossa hipótese é que a exposição da população local chegou a comunidades bem afastadas”, explicou o pesquisador.

Entre os adolescentes, 12,3% relataram doenças crônicas, como asma ou bronquite asmática.  Esse percentual é maior entre os moradores de algumas regiões, chegando a 23,8% entre os residentes do Parque da Cachoeira e 17,1% entre os que vivem no Córrego do Feijão, regiões diretamente expostas ao rompimento da barragem de rejeitos. Pneumonia foi citada por 10,9% dos adolescentes, mas, entre aqueles que moram no Pires, região banhada pelo Rio Paraopeba, que foi atingido pela lama, esse percentual foi de 16,7%.

Entre os adultos, as doenças crônicas mais citadas foram hipertensão (30,1%), colesterol alto (23,1%) e problema crônico de coluna (21,1%), com pequenas variações entre as regiões. O diabetes foi prevalente em 9,8% da população adulta de Brumadinho. Esse resultado mostra estimativas maiores que as encontradas na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE em 2019.  À época, os dados foram os seguintes: hipertensão em 23,9%, colesterol alto em 14,6% e diabetes em 7,7%.

Peixoto acrescentou que em agosto os pesquisadores visitarão novamente todos os que estão sendo acompanhados no estudo e farão novos exames. “Hoje temos uma foto, depois teremos um filme, conforme o estudo se desenvolver. O estudo mostra que não é só uma questão de organizar a assistência. É preciso pensar a saúde de forma ampla e ter ações de promoção da saúde”.

FONTE PROJETO COLABORA

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