Próxima pandemia mundial pode vir de vírus conhecido no Brasil; saiba qual

Cientistas do consórcio europeu Vaccelerate, oriundo da Alemanha, mapearam riscos de uma nova pandemia mundial causada por um vírus de gripe; saiba mais

A próxima pandemia que o mundo poderá enfrentar virá de uma variação ou mutação do vírus influenza. Cientistas do consórcio Vaccelerate fazem o alerta ao coletar informações de profissionais de saúde e infectologistas de todo o mundo. Foi coletado um total de 187 respostas de especialistas de 57 países.

Segundo prévia de um relatório, que será apresentado ainda nesta semana pelos cientistas, o alerta ocorre em meio ao avanço de cepas da gripe aviária, que apenas circulavam em aves, mas que têm se disseminado entre mamíferos, como em gados nos Estados Unidos. Ainda segundo o pré-relatório da Vaccelerate, nos casos esporádicos relatados em humanos, a variante da influenza pode ter letalidade acima de 50%.

A Vaccelerate é uma rede de investigação clínica para a coordenação e condução de ensaios de vacinas contra a COVID-19. A rede é composta por instituições académicas de toda a Europa. O consórcio é liderado pelo Hospital Universitário de Colónia, na Alemanha, e inclui atualmente 31 parceiros nacionais em 18 Estados-membros da União Europeia e cinco países associados ao programa de investigação Horizonte 2020 da UE.

Saiba mais sobre a influenza

Segundo o Ministério da Saúde, a gripe causada pelo vírus influenza é uma infecção aguda do sistema respiratório, com grande potencial de transmissão. Existem quatro tipos de vírus influenza/gripe atualmente: A, B, C e D. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias.

  • Tipo A – são encontrados em várias espécies de animais, além dos seres humanos, como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves. As aves migratórias desempenham importante papel na disseminação natural da doença entre distintos pontos do globo terrestre. Eles são ainda classificados em subtipos de acordo com as combinações de 2 proteínas diferentes, a Hemaglutinina (HA ou H) e a Neuraminidase (NA ou N). Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente os subtipos A(H1N1)pdm09 e A(H3N2) circulam de maneira sazonal e infectam humanos. Alguns vírus influenza A de origem animal também podem infectar humanos causando doença grave, como os vírus A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e outros.
  • Tipo B – infectam exclusivamente os seres humanos. Os vírus circulantes B podem ser divididos em 2 principais grupos (as linhagens), denominados linhagens B/ Yamagata e B/ Victoria. Os vírus da gripe B não são classificados em subtipos.
  • Tipo C – infectam humanos e suínos. É detectado com muito menos frequência e geralmente causa infecções leves, apresentando implicações menos significativa a saúde pública, não estando relacionado com epidemias. Em 2011 um novo tipo de vírus da gripe foi identificado. O vírus influenza D, o qual foi isolado nos Estados Unidos da América (EUA) em suínos e bovinos e não são conhecidos por infectar ou causar a doença em humanos.

 

FONTE O TEMPO

Sensitiva prevê nova pandemia para esse ano: ‘Não deveria ter Carnaval’

Lene Sensitiva alerta para nova pandemia em 2024 e que tudo começará durante o período de Carnaval

No final do ano passado, a médium Lene Sensitiva participou do programa de rádio Estação Band FM, para fazer algumas previsões sobre 2024. A espiritualista alertou que o mundo passará por uma nova pandemia em breve.

”Olha, pra 2024 a gente vai ter que lidar com uma nova pandemia. E a porta de entrada dela é o Carnaval”, afirmou ela. ”Mas porta de entrada por que alguém vai trazer de fora de novo?”, pergunta um dos apresentadores.

”Exatamente”, confirmou. ”Desde 2022 eu venho falando: ‘Olha vai melhorar um pouco’. 2023 dá uma melhorada pra gente respirar, preparando-se para 2024. O certo seria não ter Carnaval. O certo seria isso”.

FONTE TERRA

Sem turistas na pandemia, macacos têm comportamento inédito na Tailândia

Durante a pandemia de Covid-19, macacos na Ilha de Koh Ped, Tailândia, desenvolveram a habilidade de usar ferramentas de pedra

Um grupo de macacos-rhesus (Macaca fascicularis fascicularis) da Ilha de Koh Ped, no Golfo da Tailândia, foi flagrado realizando uma atividade inédita para essa espécie: utilizar ferramentas de pedra para abrir ostras-rocha (Saccostrea forskali).

Durante mais de 10 anos, esses macacos foram observados, mas somente durante a pandemia global de Covid-19, em julho de 2022, foi registrado o uso de ferramentas de pedra por esses primatas. Os pesquisadores acreditam que esses eventos estão diretamente relacionados ao impacto da pandemia.

A ilha, conhecida como um ponto turístico, era frequentemente visitada por turistas que alimentavam os macacos durante suas estadias. Contudo, com as restrições de viagem impostas pela pandemia, nenhum turista teve acesso à ilha, forçando os macacos a buscar novas estratégias para compensar a falta de alimento proveniente dos humanos.

Essa observação, publicada no American Journal of Primatology, marca a sexta ocorrência de primatas selvagens utilizando ferramentas de pedra para forragear alimentos. Apenas uma outra espécie de macaco, o macaco-rhesus-de-cauda-longa-birmanês (Macaca fascicularis aurea), faz parte desse seleto grupo.

Uso de ferramentas pelos macacos tailandeses

  • Em março de 2023, a equipe de pesquisadores notou os macacos arremessando pedras, comportamento conhecido como precursor do uso de pedras para acessar alimentos, denominado pela equipe como “martelar-como-machado”.
  • Durante as observações, 17 adultos e subadultos foram vistos utilizando as ferramentas de pedra, sendo que 15 deles eram machos.
  • Além disso, os pesquisadores observaram que os macacos tendiam a agir de forma solitária ao realizar esse comportamento.
  • Com o relaxamento das restrições de viagem e a retomada do turismo, a equipe acredita que o uso das ferramentas pode diminuir à medida que mais alimentos se tornam disponíveis para os macacos.
  • Esse fenômeno evidencia como a interação humana, ou a sua ausência, pode influenciar significativamente o comportamento e as habilidades adaptativas de outras espécies no reino animal.

FONTE OLHAR DIGITAL

Anvisa discute fim das medidas emergenciais adotadas na pandemia

Diferente da Anvisa, a OMS já declarou o fim do estado de emergência internacional

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) começa a avaliar nesta quarta-feira, 11 de outubro, se revoga mais medidas adotadas durante a pandemia de Covid-19. A projeção é que a decisão final seja anunciada amanhã.

  • Entre os temas discutidos está uma possível consulta pública sobre vacinas “pré-pandêmicas”.
  • A adoção de novos imunizantes como prevenção para novas crises no futuro.
  • A manutenção do regime de emergência de saúde também será pauta nas reuniões.

Vale destacar que, diferente da Anvisa, a OMS (Organização Mundial da Saúde) já declarou o fim do estado de emergência internacional.

Algumas normas já foram encerradas (pelo menos 26), entre elas está o fim da exportação de remédios como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina (todos sem eficácia comprovada para o tratamento da doença).

Entre as medidas aprovadas pela Anvisa durante a pandemia estavam o uso de testes rápidos e máscaras; mais rapidez nas análises de pedidos de ventiladores pulmonares e ampliação na capacidade de laboratórios de diagnosticar Covid-19.

Vacina combinada contra Covid-19 e gripe

Uma novidade sobre imunizantes pode vir da Moderna. A farmacêutica norte-americana está desenvolvendo uma nova vacina que age simultaneamente contra a Covid-19 e a gripe (influenza). Segundo a empresa, os resultados nos testes em humanos foram promissores.

  • A vacina conta com a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA).
  • Nas fases 1 e 2 dos estudos clínicos, os pesquisadores descobriram que o imunizante induz uma forte resposta imunológica em pessoas com mais de 50 anos.
  • A ideia é ter essa faixa etária como o público-alvo da vacina após confirmada a sua segurança e eficácia.

A terceira e última fase dos estudos clínicos da Moderna será realizada ainda em 2023. Se não houver nenhum percalço, as primeiras vacinas combinadas contra a gripe e a Covid-19 devem ser liberadas para uso público em 2025.

FONTE OLHAR DIGITAL

Anvisa discute fim das medidas emergenciais adotadas na pandemia

Diferente da Anvisa, a OMS já declarou o fim do estado de emergência internacional

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) começa a avaliar nesta quarta-feira, 11 de outubro, se revoga mais medidas adotadas durante a pandemia de Covid-19. A projeção é que a decisão final seja anunciada amanhã.

  • Entre os temas discutidos está uma possível consulta pública sobre vacinas “pré-pandêmicas”.
  • A adoção de novos imunizantes como prevenção para novas crises no futuro.
  • A manutenção do regime de emergência de saúde também será pauta nas reuniões.

Vale destacar que, diferente da Anvisa, a OMS (Organização Mundial da Saúde) já declarou o fim do estado de emergência internacional.

Algumas normas já foram encerradas (pelo menos 26), entre elas está o fim da exportação de remédios como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina (todos sem eficácia comprovada para o tratamento da doença).

Entre as medidas aprovadas pela Anvisa durante a pandemia estavam o uso de testes rápidos e máscaras; mais rapidez nas análises de pedidos de ventiladores pulmonares e ampliação na capacidade de laboratórios de diagnosticar Covid-19.

Vacina combinada contra Covid-19 e gripe

Uma novidade sobre imunizantes pode vir da Moderna. A farmacêutica norte-americana está desenvolvendo uma nova vacina que age simultaneamente contra a Covid-19 e a gripe (influenza). Segundo a empresa, os resultados nos testes em humanos foram promissores.

  • A vacina conta com a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA).
  • Nas fases 1 e 2 dos estudos clínicos, os pesquisadores descobriram que o imunizante induz uma forte resposta imunológica em pessoas com mais de 50 anos.
  • A ideia é ter essa faixa etária como o público-alvo da vacina após confirmada a sua segurança e eficácia.

A terceira e última fase dos estudos clínicos da Moderna será realizada ainda em 2023. Se não houver nenhum percalço, as primeiras vacinas combinadas contra a gripe e a Covid-19 devem ser liberadas para uso público em 2025.

FONTE OLHAR DIGITAL

OMS suspende alerta máximo pela pandemia de COVID-19

Pandemia já não é mais uma emergência sanitária de alcance internacional”, disse o diretor-geral

A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu nesta sexta-feira (5) o nível máximo de alerta sobre a pandemia de covid-19, que deixou “pelo menos 20 milhões” de mortos no mundo, ao considerar que a doença está suficientemente controlada.

“Com grande esperança declaro que a covid-19 já não é mais uma emergência sanitária de alcance internacional”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Ele calcula que a pandemia deixou “pelo menos 20 milhões” de mortos, quase três vezes mais do que o balanço oficial de sua organização.

Em 3 de maio, o quadro de indicadores da OMS mostrava poco menos de sete milhões de mortes registradas oficialmente.

Os especialistas ouvidos pelo diretor-geral consideraram “que é o momento de passar para uma gestão a longo prazo da pandemia de covid-19”, apesar das incertezas que subsistem sobre a evolução do vírus.

O nível máximo de alerta da organização foi declarado em 30 de janeiro de 2020, poucas semanas após a detecção na China dos primeiros casos da doença viral respiratória contra a qual não havia tratamento específico na época.

Enfermeira checa intubação de paciente no Chile, em imagem registrada em 2021(foto: GUILLERMO SALGADO / AFP)

FONTE ESTADO DE MINAS

INSS volta a exigir realização da prova de vida de aposentados

Desde domingo (1), a prova de vida feita por aposentados, pensionistas e outros beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), voltou a ser obrigatória. A comprovação estava suspensa desde o início da pandemia.

Pessoas com idade avançada ou dificuldade de locomoção não precisam, obrigatoriamente, comparecer a uma das agências do INSS para a realização do procedimento. É possível fazer a comprovação por meio de registro de vacinação, consulta no SUS e transferência de veículos.

Ou seja, documentos já cadastrados em órgãos públicos que atestam a movimentação e participação social recente do indivíduo poderão ser utilizados como prova de vida. 

Para falar sobre esse tema sobre os direitos e deveres dos segurados do INSS, tenho como especialista o advogado previdenciário Átila Abella, co-fundador do Previdenciarista.

Após COVID-19, mundo se prepara para próxima pandemia

Os países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciaram as negociações internacionais para combater futuras pandemias

Há três anos foi identificado o primeiro caso de COVID-19 na China, início de uma doença que se espalhou por todo mundo e que agora deve servir de lição para a próxima pandemia, segundo especialistas.

“Não estamos nos movendo o suficiente para estarmos prontos”, disse à AFP William Rodriguez, diretor da Find, uma fundação supervisionada pela ONU, cujo objetivo é melhorar o acesso a testes de diagnóstico ao redor do mundo.

Os exames, principalmente os que podem ser feitos em casa, são essenciais para impedir a propagação de uma doença. Outros dispositivos são a identificação de vírus, ou de bactérias, que podem provocar a próxima pandemia, a descoberta de vacinas, ou tratamentos de emergência, ou a produção e a distribuição desses produtos.

Os países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciaram as negociações internacionais para combater futuras pandemias. Já o Banco Mundial criou um fundo específico, alimentado pelos países do G20 (da ordem de US$ 1,6 bilhão até o momento).

Algumas mutações

As iniciativas também são privadas. Na Austrália, o magnata Geoffrey Cumming destinou US$ 170 milhões para financiar um centro de pesquisas dirigido pela infectologista Sharon Lewin.


Essa equipe se concentrará no desenvolvimento de tecnologias que possam servir de base para tratamentos rapidamente adaptáveis contra novos patógenos.

O modelo são as vacinas de RNA mensageiro que foram desenvolvidas contra a covid. O centro australiano deve estar pronto em cerca de seis meses, disse Sharon Lewin à AFP.

O objetivo é saber como responder com urgência a um patógeno desconhecido, mas a antecipação também envolve a identificação de riscos conhecidos.

A OMS trabalha na atualização de sua lista de micróbios sob vigilância. Além da gripe, estão sob atenção os coronavírus em geral e os vírus do Ebola e da Zika, altamente perigosos.

“Apenas algumas mutações de cada um desses vírus” são suficientes para multiplicar sua propagação, alerta a epidemiologista Jennifer Nuzzo, da Brown University, nos Estados Unidos.

Outros patógenos sob estreita vigilância são os arenavírus, ou paramixovírus, aos quais pertencem o sarampo e a caxumba, ou o vírus de Marburg.

Várias crises

Especialistas e ativistas temem, acima de tudo, a falta de vontade política, como no caso de financiamento.

A organização CEPI, cofundada por vários países e pela Fundação Bill e Melinda Gates para enfrentar epidemias, busca US$ 800 milhões para preparar um plano de resposta em cinco anos.

Também existe a espinhosa questão do acesso às vacinas, a começar pelos países mais pobres.

“Para mim, a tragédia da covid foi a distribuição desigual das vacinas, mesmo quando já eram acessíveis”, diz Nuzzo.

Os especialistas concordam: se não houver acesso rápido e barato a vacinas na América Latina, na África, ou na Ásia, a próxima crise não terá uma resposta adequada.

As discussões sobre patentes dentro da OMS são, no entanto, “extremamente preocupantes”, afirma Mohga Kamal-Yanni, representante da ONG People’s Vaccine Alliance.

FONTE ESTADO DE MINAS

‘Tenho saudade de sentir o sol’: as pessoas que seguem em lockdown desde o início da pandemia de covid

Rafael A.* lembra das três últimas vezes que saiu de casa como se fosse hoje

“Eu passeei com o cachorro na quadra do meu condomínio, fui tirar cópias de documentos numa lojinha e tive que ir até um shopping center”, conta.

Esses episódios aconteceram em março de 2020. Desde então, ele nunca mais deixou o apartamento de 45 metros quadrados em que mora na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Para Rafael, a necessidade de ficar em lockdown por causa da pandemia de covid-19 fez com que a própria casa se transformasse numa prisão, da qual ele não consegue sair até hoje, pelo medo de se infectar com o coronavírus e desenvolver as formas mais graves da doença.

“Eu tenho muita saudade de sentir o sol, de passar no supermercado, de ir ao shopping…”, diz.

Como provas vivas desse período, ele guarda várias garrafas de álcool que comprou para higienizar os alimentos ou os objetos — e mantém uma bolsa onde acumula a maioria dos fios de cabelo que começaram a cair da cabeça com muita frequência durante este período.

Ao procurar a BBC News Brasil para contar sua história, Rafael esperava fazer uma espécie de desabafo, além de ajudar outros indivíduos espalhados pelo mundo, que estão em situações parecidas.

“Quantas pessoas podem estar presas em casa nesse momento, se sentem sozinhas e não têm o apoio necessário para sair desta?”, questiona.

Mudança de hábitos

Aos 38 anos, Rafael relata que já fazia acompanhamento psicológico muito tempo antes de a pandemia estourar — e conseguia sair de casa normalmente.

Outras crises sanitárias recentes — como a gripe H1N1 em 2009 e o zika em 2015 — não chegaram a impactar tanto a rotina ou a mudar hábitos dele.

Garrafas de álcool vazias
Legenda da foto,As garrafas de álcool que Rafael guarda como um ‘documento’ do tempo de isolamento

Rafael trabalha como freelancerdá assistência e suporte a um indivíduo com autismo, a quem ajuda em questões burocráticas e nos afazeres do dia a dia. Com a pandemia, todas as tarefas passaram a ser feitas por meio remoto, com trocas de mensagens e ligações.

Aliás, com a necessidade de lockdown a partir do espalhamento do vírus, o próprio indivíduo com autismo passou a ajudar bastante o próprio Rafael, ao dar suporte emocional e auxiliá-lo com tarefas básicas, como na entrega de algumas compras de supermercado.

Antes do espalhamento da covid, Rafael dividia o apartamento com a mãe e dois sobrinhos.

Porém, o agravamento da pandemia, a necessidade de ficar em casa e as exigências de redobrar os cuidados com a higiene geraram alguns conflitos entre eles, o que fez os outros três familiares eventualmente mudarem de endereço ainda em 2020.

No período, Rafael desenvolveu todo um sistema para adaptar o dia a dia. No hall de entrada do apartamento, que dá acesso à sala, ele colocou um pequeno baú que delimita até onde entregadores e familiares podem entrar.

Ao lado do baú, ele instalou uma mesa. É ali que as encomendas do mercado e da farmácia são deixadas. No local, também ficam os sacos de lixo reciclável que se acumulam e só são descartados quando algum conhecido passa pelo local.

No momento dessas visitas, porém, Rafael nunca fica no mesmo ambiente. Ao saber que alguém está chegando, ele deixa a porta de entrada aberta e se tranca no quarto até a pessoa ir embora.

No início, a preocupação com a higiene era tão grande que ele até pedia refeições por aplicativos de entrega, mas, com medo do coronavírus, colocava a comida no forno novamente.

“Várias vezes comi lanches e batatas fritas queimadas porque deixava a temperatura muito alta ou por tempo demais”, relata.

“Hoje, já melhorei um pouquinho e não sinto mais necessidade de chegar nesse ponto”, complementa.

Passagens marcantes

Ao longo desses dois anos e meio de pandemia, alguns episódios reforçaram ainda mais os temores de Rafael.

Um dos principais foi a morte por covid-19 do humorista Paulo Gustavo, em maio de 2021.

“Eu sempre fui muito fã do trabalho dele e pensei: ‘Se um cara rico desses morreu, imagina o que pode acontecer comigo, que não tenho dinheiro?'”, se recorda.

Outro momento decisivo teve a ver com a vacinação contra a covid-19.

Quando as doses estavam disponíveis para a faixa etária dele, Rafael passou por um verdadeiro dilema: por um lado, ele sabia que os imunizantes garantiriam uma melhor proteção contra o coronavírus; por outro, não se sentia nada confortável em sair de casa, se expor e ir até um posto de saúde.

Teve início, então, uma verdadeira epopeia, em que tanto Rafael quanto colegas e familiares tentaram convencer algum profissional de saúde a ir até o apartamento e aplicar a vacina lá mesmo.

Depois de muita procura, em dezembro de 2021, duas enfermeiras de uma clínica de saúde da família do bairro finalmente foram até a moradia de Rafael, que as recebeu vestido com uma roupa especial, daquelas usadas por cientistas em situações emergenciais e com alto risco de contágio.

Profissional de saúde vacinando Rafael
Legenda da foto,Rafael recebe uma das doses da vacina contra a covid-19, equipado com uma roupa especial

O processo se repetiu algumas semanas depois, em janeiro de 2022, quando ele precisava tomar a segunda dose.

“Fiquei com medo de ter alguma reação e precisar ir a um hospital, mas felizmente não senti nada”, conta.

E é justamente pelo medo de eventos adversos — somado à dificuldade de convencer a equipe de algum posto de saúde a ir até o apartamento — que Rafael ainda não tomou a terceira dose do imunizante que protege contra a covid.

Qual o limite?

Rafael sente-se agoniado ao ver que as pessoas estão retomando a vida e abandonando todas as restrições que marcaram os últimos dois anos, como o uso de máscara, a higiene das mãos e o distanciamento físico.

“A pandemia não acabou”, constata.

“No carnaval, eu via de longe, pela janela do apartamento, as pessoas festejando, todas muito alegres. Não consigo entender”, admite.

Questionado em que situação ele acha que fará sentido sair de casa e retomar a rotina, Rafael diz que checa as notícias e os gráficos sobre as mortes por covid registradas no Brasil todos os dias.

“Para mim, o número ideal seria zero. Mas acho que talvez me sinta um pouco mais confortável para sair quando ver entre cinco e dez mortes por covid”, estima.

Além do acompanhamento psicológico semanal, ele conta que também chegou a fazer consultas com o psiquiatra, que recomendou o uso de remédios para aplacar a ansiedade.

Mas o medo de sofrer algum efeito colateral — e precisar ir ao pronto-socorro — fez com que ele desistisse da ideia de iniciar um tratamento medicamentoso.

Paulo Gustavo
Legenda da foto,Morte do humorista Paulo Gustavo por covid reforçou alguns dos temores de Rafael

Mais comum do que se imagina

Apesar de chamar a atenção, a história de Rafael se repete, em maior ou menor grau, com outras pessoas, segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Embora não exista uma estatística oficial de quantos sentem dificuldade de sair de casa e retomar a rotina num “novo normal”, o psiquiatra Rodolfo Furlan Damiano, que não lida diretamente com Rafael, admite que “essas narrativas aparecem no dia a dia do consultório”.

“São casos muito individuais, ligados a um aumento da prevalência de transtornos mentais ao longo dos últimos anos”, contextualiza o médico, que faz doutorado no Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Damiano explica que, nos primeiros meses da pandemia, houve até uma diminuição de quadros como ansiedade e depressão. “Quando a gente está diante de um grande problema coletivo, a tendência inicial é esquecermos das demais dificuldades da vida e focarmos só naquilo. Isso de certa maneira agrega e gera uma sensação de pertencimento.”

“Só que, conforme a pandemia vai passando, acontece outro fenômeno. Nós resgatamos as dificuldades anteriores, que ficaram dormentes, e adicionamos todos os dilemas extras relacionados àquele momento”, acrescenta.

E, para indivíduos que já têm algum tipo de vulnerabilidade, isso tudo representa uma carga emocional muito alta, explica Damiano. “Algumas pessoas podem enfrentar uma dificuldade de adaptar-se novamente e desenvolvem quadros como ansiedade, depressão ou fobias”, conclui.

Nécessaire cheia de fios de cabelo
Legenda da foto,Rafael guarda numa nécessaire os cabelos que caem de sua cabeça desde o início do lockdown

‘Maior confinamento da história’

O professor Paul Crawford, do Instituto de Saúde Mental da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, que também não tem nenhum contato com Rafael, concorda que o confinamento prolongado e o isolamento social têm diversos efeitos deletérios no bem-estar — mas existem antídotos que ajudam lidar com essa condição.

Ainda em 2020, ele escreveu um livro chamado Cabin Fever: Surviving Lockdown in the Coronavirus Pandemic (Febre da Cabana: Sobrevivendo ao Lockdown na Pandemia de Coronavírus, em tradução livre), em que explorou esse tópico em detalhes.

Na obra, ele descreve os momentos que vivemos nos últimos dois anos e meio como “o maior confinamento da história”.

“Para alguns, ficar em casa foi bem-vindo e deu uma oportunidade para aprofundar relacionamentos com pessoas próximas, como parceiros e filhos. Para outros, a falta de contato físico e a comunicação digital sem fim tiveram um impacto emocional muito negativo”, compara.

Ao lembrar de situações e episódios em que as pessoas também ficam isoladas — como em prisões, sequestros, viagens ao redor do mundo ou voos espaciais —, Crawford cita algumas estratégias que podem funcionar e fazem bem à mente.

“Nesses contextos, ter uma estrutura, estabelecer metas e criar propósitos para cada dia são fatores cruciais”, diz à BBC News Brasil.

“Também é importante ter acesso a áreas verdes, aceitar psicologicamente o ‘novo normal’, ajustar as necessidades à realidade, se conectar com outras pessoas, mesmo que nos meios digitais, perceber a própria casa como um santuário — e não como uma prisão —, prestar atenção à saúde, principalmente à alimentação e à prática de exercício físico, e se engajar em atividades criativas e artísticas”, completa.

Sobre o alívio das restrições e o retorno às ruas, Crawford compreende a dificuldade que alguns podem sentir.

“Muitos permanecerão tensos com a possibilidade de ter contato com o vírus, seja por alguma vulnerabilidade de saúde ou pela morte traumática de conhecidos, amigos ou familiares”, descreve.

“Outros, por sua vez, transformaram o lar num santuário tão confortável e duradouro que, talvez, prefiram continuar a viver ali dentro.”

O pesquisador acredita que a “ainda não está estabelecida uma linha clara de quando um comportamento desses, baseado num lockdown voluntário, é compreensível ou patológico”.

“O que a pandemia e ‘o maior confinamento da história’ fizeram foi intensificar e tornar mais palpáveis as maneiras pelas quais o isolamento social pode levar ao declínio mental e à calamidade, e como o sofrimento e os desafios mentais geralmente levam as pessoas a se isolarem ou a se esconderem socialmente”, conclui o especialista.

Não é coisa da sua cabeça

Para Damiano, diante de uma dificuldade de retomar a rotina, o limiar entre saúde e doença é definido pela perda de liberdade.

“Quando a pessoa não consegue mais tomar as próprias decisões e o contexto em que ela vive é fonte de sofrimento e aflição, chegou a hora de buscar um profissional de saúde”, indica.

A consulta com o psiquiatra e com o psicólogo é essencial para diagnosticar o transtorno, investigar as origens do problema e, claro, iniciar o tratamento mais efetivo.

Em alguns casos, a psicoterapia dá conta do recado. O método envolve sessões estruturadas de conversas com um especialista, que vai analisar os comportamentos, as emoções e os pensamentos para modificar aquilo que foge do ideal.

Em outros, a medicação também é primordial para complementar esse processo e estabilizar o quadro.

Mulher fazendo terapia
Legenda da foto,Procurar um especialista em saúde mental é um dos primeiros passos para se livrar dos transtornos que causam aflição

Damiano reforça que, assim como acontece com qualquer outra doença, os transtornos mentais precisam ser tratados com respeito — ter depressão ou ansiedade não é “só coisa da cabeça” ou “algo que passa com força de vontade”, como alguns insistem em dizer de forma absolutamente equivocada.

“São problemas que qualquer um pode ter, e é importante que as pessoas busquem ajuda quando sentirem necessidade”, pontua.

Entre medos e adaptações, Rafael segue tocando a vida, com a esperança de um dia voltar a sentir o sol.

“Eu não sou louco. Não rasgo dinheiro. Não faço mal às pessoas. Sei conversar direito”, afirma.

“Mas minha situação sempre me faz pensar nas outras pessoas que podem estar numa situação parecida, ou nos portadores de ansiedade, bipolaridade ou esquizofrenia, que podem não ter apoio de ninguém”, finaliza.

FONTE BBC.COM

Gripe espanhola: 5 hábitos de saúde que mudaram após pandemia que arrasou o mundo em 1918

Foi um evento tão traumático que durante meio século ninguém quis se lembrar dele.

A pandemia de gripe que ocorreu entre 1918 e 1919 foi a maior que o mundo sofreu em todo o século 20 e uma das piores registradas na história da humanidade.

Conhecida como “gripe espanhola”, esta doença causou cerca de 25 milhões de mortes — mas o número real, segundo algumas estimativas, pode se de 40 a 50 milhões.

“Só nos Estados Unidos, 675 mil pessoas morreram, ou até mais. Foi uma perda enorme, mas você não pode separá-la do fato de que ela aconteceu ao mesmo tempo que a Primeira Guerra Mundial. Esses dois eventos estavam completamente ligados”, disse. diz o historiador Kenneth Davis, autor do livro More Deadly Than War (“Mais mortal que a guerra”, em tradução livre), à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).

Ele diz que enquanto a guerra terminou em novembro de 1918, a gripe continuou a matar e causou mais mortes em todo o mundo do que o próprio conflito.

“A vida parou completamente nos Estados Unidos e em muitos outros lugares ao redor do mundo. As pessoas não podiam ir à igreja ou se movimentar livremente, tinham que usar máscaras, etc. Todas as coisas que associamos hoje à atual pandemia aconteceu em 1918, embora em escala diferente porque o país era muito menos urbanizado na época.”

A sociedade reagiu, então, com um desejo tremendo de “voltar à normalidade”, ideia que foi o slogan de campanha de Warren Harding, que venceu as eleições presidenciais nos EUA em 1920.

“As pessoas queriam esquecer a guerra, a pandemia e suas terríveis perdas, mas também queriam se divertir”, diz Davis, que vê uma ligação clara entre esses traumas e o surgimento dos míticos “20 anos”, época associada ao jazz e à agitada vida noturna.

Pandemia e guerra provocaram uma mudança nas mulheres e na forma como a sociedade as percebia, pois para lidar com esses acontecimentos elas agora participavam de atividades produtivas, trabalhando em fábricas, escritórios e hospitais. “Não é por acaso que foi nessa época que a emenda que deu direito ao voto às mulheres foi aprovada nos Estados Unidos”, diz o historiador.

Mulheres que trabalham como maqueiras para a Cruz Vermelha
A participação das mulheres na vida profissional aumentou durante a guerra e a pandemia

No caso dos EUA, esse duplo trauma trouxe consigo outras mudanças polêmicas: o crescimento de adeptos do isolacionismo perante o mundo e o ressurgimento da Ku Klux Klan.

“As pessoas achavam que as ideias perigosas, assim como a pandemia, vinham do exterior, por isso muitos queriam fechar o país. Na verdade, havia pessoas que acreditavam que os alemães causaram a pandemia como uma tática de guerra. Essa atitude se refletiu posteriormente em uma dura reforma imigratória que restringiu a imigração europeia. Eles viam os imigrantes como perigosos, sujos e doentes “, diz Davis.

Quanto à Ku Klux Klan, ele explica que sua ascensão se deveu ao medo da população de que os soldados afro-americanos que foram lutar na guerra na Europa voltassem ao país exigindo mais direitos.

“O crescimento da Ku Klux Klan também foi impulsionado pela rejeição de estrangeiros e imigrantes, pois havia um forte movimento nativista no país que refletia a tendência isolacionista”, acrescenta.

Mas quais foram as principais mudanças de saúde que a pandemia de 1918 trouxe na vida das pessoas? Confira cinco hábitos de saúde que mudaram desde então.

1. O uso de copos descartáveis

Antes da pandemia de gripe de 1918, era comum que prédios públicos nos EUA e estações de trem tivessem uma espécie de copo de metal conhecido como “concha de lata” que era usado para servir e beber água. Era o mesmo copo para todos, então dezenas ou centenas de pessoas o usavam todos os dias.

Recomendações das autoridades de saúde americanas durante a pandemia de gripe de 1918
Recomendações das autoridades de saúde americanas durante a pandemia de gripe de 1918

Esse hábito anti-higiênico só foi erradicado com a chegada da pandemia quando esses copos de metal foram substituídos pelos copos descartáveis ​​Dixie, que se tornaram onipresentes desde então.

Embora tenham sido criados em 1907 e promovidos como forma de proteger a saúde contra germes sob o nome de Health Kup, esses copos descartáveis não conquistaram os consumidores.

Com a pandemia eles foram renomeados como Dixie e promovidos agressivamente em propagandas como medida necessária para proteção contra a doença. Desde então, tornaram-se um sucesso que seria exportado para todo o mundo.

2. Cobrir a boca ao tossir e espirrar

O hábito de cobrir a boca ou o nariz com lenço ao tossir e/ou espirrar foi outro hábito de saúde que se generalizou durante a pandemia de influenza.

Cartaz
Cartazes assim faziam parte da campanha de informação que tentou controlar a pandemia

“Tosses e espirros espalham doenças” era um dos slogans adotado pelas autoridades de saúde dos EUA durante a pandemia.

A mensagem foi impressa em cartazes alertando que tosses e espirros eram “tão perigosos quanto uma bomba envenenada”.

3. Evitar cuspir em locais públicos

Até a chegada da pandemia de gripe de 1918, cuspir em locais públicos era visto como um hábito socialmente aceitável.

Campanhas contra cuspir em locais públicos.
Desde o final do século 19, são feitas campanhas contra cuspir em locais públicos, mas foi com a pandemia que esse hábito começou a ser mal visto socialmente

Embora por algumas décadas, graças às campanhas contra a tuberculose, houvesse movimentos a favor de proibir essa prática e mesmo em algumas cidades tenham sido aprovadas sanções, não foi possível erradicá-la.

“Você era multado em US$ 1 se cuspisse no metrô de Nova York e tinha que comparecer a um tribunal. Em todo o país, especialmente em lugares como Filadélfia, onde a pandemia havia sido forte, havia cartazes em todos os lugares alertando que cuspir mata”, diz Kenneth Davis.

O historiador lembra que naquela época muitas pessoas tinham o hábito de mascar tabaco, por isso costumavam cuspir com frequência, mas que após a pandemia muitas pessoas se conscientizaram de que cuspir em público não era recomendado nem aceitável do ponto de vista da saúde.

4. Ventilar os espaços

Embora em 1918 os médicos começassem a entender que havia certas doenças que eram transmitidas pelo ar, Davis explica que ainda havia alguma confusão sobre como isso acontecia.

Cartaz em um transporte público de 1918 a 1919 que recomenda abrir as janelas para evitar doenças
A ideia de manter as janelas abertas para evitar o contágio ganhou bastante força durante a pandemia

“Se você estivesse em um bonde em uma cidade como Filadélfia ou Nova York e estivesse frio, não ia querer abrir as janelas e, além disso, havia alguns médicos que recomendavam mantê-las fechadas porque temiam que os vírus se espalhavam pelo ar [circulando]. E realmente era assim que acontecia, mas por causa da respiração próxima dos outros, e não por causa do vento”, diz Davis.

“A questão de manter as janelas abertas ou fechadas foi um tema controverso de debate entre os médicos. Com o tempo, foi entendido que o ar fresco e a luz do sol eram realmente bons para os pacientes, mas por muito tempo a prática era fechar as janelas. Quando havia um pessoa doente, ela ficava trancada em um quarto, coberta com cobertores e muitas vezes acabava desidratada por causa da febre. Às vezes, a cura era pior do que a doença”, diz.

Mas em 1918 e 1919, a ideia de manter as janelas abertas para evitar o contágio ganhou grande força. “Mantenha as janelas do seu quarto abertas! Evite gripe, pneumonia e tuberculose”, diziam cartazes que foram colocados nos transportes públicos.

5. Um aquecedor sob a janela

A prática de abrir as janelas para manter os quartos arejados levou a outra prática que transformou o design da casa americana: colocar um aquecedor de aço sob as janelas.

Ilustração da década de 1920 mostrando o aquecedor sob a janela
Após a pandemia, a ideia de colocar o aquecedor embaixo da janela ficou muito popular

Como as autoridades sanitárias recomendavam manter as janelas abertas mesmo nos dias mais frios do inverno, os engenheiros buscaram formas de manter os cômodos aquecidos mesmo nessas circunstâncias. O resultado foi colocar o radiador naquele local. Uma prática que continua até hoje.

“O aquecedor foi colocado sob a janela porque eles pensavam que seria a maneira mais eficaz de aquecer o ar frio que entra pela janela”, diz Davis.

Um último hábito de saúde que surgiu durante a pandemia de gripe foi o uso de máscaras, embora isso não tenha continuado ao longo do tempo.

O historiador aponta que elas eram um pouco “primitivas” em comparação com as de hoje. Esperava-se que as pessoas as usassem em casa com camadas de gaze ou pano e as lavassem após o uso antes de colocá-las novamente.

“Claramente elas não eram tão eficazes quanto uma N95 e poucas pessoas se preocupavam em fazê-las e lavá-las adequadamente”, diz Davis.

Em 1918, as máscaras eram mais rudimentares
Em 1918, as máscaras eram mais rudimentares

No entanto, houve casos de muito sucesso, como em São Francisco, onde as autoridades aplicaram regulamentações rígidas sobre o uso de máscaras e conseguiram manter um baixo índice de infecções e mortes.

“Depois eles relaxaram a regra e tiveram um grande aumento nas mortes porque as pessoas não queriam colocar suas máscaras de volta depois de pararem de usá-las. Elas se recusaram usando muitos dos mesmos argumentos que ouvimos agora. Ficou muito claro que as máscaras eram muito eficazes em locais onde seu uso era necessário”, diz ele.

Embora esses hábitos de saúde pública tenham sido incorporados ao cotidiano a partir do aprendizado obtido durante a pandemia de 1918, Davis ressalta que o trauma causado por ela foi tão grande que, pelo menos nos EUA, esse episódio foi ignorado por décadas e que só meio século depois é que a comunidade científica quis revisitar o assunto.

“A sociedade americana passou por algo terrível que não queria repetir, mas também não queria pensar nisso, e acho que é por isso que essa pandemia foi esquecida há muito tempo”. diz Davis.

“Enquanto escrevia meu livro, conheci muitas famílias que me disseram que sabiam que sua avó havia morrido de gripe, mas que ninguém sabia muito sobre isso porque era algo que não se falava. perigoso segredo de família que você queria esconder. E foi assim que a gripe espanhola foi tratada por quase meio século”, conclui.

FONTE YAHOO NOTICIAS

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.