Fé, devoção e história: uma das mais antigas capelas de MG é restaurada e resgata sua imponência

Fé, emoção e alívio em Catas Altas da Noruega, na Região Central de Minas Gerais, a 132 quilômetros de Belo Horizonte. Na comunidade rural de Jequitibá, moradores celebraram, ontem, a reabertura da centenária Capela Nossa Senhora dos Remédios. Houve reinado, apresentação das guardas de congado, missa, procissão e as tradicionais barraquinhas, levando muita gente à festa que ocorre há 270 anos e é uma das mais antigas do estado.

O templo católico vinculado à Paróquia São Gonçalo do Amarante e distante seis quilômetros da sede do município foi restaurado nos últimos dois anos, ganhando mais destaque a fachada, o altar-mor e um anjo de madeira que coroa a padroeira. Segundo os organizadores da festividade, a capela tem origem numa ermida, de 1752, construída por frei Francisco Vieira, da Ordem dos Trinitários, em honra à Santíssima Trindade e a Nossa Senhora dos Remédios. 

A festa começou no dia 7 com extensa programação religiosa e cultural, e terminou ontem, com a missa celebrada pelo titular da Paróquia São Gonçalo do Amarante, padre João Luiz da Silva. “Foi uma festa bonita, e, melhor do que isso, a capela foi recuperada, pois estava bem degradada”, informou Giovane Neiva, da pastoral da comunicação da paróquia. Os recursos para a obra, que durou dois anos, são da própria paróquia (dízimo, doações e barraquinhas), com parte da prefeitura local.

Comunidade rural de Jequitibá festejou ontem o templo centenário reaberto, com direito a reinado, missa, procissão e as tradicionais barraquinhas(foto: GIOVANE NEIVA/PASTORAL DA COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO)

HISTÓRIA 

A capela tombada pelo município foi consagrada em 1767 e fica no alto de um morro, onde há um cruzeiro de madeira – o local recebia muitos fiéis da região, especialmente em época de epidemias e calamidades. Em meados do século 18, o singelo templo teve como sacerdote o padre Bento de Souza Lima, político, proprietário de minas de ouro, fundador da cidade de Santa Margarida e primeiro pároco da cidade de Lamim, na Zona da Mata.

O construtor da capela de Jequitibá, frei Francisco Vieira de Jesus Maria, pertencia a uma secular ordem religiosa francesa, os Trinitários, criada no século 12 por São João de Mata e São Félix de Valois, ambos propagadores da devoção a Nossa Senhora dos Remédios. Homem culto e bom pregador, o frei nasceu em Piranga, também na Zona da Mata, sendo irmão de Teresa Ribeiro de Alvarenga, além de tio e educador do inconfidente Claudio Manoel da Costa. 

A Ordem da Santíssima Trindade ou Ordem dos Trinitários tinha o objetivo inicial de resgatar os cristãos cativos no Oriente durante as cruzadas, embora sem dispor de recursos financeiros para tanto. Conforme conta a tradição católica, “apareceu então Nossa Senhora aos seus fundadores, entregando-lhes uma bolsa cheia de dinheiro, prestando-lhes de modo o ‘remédio’ para suprir aquelas necessidades”.

E mais, segundo a tradição católica: “Desde então, a Virgem Maria ganhou o título de Nossa Senhora dos Remédios. Nos mais diversos locais onde os Trinitários estiveram, exerciam as funções de evangelizar, manter igrejas, cuidar dos doentes e pobres”. 

Fé, devoção e história: uma das mais antigas capelas de MG é restaurada e resgata sua imponência

Fé, emoção e alívio em Catas Altas da Noruega, na Região Central de Minas Gerais, a 132 quilômetros de Belo Horizonte. Na comunidade rural de Jequitibá, moradores celebraram, ontem, a reabertura da centenária Capela Nossa Senhora dos Remédios. Houve reinado, apresentação das guardas de congado, missa, procissão e as tradicionais barraquinhas, levando muita gente à festa que ocorre há 270 anos e é uma das mais antigas do estado.

O templo católico vinculado à Paróquia São Gonçalo do Amarante e distante seis quilômetros da sede do município foi restaurado nos últimos dois anos, ganhando mais destaque a fachada, o altar-mor e um anjo de madeira que coroa a padroeira. Segundo os organizadores da festividade, a capela tem origem numa ermida, de 1752, construída por frei Francisco Vieira, da Ordem dos Trinitários, em honra à Santíssima Trindade e a Nossa Senhora dos Remédios. 

A festa começou no dia 7 com extensa programação religiosa e cultural, e terminou ontem, com a missa celebrada pelo titular da Paróquia São Gonçalo do Amarante, padre João Luiz da Silva. “Foi uma festa bonita, e, melhor do que isso, a capela foi recuperada, pois estava bem degradada”, informou Giovane Neiva, da pastoral da comunicação da paróquia. Os recursos para a obra, que durou dois anos, são da própria paróquia (dízimo, doações e barraquinhas), com parte da prefeitura local.

Comunidade rural de Jequitibá festejou ontem o templo centenário reaberto, com direito a reinado, missa, procissão e as tradicionais barraquinhas(foto: GIOVANE NEIVA/PASTORAL DA COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO)

HISTÓRIA 

A capela tombada pelo município foi consagrada em 1767 e fica no alto de um morro, onde há um cruzeiro de madeira – o local recebia muitos fiéis da região, especialmente em época de epidemias e calamidades. Em meados do século 18, o singelo templo teve como sacerdote o padre Bento de Souza Lima, político, proprietário de minas de ouro, fundador da cidade de Santa Margarida e primeiro pároco da cidade de Lamim, na Zona da Mata.

O construtor da capela de Jequitibá, frei Francisco Vieira de Jesus Maria, pertencia a uma secular ordem religiosa francesa, os Trinitários, criada no século 12 por São João de Mata e São Félix de Valois, ambos propagadores da devoção a Nossa Senhora dos Remédios. Homem culto e bom pregador, o frei nasceu em Piranga, também na Zona da Mata, sendo irmão de Teresa Ribeiro de Alvarenga, além de tio e educador do inconfidente Claudio Manoel da Costa. 

A Ordem da Santíssima Trindade ou Ordem dos Trinitários tinha o objetivo inicial de resgatar os cristãos cativos no Oriente durante as cruzadas, embora sem dispor de recursos financeiros para tanto. Conforme conta a tradição católica, “apareceu então Nossa Senhora aos seus fundadores, entregando-lhes uma bolsa cheia de dinheiro, prestando-lhes de modo o ‘remédio’ para suprir aquelas necessidades”.

E mais, segundo a tradição católica: “Desde então, a Virgem Maria ganhou o título de Nossa Senhora dos Remédios. Nos mais diversos locais onde os Trinitários estiveram, exerciam as funções de evangelizar, manter igrejas, cuidar dos doentes e pobres”. 

Confira a lista das cidades melhores pontuadas no ICMS Cultural; veja quem evoluiu e perdeu pontos

A tabela definitiva foi publicada no site do Iepha-MG  nesta quinta-feira (20/7). Este ano, 839 municípios foram pontuados após a análise realizada pelos técnicos do Instituto. Recebem os recursos relativos a esta cota-parte do ICMS, conforme critérios da Lei Robin Hood, os municípios que estruturarem sua política municipal de patrimônio cultural, desenvolverem e colocarem em prática, com a participação da comunidade e dos Conselhos de Patrimônio Cultural, ações de proteção, conservação e promoção dos bens culturais, de acordo com a Deliberação Normativa DN CONEP n° 01/2021 e a Portaria IEPHA n° 35/2022, em vigor. Os técnicos do Instituto analisaram cerca de 5.065 conjuntos documentais, entre pastas de documentos e arquivos digitais enviados pelos municípios participantes do Programa.

COMO RECEBER OS RECURSOS

Para receber os recursos, o município, com a participação da comunidade deve construir e colocar em prática sua política de proteção ao patrimônio cultural desenvolvendo-a para que se efetive como política pública. A pontuação obtida ao cumprir esses critérios é informada pelo Iepha à Fundação João Pinheiro, que calcula os valores a serem repassados mensalmente aos municípios participantes. O cálculo segue o estabelecido na lei n° 18.030/2009, que determina os critérios para distribuição da cota-parte do ICMS em Minas Gerais, incluindo o critério Patrimônio Cultural.

Confira as pontuações e a evolução das cidades.

Confira a lista das cidades melhores pontuadas no ICMS Cultural; veja quem evoluiu e perdeu pontos

A tabela definitiva foi publicada no site do Iepha-MG  nesta quinta-feira (20/7). Este ano, 839 municípios foram pontuados após a análise realizada pelos técnicos do Instituto. Recebem os recursos relativos a esta cota-parte do ICMS, conforme critérios da Lei Robin Hood, os municípios que estruturarem sua política municipal de patrimônio cultural, desenvolverem e colocarem em prática, com a participação da comunidade e dos Conselhos de Patrimônio Cultural, ações de proteção, conservação e promoção dos bens culturais, de acordo com a Deliberação Normativa DN CONEP n° 01/2021 e a Portaria IEPHA n° 35/2022, em vigor. Os técnicos do Instituto analisaram cerca de 5.065 conjuntos documentais, entre pastas de documentos e arquivos digitais enviados pelos municípios participantes do Programa.

COMO RECEBER OS RECURSOS

Para receber os recursos, o município, com a participação da comunidade deve construir e colocar em prática sua política de proteção ao patrimônio cultural desenvolvendo-a para que se efetive como política pública. A pontuação obtida ao cumprir esses critérios é informada pelo Iepha à Fundação João Pinheiro, que calcula os valores a serem repassados mensalmente aos municípios participantes. O cálculo segue o estabelecido na lei n° 18.030/2009, que determina os critérios para distribuição da cota-parte do ICMS em Minas Gerais, incluindo o critério Patrimônio Cultural.

Confira as pontuações e a evolução das cidades.

Cidades da região tem ao menos 45 imagens sacras desaparecidas

Rio Espera, Alto Maranhão (Congonhas), Entre Rios de Minas, Igreja de Itatiaia (Ouro Branco) e Senhora de Oliveira buscam imagens sacras desaparecidas

Ao patrimônio o que é do patrimônio. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) lançou esta semana, a campanha “Boa fé”. O objetivo é estimular a devolução voluntária de bens que integram o patrimônio cultural do estado. A iniciativa passará a fazer parte do calendário oficial anual do Compondo em Maio, programa do MPMG que busca promover um esforço concentrado, durante o mês de maio, para a resolução consensual de conflitos. 

A campanha “Boa fé” foi desenvolvida pela Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC) com o objetivo de realizar ações de educação, conscientização e incentivo à restituição de bens culturais aos locais de origem. Qualquer pessoa, física ou jurídica, que detenha bens culturais de fruição coletiva, que, por qualquer motivo, tenham sido retirados do seu local de origem, pode participar. Trata-se de uma atuação negocial, resolutiva, voltada a evitar a deflagração de ações judiciais e a busca e apreensão dos objetos.

Além da recuperação de diversos bens culturais desaparecidos, espera-se, como resultados imediatos, aumento na eficiência na atuação do MPMG, principalmente com o incremento do número de objetos restituídos, redução no tempo das investigações e economia de recursos públicos. 

Como aderir à campanha 

A adesão à campanha será efetivada por meio de envio de correio eletrônico à Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC) – cppc@mpmg.mp.br, com o título “Campanha Boafé” e o envio de imagens, fotografias, vídeos ou documentos relativos ao bem cultural. Além disso, se possível, o participante deve informar a circunstâncias da aquisição ou recebimento (local e data aproximada), o local de origem do bem e suas características e dimensões aproximadas. 

Cidades da região tem ao menos 45 imagens desaparecidas

O estado de Minas Gerais possui o maior número de bens culturais formalmente protegidos no país, contudo, grande parte desse acervo foi indevidamente retirada de seus locais de origem em função de sua valorização no mercado de artes e antiguidades. 

Como resultados relevantes da ferramenta, o banco de dados interno do MPMG registrava, anteriormente, 786 bens culturais desaparecidos. Após a implantação do SOMDAR, o número de bens cadastrados como desaparecidos foi para 2252, registrando um aumento de aproximadamente 224%. O sucesso e o engajamento social do SOMDAR são tamanhos que, no mês de abril de 2022, foram registrados cerca de 8.000 acessos por mês. Além disso, o aplicativo também foi recentemente inscrito nos Prêmios Innovare e CNMP, edição 2022, visando ampliar sua divulgação e fomentar as pontes com a sociedade civil.

Itatiaia

Onde foi para a imagem de Nossa Senhora do Rosário, roubada da Matriz de Santo Antônio de Itatiaia (Ouro Branco/MG) em 1994? Com ela, outras 18 peças, entre imagens e objetos de liturgia, foram arrancadas de seu local de origem, deixando um enorme vazio na comunidade local. Hoje, após o restauro da Matriz, concluído em junho de 2017, o altar colateral, dedicado a Nossa Senhora do Rosário, segue vazio, indicando a ausência das peças, que até hoje não foram encontradas.

Entre Rios de Minas

Em Entre Rios de Minas, uma imagem sacra de Nossa Senhora da Lapa dos Olhos D’Água, da Capela de Olhos D´àgua, situada no Distrito de Serra Camapuã, está desaparecida desde 13 de março de 1988. Ela pesa 80 kg, tem 120 cm em madeira talhada e foi furtada do exemplar do século XVIII.

Belo Vale

Na recém restaurada capela histórica de Santana do Paraopeba, em Belo Vale, 3 imagens e os objetos constam como desaparecida e a comunidade luta para resgar os bens:  crucifixo Nosso Senhor do Bom Fim, Missal e um porta sacrário.

A igreja é datada é datada de 1735, possui altares e retábulos em madeira, que demonstra o mais belo e clássico barroco mineiro, construída por escravos que dedicaram sua devoção ao santo do dia que coincidiu com a data de Santa Ana, mãe de Maria e avó de Jesus. todos os anos em 26 de julho, ocorre a festa da santa.

Catas Altas das Noruega

Em Catas Altas da Noruega, 3 imagens sacras em madeiras talhada estão desaparecidas da Igreja de Nossa Senhora das Graças, todas do século XVIII: São Roque, Santana Mestra e Nossa Senhora do Rosários, desaparecidas em 1996.

Piranga

Em Piranga, ao menos uma porta e uma porta em madeira talhada, e uma portada, em pedras, ambas do século XVIII, estão desaparecidas. Elas foram extraviadas em 1968. A ocorrência é de comércio ilícito. A antiga e belíssima igreja foi destruída cedendo espaço para o atual templo.

Senhora de Oliveira

Em Senhora de OIiveira (MG) uma imagem de Santana Mestra está desaparecida. O objeto sacro em policromia e douramento e está desaparecida entre 1977 e 1978. Segundo consta, existia na indumentária da imagem um broche, na altura do pescoço da santa, com três pedras na cor vermelha. Também haveria pedras cravejadas na parte inferior da vestimenta da santa. A dimensão é aproximada em 50 cm.

Congonhas

Ao todo, 8 imagens e objeto da Capela Nossa Senhora D’Ajuda, de Alto Maranhão, em Congonhas (MG) estão desaparecidas: Santa Luzia, São Domingos, Campainha

Furtadas em 1980: Nossa Senhora do Rosário (01 metro em madeira amarela); São Domingos de Gusmão (40 cm em madeira bege);  Santa Luzia (60 cm em madeira bege);  Sant’Ana Mestra (60 cm em madeira bege). Furtadas em 1990: Santo Antônio de Propiá (aproximadamente 20 cm em madeira esculpida e policromada); São Benedito das Flores (60 cm em madeira preta); Santa Efigênia (60 cm em madeira preta); O Menino Jesus da Imagem de Nossa Senhora da Ajuda (aproximadamente 15 cm em madeira bege).

Rio Espera

Os defensores da cultura e história de Rio Espera guardam a esperança na Justiça pela repatriação de três imagens atribuídas ao Mestre Antônio Francisco Lisboa. Segundo o jornalista, Fabricio Miranda, que atua em defesa da história local, a volta das obras de arte sacra será de fundamental importância para a valorização da cultura local e um reforço nas políticas públicas direcionadas ao turismo.

Ele explicou que uma das imagens faz parte de um processo que caminha no Tribunal Regional Federal da 6ª região, com sede em Belo Horizonte. A ação movida pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual é do ano de 2008. A imagem objeto do processo é um Bom Jesus da Paciência, que foi levada da cidade no final dos anos 70.

Durante a solenidade em Cipotânea, em nome da secretaria de Cultura e da prefeitura de Rio Espera, Fabrício Miranda entregou ofícios ao procurador Geral Jarbas Soares Júnior e ao coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC/MPMG) , Marcelo Maffra em que pedem empenho por parte dos órgãos no processo para trazer de volta para casa a imagem do Bom Jesus da Paciência.

Entrega de imagem

Há menos de 40 dias, Dia de festa em Cipotânea, na Zona da Mata de Minas Gerais, para a devolução à comunidade local da imagem de São Francisco da Penitência, atribuída ao mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814). O ato na Igreja Matriz de São Caetano teve à frente o padre Rogério Venâncio de Rezende, de 86 anos, prestes a completar seis décadas de sacerdócio, das quais cinco na paróquia, e conta com a presença de autoridades estaduais e municipais.  

Em madeira policromada, a escultura de São Francisco tem 1,27 metro de altura e pesa aproximadamente 16kg, pertencendo à Paróquia de São Caetano, vinculada à Arquidiocese de Mariana.

Dono é condenado a pagar R$ 200 mil por demolir engenho histórico

Um proprietário de um imóvel tombado pelo patrimônio histórico foi condenado a indenizar o município de Lagoa Santa, na Grande BH, em R $200 mil, por danos morais, devido à destruição do edifício histórico.

A decisão é da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que manteve a decisão da Comarca de Lagoa Santa. A alegação é de que o proprietário derrubou a construção mesmo após a tentativa de notificação pelo município do tombamento da edificação pelo patrimônio histórico.

Segundo o processo, em fevereiro de 2011, servidores da Secretaria de Cultura de Lagoa Santa conversaram com os filhos do proprietário a respeito do tombamento do engenho, conhecido como ‘Engenho do Fidalgo’. Entretanto, o dono do imóvel se negou a receber a notificação, no princípio de setembro daquele ano.

Quinze dias depois dessa tentativa, servidores do município constataram que o objeto do procedimento de preservação havia sido demolido. O proprietário se defendeu sob o argumento de que o Engenho do Fidalgo já estava em péssima situação de conservação e veio abaixo devido às condições climáticas.

De acordo com o juiz Carlos Alexandre Romano Carvalho, da 2ª Vara Cível da Comarca de Lagoa Santa, a conduta do réu gerou dano moral histórico e cultural, tendo em vista que o Engenho do Fidalgo era “um bem de singularidade cultural, diretamente ligado à história antiga da região de Lagoa Santa (século XIX) e às referências técnicas de produção de aguardente e rapadura utilizada nos engenhos mineiros”, finaliza.

Para a condenação de R$ 200 mil foi levada em conta os prejuízos imateriais advindos para a preservação da história, pesquisa e conhecimento do passado do povo de Lagoa Santa, de Minas Gerais e do Brasil, como afirma o magistrado.

O dono do engenho recorreu ao Tribunal, mas o relator do caso, o desembargador Carlos Henrique Perpétuo Braga, manteve a sentença, já que segundo ele o proprietário do bem tem responsabilidade objetiva sobre o imóvel tombado, e o tombamento provisório traz a mesma proteção do definitivo.

Além disso, o relator ressaltou que, no período citado, não houve ocorrência da natureza capaz de destruir o imóvel.

  • EM

Patrimônio histórico ameaçado: estudo identifica abandono da arquitetura de Piranga

Dissertação de mestrado, recém defendida junto ao Programa de Pós Graduação em Patrimônio Cultural, Paisagens e Cidadania, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), é conclusiva sobre o panorama preocupante do patrimônio piranguense.

Segundo a autora do estudo, Danielly Meireles Dias, “durante anos, a cidade vem sofrendo com a perda de parte desse legado devido a demolições, abandono de tradições e o descaso tanto dos órgãos públicos quanto do setor privado. Nota-se que a prefeitura, assim como grande parte dos moradores, não reconhece a importância de se preservar o patrimônio, ou não o enxerga como uma prioridade”.

Em sua análise, a autora destaca que é possível perceber que os moradores não se identificam com esses bens ou, muitas vezes, não foram chamados para participar e fazer parte das discussões para a valorização e preservação das heranças históricas. Desse modo, as pessoas não se sentem pertencentes a esses lugares de memória, e a visão popular que se tem é que tudo isso representa apenas o retrocesso da cidade em relação às demais”.

? Fotografias de um passado não tão distante de autoria da GuaráDrone.

Prefeitura busca recursos para salvar a Casa de Tiradentes e sua revitalização

A Casa de Tiradentes, um belo exemplar do século XVII, memória viva da Inconfidência Mineira, situado às margens das MG 129, Estrada Real, em Ouro Branco, é uma uma construção típica do período colonial. O casario era local de criação, venda e troca de cavalos, para aqueles que faiam a viagem do Rio de Janeiro a Vila Rica. Construção características típicas da arquitetura rural do período: paredes de pau-a-pique, telhado entrelaçado com cipó amarrando as estruturas de madeira, pisos de tábua corrida, trancas reforçadas, sala para guarda valores, uma grande varanda contornando todos os cômodos, e uma senzala onde eram acorrentados e castigados os escravos. Na entrada principal da casa foi preservado o guichê que era utilizado para o comércio do ouro.

Mas este belo patrimônio histórico precisa de uma urgente reforma e ampla revitalização. O Gerente de Cultura da Prefeitura de Ouro Branco, Edilson Nascimento já tem em mãos o projeto, aprovado pelo IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, porem faltam recursos para a obra projetados em cerca de R4 3,5 milhões. A intenção é capacitar o local para museu, sala de multimeios e outras intervenções para atração e incremento do turismo e a preservação do exemplar colonial.

Segundo Edílson, o projeto já foi entregue a Marcelo Mafra- Coordenador promotoria de justiça Cultura e Turismo de Minas Gerais. “Já temos o projeto e a exemplo da Matriz de Santo Antônio que vem recebendo recursos na sua completa restauração, é buscar em todos os órgãos e empresas investimentos na preservação deste patrimônio, um dos mais importantes dentro da Inconfidência Mineira”, disse.

A história

A Casa de Tiradentes está localizada no mapa da Comarca de Vila Rica datado 1775, de autoria de José Joaquim da Rocha –, às margens do Caminho Novo da Estrada Real, trecho de grande circulação de pessoas e bens durante o período conhecido como Ciclo do Ouro em Minas Gerais. Destinada à criação de gado e à agricultura, integrava o povoado de mesmo nome, descrito por viajantes do século XIX como uma região miserável e perigosa, provavelmente pelo período de decadência pelo qual Ouro Branco passou após o declínio da mineração. Há duas versões sobre a história da casa sede, construída sobre embasamento de pedras, com estrutura de madeira e pedra e vedações de pedra, adobe e pau-a-pique. Na primeira delas, a fazenda teria sido ponto de pouso e local de abastecimento.

Diz-se que Tiradentes se hospedou ali antes de sua prisão, daí uma de suas alcunhas ser casa velha de Tiradentes. Outra versão afirma que o local era, na verdade, posto de arrecadação de impostos. Em 1981 e 1999, houve intervenções dos arquitetos Éolo Maia e Jô Vasconcellos, com adaptações para novos usos, recuperação de algumas paredes de pau-a-pique, reconstituição de parte do piso em tabuado, identificação de parede externa construída em adobe com 80 cm de espessura, dentre outras ações. Há atualmente um projeto, também de autoria da arquiteta Jô Vasconcellos, já aprovado pelo IEPHA e Conselho de Políticas Culturais de Ouro Branco, que prevê a preservação, valorização e aproveitamento da área do entorno da Fazenda das Carreiras, com a realização de obras no sentido de ampliar o uso do monumento, com paisagismo, construção do anfiteatro e construção de edificação para atender as diversas ações culturais, como a criação do centro de artesanato. Trata-se da execução de iluminação externa, pavimentação das praças e pátios, plantio de árvores ornamentais e aromáticas, plantio de grama, instalação de mobiliários e limpeza em geral. Além disso, o projeto já está aprovado pelo IEPHA.

Conhecer e preservar: comitiva visita bens do rico patrimônio histórico de Ouro Branco

Nessa quinta-feira (23) Ouro Branco recebeu o Promotor Marcelo Mafra que é coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais visitam bens culturais, juntamente com uma comitiva de autoridades e representantes de entidades para visitas a bens do patrimônio cultural e artístico de Ouro Branco. O objetivo é estruturar ações de preservação, restauração da memória e história da cidade.
Abrindo a agenda da visita, reunião no gabinete do prefeito Hélio Campos, com a presença do promotor, Marcelo Mafra, presidente da Câmara, vereadora Nilma Silva, promotor de Justiça, Pedro Henrique Pereira Correa; presidente do IEPHA, Marilia Machado; pároco Igreja de Santo Antônio, Gilvan Nascimento; representante do IPHAN, Gustavo Medeiros; representante da FAOP, Jeferson Fonseca; represente da Associação Caminho do Ouro, Flávio Leão; secretário de Esporte, Lazer, Cultura e Turismo, Wilson Vilela; gerente de Cultura, Edilson Nascimento; procurador do Município, Alex Alvarenga; secretário de Segurança Pública, Sérgio Cardos; Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Neylor Aarão; moradores de Ouro Branco secretários municipais e servidores municipais
Na sequência, a comitiva partiu para visitar diferentes bens culturais e artísticos de Ouro Branco como Fazenda de Carreiras, Igreja Matriz de Santo Antônio, Capela Nossa Senhora Mãe dos Homens e obra da Casa de Música. Hoje(24) outros locais receberão a visita da comitiva.

Recursos viabilizam restauração de igreja histórica em distrito

Uma boa notícia para o patrimônio histórico e para a comunidade regional! A igreja de São Bartolomeu, no distrito homônimo, será restaurada. O anúncio foi dado ontem durante a reunião de representantes do poder público e moradores do distrito, os quais lotaram a igreja à espera da informação.

O recurso de R$1,5 milhão de reais para a restauração foi disponibilizado pelo Ministério Público, e a Prefeitura entra com contrapartida no valor de R$ 200.000,00 proveniente do Fundo Municipal de Patrimônio.

O prefeito Angelo Oswaldo ressalta que essa é uma das igrejas mais antigas do interior do Brasil, tombada como patrimônio nacional. “Nós estamos no aguardo das medidas que o Iphan irá tomar posteriormente. Já estamos em contato com a nova direção do Iphan e com o Ministério da Cultura na certeza de que, com o apoio do presidente Lula à área da Cultura, nós iremos resgatar a matriz de São Bartolomeu e, em breve, a Igreja do Bom Jesus de Matosinho, em Ouro Preto”.

Já na próxima segunda-feira, 16 de janeiro, técnicos do Instituto Yara Tupinambá iniciarão o levantamento das obras estruturais para sustentação da igreja, como troca de barrotes e esteios de madeira, além de outros serviços que serão apontados como emergenciais.

Importante lembrar que esta é uma obra há muito aguardada e que a Secretaria de Cultura tem buscado recursos há tempos viabilizá-la. Os projetos foram revisados e as planilhas atualizadas de forma a possibilitar a aprovação e realização da obra. Além disso, o estado de conservação do bem tem acompanhamento permanente, tendo a Prefeitura adotado medidas emergenciais quando necessário, como foi o caso do lonamento do telhado, bastante elogiado pela comunidade.

Além dos moradores, estavam presentes na reunião o coordenador de Patrimônio Público Cultural do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Marcelo Maffra, a superintendente do Iphan em Minas Gerais, Débora Nascimento, a chefe do escritório técnico do Iphan em Ouro Preto, Maria Raquel Alves Ferreira, a secretária Municipal de Cultura e Turismo, Margareth Monteiro, o secretário de Meio Ambiente, Chiquinho de Assis, o presidente do Conselho de Patrimônio de Ouro Preto, Carlos Magno, representantes do Instituto Tupinambá e o vereador Júlio Gori.

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