Profetas de Aleijadinho ‘cara limpa’: turistas reagem a banho de tecnologia

Visitantes aprovam visual de esculturas do mestre do barroco após banho de biocida para retirada de líquens – com 6 anos de atraso – nas peças do século 18

Chega ao fim mais uma etapa da saga de conservação dos 12 profetas localizados no adro do Santuário Basílica do Bom Jesus de Matosinhos, no Centro Histórico de Congonhas, na Região Central de Minas. Em um período de quase quatro décadas, a partir de 1985, foram quatro ações para livrar as simbólicas esculturas em pedra-sabão feitas por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, dos líquens que descaracterizam e desgastam os ícones do conjunto reconhecido como Patrimônio Mundial.

“É mais uma etapa nesta história”, diz o diretor de Patrimônio Histórico da Prefeitura de Congonhas, Hugo Cordeiro. E, depois dela, quem chega, já nota a diferença. São 11h de uma manhã ensolarada na “Cidade dos Profetas”, onde a luminosidade realça ainda mais a beleza das peças em pedra-sabão, no adro do templo do século 18. Recém-chegada à cidade, uma família de Vitória (ES) contempla as obras de arte esculpidas por Aleijadinho, e gosta do que vê, ao comparar com outros tempos. “Estão bem preservadas, limpas”, diz o aposentado Pedro Gabriel de Oliveira, diante das estátuas barrocas agora livres dos micro-organismos, especialmente líquens, que dominavam cabeça, braços e tronco.

Posando para fotos ao lado da mulher, Linda Viana de Oliveira, e da filha, Joice Torres Viana de Oliveira, Pedro Gabriel conta que já esteve em Congonhas outras vezes e se dispõe sempre a voltar. Na primeira visita à “Cidade dos Profetas”, Joice se encantou com o conjunto arquitetônico e artístico reconhecido como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) e formado ainda pelas seis capelas (Passos da Paixão de Cristo), com 64 esculturas em cedro vermelho. A exemplo da família capixaba, cerca de 500 mil pessoas visitam Congonhas anualmente, de acordo a prefeitura local.

Cerca de 500 mil pessoas visitam Congonhas anualmente, de acordo a prefeitura local.
Cerca de 500 mil pessoas visitam Congonhas anualmente, de acordo a prefeitura local.Jair Amaral/EM/D.A Press

Esculpidos entre 1800 e 1805, os profetas Joel, Jonas, Amós, Abdias, Daniel, Baruc, Isaías, Oseias, Ezequiel, Jeremias, Naum e Habacuc exibem aspecto bem diferente de cinco meses atrás quando começou o trabalho de remoção dos micro-organismos, com aplicação de álcool a 70% e de um biocida, com recursos da Prefeitura de Congonhas.

Em 6 de junho, o Estado de Minas documentou o início do serviços nas estátuas de Abdias, Habacuc, Naum e Amós, a cargo da equipe do Grupo Oficina de Restauro, de Belo Horizonte. Da equipe coordenada pelos restauradores Adriano Ramos e Rosângela Reis Costa, fizeram parte o geólogo Antônio Gilberto Costa e o biólogo Aristóteles Goes Neto, com consultoria do geólogo português José Delgado Rodrigues.

O próximo passo é monitorar e cuidar das esculturas em pedra-sabão, para não haver proliferação de líquens. “Concluímos nossa etapa, que era a de remoção dos micro-organismos. A partir de agora, será fundamental o acompanhamento semestral”, orienta Rosângela Reis Costa. Continuidade é a palavra de ordem, pois o depósito de excremento de pássaros ou mesmo de poeira na pedra-sabão após as chuvas pode favorecer a proliferação dos líquens, explica Rosângela, que prefere não falar em “limpeza”, pois, em se tratando de pedra, a questão se torna muito complexa.

Aplicado pela última vez em 2012, o biocida, antecedido de álcool 70, não interfere na beleza e integridade do conjunto bicentenário, segundo os especialistas. Além de supervisão de representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o serviço foi acompanhado pelo reitor da basílica, cônego Nédson Pereira de Assis, e pelo diretor de Patrimônio Histórico de Congonhas, Hugo Cordeiro. A atual linha de pesquisas, a cargo do corpo técnico multidisciplinar, não contempla possível ação de poeira de mineração sobre as obras.

Satisfeito com o resultado do serviço, que considera “muito bom” por ter removido, de forma cuidadosa, toda a camada de líquens, e trazido de volta o esplendor da obra de Aleijadinho, cônego Nédson considera essencial o monitoramento constante para evitar problemas. “A arte do mestre do Barroco e da sua equipe não era mais perceptível, pois os líquens descaracterizavam os rostos, as mãos, enfim, todos os detalhes que impregnados na pedra.”

O reitor concorda com a necessidade de monitoramento do conjunto para preservação. “Precisamos, sim, fazer o acompanhamento constante, e não deixar passar muito tempo sem a aplicação do biocida, indicado para ocorrer de cinco em cinco anos”, ressaltou o reitor, lembrando que o uso de álcool 70 pode ter efeito satisfatório e menos agressivo à pedra contra os líquens, desde que seguidas as determinações dos especialistas e do Iphan. Com o monitoramento, a prefeitura e a reitoria da basílica podem observar se há desgaste da pedra ou nova formação de comunidades de micro-organismos.

Cônego Nédson considera importante a conservação das estátuas dos profetas, tanto para se manter a qualidade artística da obra de Aleijadinho, o gênio do Barroco, quanto para transmissão da fé expressa no conjunto aos devotos que chegam à basílica e podem sentir o amor do artista pela Igreja e por Cristo.

Preservação

O mais recente serviço de remoção dos micro-organismos nos profetas de Aleijadinho demandou três aplicações, sendo a primeira no início de junho. Programado para ocorrer de cinco em cinco anos, o serviço estava atrasado em seis anos, como mostrou reportagem do Estado de Minas em 3 de novembro de 2021, quando visitantes demonstravam preocupação com o bem histórico e religioso. A Prefeitura de Congonhas custeou e esteve à frente da empreitada, conforme entendimento com o Iphan, responsável pelo tombamento do conjunto em 1939, e com autorização da reitoria da basílica, vinculada à Arquidiocese de Mariana.

Quem chega de longe está sempre de olhos bem abertos para ver a maravilha desse tesouro de Minas e da humanidade, a exemplo de dois amigos cariocas admirados com as obras de Aleijadinho. “É a exuberância da simplicidade barroca”, observou Djalma Lima, professor de literatura, sobre a “monumentalidade” do patrimônio. Ao lado, Patrícia Amaral, professora de sociologia e filosofia, destacou a importância de se preservar o patrimônio cultural brasileiro, “embora seja uma tarefa muito difícil”.

Referência Mundial

De acordo com o Iphan, o conjunto dos profetas do Antigo Testamento esculpido por Antonio Francisco Lisboa (1738-1814), o Aleijadinho, na Basílica Bom Jesus de Matosinhos é considerado uma das obras-primas do barroco mundial. O conjunto foi tombado pelo Iphan em 1939 e reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial em 1985.

Com grande visitação turística, o conjunto se compõe da igreja, com interior em estilo rococó, e seis capelas dispostas lado a lado, denominadas Passos, com a via-crúcis de Jesus, além de um adro murado e uma escadaria externa monumental decorada com estátuas dos 12 profetas.

A escolha dos mensageiros

A escolha de Joel, Jonas, Amós, Abdias, Daniel, Baruc, Isaías, Oseias, Ezequiel, Jeremias, Naum e Habacuc entre os 16 profetas que constituem a série do Antigo Testamento, se deve, conforme a especialista em arte sacra e colonial do Brasil, Myriam Andrade, à disposição arquitetônica dos 12 suportes para as esculturas. Assim, o artista, restrito a esse número, selecionou os personagens na ordem de sua entrada na Bíblia, excluindo Miquéias para dar lugar a Habacuc. Cada um deles traz lateralmente o texto de sua profecia gravado em latim nos rolos de pergaminhos. A riqueza de detalhes pode ser percebida pelos visitantes, seja no expressionismo das estátuas ou nas exóticas vestimentas dos profetas barrocos. Essa última foi, inclusive, tema de pesquisa do historiador norte-americano Robert Smith, que verificou referências à arte religiosa portuguesa no período de 1500-1800, inspirada nas pinturas flamengas do fim da era medieval.

Batalha de quatro décadas


A orientação é que o biocida seja aplicado de cinco em cinco anos para deixar os profetas livres dos micro-organismos grudados na pedra-sabão. Mas, desde 1985, houve apenas quatro intervenções nas esculturas:


1985

Feito trabalho de conservação nas esculturas, a cargo de restauradores Instituto Estadual Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).


2007

Vinte e dois anos depois, é feito novo serviço de remoção dos líquens, desta vez pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


2012

Também com acompanhamento do Iphan, novo serviço de limpeza é executado cinco anos depois, com aplicação de biocida (acima).


2023

Em 6 de junho, após 11 anos (o trabalho deveria ter ocorrido em 2017), teve início a nova aplicação de biocida, com custos bancados pela Prefeitura de Congonhas e acompanhamento do Iphan. O serviço já foi concluído.

FONTE ESTADODE MINAS

Profetas de Aleijadinho ‘cara limpa’: turistas reagem a banho de tecnologia

Visitantes aprovam visual de esculturas do mestre do barroco após banho de biocida para retirada de líquens – com 6 anos de atraso – nas peças do século 18

Chega ao fim mais uma etapa da saga de conservação dos 12 profetas localizados no adro do Santuário Basílica do Bom Jesus de Matosinhos, no Centro Histórico de Congonhas, na Região Central de Minas. Em um período de quase quatro décadas, a partir de 1985, foram quatro ações para livrar as simbólicas esculturas em pedra-sabão feitas por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, dos líquens que descaracterizam e desgastam os ícones do conjunto reconhecido como Patrimônio Mundial.

“É mais uma etapa nesta história”, diz o diretor de Patrimônio Histórico da Prefeitura de Congonhas, Hugo Cordeiro. E, depois dela, quem chega, já nota a diferença. São 11h de uma manhã ensolarada na “Cidade dos Profetas”, onde a luminosidade realça ainda mais a beleza das peças em pedra-sabão, no adro do templo do século 18. Recém-chegada à cidade, uma família de Vitória (ES) contempla as obras de arte esculpidas por Aleijadinho, e gosta do que vê, ao comparar com outros tempos. “Estão bem preservadas, limpas”, diz o aposentado Pedro Gabriel de Oliveira, diante das estátuas barrocas agora livres dos micro-organismos, especialmente líquens, que dominavam cabeça, braços e tronco.

Posando para fotos ao lado da mulher, Linda Viana de Oliveira, e da filha, Joice Torres Viana de Oliveira, Pedro Gabriel conta que já esteve em Congonhas outras vezes e se dispõe sempre a voltar. Na primeira visita à “Cidade dos Profetas”, Joice se encantou com o conjunto arquitetônico e artístico reconhecido como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) e formado ainda pelas seis capelas (Passos da Paixão de Cristo), com 64 esculturas em cedro vermelho. A exemplo da família capixaba, cerca de 500 mil pessoas visitam Congonhas anualmente, de acordo a prefeitura local.

Cerca de 500 mil pessoas visitam Congonhas anualmente, de acordo a prefeitura local.
Cerca de 500 mil pessoas visitam Congonhas anualmente, de acordo a prefeitura local.Jair Amaral/EM/D.A Press

Esculpidos entre 1800 e 1805, os profetas Joel, Jonas, Amós, Abdias, Daniel, Baruc, Isaías, Oseias, Ezequiel, Jeremias, Naum e Habacuc exibem aspecto bem diferente de cinco meses atrás quando começou o trabalho de remoção dos micro-organismos, com aplicação de álcool a 70% e de um biocida, com recursos da Prefeitura de Congonhas.

Em 6 de junho, o Estado de Minas documentou o início do serviços nas estátuas de Abdias, Habacuc, Naum e Amós, a cargo da equipe do Grupo Oficina de Restauro, de Belo Horizonte. Da equipe coordenada pelos restauradores Adriano Ramos e Rosângela Reis Costa, fizeram parte o geólogo Antônio Gilberto Costa e o biólogo Aristóteles Goes Neto, com consultoria do geólogo português José Delgado Rodrigues.

O próximo passo é monitorar e cuidar das esculturas em pedra-sabão, para não haver proliferação de líquens. “Concluímos nossa etapa, que era a de remoção dos micro-organismos. A partir de agora, será fundamental o acompanhamento semestral”, orienta Rosângela Reis Costa. Continuidade é a palavra de ordem, pois o depósito de excremento de pássaros ou mesmo de poeira na pedra-sabão após as chuvas pode favorecer a proliferação dos líquens, explica Rosângela, que prefere não falar em “limpeza”, pois, em se tratando de pedra, a questão se torna muito complexa.

Aplicado pela última vez em 2012, o biocida, antecedido de álcool 70, não interfere na beleza e integridade do conjunto bicentenário, segundo os especialistas. Além de supervisão de representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o serviço foi acompanhado pelo reitor da basílica, cônego Nédson Pereira de Assis, e pelo diretor de Patrimônio Histórico de Congonhas, Hugo Cordeiro. A atual linha de pesquisas, a cargo do corpo técnico multidisciplinar, não contempla possível ação de poeira de mineração sobre as obras.

Satisfeito com o resultado do serviço, que considera “muito bom” por ter removido, de forma cuidadosa, toda a camada de líquens, e trazido de volta o esplendor da obra de Aleijadinho, cônego Nédson considera essencial o monitoramento constante para evitar problemas. “A arte do mestre do Barroco e da sua equipe não era mais perceptível, pois os líquens descaracterizavam os rostos, as mãos, enfim, todos os detalhes que impregnados na pedra.”

O reitor concorda com a necessidade de monitoramento do conjunto para preservação. “Precisamos, sim, fazer o acompanhamento constante, e não deixar passar muito tempo sem a aplicação do biocida, indicado para ocorrer de cinco em cinco anos”, ressaltou o reitor, lembrando que o uso de álcool 70 pode ter efeito satisfatório e menos agressivo à pedra contra os líquens, desde que seguidas as determinações dos especialistas e do Iphan. Com o monitoramento, a prefeitura e a reitoria da basílica podem observar se há desgaste da pedra ou nova formação de comunidades de micro-organismos.

Cônego Nédson considera importante a conservação das estátuas dos profetas, tanto para se manter a qualidade artística da obra de Aleijadinho, o gênio do Barroco, quanto para transmissão da fé expressa no conjunto aos devotos que chegam à basílica e podem sentir o amor do artista pela Igreja e por Cristo.

Preservação

O mais recente serviço de remoção dos micro-organismos nos profetas de Aleijadinho demandou três aplicações, sendo a primeira no início de junho. Programado para ocorrer de cinco em cinco anos, o serviço estava atrasado em seis anos, como mostrou reportagem do Estado de Minas em 3 de novembro de 2021, quando visitantes demonstravam preocupação com o bem histórico e religioso. A Prefeitura de Congonhas custeou e esteve à frente da empreitada, conforme entendimento com o Iphan, responsável pelo tombamento do conjunto em 1939, e com autorização da reitoria da basílica, vinculada à Arquidiocese de Mariana.

Quem chega de longe está sempre de olhos bem abertos para ver a maravilha desse tesouro de Minas e da humanidade, a exemplo de dois amigos cariocas admirados com as obras de Aleijadinho. “É a exuberância da simplicidade barroca”, observou Djalma Lima, professor de literatura, sobre a “monumentalidade” do patrimônio. Ao lado, Patrícia Amaral, professora de sociologia e filosofia, destacou a importância de se preservar o patrimônio cultural brasileiro, “embora seja uma tarefa muito difícil”.

Referência Mundial

De acordo com o Iphan, o conjunto dos profetas do Antigo Testamento esculpido por Antonio Francisco Lisboa (1738-1814), o Aleijadinho, na Basílica Bom Jesus de Matosinhos é considerado uma das obras-primas do barroco mundial. O conjunto foi tombado pelo Iphan em 1939 e reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial em 1985.

Com grande visitação turística, o conjunto se compõe da igreja, com interior em estilo rococó, e seis capelas dispostas lado a lado, denominadas Passos, com a via-crúcis de Jesus, além de um adro murado e uma escadaria externa monumental decorada com estátuas dos 12 profetas.

A escolha dos mensageiros

A escolha de Joel, Jonas, Amós, Abdias, Daniel, Baruc, Isaías, Oseias, Ezequiel, Jeremias, Naum e Habacuc entre os 16 profetas que constituem a série do Antigo Testamento, se deve, conforme a especialista em arte sacra e colonial do Brasil, Myriam Andrade, à disposição arquitetônica dos 12 suportes para as esculturas. Assim, o artista, restrito a esse número, selecionou os personagens na ordem de sua entrada na Bíblia, excluindo Miquéias para dar lugar a Habacuc. Cada um deles traz lateralmente o texto de sua profecia gravado em latim nos rolos de pergaminhos. A riqueza de detalhes pode ser percebida pelos visitantes, seja no expressionismo das estátuas ou nas exóticas vestimentas dos profetas barrocos. Essa última foi, inclusive, tema de pesquisa do historiador norte-americano Robert Smith, que verificou referências à arte religiosa portuguesa no período de 1500-1800, inspirada nas pinturas flamengas do fim da era medieval.

Batalha de quatro décadas


A orientação é que o biocida seja aplicado de cinco em cinco anos para deixar os profetas livres dos micro-organismos grudados na pedra-sabão. Mas, desde 1985, houve apenas quatro intervenções nas esculturas:


1985

Feito trabalho de conservação nas esculturas, a cargo de restauradores Instituto Estadual Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).


2007

Vinte e dois anos depois, é feito novo serviço de remoção dos líquens, desta vez pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


2012

Também com acompanhamento do Iphan, novo serviço de limpeza é executado cinco anos depois, com aplicação de biocida (acima).


2023

Em 6 de junho, após 11 anos (o trabalho deveria ter ocorrido em 2017), teve início a nova aplicação de biocida, com custos bancados pela Prefeitura de Congonhas e acompanhamento do Iphan. O serviço já foi concluído.

FONTE ESTADODE MINAS

Preservação do patrimônio: Começam as restaurações das capelas e esculturas de Aleijadinho em Congonhas

A Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão (Seplag), por meio da Superintendência de Gestão de Cidades, através da Diretoria de Patrimônio, informa que deu início aos trabalhos de execução dos serviços especializados de desinfecção, pelo método “anoxia”, nas esculturas e peças da capela da Santa Ceia, que fazem parte do conjunto de obras do mestre Aleijadinho dispostas no adro da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas MG.

Trata-se de importante ação de preservação do patrimônio histórico e artístico local que há vários anos não acontecia e que vai proporcionar maior salvaguarda e longevidade aos monumentos que fazem parte do conjunto tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade em Congonhas.

Na capela da Santa Ceia, a desinfecção será nos dois armários, mesas, tablado e banco, além das esculturas que se encontram ali dispostas. Elas já passam pelo processo inicial de embalagem. Os procedimentos serão acompanhados por equipe técnica especializada da Prefeitura, Iphan e empresa contratada. Além disso, todas as forças de segurança foram acionadas e as medidas adotadas para agir sob qualquer possível eventualidade durante o processo.

De acordo com projeto técnico, o trabalho tem previsão de 8 meses.

Por: Daniel Palazzi – Comunicação Prefeitura de Congonhas
Foto: Hugo Cordeiro

Preservação do patrimônio: Começam as restaurações das capelas e esculturas de Aleijadinho em Congonhas

A Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão (Seplag), por meio da Superintendência de Gestão de Cidades, através da Diretoria de Patrimônio, informa que deu início aos trabalhos de execução dos serviços especializados de desinfecção, pelo método “anoxia”, nas esculturas e peças da capela da Santa Ceia, que fazem parte do conjunto de obras do mestre Aleijadinho dispostas no adro da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas MG.

Trata-se de importante ação de preservação do patrimônio histórico e artístico local que há vários anos não acontecia e que vai proporcionar maior salvaguarda e longevidade aos monumentos que fazem parte do conjunto tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade em Congonhas.

Na capela da Santa Ceia, a desinfecção será nos dois armários, mesas, tablado e banco, além das esculturas que se encontram ali dispostas. Elas já passam pelo processo inicial de embalagem. Os procedimentos serão acompanhados por equipe técnica especializada da Prefeitura, Iphan e empresa contratada. Além disso, todas as forças de segurança foram acionadas e as medidas adotadas para agir sob qualquer possível eventualidade durante o processo.

De acordo com projeto técnico, o trabalho tem previsão de 8 meses.

Por: Daniel Palazzi – Comunicação Prefeitura de Congonhas
Foto: Hugo Cordeiro

Um tesouro colonial preservado na Estrada Real; o encanto de uma capela do século XVIII

A Prefeitura de Belo Vale (MG) está empenhada na preservação e revitalização da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, um importante Patrimônio Cultural Material Religioso da região. Estas obras abrangem a revitalização da pintura interna e externa do templo, que já passou por intervenções de restauração estrutural e artística.

A igreja, dedicada a Nossa Senhora da Boa Morte, encontra-se na Comunidade Quilombola de Boa Morte, na Zona Rural de Belo Vale, e foi construída no início do Século XVIII. Sendo tombada como Patrimônio Cultural Material Religioso do município por meio do Decreto Nº 016/2004, com revisão estabelecida pelo Decreto Nº 687/2021.

A preservação deste patrimônio belo-valense e sua devida revitalização e conservação são de grande importância histórica, cultural e arquitetônica para o município de Belo Vale.

Um tesouro colonial preservado na Estrada Real; o encanto de uma capela do século XVIII

A Prefeitura de Belo Vale (MG) está empenhada na preservação e revitalização da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, um importante Patrimônio Cultural Material Religioso da região. Estas obras abrangem a revitalização da pintura interna e externa do templo, que já passou por intervenções de restauração estrutural e artística.

A igreja, dedicada a Nossa Senhora da Boa Morte, encontra-se na Comunidade Quilombola de Boa Morte, na Zona Rural de Belo Vale, e foi construída no início do Século XVIII. Sendo tombada como Patrimônio Cultural Material Religioso do município por meio do Decreto Nº 016/2004, com revisão estabelecida pelo Decreto Nº 687/2021.

A preservação deste patrimônio belo-valense e sua devida revitalização e conservação são de grande importância histórica, cultural e arquitetônica para o município de Belo Vale.

Remoção de colônias de micro-organismos das esculturas dos 12 Profetas Aleijadinho entra na 3ª fase

Em continuidade ao cronograma de atividades para a remoção de colônias de micro-organismos das esculturas dos 12 Profetas de pedra sabão, localizados no adro da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, de acordo com projeto básico apresentado pela Prefeitura de Congonhas (MG), por meio da Diretoria de Patrimônio Histórico, bem como, o estudo da metodologia que está sendo aplicada e sua eficiência através da coleta e análise de equipe técnica de microbiologistas, o Grupo Oficina de Restauro entra na terceira fase.

Segundo Hugo Cordeiro, Diretor de Patrimônio Histórico, “nesta fase está sendo realizado o monitoramento das aplicações feitas anteriormente e já houve a constatação, comprovada por relatórios, que vários líquens já morreram. Então os técnicos e especialistas começam a retirar com água os líquens. Visivelmente já se nota a diferença, porque os profetas já estão mais limpos, mais bonitos”, ressalta.

Em junho a equipe do Grupo Oficina de Restauro iniciou a aplicação do álcool 70% e logo o Biocida, além da coleta de materiais das colônias microbiológicas e descrições das áreas afetadas com registros gráficos e/ou fotográficos.

Segundo Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro, “a aplicação do Biocida teve como objetivo a remoção de colônias de micro-organismos das esculturas dos 12 Profetas de pedra sabão e é importante para impedir o crescimento e a proliferação destes que são responsáveis pela deterioração pétrea. Fatores químicos e físicos associados à ação biológica dos micro-organismos comprometem a integridade estrutural e estética das esculturas através da excreção de ácidos orgânicos pelos fungos liquenizados. Hoje estamos iniciando a remoção dos líquens no profeta Amos como teste e faremos em todos nas próximas semanas”, explica.

Ressalta-se que o último tratamento realizado nos 12 Profetas foi em 2012. O cronograma de atividades está dentro do previsto e sendo acompanhado pelo Grupo Oficina de Restauro, técnicos do IPHAN, Diretoria de Patrimônio Histórico Municipal, Seplag e Técnicos da empresa Educativo do Museu.

Por Lílian Gonçalves

Fotos: Jean Med

Remoção de colônias de micro-organismos das esculturas dos 12 Profetas Aleijadinho entra na 3ª fase

Em continuidade ao cronograma de atividades para a remoção de colônias de micro-organismos das esculturas dos 12 Profetas de pedra sabão, localizados no adro da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, de acordo com projeto básico apresentado pela Prefeitura de Congonhas (MG), por meio da Diretoria de Patrimônio Histórico, bem como, o estudo da metodologia que está sendo aplicada e sua eficiência através da coleta e análise de equipe técnica de microbiologistas, o Grupo Oficina de Restauro entra na terceira fase.

Segundo Hugo Cordeiro, Diretor de Patrimônio Histórico, “nesta fase está sendo realizado o monitoramento das aplicações feitas anteriormente e já houve a constatação, comprovada por relatórios, que vários líquens já morreram. Então os técnicos e especialistas começam a retirar com água os líquens. Visivelmente já se nota a diferença, porque os profetas já estão mais limpos, mais bonitos”, ressalta.

Em junho a equipe do Grupo Oficina de Restauro iniciou a aplicação do álcool 70% e logo o Biocida, além da coleta de materiais das colônias microbiológicas e descrições das áreas afetadas com registros gráficos e/ou fotográficos.

Segundo Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro, “a aplicação do Biocida teve como objetivo a remoção de colônias de micro-organismos das esculturas dos 12 Profetas de pedra sabão e é importante para impedir o crescimento e a proliferação destes que são responsáveis pela deterioração pétrea. Fatores químicos e físicos associados à ação biológica dos micro-organismos comprometem a integridade estrutural e estética das esculturas através da excreção de ácidos orgânicos pelos fungos liquenizados. Hoje estamos iniciando a remoção dos líquens no profeta Amos como teste e faremos em todos nas próximas semanas”, explica.

Ressalta-se que o último tratamento realizado nos 12 Profetas foi em 2012. O cronograma de atividades está dentro do previsto e sendo acompanhado pelo Grupo Oficina de Restauro, técnicos do IPHAN, Diretoria de Patrimônio Histórico Municipal, Seplag e Técnicos da empresa Educativo do Museu.

Por Lílian Gonçalves

Fotos: Jean Med

Esperança para um ícone da Serra do Cipó

Projeto de restauração da estátua do ermitão atrai rede de farmácias disposta a bancar 20% da obra, anuncia artista plástica

Deteriorando com a ação do tempo e sendo atacada por vândalos pichadores, a estátua do Juquinha da Serra do Cipó ganhou um respiro de esperança. De acordo com a sua criadora, a artista plástica Virgínia Ferreira, o projeto de restauração que ela aprovou em âmbito federal já atraiu um investidor e um especialista em captação de recursos. Caso o projeto seja viabilizado, bastariam dois meses para restaurar o monumento, que é um dos símbolos da serra, em Santana do Riacho, a 117 quilômetros de Belo Horizonte, na Região Central de Minas.

Depois de as reportagens do Estado de Minas mostrarem que a obra que é uma das mais fotografadas do estado estava em estado de deterioração pela ação das chuvas, do vento e do tempo, culminando com um ataque de vândalos pichadores, o projeto de restauração conseguiu atrair interessados. De acordo com a artista plástica, uma megarrede de farmácias que atua em Minas Gerais a procurou ofertando cerca de 20% do valor do projeto de restauração do Juquinha da Serra do Cipó.

Um especialista em captação de recursos para leis de incentivo à cultura, que trabalha com artistas renomados em Minas Gerais, também ofertou serviços para ajudar a conseguir os restantes 80% de recursos para que o Juquinha volte à sua forma original. “As pessoas estão aparecendo. O Juquinha é querido por todos, tem uma mensagem de bondade e de respeito ao meio ambiente de seu próprio exemplo de vida. Quem o apoia, apoia esses valores”, afirma Virgínia Ferreira.

No dia 10, o EM mostrou que a estátua erguida em 1987 está muito degradada e precisa de passar por um complexo processo de restauração. A escultura do Juquinha perdeu o dedão da mão direita; uma fenda se abriu em uma das pernas, enquanto as beiradas do chapéu se quebraram. Nos braços, há buracos com mais de um dedo de largura e profundidade. O paletó também exibe avarias e trincas. A superfície da obra de arte está tomada por trincas e rachaduras. Em algumas partes dos braços e pernas, os vergalhões de aço que dão forma à estrutura já estão expostos e enferrujando.

No dia 17, esse patrimônio da Serra do Cipó sofreu um ataque de vandalismo, segundo o administrador do restaurante que funciona ao lado da estátua, Dilceu Moreira da Silva. “Fechei o restaurante na noite de sábado e fui embora para casa. No domingo de manhã, quando cheguei para abrir o restaurante já estava tudo pichado. É por isso que essa obra tinha de ser melhor protegida, mas a verdade é que a abandonaram. Precisaria de ter iluminação, placas informativas, uma estrutura para dar proteção, mas só tem mesmo abandono”, protesta o administrador.

O projeto

Segundo Virgínia Ferreira, a restauração da obra levaria dois meses, com a necessidade de contratação de 15 pessoas. No processo, seria aplicado fungicida, as ferragens deterioradas precisariam ser trocadas, uma recomposição da estrutura e da forma são necessárias, limpeza minuciosa, acabamento e aplicação de proteção.

“É um projeto caro, porque as condições são precárias no local onde fica o Juquinha. É preciso abrir uma tenda, prover hotel ou pensão para as pessoas, transporte, alimentação, gerador de energia elétrica, andaimes e muito mais”, afirma Virgínia.

A estátua foi feita em 1987 pela artista, sob encomenda das prefeituras de Morro do Pilar e de Conceição do Mato Dentro. Esse personagem da Serra do Cipó está envolto por lendas e causos. Se chamava José Patrício e morreu em 1983. Diziam que o ermitão se alimentava de escorpiões e que já havia sido picado por mais de 100 cobras. Outra história contada sobre o andarilho dá conta de que tinha uma doença rara e que, por isso, perdeu a pulsação em uma noite. Chegou a ser velado, mas acordou dentro do caixão, assustando as pessoas que se despediam dele.

FONTE JORNAL ESTADO DE MINAS

Começa a limpeza dos 12 profetas de Congonhas, em Minas Gerais, obra prima do barroco mundial

Limpeza dos 12 profetas esculpidos por Aleijadinho teve início nesta terça-feira (6); serviço, com atraso de seis anos, é feito com aplicação de biocida

Começou na manhã desta terça-feira (6) o tão esperado trabalho de limpeza dos 12 profetas esculpidos por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814) e destaque do adro do Santuário Basílica Bom Jesus de Matosinhos, Patrimônio Mundial e cartão postal de Congonhas, na Região Central de Minas.

Com andaimes montados em quatro esculturas (Abdias, Habacuc, Naum e Amós), que ficam em plano mais elevado e extremidades do adro do santuário, a equipe do Grupo Oficina de Restauro, de BH, fez aplicação de álcool 70, e, em seguida, do biocida na superfície de pedra-sabão.

A limpeza com o biocida é feita em braços, cabeça e outras partes das esculturas em pedra-sabão para remoção de líquens e fungos que demandam tratamento especializado e sem interferir na beleza e integridade do conjunto bicentenário. A última limpeza dos profetas, com aplicação de biocida, produto totalmente natural segundo especialistas, ocorreu em 2012. O serviço, na parte da manhã, foi acompanhando pelo prefeito local, Cláudio Antônio de Souza, pelo reitor do santuário, cônego Nedson Pereira de Assis, e pelo diretor de Patrimônio Histórico de Congonhas, Hugo Cordeiro.  

A limpeza com o biocida é feita em braços, cabeça e outras partes das esculturas em pedra-sabão para remoção de líquens e fungos(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)

“Fizemos a limpeza nos quatro profetas, e, amanhã, vamos trabalhar nos oito restantes. O álcool, que evapora rapidamente, é usado para ‘preparar o terreno’ para a aplicação do biocida”, explicou Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro, que atua, nesse empreitada, com a também restauradora Rosângela Reis Costa.

Serviço

A Prefeitura de Congonhas custeia e está à frente do serviço, conforme entendimento com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento do conjunto em 1939, e autorização do reitor do santuário basílica, padre Geraldo Gabriel Pinto. A limpeza, programada para ocorrer de cinco em cinco anos, está atrasada em seis anos, e foi alvo de reportagem do Estado de Minas em 3 de novembro de 2021, quando visitantes mostraram essa preocupação com o bem cultural histórico e religioso.

Nascido e criado em Congonhas, o escultor Luciomar Sebastião de Jesus diz que, com a limpeza, moradores e visitantes poderão ver os 12 profetas em toda a beleza concebida por Aleijadinho. “O trabalho minimiza o impacto visual causado pelos líquens, que vão se enraizando na pedra-sabão e causando interferência nas peças”, afirmou o escultor.

Obra-prima

De acordo com o Iphan, o conjunto dos profetas do Antigo Testamento, esculpido por Antonio Francisco Lisboa (1738-1814), o Aleijadinho, em conjunto com o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, é considerado uma das obras-primas do barroco mundial. O conjunto foi tombado pelo Iphan em 1939 e reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial em 1985.

Com grande visitação turística, o conjunto se compõe da  igreja, com interior em estilo rococó e seis capelas dispostas lado a lado denominadas de Passos – ilustrando a via-crúcis de Jesus –, além de um adro murado e uma escadaria externa monumental decorada com estátuas de 12 profetas esculpidas em pedra-sabão entre 1800 e 1805.

A escolha de 12, dentre os 16 profetas que constituem a série do Antigo Testamento, se deve, conforme a especialista em arte sacra e colonial do Brasil, Myriam Andrade, à disposição arquitetônica dos suportes para as esculturas. Assim, o artista restrito a esse número selecionou os profetas na ordem de sua entrada na Bíblia, excluindo Miquéias para dar lugar a Habacuc. Cada um deles traz lateralmente o texto de sua profecia gravados em latim nos rolos de pergaminhos.

A riqueza de detalhes pode ser percebida pelos visitantes, seja no expressionismo das estátuas ou nas exóticas vestimentas dos profetas barrocos. Essa última foi, inclusive, tema de pesquisa do historiador Robert Smith, que verificou referências à arte religiosa portuguesa no período de 1500-1800, inspirada nas pinturas flamengas do fim da era medieval.

FONTE ESTADO DE MINAS

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