“Droga Zumbi” dribla segurança, causa caos e mortes nos presídios de Minas

Sejusp registrou ao menos 13 óbitos em duas penitenciárias de Ribeirão das Neves

Conhecidas como “drogas zumbi”, em função da capacidade de desconectar o usuário da realidade, os entorpecentes da “família K” têm causado caos e mortes nos presídios mineiros. Desde dezembro, 13 detentos morreram em dois presídios de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, sendo sete deles nas últimas duas semanas. Policiais penais relatam dificuldade de controle dos pavilhões em função da maior agressividade entre os consumidores desse tipo de entorpecente altamente viciante e que assusta até mesmo traficantes pelo tamanho descontrole causado durante o uso.

No último dia 24, uma mulher foi presa ao tentar entrar com 500 unidades de K4 no presídio Bicas I, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Durante o procedimento de revista no scanner corporal, uma policial percebeu um objeto suspeito na mão da mulher. Questionada, a suspeita disse que era o cadastro de visitação. A policial penal encontrou, em um saco plástico, atrás do cadastro de visitação segurado pela mulher, quatro cartelas de K4 com 500 unidades ao todo.

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou que sete detentos morreram no presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, nos últimos dez dias. Em nenhuma das ocorrências os presos apresentavam lesões aparentes.

O Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) também confirmou os óbitos de seis detentos do presídio Antônio Dutra Ladeira, localizado na mesma cidade, ocorridos entre os meses de dezembro do ano passado e março deste ano.

A própria Sejusp informou que as causas das mortes foram inicialmente registradas como suposta overdose de substância entorpecente denominada K. Os óbitos ainda estão sob investigações pelo Depen e pela Polícia Civil.

Apesar de as mortes escancararem a entrada de drogas nos presídios, a pasta justificou em nota que “revistas são feitas de forma rotineira em visitantes e nas celas, com o objetivo de coibir a entrada e permanência de materiais ilícitos na unidade prisional”. O governo garante ainda que campanhas são realizadas nos presídios sobre os malefícios do consumo de álcool e drogas.

Porém, na lida diária, dentro das cadeias mineiras, a realidade é de avanço do uso das drogas. Segundo Jean Otoni, presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen-MG), o uso dessas drogas sintéticas gera um efeito dominó nos presídios que fragiliza a segurança. “Isso causa muito estresse aos policiais penais. Os detentos ficam mais agressivos, passam mal com overdose e têm que ser socorridos aos hospitais pelos policiais penais. Isso enfraquece a segurança dos presídios, já que demanda uma logística para esses presos ficarem internados. A presença de drogas causa muito transtorno aos policiais penais nessas unidades”, detalhou.

O resultado é mais violência dentro dos presídios em função do alto poder que essas drogas têm de atingir o sistema nervoso central, causando diferenças comportamentais dos detentos, que se tornam agressivos. “Isso dificulta a contenção e o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) acaba tendo que atuar. Os detentos brigam entre eles. Houve um caso sério na semana passada, na Martinho Drummond, onde uma cela se rebelou contra a outra e houve transtorno grande no pátio. Essas drogas estão causando esses transtornos enormes nas unidades prisionais”, contou.

Otoni conta que o cenário é mais grave do que o sugestionado com as 13 mortes, uma vez que vários atendimentos médicos foram solicitados por presos com sintomas de overdose nos últimos meses. A reportagem solicitou esse número à Sejusp e aguarda retorno. Ainda conforme o representante dos agentes penitenciários, a situação tem sido percebida há alguns meses, quando vários atendimentos médicos foram prestados a presos com sintomas de overdose.

Um problema que, na visão de Otoni, não é de fácil solução, uma vez que há uma certa dificuldade de detectar as drogas do tipo K por serem diluídas em papel, tecido ou qualquer outro tipo de objeto. Além disso, por ser incolor e sem cheiro, ela é praticamente imperceptível a olho nu quando borrifada em pedaços de papel. São essas características que fazem dela uma droga discreta, que escapa fácil aos atuais processos de segurança das penitenciárias.

Em maio do ano passado, o jornal O Tempo mostrou que antes de se popularizar entre usuários das cracolândias de São Paulo, a K9 se espalhou pelas cadeias daquele Estado e se mostrou capaz de driblar com facilidade as revistas e equipamentos de raio-x das prisões. O mesmo movimento de entrada da droga na capital paulista já era observado em Minas Gerais em meados do ano passado. Agora, o cenário se agravou com as mortes inicialmente atribuídas ao consumo da substância.

Droga foi barrada por traficantes de BH

As drogas de origem K causam um “efeito zumbi” nos usuários, o que foi motivo para algumas bocas de fumo em Belo Horizonte “barrarem” a venda do entorpecente após um “teste de qualidade”.  A droga (originalmente líquida) chega geralmente borrifada em papéis ou em ervas para ser fumada. Trata-se de um canabinoide sintético produzido em laboratórios clandestinos dentro e fora do Brasil e que provoca severas contrações musculares, alucinações, psicose, convulsões e até a morte.

Um traficante de um aglomerado na região Oeste de BH contou à reportagem no ano passado que chefes do crime desistiram de vender a K9 após um “teste de qualidade” – realizado entre integrantes da facção – resultar em “piripaque” coletivo. “Quatro responsáveis por bocas de fumo da região usaram a droga para saber qual a ‘brisa que batia” para poderem descrever aos compradores. Só que a galera que experimentou passou muito mal: primeiro, eles ficaram paralisados e, depois, tiveram uma espécie de convulsão. Ninguém foi para o hospital, mas quase precisou. E chamar esse tipo de atenção não é bom para nenhum traficante. A boca de fumo vira alvo da polícia por nada”, revelou a fonte, sob a condição de anonimato.

Diferenças entre as drogas

De mesma origem, K2, K4 e K9 só mudam na forma em que são “apresentadas”. Quando a substância é borrifada no papel, recebe a alcunha de K2. Quando a borrifação é em tabaco, vira K4. Já quando a droga é misturada a outros entorpecentes, aí a denominação é de K9. Se misturada com maconha, por exemplo, autoridades já costumam chamar o produto final de “supermaconha”.

 

FONTE O TEMPO

Cem toneladas de verduras plantadas em presídios beneficiam 184 instituições filantrópicas em Minas Gerais

No estado, 20% das unidades prisionais possuem hortas orgânicas, de onde saem semanalmente centenas de quilos de alimentos cultivados por 253 detentos

Natal é época de despertar o espírito solidário. Mas o que poucos sabem é que a solidariedade no sistema prisional acontece durante todo o ano. Um quinto das unidades prisionais de Minas Gerais possuem hortas produtivas, responsáveis por abastecer a cozinha de 184 instituições beneficentes que estão formalmente cadastradas para receber os alimentos plantados e colhidos dentro das muralhas.

Em 2023, as hortas de 36 penitenciárias e presídios administrados pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) forneceram a asilos, abrigos, creches, escolas e instituições de atendimento à população vulnerável 100 toneladas de verduras, hortaliças e legumes orgânicos.

Para que a ação solidária aconteça, há o trabalho diário de 253 custodiados e de dezenas de policiais penais e demais servidores que acreditam na força da doação.

Neste Natal, são muitas as instituições que receberão do sistema prisional folhas fresquinhas para o preparo das saladas, além de legumes para pratos que levarão sorrisos para quem precisa.

Em Eugenópolis, na Zona da Mata, os 200 quilos de pimentão, repolho, alface, cebolinha e couve doados pelo presídio esta semana já farão diferença na ceia natalina de seis instituições, entre elas a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

Já a Penitenciária de Uberaba, no Triângulo Mineiro, entregou, às vésperas do natal, 100 quilos de diversos tipos de folhas, além de quiabo, abóbora e abobrinha para o asilo São Vicente de Paula. Por lá, as refeições de fim de ano estarão garantidas com o apoio do trabalho executado por custodiados, com a supervisão dedicada de policiais penais.

“Grande parte das sementes e mudas das hortas em unidades de todo o estado são produzidas na Penitenciária de Muriaé, mas contamos com uma ajuda muito importante de pessoas físicas e jurídicas, parceiras do Depen, que fazem doações de diversos insumos,” explica o diretor de Trabalho e Produção do Depen-MG, Paulo Duarte.

Ele ressalta, ainda, os inúmeros benefícios que as atividades agrícolas trazem para a rotina prisional. “As doações enriquecem as refeições de crianças e idosos, e os presos são capacitados profissionalmente para desenvolver a atividade quando terminarem de cumprir a pena. Toda uma rede relacionamentos se estabelece, em prol de uma ação social que envolve saúde e bem-estar”.

 

Tiago Ciccarini / Sejusp

Ciclo de solidariedade

Há 13 anos trabalhando no sistema prisional, o policial penal Hebert Sampaio é o subdiretor de Humanização do Atendimento da Penitenciária José Maria Alkmim, a unidade mais antiga do estado, que fica em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Lá, vinte custodiados trabalham na horta, que é a maior entre as 36 cultivadas nos estabelecimentos prisionais de Minas que realizam doações.

“As instituições assistenciais que recebem as doações dos legumes e hortaliças produzidos aqui na José Maria Alkimim ficam extremamente agradecidas. Além de enriquecer as refeições de idosos e crianças, estes alimentos são produtos de qualidade, cultivados sem agrotóxicos. Os presos da horta têm conhecimento para onde vão os alimentos cultivados por eles, portanto, sabem do valor do seu trabalho para as pessoas beneficiadas”, conta Sampaio.

O subdiretor é responsável pelo contato com estas instituições filantrópicas e sempre acompanha o momento da entrega das caixas com a produção da horta.

“É visível a alegria dos dirigentes dessas casas que atendem crianças e idosos. As doações aproximam o Departamento Penitenciário e a nossa unidade da comunidade local e da sociedade de uma forma mais ampla, pois há várias unidades em todo o estado que também fazem doações”.

Amplos benefícios

Para trabalhar na horta das unidades prisionais, os detentos precisam passar pela avaliação de uma equipe multidisciplinar, que analisa o candidato ao trabalho nos aspectos físicos, psicológicos, escolarização, situação processual e no cumprimento das normas de segurança.

Esta avaliação criteriosa é necessária, pois a maior parte das hortas está situada em áreas que ficam fora dos perímetros dos pavilhões carcerários das unidades prisionais e os presos usam ferramentas agrícolas. Para esta atividade laboral, assim como várias outras, é obrigatória uma autorização do juiz da Comarca.

O plantio e o cultivo dos alimentos possuem muitas vantagens, como o baixo custo de produção e manutenção, a disponibilidade de alimentos e o aproveitamento de espaços vazios e ociosos das unidades prisionais.

Além da profissionalização dos presos, um dos aspectos mais importantes é a execução do trabalho social, pois por meio das doações muitas instituições de caridade conseguem se manter e atender pessoas necessitadas.

 

Gpaer / Penitenciária Doutor Pio Canedo

Solidariedade em todas as regiões do estado

Na Penitenciária Doutor Pio Canedo, em Pará de Minas, na região Central do estado, dez presos trabalham na horta, realizando doações semanais de legumes e verduras de aproximadamente 400 quilos. Estes alimentos são entregues ao Banco de Alimentos do município e para instituições que atendem pessoas em vulnerabilidade social.

“A horta representa uma corrente do bem, com várias pessoas e instituições envolvidas. Recebemos mudas e sementes de um empresário da região, apoio técnico do pessoal da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), os presos são capacitados profissionalmente e toda a colheita vai para a mesa de quem precisa. Um policial penal também ensina aos presos o manejo da horta”, detalha o diretor Marcelo de Carvalho Barbosa, que ainda destaca as visitas de técnicos da Secretaria de Agronegócio, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de Pará de Minas.

Ranking campeão

Os dez alimentos mais plantados e doados pelo sistema prisional são alface (21.823 kg); almeirão (17.802 kg); beterraba (14.601 kg); couve (14.532 kg); mostarda (13.009 kg); cebolinha (4.872 kg); repolho (4.213 kg); rúcula (4.008 kg); abóbora (1.952 kg) e cenoura (1.902 kg).

Já as unidades que possuem hortas e realizam as doações são: Complexo Penitenciário Doutor Pio Canedo; Complexo Penitenciário Nelson Hungria; Penitenciária de Formiga; Penitenciária de Francisco Sá; Penitenciária de Teófilo Otoni; Penitenciária de Três Corações; Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho; Penitenciária Deputado Expedito de Faria Tavares; Penitenciária Doutor Manoel Martins Lisboa Júnior; Penitenciária Francisco Floriano de Paula; Penitenciária José Edson Cavalieri; Penitenciária José Maria Alkimim; Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira; Presídio de Almenara; Presídio de Araguari; Presídio de Araxá; Presídio de Bicas; Presídio de Buritis; Presídio de Canápolis; Presídio de Caratinga; Presídio de Cataguases; Presídio de Coronel Fabriciano; Presídio de Curvelo; Presídio de Eugenópolis; Presídio de Itajubá; Presídio de Jequitinhonha; Presídio de João Pinheiro; Presídio de Novo Cruzeiro; Presídio de Paracatu; Presídio de Pedro Leopoldo; Presídio de Piumhi; Presídio de Resende Costa; Presídio de São Sebastião do Paraíso; Presídio de Serro; Presídio Doutor Nelson Pires e Presídio Promotor José Costa.

FONTE AGÊNCIA MINAS

Leis são sancionadas, como a que proíbe tomadas elétricas em presídios

Outras normas que entraram em vigor no Estado tratam da prevenção ao suicídio, da pavimentação de estrada, da busca por emprego e da inclusão de autistas e hiperativos.

Foi publicada na edição da última quinta-feira (12/10/23) do Diário Oficial Minas Gerais a sanção do governador à Lei 24.496, que proíbe a instalação de tomadas de energia elétrica nas áreas dos estabelecimentos prisionais que os detentos têm acesso. A norma tem origem no Projeto de Lei (PL) 735/19, do deputado Bruno Engler (PL), aprovado no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em setembro.

Pontos destinados à iluminação deverão contar com barreiras físicas que impeçam o acesso dos presos à fiação. O prazo para adaptação das unidades padronizadas pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen) será de 360 dias, prorrogável por igual período no caso de necessidade comprovada.

A proibição não vale, no entanto, para as Associações de Proteção e Assistência ao Condenado (Apacs) e outros espaços, como colônias agrícolas e locais internos de assistência médica, religiosa e judiciária.

Esses locais, contudo, poderão ser objeto de regulamento posterior estabelecendo restrições ou requisitos específicos para a instalação de pontos de energia.

O mesmo se aplica a locais internos dos estabelecimentos prisionais destinados ao trabalho e à instrução dos sentenciados, a colônias industriais ou similares para o preso em regime semiaberto e a casas de albergado (destinadas a detentos com baixo grau de periculosidade) e entidades de ressocialização similares às Apacs.

Conscientização sobre o suicídio

O governador também sancionou a Lei 24.499, que determina a veiculação, em eventos culturais e esportivos realizados no Estado, de propagandas educativas contra a violência autoprovocada.

Com esse objetivo, a norma, oriunda do PL 3.008/21, do deputado Charles Santos (Republicanos), altera a Lei 24.134, de 2022, que trata das ações do Estado na prevenção do suicídio e na promoção da saúde mental.

As peças veiculadas devem conter informações sobre os serviços prestados pelos Centro de Valorização da Vida (CVV), por meio do Disque 188, em locais de realização de eventos esportivos e em salas de cinema, teatro e afins.

Os ingressos para esses locais deverão conter, sempre que possível, mensagens contra esse tipo de violência, com menção ao Disque 188.

Autismo e TDAH

Outra norma sancionada pelo governador, a Lei 24.502 institui o selo Empresa Amiga dos Autistas e das Pessoas com Transtorno de Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Segundo a deputada Nayara Rocha (PP), autora do PL 253/23, que resultou na lei, o objetivo é estimular iniciativas empresariais favoráveis à inclusão dessas pessoas, como reserva de postos de trabalho e capacitação para o exercício de funções de maior remuneração.

Os critérios e a forma de concessão do selo serão estabelecidos em regulamento.

Ceter

A última edição do Diário Oficial também traz a sanção à Lei 24.497, fruto do PL 2.925/21, do deputado Carlos Henrique (Republicanos).

A norma acrescenta à Lei 20.618, de 2013, que rege o Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Geração de Renda (Ceter), uma diretriz estabelecendo que o órgão deverá buscar a modernização dos serviços oferecidos nos postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine), a fim de ampliar as possibilidades de atendimento remoto aos trabalhadores e aos interessados em contratação de mão de obra.

LMG-631

Por fim, foi publicada a sanção à Lei 24.503, que pretende garantir recursos para a pavimentação da chamada “Estrada da Produção”. O PL 328/23, do deputado Ricardo Campos (PT), que deu origem à norma, estabelece que parte dos recursos da outorga da BR-135 sejam destinados preferencialmente à pavimentação da LMG-631, que liga São João da Ponte a Capitão Enéas, no Norte de Minas.

Para tanto, altera a Lei 23.574, de 2020, que criou o Programa Usuário Ativo: Informação, Segurança e Economia (Uaise), de incentivo à participação dos usuários no fornecimento de informações para o aperfeiçoamento da manutenção da malha rodoviária sob responsabilidade do Estado.

FONTE ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS

Leis são sancionadas, como a que proíbe tomadas elétricas em presídios

Outras normas que entraram em vigor no Estado tratam da prevenção ao suicídio, da pavimentação de estrada, da busca por emprego e da inclusão de autistas e hiperativos.

Foi publicada na edição da última quinta-feira (12/10/23) do Diário Oficial Minas Gerais a sanção do governador à Lei 24.496, que proíbe a instalação de tomadas de energia elétrica nas áreas dos estabelecimentos prisionais que os detentos têm acesso. A norma tem origem no Projeto de Lei (PL) 735/19, do deputado Bruno Engler (PL), aprovado no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em setembro.

Pontos destinados à iluminação deverão contar com barreiras físicas que impeçam o acesso dos presos à fiação. O prazo para adaptação das unidades padronizadas pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen) será de 360 dias, prorrogável por igual período no caso de necessidade comprovada.

A proibição não vale, no entanto, para as Associações de Proteção e Assistência ao Condenado (Apacs) e outros espaços, como colônias agrícolas e locais internos de assistência médica, religiosa e judiciária.

Esses locais, contudo, poderão ser objeto de regulamento posterior estabelecendo restrições ou requisitos específicos para a instalação de pontos de energia.

O mesmo se aplica a locais internos dos estabelecimentos prisionais destinados ao trabalho e à instrução dos sentenciados, a colônias industriais ou similares para o preso em regime semiaberto e a casas de albergado (destinadas a detentos com baixo grau de periculosidade) e entidades de ressocialização similares às Apacs.

Conscientização sobre o suicídio

O governador também sancionou a Lei 24.499, que determina a veiculação, em eventos culturais e esportivos realizados no Estado, de propagandas educativas contra a violência autoprovocada.

Com esse objetivo, a norma, oriunda do PL 3.008/21, do deputado Charles Santos (Republicanos), altera a Lei 24.134, de 2022, que trata das ações do Estado na prevenção do suicídio e na promoção da saúde mental.

As peças veiculadas devem conter informações sobre os serviços prestados pelos Centro de Valorização da Vida (CVV), por meio do Disque 188, em locais de realização de eventos esportivos e em salas de cinema, teatro e afins.

Os ingressos para esses locais deverão conter, sempre que possível, mensagens contra esse tipo de violência, com menção ao Disque 188.

Autismo e TDAH

Outra norma sancionada pelo governador, a Lei 24.502 institui o selo Empresa Amiga dos Autistas e das Pessoas com Transtorno de Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Segundo a deputada Nayara Rocha (PP), autora do PL 253/23, que resultou na lei, o objetivo é estimular iniciativas empresariais favoráveis à inclusão dessas pessoas, como reserva de postos de trabalho e capacitação para o exercício de funções de maior remuneração.

Os critérios e a forma de concessão do selo serão estabelecidos em regulamento.

Ceter

A última edição do Diário Oficial também traz a sanção à Lei 24.497, fruto do PL 2.925/21, do deputado Carlos Henrique (Republicanos).

A norma acrescenta à Lei 20.618, de 2013, que rege o Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Geração de Renda (Ceter), uma diretriz estabelecendo que o órgão deverá buscar a modernização dos serviços oferecidos nos postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine), a fim de ampliar as possibilidades de atendimento remoto aos trabalhadores e aos interessados em contratação de mão de obra.

LMG-631

Por fim, foi publicada a sanção à Lei 24.503, que pretende garantir recursos para a pavimentação da chamada “Estrada da Produção”. O PL 328/23, do deputado Ricardo Campos (PT), que deu origem à norma, estabelece que parte dos recursos da outorga da BR-135 sejam destinados preferencialmente à pavimentação da LMG-631, que liga São João da Ponte a Capitão Enéas, no Norte de Minas.

Para tanto, altera a Lei 23.574, de 2020, que criou o Programa Usuário Ativo: Informação, Segurança e Economia (Uaise), de incentivo à participação dos usuários no fornecimento de informações para o aperfeiçoamento da manutenção da malha rodoviária sob responsabilidade do Estado.

FONTE ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS

Polícias fazem manifestação pelas ruas de Lafaiete; presídios da região sentem greve

A greve nas forças de segurança ganha adesão a cada dia em Minas. Acontece neste momento em frente a delegacia de Polícia Civil, no Bairro Angélica, em Lafaiete, a mobilização para uma passeata de policiais de diversas categorias que percorre as ruas da cidade em busca de apoio da população.

Há 3 dias, acontece a paralização já que desde 2015 que não há reajuste inflacionário, chega a perda de mais de 50% em nos vencimentos salariais das categorias.
A greve já atinge o presídio de Lafaiete e outros da região como Congonhas, Barbacena, São João Del-Rei.

Governo Bolsonaro desobriga uso de máscaras em presídios

Na semana passada, Bolsonaro já havia vetado a obrigatoriedade do uso da máscara de proteção individual.

Foto – Reprodução. Crédito – Twitter Jair M. Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro vetou outros trechos da Lei 14.019, de 2020, que trata do uso obrigatório de máscaras em espaços públicos.  A retificação, que está publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (6), veta o artigo que previa a obrigatoriedade das máscaras em prisões e estabelecimentos de cumprimento de medidas socioeducativas.

O presidente também vetou trecho da lei que obrigava estabelecimentos comerciais a informarem, por meio de cartazes, a forma correta de utilizar máscaras e a informação sobre o número máximo de pessoas que podem permanecer no local sem gerar aglomerações.

Na justificativa, o governo informa que a retificação foi publicada por ter constado incorreção, quanto ao original, no Diário Oficial da União de 3 de julho de 2020. Com relação aos novos vetos, o presidente alega que há diversas normas de trabalho sendo elaboradas a respeito de cada setor. Ainda segundo a mensagem, “caberá aos estados e municípios a elaboração de normas que sejam suplementares e que atendam às peculiaridades no que tange à matéria”.

Na semana passada, Bolsonaro já havia vetado a obrigatoriedade do uso da máscara de proteção individual em órgãos e entidades públicas e em estabelecimentos comerciais, industriais, templos religiosos, instituições de ensino e demais locais fechados em que haja reunião de pessoas.

As máscaras são consideradas um dos principais mecanismos para prevenção à disseminação do novo coronavírus. (Jornal Voz Ativa)

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