Conheça os queijos mineiros finalistas do Mundial e saiba onde encontrá-los

Conversamos com os produtores dos queijos finalistas para saber o que eles têm de especial; confira

Rafaela entre os irmãos Fernando e Leonardo: tradição que vem do tempo do bisavô deles

Dos 15 finalistas do 3º Mundial de Queijos, realizado em São Paulo, de 14 a 16 de abril, quatro são mineiros. Entrevistamos os produtores para saber mais sobre suas características, modo de fazer e tempo de maturação! Confira:

Queijo Irmãos Faria: 7º lugar no concurso. Tradicional Queijo Minas Artesanal da Serra da Canastra. Produzido na Fazenda Santiago, em São Roque de Minas, pela proprietária Maria e sua filha Rafaela. Para o concurso, elas enviaram duas peças com maturações de 20 dias e uma com 14 dias. Conquistaram duas medalhas – uma Ouro e outra Super Ouro (finalista), mas ainda não foram informadas pela organização do evento qual queijo ganhou em qual categoria.

De qualquer forma, são queijos feitos com leite cru, de vaca. Meia cura, casca amarela e interior macio. Para Rafaela, o “segredo” é a união da família: o cuidado de seu pai, Rildo, na alimentação das vacas; o asseio na hora da ordenha, feita pelos irmãos Leonardo e Fernando. Ela também agradeceu o apoio da Aprocran (Associação dos Produtores de Queijo Canastra) e do Senar Minas, que ofertam apoio técnico e cursos de aprimoramento.

Pode ser encontrado em empórios e lojas virtuais. Preço médio: R$ 140. Outras informações via Whatsapp: (37) 9 99851545.

Ancestral das Vertentes: Conquistou o 12° lugar no concurso. Feito com leite de cabra, é inspirado no Caprino Romano, que é o parmesão feito com leite de cabra. Elaborado com técnica de massa dura, seu tempo de maturação é de um a dois anos em câmara fria.

De acordo com o produtor Edson Cardoso, do Capril Rancho das Vertentes, em Barbacena, são feitas apenas 100 peças por ano. É um queijo “reserva”. O sabor, algumas vezes, pode ser adocicado, outras vezes lembrar nozes e castanhas. Mini-cristais de lactose lhe conferem certa crocância. “É complexo e agradável”, explica o produtor.

Preço médio: R$ 400

Queijo de leite de cabra do Rancho das Vertentes, de Barbacena, um dos finalistas

Encontrado apenas na propriedade em Barbacena ou na loja virtual: www.ranchodasvertentes.com.br

Entregas são feitas para Barbacena, Tiradentes, Juiz de Fora, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Para demais cidades, é preciso conversar via Whatsapp para ver a viabilidade da remessa pelo Correio: (21) 9 7222-8013.

Névoa das Vertentes Premium – 13º lugar no concurso. Feito com leite de cabra. Queijo de fermentação láctea, utilizando mofo branco. Matura em caes (grades) de metal trazidas da França, com avaliações constantes de temperatura, umidade e circulação do ar para que ele mature, desenvolvendo mofo branco na casca e interior macio. Derrete na boca como se fosse manteiga, tem uma acidez agradável. É feito apenas sob encomenda. Tempo de maturação é de 15 dias.

Névoa das Vertentes ficou em 13º lugar

Preço médio: R$ 50 a peça de 150 gramas.

Encontrado apenas na propriedade em Barbacena ou na loja virtual: www.ranchodasvertentes.com.br

Entregas são feitas para Barbacena, Tiradentes, Juiz de Fora, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Para demais cidades, é preciso conversar via Whatsapp para ver a viabilidade da remessa pelo Correio: (21) 9 7222-8013.

Queijo Rouelle – 15º lugar entre os finalistas. De acordo com o produtor Alisson Hauke trata-se de um queijo que foge completamente das técnicas tradicionais de fabricação. Desde o seu formato até o seu modo de fazer, de fabricação e forma de maturação. Feito com leite de cabra, tem massa mole e casca com mofo branco. Preço: R$ 49,00 a peça de 160 gramas. Pedidos podem ser feitos pelo Whatsapp (31) 9 8667-1492.As entregas são feitas diretamente na casa da pessoa, mas tem fila de espera.

 

FONTE ITATIAIA

Brasil tem 11 queijos entre os 15 melhores do mundo; veja a lista

O Brasil foi destaque do 3º Mundial do Queijo, evento internacional que aconteceu em São Paulo de 11 a 14 de abril. Dos quinze selecionados como os melhores do mundo, entre mais de 1,9 mil produtos de quatorze países diferentes, onze são nacionais.

Na primeira etapa do concurso, 300 jurados deram medalhas — super ouro, ouro, prata e bronze — após as avaliações. Na segunda parte, 15 profissionais mais experientes provaram novamente os queijos eleitos na categoria super ouro. Cada um escolheu um produto para defender com argumentos o motivo de merecer ser eleito o melhor do mundo.

O vencedor foi o Morro Azul, da Pomerode Alimentos, empresa de Santa Catarina. O queijo desenvolvido pelos irmãos Bruno e Juliano Mendes é enrolado em uma cinta de carvalho e possui notas amanteigadas e aroma que lembra o cogumelo.

Queijo Morro Azul conquista o primeiro lugar no mundial dos queijos — Foto: Divulgação
Queijo Morro Azul conquista o primeiro lugar no mundial dos queijos — Foto: Divulgação

Feito com leite de vaca, possui casca branca mofada, massa mole no interior e outro prêmio recente: 1º colocado no 35º World Cheese Awards, na Noruega, em 2023, na categoria América Latina. De acordo com Juliano, a ideia de produzi-lo surgiu da vontade de criar queijos autorais.

“Quando a gente começou, fazíamos apenas produtos da Europa. Aos poucos, ficamos mais seguros e fomos aprendendo. Ele é um queijo de muita cremosidade. E como tem isso bem acentuado, acabaria não tendo estrutura, mas passamos uma cinta para não ficar deformado”, contou à Globo Rural.

A inspiração, segundo Borges, vem de um queijo suíço. “É parecido, mas não igual. Colocamos nossos gostos pessoais para criá-lo”, afirma.

 

FONTE GLOBO RURAL

Por que preço do leite desabou, mas queijo e manteiga continuam caros?

“A desculpa para o preço dos derivados do leite subirem sempre foi o preço do próprio leite e o dólar. Pois bem, o leite está praticamente a metade do que era há um ano atrás, e o dólar está estabilizado faz tempo. Qual é a desculpa agora para o queijo custar 50 paus o quilo?”

O questionamento é de um consumidor de Botucatu, no interior de São Paulo, e foi publicado em fevereiro deste ano nas redes sociais.

É a dúvida de muita gente que chegou a pagar R$ 8 por litro de leite nos supermercados em meados de 2022 e, agora, paga entre R$ 4 e R$ 5, mas não viu uma queda semelhante no preço de derivados como o queijo e a manteiga.

No IPCA, índice de inflação oficial do país medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, o leite longa vida acumula queda anual de 7,9% até fevereiro, mas o queijo recuou apenas 0,82% no mesmo período.

Um levantamento da empresa de pesquisa de mercado Kantar Worldpanel mostra um quadro ainda menos favorável para o preço dos laticínios.

Entre janeiro do ano passado e igual mês deste ano, o preço médio por quilo dos queijos em geral subiu 9,7%, e o da manteiga, 12,3%, conforme esses dados.

A mussarela, tipo de queijo mais consumido no país e que representa mais de 60% do volume de mercado, ficou 3,7% mais cara no período.

A alta de preços foi maior para o minas frescal (19,7%) e os queijos especiais (20%), como brie, cheddar, colonial, cottage, gorgonzola, entre outros, segundo a Kantar.

Mas, em um momento em que os preços da manteiga e do queijo subiam nos supermercados, a vida não esteve nada fácil para os produtores de leite.

No ano passado, em meio a importações recordes de leite em pó, o preço médio do litro de leite pago ao produtor despencou.

Passou de R$ 3,57 para R$ 1,97 entre agosto de 2022 e outubro de 2023, uma queda de 45%, segundo a série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP).

Neste início de ano, o valor voltou a subir um pouco e ficou em R$ 2,14 em janeiro – ainda 40% abaixo da máxima recente de R$ 3,57 registrada em agosto de 2022.

Com a queda acentuada de preços, pequenos produtores de leite têm abandonado o setor no Brasil – fenômeno crescente ano após ano, e que acontece também em outros países.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, o número de produtores de leite vinculados à indústria recuou 18% entre 2021 e 2023, passando de 40.182 para 33.019, segundo o Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leiteda Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS).

Em relação a 2015, quando o Estado tinha 84.199 produtores, a queda é de 61% em oito anos.

O Rio Grande do Sul é o terceiro maior Estado produtor de leite do país, com participação de 12,4% da produção nacional em 2021, segundo o IBGE, atrás apenas de Minas Gerais (27,2%) e Paraná (12,5%).

Mas o que explica esse cenário contraditório? Por que o preço do leite desabou, prejudicando produtores, mas o preço do queijo e da manteiga não cai?

Por que o preço do leite desabou

Antes de entrar na questão do preço dos laticínios, é preciso entender por que o leite encareceu tanto no Brasil em 2022 e, depois, despencou no ano passado.

Entre os fatores que levaram à forte alta do preço naquele ano estão uma menor produção, impactada pela estiagem prolongada no Sul do país, como consequência do fenômeno climático La Niña.

Também pesaram uma forte alta de custos, principalmente dos grãos (usados para alimentar os animais) e dos combustíveis, impactados pela guerra na Ucrânia e pelo aumento das exportações, devido ao real desvalorizado à época, lembra Natália Grigol, pesquisadora de leite do Cepea.

A alta de preços incentivou investimentos na produção, mas, como a pecuária leiteira é uma atividade de ciclos longos, esses investimentos só começaram a se refletir em um aumento da produção em meados de 2023.

O crescimento tardio da oferta interna veio acompanhado, no entanto, de um forte aumento da importação, fruto de um ganho de competitividade do leite em pó oferecido por países vizinhos, como Argentina e Uruguai, em relação ao produto brasileiro.

Em 2023, o Brasil importou um recorde de US$ 853,6 milhões (cerca de R$ 4,3 bilhões) em leite, creme de leite e laticínios, exceto manteiga ou queijo, alta de 66% em relação ao ano anterior e maior valor da série da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do governo federal.

O Brasil é tradicionalmente um país importador de lácteos, explica Grigol, porque, apesar de ser o quarto maior produtor de leite do mundo – atrás de Índia, EUA e Paquistão –, a produção nacional não é suficiente para abastecer o mercado interno.

“O problema é que, em 2023, muito rapidamente, as importações que correspondiam em média a 3%, 4% – nunca passavam de 5% – da nossa produção, chegaram a representar 9%, 10%”, diz a pesquisadora do Cepea.

“É uma situação que bota uma pressão [sobre os preços], em um período em que o consumidor ainda passava por um momento de recomposição de renda.”

Ou seja, o preço do leite caiu, num momento em que os brasileiros ainda se recuperavam do baque econômico da pandemia e controlavam o consumo. Foi uma combinação de fatores que prejudicou o setor leiteiro.

Mas, se o valor do leite desabou, por que o preço dos derivados não caiu?

O que diz a indústria

Na opinião de Fábio Scarcelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq) e membro do conselho da Viva Lácteos, associação que representa as maiores empresas de laticínios do país, a culpa pelo alto preço dos derivados está no varejo e não na indústria.

“Nós ajustamos o preço para baixo [em 2023]. O preço dos queijos caiu significativamente, porque sempre trabalhamos com planilhas de custos – a partir do momento que o preço do leite baixa, imediatamente nós baixamos nossos produtos”, diz Scarcelli.

O presidente da Abiq avalia que o problema seria, portanto, outro.

Scarcelli diz que os supermercados não consideram o queijo um produto “de alto giro”, que são aqueles consumidos quase que diariamente pelas pessoas e que costumam ser escolhidos muitas vezes pelo melhor preço.

“Por conta disso, eles mantêm margens [diferença entre custos e preços praticados ao consumidor] mais elevadas no queijo do que em outros produtos.”

Segundo Scarcelli, trata-se de uma forma de o varejo compensar perdas em produtos vendidos com margens mais apertadas, como arroz e feijão, por exemplo.

Em um produto vendido a R$ 100, o produtor rural fica com R$ 25, a indústria com R$ 25 e o varejo com R$ 50, exemplifica o executivo.

“Os varejistas ficam com a grande fatia da composição de preço final ao consumidor”, afirma.

“Sem entrar no mérito dos custos que eles têm – porque todos temos custos –, as maiores margens que se pode encontrar no mercado de queijos no mundo é a praticada no Brasil.”

Segundo o representante da indústria, se os supermercados reduzissem as margens, particularmente dos queijos especiais, as vendas aumentariam, o que beneficiaria toda a cadeia de laticínios.

A BBC News Brasil procurou a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para responder às críticas do porta-voz da Abiq, mas a entidade informou que não comentaria a questão.

Segundo a Abras, a associação “não atua nesse ponto da precificação”, ou seja, não define como cada empresa associada decide a estratégia de preços ao consumidor.

Produtos caros para uma população pobre

Natália Grigol, do Cepea, observa que, embora os diversos produtos lácteos – leite UHT, leite em pó, iogurtes, manteiga, queijos, entre outros – sejam parte de uma mesma cadeia produtiva, eles são trabalhados pelas empresas de formas distintas, visando públicos diferentes.

Há produtos mais “comoditizados”, em que a marca é menos importante, e o consumidor compra mais pelo preço – caso do leite longa vida e da mussarela.

Outros produtos têm uma chamada “elasticidade-renda” maior. São aqueles que o consumidor compra quando tem mais disponibilidade de renda – caso do iogurte, do queijo e da manteiga.

“São produtos substituíveis – como a manteiga, que pode ser substituída pela margarina – e mais ‘nichados’, se pensarmos que a população brasileira é pobre, na média. Temos grande parte da população vivendo com dois, três salários mínimos no máximo”, lembra a pesquisadora.

“Os lácteos no Brasil ainda são um produto caro para as famílias. Não é à toa que, nos últimos anos, vimos aparecer nos mercados produtos ‘similares’.”

São exemplos dessa tendência produtos como a “mistura láctea condensada”, alternativa mais barata ao leite condensado; a “bebida láctea”, como opção ao iogurte; a “mistura láctea sabor requeijão”, entre outras.

Dois tipos de produtos lácteos vendidos pela Nestlé
Produtos que substituem parte do leite por ingredientes como soro de leite, amido, açúcar, gordura vegetal e aditivos químicos se tornaram comuns nas prateleiras

A especialista concorda que o varejo tem seu papel no alto preço dos laticínios no Brasil. “Há uma concentração no mercado varejista que impõe uma pressão [sobre os preços]”, diz Grigol.

Segundo dados da Abras, os cinco maiores varejistas de alimentos do país representavam juntos 32% do faturamento do setor em 2023.

Além disso, observa a analista, há uma diferença de custos para o varejo entre produtos refrigerados e não refrigerados.

No caso do queijo, há também o custo da mão de obra empregada para dividir o alimento nas porções que são vendidas nas lojas.

“A partir do momento que esses produtos são transformados, passam a ser trabalhados, tanto pela empresa de laticínio, quanto pelo varejo, com estratégias diferentes visando o público-alvo”, afirma Grigol.

Essas diferenças ajudam a explicar porque os derivados do leite não baratearam na mesma medida que sua matéria-prima.

“A transmissão da oscilação do custo de matéria-prima para o consumidor é muito diferente, porque o processamento, a logística, o armazenamento mudam muito”, diz a analista.

Gargalos na cadeia produtiva

Tanto a pesquisadora do Cepea quanto o presidente da Abiq avaliam que as ineficiências da cadeia produtiva do leite são um dos problemas que impedem laticínios como queijo e manteiga de serem mais baratos no Brasil.

Grigol observa que, mundialmente, há desafios crescentes para a produção da matéria-prima. As mudanças climáticas têm aumentando os custos de produção do leite e levado a demanda a superar a oferta em escala global.

“Em muitos países, no entanto, há mecanismos para ajudar o produtor a lidar com as flutuações de mercado”, diz a pesquisadora

Ela cita recursos como seguro rural, derivativos (instrumentos financeiros usados para administrar os riscos da produção agrícola) e políticas públicas como subsídios e linhas de financiamento específicas para o setor.

“No Brasil, ainda carecemos de trabalhar essas imprevisibilidades”, avalia.

Para Grigol, ações protecionistas, como aumentar impostos de importação do leite em pó, não resolverão o problema.

Em outubro, o governo federal aprovou uma medida (decreto 11.732/2023) com objetivo de desestimular importações de leite em pó de países do Mercosul, que estabeleceu que importadores passam a ter menor acesso a créditos tributários.

O governo também aprovou o aumento do imposto de importação de 12% para 18%, pelo período de um ano, para alguns produtos lácteos. E anulou uma redução da Tarifa Externa Comum (TEC) em 10% para 29 itens lácteos.

Em março deste ano, foi a vez do governo de Minas Gerais retirar as empresas importadoras de leite em pó do Regime Especial de Tributação do Estado.

“São medidas que não trabalham as causas da nossa vulnerabilidade. Para isso é preciso aumentar capital – humano e financeiro – dentro das fazendas”, sugere a pesquisadora do Cepea.

Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que, desde que foram identificadas dificuldades na cadeia produtiva leiteira, o governo federal vem tomando medidas de socorro ao setor.

Entre essas medidas, a pasta cita a criação de um grupo de trabalho com objetivo de propor medidas conjunturais e estruturais para o setor.

Menciona ainda a assinatura do decreto 11.732/2023; a disponibilização de R$ 200 milhões para apoio à comercialização de leite em pó como uma medida emergencial de socorro aos produtores de leite; além dos desestímulos tributários à importação.

Para Fábio Scarcelli, da Abiq, uma medida importante para o setor seria um aumento da escala das fazendas de leite.

Segundo ele, isso reduziria os custos de captação da matéria-prima para a indústria e poderia resultar em produtos nacionais mais baratos para o consumidor final.

“Precisamos ter mais produtividade, fazendas com produções maiores. É muito difícil administrar produtores de 100, 150 litros [por dia]. Com todo respeito à agricultura familiar, mas, para a indústria, é um custo muito alto”, diz o executivo.

Uma pesquisa da MilkPoint Ventures mostra que esse movimento de concentração do setor já está acontecendo no país.

O levantamento analisou uma amostra de 41 empresas de laticínios, sendo 17 cooperativas e 24 não cooperativas, representando um terço (32%) da produção de leite formal do país.

Segundo essa amostra, os 4,8% de produtores de leite com capacidade acima de 2 mil litros por dia (ou seja, os grandes produtores) produzem quase metade do leite do país (46%). Outros 43% da produção vêm dos produtores de médio porte.

Já aqueles com capacidade abaixo de 200 litros por dia (os pequenos) são 61% do total de produtores, mas respondem por apenas 11% do leite produzido.

“Isso permite inferir que os produtores de menor porte, ainda que relevantes do ponto de vista numérico e que certamente demandam políticas públicas a eles orientadas, serão cada vez menos relevantes do ponto de vista de abastecimento”, escrevem os pesquisadores no estudo da MilkPoint.

O que dizem os pequenos produtores

Paulo Aranã, de 30 anos, faz parte da terceira geração de sua família que trabalha com leite.

Seu avô comprou a fazenda Ipê, em Itambacuri, no interior de Minas Gerais, em 1963. Os pais assumiram o negócio em 1989. Ele trabalha ali desde 2015 e está à frente da operação há sete anos.

Com 60 vacas em média no curral, a fazenda produz entre 400 e 600 litros de leite por dia, vendidos para uma cooperativa local que produz derivados como manteiga, mussarela, queijo coalho e doce de leite.

Paulo Aranã
Quanto mais distribuída a atividade leiteira, maior é a distribuição de renda, da terra e a geração de empregos, argumenta o produtor rural Paulo Aranã

“Não é uma cooperativa muito grande, mas é muito bem estruturada e uma das últimas que sobrou na nossa região”, diz Aranã.

Ele lembra que muitas cooperativas do setor quebraram nos anos 1990, quando as multinacionais do leite entraram no mercado nacional oferecendo aos produtores valores muito maiores pela matéria-prima do que as cooperativas podiam pagar.

“Quando os produtores migravam das cooperativas para esses laticínios, as cooperativas quebravam e, então, os laticínios derrubavam os preços. Os produtores se viam então sem alternativa, porque eles dependem da cooperativa ou do laticínio para beneficiar o leite.”

Diferentemente do representante da indústria, o produtor avalia que a crescente concentração do mercado leiteiro em grandes fazendas produtoras é uma armadilha e pode, na verdade, deixar leite e laticínios mais caros para o consumidor.

Segundo o produtor rural, para a indústria e as grandes empresas de laticínios, a saída dos pequenos do mercado é vista como algo positivo.

Isso porque, com isso, essas empresas passam a negociar com menos gente, fazem compras em volumes maiores e economizam no transporte e logística.

“Para eles é mais fácil e mais barato trabalhar desse jeito. Mas, para o consumidor, é um perigo, porque ele vai ficando refém de pouca gente”, avalia Aranã.

“A indústria de laticínios já é muito concentrada, agora está acontecendo a concentração dos produtores. No fim das contas, vai ficando pouquíssima gente produzindo tudo. Todo mundo fica dependente deles e, quando não houver mais alternativa, eles podem cobrar o quanto quiserem.”

O produtor afirma ainda que, quanto mais distribuída a atividade, maior é a distribuição de renda, da terra e a geração de empregos.

“O grande produtor geralmente acaba empregando muito menos, porque se trata de uma produção altamente mecanizada”, diz Aranã.

“Em vez de ter mais gente participando da atividade e o dinheiro circulando entre mais pessoas, entre mais municípios e rodando mais na economia, ele vai ficando concentrado no bolso de pouca gente.”

Para Natália Grigol, do Cepea, a questão da renda é também crucial para ampliar o consumo de laticínios no Brasil, o que beneficiaria toda a cadeia leiteira.

Segundo a Abiq, o brasileiro consome atualmente cerca de 6 kg de queijo por ano, muito abaixo dos 11 kg da Argentina e dos mais de 20 kg de países da Europa.

“Os governos, em diferentes esferas, podem trabalhar o incentivo ao consumo público, através das compras públicas. Mas a ferramenta mais efetiva [para aumentar o consumo de laticínios no Brasil] são todas as medidas que levarem o país ao crescimento e ao aumento de renda da população”, diz Grigol.

FONTE BBC NEWS

Queijo Cabacinha se torna patrimônio cultural e imaterial de MG

Oito projetos de lei foram aprovados pelos deputados na Reunião Extraordinária do Plenário realizada na manhã desta quarta-feira (14).

O Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, em Reunião Extraordinária na manhã desta quarta-feira (14/6/23), oito projetos de lei (PL) sobre temas relevantes para a população mineira. 

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião

Entre eles foi aprovado o PL 2573/21, em 2º turno, que declara patrimônio cultural e imaterial o queijo artesanal Cabacinha, produzido no Vale do Jequitinhonha, do deputado Doutor Jean Freire (PT).

A proposição foi aprovada na forma de um novo texto (substitutivo) sugerido pela Comissão de Cultura da ALMG ao vencido (texto aprovado em 1º turno com alterações). Com a aprovação definitiva, a proposição agora pode seguir para sanção do governador e assim ser transformada em lei.

Os deputados aprovaram de forma definitiva um projeto de lei que cria um selo para as empresas que contratarem ou capacitarem pessoas com autismo ou TDAH. A iniciativa busca facilitar a entrada dessas pessoas no mercado de trabalhoTV Assembleia

Também foram votados o PL 253/23, em 1º turno, que dispõe sobre a criação do selo “Empresa Amiga dos Autistas e Portadores de TDAH” (Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade), da deputada Nayara Rocha (PP), e o PL 3540/16, em turno único, que institui o Dia do Sapateiro, sendo que o texto é de autoria do deputado Fábio Avelar (Avante).

Este último foi aprovado em sua forma original, enquanto o primeiro passou na forma de um novo texto (substitutivo) sugerido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Além disso, também foram aprovados pelos deputados projetos de lei referentes a doações de imóveis em diversas regiões do estado. São eles: 

  • PL 3061/21, do ex-deputado Dalmo Ribeiro Silva, em 2º turno, à Associação dos Municípios da Microrregião do Circuito das Águas (Amag), no Sul de Minas;
  • PL 3351/21, do deputado Tadeu Martins Leite (MDB), em 2º turno, ao município de Jaíba (Norte);
  • PL 3442/22, do deputado Betinho Pinto Coelho (PV), em 2º turno, ao município de Iguatama (Centro-Oeste);
  • PL 3414/21, do deputado Gustavo Santana (PL), em 1º turno, ao município de Turmalina (Jequitinhonha);
  • PL 4003/22, do deputado João Vítor Xavier (Cidadania), em 1º turno, ao município de Nova Serrana (Centro-Oeste).

FONTE ALMG

Queijo Cabacinha se torna patrimônio cultural e imaterial de MG

Oito projetos de lei foram aprovados pelos deputados na Reunião Extraordinária do Plenário realizada na manhã desta quarta-feira (14).

O Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, em Reunião Extraordinária na manhã desta quarta-feira (14/6/23), oito projetos de lei (PL) sobre temas relevantes para a população mineira. 

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião

Entre eles foi aprovado o PL 2573/21, em 2º turno, que declara patrimônio cultural e imaterial o queijo artesanal Cabacinha, produzido no Vale do Jequitinhonha, do deputado Doutor Jean Freire (PT).

A proposição foi aprovada na forma de um novo texto (substitutivo) sugerido pela Comissão de Cultura da ALMG ao vencido (texto aprovado em 1º turno com alterações). Com a aprovação definitiva, a proposição agora pode seguir para sanção do governador e assim ser transformada em lei.

Os deputados aprovaram de forma definitiva um projeto de lei que cria um selo para as empresas que contratarem ou capacitarem pessoas com autismo ou TDAH. A iniciativa busca facilitar a entrada dessas pessoas no mercado de trabalhoTV Assembleia

Também foram votados o PL 253/23, em 1º turno, que dispõe sobre a criação do selo “Empresa Amiga dos Autistas e Portadores de TDAH” (Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade), da deputada Nayara Rocha (PP), e o PL 3540/16, em turno único, que institui o Dia do Sapateiro, sendo que o texto é de autoria do deputado Fábio Avelar (Avante).

Este último foi aprovado em sua forma original, enquanto o primeiro passou na forma de um novo texto (substitutivo) sugerido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Além disso, também foram aprovados pelos deputados projetos de lei referentes a doações de imóveis em diversas regiões do estado. São eles: 

  • PL 3061/21, do ex-deputado Dalmo Ribeiro Silva, em 2º turno, à Associação dos Municípios da Microrregião do Circuito das Águas (Amag), no Sul de Minas;
  • PL 3351/21, do deputado Tadeu Martins Leite (MDB), em 2º turno, ao município de Jaíba (Norte);
  • PL 3442/22, do deputado Betinho Pinto Coelho (PV), em 2º turno, ao município de Iguatama (Centro-Oeste);
  • PL 3414/21, do deputado Gustavo Santana (PL), em 1º turno, ao município de Turmalina (Jequitinhonha);
  • PL 4003/22, do deputado João Vítor Xavier (Cidadania), em 1º turno, ao município de Nova Serrana (Centro-Oeste).

FONTE ALMG

Maior do mundo: cidade de Minas produz queijo com mais de 2,7 toneladas

Cidade de Ipanema, no Vale do Rio Doce, teve mais um recorde de queijo gigante superado; festa também tem outras atrações como doce de leite e queimadinha

A cidade de Ipanema, no Vale do Rio Doce, quebrou novamente o próprio recorde de maior queijo minas do mundo, assim como o de maior doce de leite, títulos conquistados e superados há mais de dez anos. A tradicional delícia mineira foi apresentada durante a 13ª Festa do Queijo, realizada neste domingo (23/7), na Praça Coronel Calhau, no centro da cidade.

Desde 2011, a cidade realiza o desafio de produzir o maior queijo minas do mundo. Logo na estreia, o produto já chegou a 1.305 quilos. Pesado pelo Rank Brasil, representante do Livro dos Recordes no país, a produção deste ano tem medidas impressionantes: 2.727 quilos, superando o da última edição em 274 quilos. O recorde anterior havia sido conquistado no ano passado, quando o queijo produzido pesou 2.453 quilos.

Para fabricar a iguaria foram usados 28 mil litros de leite, 400 quilos de sal, além de coalho e fermento. O tempo de produção também superou a edição passada: foram 10 horas de trabalho, envolvendo 15 profissionais, e mais cinco dias na câmara de resfriamento, processo feito em uma empresa de laticínios.

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Depois de pesado, o queijo “desfilou” pelas ruas da cidade e, então, foi a vez das pessoas provarem a iguaria, dividida em pequenos pedaços e distribuída entre centenas de visitantes presentes no evento, na Praça Coronel Calhau. Este ano, a festa contou com a presença do governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), e de outros políticos da região.

Festa tradicional

Cidade de Minas também tem o título de maior doce de leite do mundo(foto: Festa do Queijo/Divulgação)

A produção leiteira é a base da economia de Ipanema, cidade com aproximadamente 20 mil habitantes. A Festa do Queijo é um dos eventos tradicionais no calendário turístico regional, com atrações musicais, concursos gastronômicos, barracas de artesanatos, comidas típicas, e shows locais e de nível nacional. A celebração acontece todo ano, mas ficou suspensa em 2020 e 2021 devido à pandemia de COVID-19.

Além do tradicional queijo minas gigante, a festa também tem outras atrações de grandes proporções, o doce de leite, que entrou para o livro dos recordes em 2013, e também ampliou seu recorde nesta edição, saindo de 873 quilos no ano passado para 1.070 quilos em 2023. E a queimadinha -bebida mineira feita de leite caramelado-, produzida em um bule gigante, que somou novamente 1.200 litros.

Neste ano, pela primeira vez, os participantes do evento tiveram a oportunidade de comprar queijos em barracas com as produções locais de Ipanema. A iniciativa incentiva o trabalho dos produtores locais, além de aumentar o lucro das suas empresas, e oferecer aos visitantes uma gama maior de experiências gastronômicas.

História do maior queijo do mundo

Depois de pesado, o maior queijo do mundo “desfilou” pelas ruas da cidade de Ipanema e foi distribuído para a população(foto: Festa do Queijo/Divulgação)

A marca que estampa o rótulo do maior queijo do mundo é a Laticínios Dois Irmãos, fundada pelos irmãos João Batista Nascimento e José Nascimento. Filha de um dos donos e fundadores, Sarah Werneck caracteriza a empresa como “familiar e bem pequena”. De acordo com ela, os irmãos produzem em “menos quantidade, mas tudo com muita qualidade”.

Sarah conta que, antes de começar a produzir laticínios, os irmãos vendiam pasteis em frente a uma escola em Ipanema, e os alunos tinham liberdade para sair da escola e comprar os pasteis, até que a instituição decidiu manter as portas fechadas, impedindo os estudantes de sair para comprar os alimentos vendidos na porta.

Com isso, a venda dos pastéis diminuiu significativamente, e os irmãos precisaram pensar em outra fonte de renda. Assim, como um deles já havia trabalhado com a produção de laticínios antes, surgiu a ideia de começar a produzir, em casa, queijos para serem vendidos. Sarah afirma que “a produção era bem fundo de quintal”.

Recordes do queijo

  • 2023: 2.727 quilos
  • 2022: 2.453 quilos
  • 2019:2.284 quilos
  • 2018: 2.072 quilos
  • 2017: 1.980 quilos
  • 2016: 1.910 quilos
  • 2015: 1.810 quilos
  • 2014: 1.770 quilos
  • 2013: 1.600 quilos
  • 2012: 1.480 quilos
  • 2011: 1.305 quilos

Recordes do doce de leite

  • 2023: 1.070 quilos
  • 2022: 873 quilos
  • 2019: 828 quilos
  • 2018: 810 quilos
  • 2017: 608 quilos
  • 2016: 568 quilos
  • 2015: 517 quilos
  • 2014: 507 quilos
  • 2013: 302 quilos

FONTE ESTADO DE MINAS

Maior do mundo: cidade de Minas produz queijo com mais de 2,7 toneladas

Cidade de Ipanema, no Vale do Rio Doce, teve mais um recorde de queijo gigante superado; festa também tem outras atrações como doce de leite e queimadinha

A cidade de Ipanema, no Vale do Rio Doce, quebrou novamente o próprio recorde de maior queijo minas do mundo, assim como o de maior doce de leite, títulos conquistados e superados há mais de dez anos. A tradicional delícia mineira foi apresentada durante a 13ª Festa do Queijo, realizada neste domingo (23/7), na Praça Coronel Calhau, no centro da cidade.

Desde 2011, a cidade realiza o desafio de produzir o maior queijo minas do mundo. Logo na estreia, o produto já chegou a 1.305 quilos. Pesado pelo Rank Brasil, representante do Livro dos Recordes no país, a produção deste ano tem medidas impressionantes: 2.727 quilos, superando o da última edição em 274 quilos. O recorde anterior havia sido conquistado no ano passado, quando o queijo produzido pesou 2.453 quilos.

Para fabricar a iguaria foram usados 28 mil litros de leite, 400 quilos de sal, além de coalho e fermento. O tempo de produção também superou a edição passada: foram 10 horas de trabalho, envolvendo 15 profissionais, e mais cinco dias na câmara de resfriamento, processo feito em uma empresa de laticínios.

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Depois de pesado, o queijo “desfilou” pelas ruas da cidade e, então, foi a vez das pessoas provarem a iguaria, dividida em pequenos pedaços e distribuída entre centenas de visitantes presentes no evento, na Praça Coronel Calhau. Este ano, a festa contou com a presença do governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), e de outros políticos da região.

Festa tradicional

Cidade de Minas também tem o título de maior doce de leite do mundo(foto: Festa do Queijo/Divulgação)

A produção leiteira é a base da economia de Ipanema, cidade com aproximadamente 20 mil habitantes. A Festa do Queijo é um dos eventos tradicionais no calendário turístico regional, com atrações musicais, concursos gastronômicos, barracas de artesanatos, comidas típicas, e shows locais e de nível nacional. A celebração acontece todo ano, mas ficou suspensa em 2020 e 2021 devido à pandemia de COVID-19.

Além do tradicional queijo minas gigante, a festa também tem outras atrações de grandes proporções, o doce de leite, que entrou para o livro dos recordes em 2013, e também ampliou seu recorde nesta edição, saindo de 873 quilos no ano passado para 1.070 quilos em 2023. E a queimadinha -bebida mineira feita de leite caramelado-, produzida em um bule gigante, que somou novamente 1.200 litros.

Neste ano, pela primeira vez, os participantes do evento tiveram a oportunidade de comprar queijos em barracas com as produções locais de Ipanema. A iniciativa incentiva o trabalho dos produtores locais, além de aumentar o lucro das suas empresas, e oferecer aos visitantes uma gama maior de experiências gastronômicas.

História do maior queijo do mundo

Depois de pesado, o maior queijo do mundo “desfilou” pelas ruas da cidade de Ipanema e foi distribuído para a população(foto: Festa do Queijo/Divulgação)

A marca que estampa o rótulo do maior queijo do mundo é a Laticínios Dois Irmãos, fundada pelos irmãos João Batista Nascimento e José Nascimento. Filha de um dos donos e fundadores, Sarah Werneck caracteriza a empresa como “familiar e bem pequena”. De acordo com ela, os irmãos produzem em “menos quantidade, mas tudo com muita qualidade”.

Sarah conta que, antes de começar a produzir laticínios, os irmãos vendiam pasteis em frente a uma escola em Ipanema, e os alunos tinham liberdade para sair da escola e comprar os pasteis, até que a instituição decidiu manter as portas fechadas, impedindo os estudantes de sair para comprar os alimentos vendidos na porta.

Com isso, a venda dos pastéis diminuiu significativamente, e os irmãos precisaram pensar em outra fonte de renda. Assim, como um deles já havia trabalhado com a produção de laticínios antes, surgiu a ideia de começar a produzir, em casa, queijos para serem vendidos. Sarah afirma que “a produção era bem fundo de quintal”.

Recordes do queijo

  • 2023: 2.727 quilos
  • 2022: 2.453 quilos
  • 2019:2.284 quilos
  • 2018: 2.072 quilos
  • 2017: 1.980 quilos
  • 2016: 1.910 quilos
  • 2015: 1.810 quilos
  • 2014: 1.770 quilos
  • 2013: 1.600 quilos
  • 2012: 1.480 quilos
  • 2011: 1.305 quilos

Recordes do doce de leite

  • 2023: 1.070 quilos
  • 2022: 873 quilos
  • 2019: 828 quilos
  • 2018: 810 quilos
  • 2017: 608 quilos
  • 2016: 568 quilos
  • 2015: 517 quilos
  • 2014: 507 quilos
  • 2013: 302 quilos

FONTE ESTADO DE MINAS

Se o mineiro ama um queijinho, se souber do queijão Canastra vai pirar

Novidade em São Roque de Minas está dando o que falar: produtores premiados do queijo Canastra resolveram se juntar para produzir um queijo com 30 quilos

Se tem uma coisa que o mineiro ama de paixão é o queijo. Se forem os produzidos e premiados queijos da Região da Serra da Canastra, então, aí, nem se fala. Não bastasse consquistar, ano após ano, os melhores prêmios em concursos nacionais e no exterior, os produtores renomados de lá não param de inventar. No último fim de semana, foi produzido na cidade de São Roque de Minas o maior queijo da Canastra já visto. Foram usados 300 litros de leite e o queijo tem 500 milímetros de diâmetro.

Esse queijo gigante foi produzido para estudar como será o comportamento da cura, uma vez que é feito com a mesma massa de um queijo canastra comum. “Sabemos que cada queijo tem sua identidade, sabores e aromas bem diferentes, o tempo de cura, também influencia muito. Fizemos um experimento e queremos ver o resultado”, explica Jordane Macedo, diretor da Culturar e  ex-jurado no mundial do queijo em Araxá em 2021.

 Ivair José de Oliveira e Lúcia Oliveira, produtores premiados do queijo Canastra, resolveram se juntar a Jordane Macedo para produzir um queijo canastra com aproximadamente 30 quilos, batizado de “Canastra Imperial”.

Renomados produtores de queijo de São Roque de Minas se juntaram para produzir o Canastra Imperial, um queijo gigante de 30 kg(foto: Aprocan/Divulgação)

“Este queijo que fizemos é o menor, para termos referência para produzirmos um ainda maior ainda produzir este ano, em um evento na Serra da Canastra”, conta Jordane. Ele explica que os maiores produzidos até então são o queijo Canastra Real que tem cerca de 6kg, e o Capivara, que são usados 200 litros.

Para enriquecer ainda mais essa experiência, o amigo e chef Ivo Faria foi convidado para participar da ação e preparou uma receita usando o queijo do Ivair para celebrar este momento.

Vale ressaltar que o queijo do Ivair é premiado internacionalmente com medalha Super Ouro no Concurso Mundial da França em 2019 e 2021 (Mondial Du Fromage) e nacionalmente com 4 medalhas de Bronze e 1 de Prata no Concurso Prêmio Queijo Brasil. 

Estima-se que a cura desse queijo vai durar até seis meses. Serão vendidos cunhas dele e toda a renda será revertida para o Asilo José Moraes de Oliveira e Lar Maria Nolvinha da Costa de São Roque de Minas.

Rota do Queijo Canastra

De sabor marcante, bom para degustar com um bom vinho, o queijo Ivaí está na Rota do Queijo Canastra(foto: Aprocan/Divulgação)

Depois do sucesso que foi o evento do Made in Minas Gerais na Serra da Canastra, produzido pela Culturar em parceria com a Prefeitura, em comemoração aos 84 anos de São Roque de Minas em dezembro de 2022, foi criada a Rota do Queijo Canastra.

“Sempre que ia à região de São Roque de Minas, apesar de conhecer diversos produtores, procurava uma forma de visitar os que não tinha acesso ou ainda não conhecia. Foi dessa vontade e em poder compartilhar parte do meu saber e gerar a oportunidade ao turista, que juntamente com a Aprocam, selecionamos algumas  das dezenas de fazendas da região, para “culturar” a arte de fazer queijo.

Após o término do evento, Jordane colocou em prática o desejo de sinalizar bem a região e criou uma rota do queijo Made in Minas, que permite às pessoas se locomoverem facilmente.

“Criamos uma forma interativa de as pessoas se movimentarem na região e saber onde está o que procuram. É tudo interativo, a pessoa clica no número do mapa e logo abre o nome da fazenda produtora do queijo, horário de funcionamento e um link direto para navegação até onde deseja ir. É o resultado de um trabalho de pesquisa de várias pessoas, da minha paixão pela cultura gastronômica e das pessoas que cuidam deste tesouro mineiro”, completa Jordane.

Estão sendo instaladas dezenas de placas dentro do roteiro. Nelas contém um QR- Code, que de mesmo de dentro do carro o turista aponta a câmera do celular que já direciona para a rota do queijo. Saiba mais aqui

FONTE ESTADO DE MINAS

Queijaria de Ouro Preto conquista inédito Selo Arte

Apesar do pouco tempo de existência, o Queijo Inconfidentes, produzido em Outro Preto, na região Central de Minas, já vem conquistando um espaço diferenciado no mercado. A queijaria do casal Eduardo e Beatriz Pulier é a única do município a possuir o Selo Arte, que é concedido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e permite a venda de produtos alimentícios artesanais para outros estados. Nessa trajetória, o casal de produtores tem contado com a assistência técnica da Emater-MG

Emater / Divulgação

Ao iniciar a produção de queijo, em 2019, Eduardo e Beatriz realizaram um desejo antigo e deram continuidade à tradição familiar. “Eu já era produtor de leite, mas de fim de semana. Ao realizar passeios pela Canastra, região de Araxá e Serro, me despertou essa paixão, essa vontade de fazer queijo artesanal, independente de resultados financeiros. Após todas as pesquisas e preparos pra isso, já começamos com registros no IMA e o Selo Arte’’, conta Eduardo. 

Desde o início, o casal contou com a Emater-MG para atingir seus objetivos. “O Eduardo nos procurou e nós o direcionamos para o departamento técnico da sede da empresa. A equipe o atendeu e orientou todos os trabalhos’’, explicou o extensionista do escritório da Emater-MG em Outro Preto, pertencente à unidade regional da empresa em Belo Horizonte, Wagner Henrique Pereira. 

O processo foi orientado e acompanhado pela coordenadora estadual de Agroindústria de Leite e Derivados da Emater-MG, Marciana de Souza Lima. “Realizamos uma primeira visita para ver qual a real demanda do produtor. No caso, foi a construção de uma queijaria de Queijo Minas Artesanal fora de regiões caracterizadas. Como ele já tinha uma construção, definimos por fazer apenas algumas adaptações. Foram realizadas várias reuniões e definimos o melhor possível, além de encaminhar os projetos para a regulamentação. Eduardo foi um exemplo, pois ele esperou para que tudo ficasse pronto nas documentações e só iniciou as obras depois da aprovação do IMA”.

Após se aposentar, Eduardo Pulier passou a se dedicar dedica exclusivamente à produção da iguaria. Ele e mais duas funcionárias produzem diariamente 20 peças do Queijo Inconfidentes. Já Beatriz Pulier divide seu tempo entre suas atividades como corretora de imóveis e o trabalho na queijaria. Ela é responsável pela gestão das redes sociais do Queijo Inconfidentes e pela recepção dos visitantes. 

Qualidade 

A qualidade do Queijo Inconfidentes é resultado dos cuidados com o rebanho leiteiro e a adoção de Boas Práticas na Fabricação (BPA) repassadas ao casal pelos extensionistas da Emater-MG. Todo este zelo fez com que a propriedade de Eduardo e Beatriz se tornasse uma Unidade Demonstrativa (UD). “A Emater-MG está usando muito o espaço para visitas, trazendo outros queijeiros para conhecer a estrutura da queijaria’’, diz a extensionista de Bem-estar Social em Ouro Preto, Regina Rodrigues. 

Para adquirir o Queijo Inconfidentes, basta entrar em contato com Eduardo e Beatriz por meio das redes sociais. Já quem é adepto do turismo de experiência também pode visitar a propriedade. “Criamos um roteiro em que a pessoa conhece toda a produção do queijo e, depois, na antiga construção de 1740, tem a oportunidade de fazer a degustação do queijo e de cafés especiais’’, detalha Eduardo. Conhecida como Sítio do Lobo, a propriedade é do século XVIII. Há pouco mais de 40 anos, o local foi comprado pela família de Beatriz. 

Fonte: Agência Minas

Codap concede 1º Selo Queijo Artesanal

Em solenidade realizada em 19 de janeiro, na sede da Associação Mineira de Municípios – AMM, em Belo Horizonte, em evento simultâneo com o Rio Grande do Sul foram entregues os primeiros Certificados de Queijo Artesanal do Brasil emitidos por municípios ou consórcios. A partir da nova legislação os municípios e os consórcios intermunicipais têm autonomia para conceder os Selos Arte e Selo Queijo Artesanal que autorizam a livre circulação em todo o território nacional.

Selo Queijo Artesanal é um certificado de identidade e qualidade, que amplia o comércio de produtos alimentícios elaborados de forma artesanal ampliando o mercado consumidor de local para nacional. O estado de Minas Gerais vem se consolidando como a Terra dos Melhores Queijos do Mundo e a nossa região abriga uma grande bacia leiteira e tem um grande número de produtores que podem se beneficiar dessa nova legislação.

O produtor de queijo, mesmo em pequena escala poderá vender seu produto dentro da legalidade, livrando-se das fiscalizações que, muitas vezes impediam sua principal fonte de renda. Tudo isso atendendo às normas de segurança alimentar.

Os produtores da região contam com o Serviço de Inspeção Municipal do Codap para terem toda a assessoria necessária para obterem a referida Certificação, emitida, agora, pelo próprio Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba, Codap.

Várias autoridades participaram da solenidade, dentre as quais, Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, vice-presidente da AMM, Luiz Fernando Alves, O deputado Federal Zé Silva e o prefeito de Ouro Branco e presidente da Amalpa, Hélio Campos.

O Prefeito de Entre Rios de Minas e Presidente do Codap José Walter, falou em nome dos municípios mineiros produtores de queijo e entregou o Certificado Selo Queijo Artesanal aos produtores Helena Silva Melo e Gilbert José de Melo da queijaria “Queijo Cana Velha”, localizada no município de Entre Rios de Minas.

Helena Silva Melo da queijaria “Queijo Cana Velha” recebendo O Certificado de Queijo Artesanal das mãos do Sr. José Walter Resende Aguiar, Prefeito de Entre Rios de Minas e Presidente do Codap, e das mãos do Deputado Federal José Silva.

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