Vizinho que fez ofensas racistas a mulher é preso em MG

Vídeo gravado pela vítima mostra o homem a chamando de “macaca, preta, fedida”

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu o homem de 53 anos que fez ofensas racistas a uma vizinha na cidade de Boa Esperança (MG), a cerca de 275 quilômetros de Belo Horizonte. A prisão foi feita nesta quarta-feira (31).

O homem já havia sido detido na sexta-feira (26), quando os fatos aconteceram, mas foi liberado no mesmo dia.

Um vídeo gravado pela vítima registrou parte das falas racistas. No começo das filmagens, a mulher, que é cerimonialista, pede para que o homem, de 53 anos, coloque a placa do estabelecimento de volta ao lugar.

O homem ri e joga as plantas da frente do apartamento no chão. Ao perceber que a mulher está gravando, o homem diz: “Feia, macaca. Vai mostrar para a polícia?”. Na sequência, o homem tenta agredir a vítima e não consegue devido à grade que separa os apartamentos.

Alterado, o vizinho tenta passar um vaso de planta pelo vão da grade, e o arremessa na tentativa de acertar a mulher, e volta a chamá-la de “macaca”. “O senhor está assustando a minha filha. Minha filha é só uma criança, viu?”, diz a vítima, ao fundo é possível ouvir uma criança chorando.

Segundo o delegado Alexandre Boaventura Diniz, responsável pelas investigações, o homem disse à polícia que os vídeos eram “recortes de uma briga maior”, na qual ele teria sido vítima de homofobia. “A Polícia Civil, então, decidiu investigar todos os fatos primeiro, para depois efetuar eventual prisão”, explicou.

No sábado (27), a investigação concluiu que o homem de fato havia cometido o crime de racismo e representou pela prisão preventiva. A Justiça aceitou o pedido no domingo (28). A CNN não localizou a defesa do homem que aparece no vídeo.

FONTE CNN BRASIL

Vigia discriminado no trabalho por usar cabelo “black power” receberá indenização por assédio moral

O Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, 20 de novembro, no Brasil, é mais do que uma data no calendário. Trata-se de um momento crucial para reflexão e conscientização acerca da história, cultura e contribuições fundamentais da população afrodescendente na construção da identidade nacional. Este dia não apenas homenageia figuras emblemáticas como Zumbi dos Palmares, mas também destaca a importância de enfrentar e combater o racismo estrutural, promovendo a igualdade, o respeito e a valorização da diversidade étnica em nossa sociedade. O Dia da Consciência Negra é uma oportunidade para aprender, reconhecer e celebrar a riqueza da herança afro-brasileira, incentivando um diálogo contínuo sobre a superação de desafios e a construção de um futuro mais inclusivo e equitativo.

A discriminação racial no ambiente de trabalho é um desafio persistente, que demanda uma análise cuidadosa e ação proativa. Em meio à busca por ambientes profissionais mais inclusivos, a discriminação racial emerge como um obstáculo significativo, comprometendo não apenas a equidade de oportunidades, mas também o bem-estar emocional e psicológico das pessoas afetadas. Esse fenômeno transcende barreiras, afetando negativamente a ascensão profissional e a qualidade de vida de trabalhadores racialmente discriminados. Ao explorarmos as raízes e manifestações desse problema, somos confrontados com a necessidade premente de implementar políticas e práticas que promovam a diversidade, a igualdade e um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo. Recentemente, esse tema foi abordado em uma decisão da JT mineira. Acompanhe:

No período em que atuou na Vara do Trabalho de Patos de Minas, o juiz Luiz Felipe de Moura Rios condenou uma empresa de vigilância patrimonial ao pagamento de uma indenização por danos morais, no valor de R$ 3 mil, ao vigia vítima de discriminação racial no ambiente de trabalho. Na análise do conjunto de provas produzidas na instrução processual, o magistrado constatou que houve uma determinação para que o trabalhador cortasse o cabelo estilo “black power” para que o penteado se adequasse ao padrão profissional exigido pela empresa.

No caso, o vigia alegou ter sido desmerecido e perseguido devido à sua aparência física, com chefes solicitando que cortasse o cabelo para se adequar ao “cartão de visita” da empresa. Um áudio entre colegas de trabalho foi apresentado como prova das narrativas discriminatórias relacionadas à aparência do vigia e seu cabelo “black power“.

A empresa contestou as alegações de assédio moral, justificando que o áudio estava relacionado à exigência do uso completo do uniforme, incluindo o boné. No entanto, as declarações do preposto da empresa e da testemunha apontaram para uma falta de esclarecimento sobre padrões visuais no momento da contratação do vigia. 

No áudio examinado pelo juiz, o chefe afirmou que “o que está incomodando os outros chefes é esse cabelo dele, esse black power“, complementando que “um vigia não pode se trajar dessa forma” e que “o cara está desajeitadão, esse cabelão black power dele, chega sacudindo cabelo para um lado e para outro, então assim, tá ruim, tá difícil, ele tem que ajeitar isso aí”. Por fim, o chefe reiterou que o visual do vigia não era condizente com o “cartão de visita” da empresa. A testemunha indicada pela empresa declarou ter ouvido o áudio no qual o chefe solicitava ao trabalhador que cortasse o cabelo. Ela confirmou também que presenciou a resposta negativa do vigia.

Movimento Black Power : Luta histórica contra o racismo

Conforme pontuou o magistrado, o depoimento prestado pelo preposto confirmou que o vigia foi contratado em dezembro de 2022 com a mesma aparência que possuía no mês seguinte, não tendo feito qualquer menção a padrões visuais. Para o juiz, a empresa extrapolou o limite da relação contratual ao interferir na liberdade e na imagem do trabalhador, incorrendo em conduta ilícita. Ele entendeu que esse tipo de atitude é uma manifestação do racismo estrutural velado. “O pedido de corte de cabelo, neste caso, tem em verdade profunda relação com o racismo estrutural em que vivemos. Isso porque o reclamante é pessoa negra, e o ‘padrão’ a que se refere a empresa se traduz, de forma bastante velada, de fato, em um tipo de imagem relacionada a pessoas brancas e cujo cabelo não tem a forma do cabelo do reclamante, como se essa fosse a forma mais aceitável de apresentação na sociedade”, completou.

O juiz ressaltou que o cabelo black power é simbólico e carrega um significado muito maior do que mero modismo ou simples aparência física. Ele enfatizou que o “black power” utilizado pelo trabalhador fez parte de um movimento cultural de valorização da identidade negra e de luta contra a discriminação. “A adoção de penteados e estilo de cabelo como o utilizado pelo reclamante tem também profunda conexão com movimento cultural de valorização da pessoa negra, bem como de luta por coibição de práticas de cunho discriminatório. O movimento ‘black power’, como ficou conhecido nos Estados Unidos da década de 60, além de se relacionar à expressão de liberdade da população negra com seu próprio corpo, é também uma manifestação cultural e histórica, que tem por objetivo o respeito e a valorização estética de suas origens”, ressaltou.

Decisão

Na conclusão do julgador, ficou notório o ato de discriminação e deve ser repudiada a conduta da empresa de exigir, logo após a contratação do trabalhador, um corte de cabelo somente para enquadrá-lo no padrão visual racista. O magistrado frisou que essa exigência não tem relação com a função desempenhada por ele e não tem justificativa plausível e razoável. Além disso, a lei brasileira proíbe a discriminação racial no ambiente de trabalho. Por essas razões, o juiz entendeu que a conduta ofensiva da empresa gera o dever de indenizar. Entretanto, ele frisou que o ato da empresa foi isolado e prontamente recusado pelo vigia.

Assim, levando-se em conta a extensão e consequência do dano, a presunção de constrangimento, a gravidade da culpa da empresa, a natureza compensatória e pedagógica da medida e o princípio do não enriquecimento sem causa da pessoa prejudicada, o juiz fixou o valor da indenização em R$ 3 mil.

Ao finalizar, o julgador trouxe reflexões sobre o tema. “Na visão deste magistrado, a prática realizada pela reclamada é reflexo de um problema crônico na sociedade, e que não se limita ao nosso país. Nada obstante, não apenas é fundamental destacar o problema, como também coibir ‘toda distinção, exclusão ou preferência fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência nacional ou origem social, que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidade ou de tratamento em matéria de emprego ou profissão’ (artigo 1º, a, da Convenção nº 111 da OIT), porque demonstra conduta discriminatória”.

Em grau de recurso, os julgadores da Oitava Turma do TRT-MG mantiveram integralmente a sentença. Atualmente, o processo está em fase de execução.

PROCESSO

FONTE PORTAL TRT DA 3ª REGIÃO DE MINAS GERAIS

Vigia discriminado no trabalho por usar cabelo “black power” receberá indenização por assédio moral

O Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, 20 de novembro, no Brasil, é mais do que uma data no calendário. Trata-se de um momento crucial para reflexão e conscientização acerca da história, cultura e contribuições fundamentais da população afrodescendente na construção da identidade nacional. Este dia não apenas homenageia figuras emblemáticas como Zumbi dos Palmares, mas também destaca a importância de enfrentar e combater o racismo estrutural, promovendo a igualdade, o respeito e a valorização da diversidade étnica em nossa sociedade. O Dia da Consciência Negra é uma oportunidade para aprender, reconhecer e celebrar a riqueza da herança afro-brasileira, incentivando um diálogo contínuo sobre a superação de desafios e a construção de um futuro mais inclusivo e equitativo.

A discriminação racial no ambiente de trabalho é um desafio persistente, que demanda uma análise cuidadosa e ação proativa. Em meio à busca por ambientes profissionais mais inclusivos, a discriminação racial emerge como um obstáculo significativo, comprometendo não apenas a equidade de oportunidades, mas também o bem-estar emocional e psicológico das pessoas afetadas. Esse fenômeno transcende barreiras, afetando negativamente a ascensão profissional e a qualidade de vida de trabalhadores racialmente discriminados. Ao explorarmos as raízes e manifestações desse problema, somos confrontados com a necessidade premente de implementar políticas e práticas que promovam a diversidade, a igualdade e um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo. Recentemente, esse tema foi abordado em uma decisão da JT mineira. Acompanhe:

No período em que atuou na Vara do Trabalho de Patos de Minas, o juiz Luiz Felipe de Moura Rios condenou uma empresa de vigilância patrimonial ao pagamento de uma indenização por danos morais, no valor de R$ 3 mil, ao vigia vítima de discriminação racial no ambiente de trabalho. Na análise do conjunto de provas produzidas na instrução processual, o magistrado constatou que houve uma determinação para que o trabalhador cortasse o cabelo estilo “black power” para que o penteado se adequasse ao padrão profissional exigido pela empresa.

No caso, o vigia alegou ter sido desmerecido e perseguido devido à sua aparência física, com chefes solicitando que cortasse o cabelo para se adequar ao “cartão de visita” da empresa. Um áudio entre colegas de trabalho foi apresentado como prova das narrativas discriminatórias relacionadas à aparência do vigia e seu cabelo “black power“.

A empresa contestou as alegações de assédio moral, justificando que o áudio estava relacionado à exigência do uso completo do uniforme, incluindo o boné. No entanto, as declarações do preposto da empresa e da testemunha apontaram para uma falta de esclarecimento sobre padrões visuais no momento da contratação do vigia. 

No áudio examinado pelo juiz, o chefe afirmou que “o que está incomodando os outros chefes é esse cabelo dele, esse black power“, complementando que “um vigia não pode se trajar dessa forma” e que “o cara está desajeitadão, esse cabelão black power dele, chega sacudindo cabelo para um lado e para outro, então assim, tá ruim, tá difícil, ele tem que ajeitar isso aí”. Por fim, o chefe reiterou que o visual do vigia não era condizente com o “cartão de visita” da empresa. A testemunha indicada pela empresa declarou ter ouvido o áudio no qual o chefe solicitava ao trabalhador que cortasse o cabelo. Ela confirmou também que presenciou a resposta negativa do vigia.

Movimento Black Power : Luta histórica contra o racismo

Conforme pontuou o magistrado, o depoimento prestado pelo preposto confirmou que o vigia foi contratado em dezembro de 2022 com a mesma aparência que possuía no mês seguinte, não tendo feito qualquer menção a padrões visuais. Para o juiz, a empresa extrapolou o limite da relação contratual ao interferir na liberdade e na imagem do trabalhador, incorrendo em conduta ilícita. Ele entendeu que esse tipo de atitude é uma manifestação do racismo estrutural velado. “O pedido de corte de cabelo, neste caso, tem em verdade profunda relação com o racismo estrutural em que vivemos. Isso porque o reclamante é pessoa negra, e o ‘padrão’ a que se refere a empresa se traduz, de forma bastante velada, de fato, em um tipo de imagem relacionada a pessoas brancas e cujo cabelo não tem a forma do cabelo do reclamante, como se essa fosse a forma mais aceitável de apresentação na sociedade”, completou.

O juiz ressaltou que o cabelo black power é simbólico e carrega um significado muito maior do que mero modismo ou simples aparência física. Ele enfatizou que o “black power” utilizado pelo trabalhador fez parte de um movimento cultural de valorização da identidade negra e de luta contra a discriminação. “A adoção de penteados e estilo de cabelo como o utilizado pelo reclamante tem também profunda conexão com movimento cultural de valorização da pessoa negra, bem como de luta por coibição de práticas de cunho discriminatório. O movimento ‘black power’, como ficou conhecido nos Estados Unidos da década de 60, além de se relacionar à expressão de liberdade da população negra com seu próprio corpo, é também uma manifestação cultural e histórica, que tem por objetivo o respeito e a valorização estética de suas origens”, ressaltou.

Decisão

Na conclusão do julgador, ficou notório o ato de discriminação e deve ser repudiada a conduta da empresa de exigir, logo após a contratação do trabalhador, um corte de cabelo somente para enquadrá-lo no padrão visual racista. O magistrado frisou que essa exigência não tem relação com a função desempenhada por ele e não tem justificativa plausível e razoável. Além disso, a lei brasileira proíbe a discriminação racial no ambiente de trabalho. Por essas razões, o juiz entendeu que a conduta ofensiva da empresa gera o dever de indenizar. Entretanto, ele frisou que o ato da empresa foi isolado e prontamente recusado pelo vigia.

Assim, levando-se em conta a extensão e consequência do dano, a presunção de constrangimento, a gravidade da culpa da empresa, a natureza compensatória e pedagógica da medida e o princípio do não enriquecimento sem causa da pessoa prejudicada, o juiz fixou o valor da indenização em R$ 3 mil.

Ao finalizar, o julgador trouxe reflexões sobre o tema. “Na visão deste magistrado, a prática realizada pela reclamada é reflexo de um problema crônico na sociedade, e que não se limita ao nosso país. Nada obstante, não apenas é fundamental destacar o problema, como também coibir ‘toda distinção, exclusão ou preferência fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência nacional ou origem social, que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidade ou de tratamento em matéria de emprego ou profissão’ (artigo 1º, a, da Convenção nº 111 da OIT), porque demonstra conduta discriminatória”.

Em grau de recurso, os julgadores da Oitava Turma do TRT-MG mantiveram integralmente a sentença. Atualmente, o processo está em fase de execução.

PROCESSO

FONTE PORTAL TRT DA 3ª REGIÃO DE MINAS GERAIS

Conselheira fala do racismo esturante e elogia mudança de atitude na Câmara de Lafaiete

Conselheira fala sobre o racismo estutural e elogia mudança de atitude na Câmara de Lafaiete
A Conselheira dos Conselhos de Educação e da Promoção da Igualdade Social de Congonhas, Alice Rodrigues Veira, esteve presente na Tribuna Popular no dia 10 de novembro

Ela pontuou sobre as mudanças do racismo ao longo da história. “Nos anos 30, ele era de uma forma e nos anos 80 se tornou mais radical.Hoje é mais sutil e muitas das vezes não percebemos, normalizou. Ele está nos detalhes. Esse é o racismo estruturante”, comentou.
Segundo ela, não foram os negros ou os brancos que criaram o racismo. “A política nos dividiu em raças ao longo da história. O racismo só ganha repercussão quando sai na mídia. Porém está presente nas ruas, nas escolas”, assinalou.
Alice comentou que as comemorações e reflexões não podem ater-se apenas ao mês de novembro. “A provocação tem de estar presente sempre, pois o racismo está no cotidiano”.
A conselheira propôs o combate do racismo por meio da Câmara de Vereadores, com atitudes, além da implementação de políticas públicas. “Estive aqui há um ano e vejo que o ambiente é mais receptivo. Isso é transformação. Precisamos criar uma história de mudanças e ela começa aqui. Temos o professor Eustáquio presente nesta Casa, mas precisamos ocupar outros ambientes. Precisamos preparar o terreno para as mudanças. É urgente discutir o racismo e isso começa por aqui. O negro precisa estar inserido nas política públicas nas mais variadas áreas, sejam na educação, na habitação, etc. O problema é histórico e precisamos de tolerância com os povos originários”, finalizou.
Alice Rodrigues participou da Tribuna Popular a convite do Vereador Eustáquio Cândido da Silva, como parte de uma série de eventos no Mês da Consciência Negra em Lafaiete.

Pastor da Igreja Universal é acusado de racismo: ‘passa chapinha no cabelo’

Vítima diz ter sido alvo de outras ofensas, mas só agora conseguiu provas

Sede da Igreja Templo Maior, na Avenida Olegário Maciel no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte.

A Polícia Civil de Minas Gerais, por meio da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Intolerância, abre inquérito para investigar suposto caso de injúria racial praticado por um pastor da Igreja Universal. 

De acordo com a denúncia, formalizada por Ana Clara da Mota Santos, o crime teria acontecido no Templo Maior, que fica na Avenida Olegário Maciel, no bairro de Lourdes, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O pastor, identificado como Lázaro Augusto, teria pedido para a vítima, que é negra, para “passar chapinha no cabelo”. 

A jovem trabalha como assistente de produção em programas de TV da Igreja Universal e afirma que não é a primeira vez que isso acontece, mas diz que só agora conseguiu provas para denunciar o pastor às autoridades.

A Igreja Universal afirma que está apurando o caso. O crime de injúria racial prevê pena de um a três anos de prisão e pagamento de multa. 

FONTE ITATIAIA

Professor Luiz Dendê debate Capoeira de Angola e racismo com ativistas

No Dia Nacional da Consciência Negra, o o professor Luiz Dendê promoveu um debate com o setorial de combate ao racismo do PT de Lafaiete.

O Encontro frisou que a Capoeira de Angola joga na construção de um papel coletivo importante na identidade cultural afrodescendente em busca de direitos e deveres iguais para todas as raças que compõem a sociedade.

Para o professor , Luiz Dendê,” o racismo contra os negros é comprovado no dia a dia e a capoeira não é o fim e sim, um meio para combater a intolerância, a discriminação e fortalecer o espírito humano em busca da solidariedade e da fraternidade entre as raças”. Os participantes do evento, discutiram e conheceram um pouco da história da capoeira no Brasil, cantaram e tocaram as músicas e os instrumentos da capoeira.

No encerramento, o casal Mouton recitou um belo poema de autoria da Elizabtety Mouton em homenagem a luta dos negros contra a intolerância racial no Brasil e no mundo.

https://youtu.be/chNRENk0-FE

Sem torcida nos estádios, Brasil registra menos casos de racismo no futebol em 2020

Com o público barrado pela pandemia, Observatório da Discriminação Racial no Futebol registra queda de 53% no número de ocorrências

Sétimo relatório anual do Observatório da Discriminação Racial no Futebol – projeto que monitora casos de intolerância racial, religiosa, xenofóbica, LGTBQfóbica e machismo no esporte mais popular do país – registra um número menor de casos registrados no Brasil em 2020, mas ajuda a apontar o dedo da denúncia da intolerância para as torcidas. Com o público barrado dos estádios pela pandemia, a redução no número de casos de racismo foi de 53%: os registros caíram de 67, em 2019, para 31 em 2019.

O evento de lançamento do relatório ocorreu no Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Atualmente, o museu conta com uma exposição temporária comemorando os 100 anos do goleiro Barbosa, atleta negro cuja carreira ficou marcada após o Maracanazzo – a derrota da seleção brasileira para o Uruguai na final da Copa do Munndo de 1950 – e sofreu ofensas racistas durante toda a sua vida. O fundador do Observatório, Marcelo Carvalho, explica que o relatório registra o número de ocorrências publicadas pelos veículos de comunicação. “Por conta das denúncias que recebemos nas nossas redes sociais mas não conseguimos atestar a veracidade, sabemos que o número de casos de preconceito no futebol é muito maior”, afirma Marcelo.

O observatório registrou, no total, 76 casos de intolerância em 2020 – oito cometidos no exterior contra jogadores, funcionários do clube e torcedores brasileiros. Em 2019, no total, foram 133 casos de preconceito registrados: 67 de discriminação racial. Em 2020, dos 76 casos registrados, 31 foram discriminações raciais, 12 LGTBQfóbicos, 4 xenofóbicos e 13 casos de machismo no futebol. Os outros 13 casos aconteceram em outros esportes. Em relação às vítimas, a maioria (78%) são atletas, mas houve casos de preconceito contra torcedores, funcionários do clube e comentaristas esportivos representam a menor fatia.

Os organizadores do relatório questionam as razões para a redução do número de casos em 2020: “Tal resultado se deu porque o futebol brasileiro teve várias interrupções de calendário, além da não participação do público nos estádios, minimizando assim a possibilidade de ocorrerem atos preconceituosos? Ou o número de ocorrências diminuiu porque há uma maior conscientização das pessoas em relação à luta contra as formas de opressão?”, indaga o relatório, produzido em parceria com o Grupo de Estudos sobre Esporte e Discriminação (GEED), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Campeão mundial com a seleção brasileira em 1994, o ex-jogador Mauro Silva, hoje dirigente da FPF (Federação Paulista de Futebol), defendeu a importância de pessoas negras ocuparem cargos de poder nos diversos ambientes do futebol. “Talvez há alguns anos uma entidade esportiva não estivesse envolvida em um debate como esse. Hoje, a Federação está comprometida em construir esse novo mundo, combatendo as injustiças e criando oportunidades”, afirmou Mauro Silva durante o evento. Ele destacou campanhas da FPF na luta antirracista, como um vídeo de divulgação que tinha o slogan “Negar e silenciar é confiar o racismo” e trazia o depoimento do goleiro Aranha, ex-Grêmio, que sofreu ofensas racistas durante uma partida em 2012, caso que ficou marcado na história recente do futebol brasileiro.

Negro, apaixonado por futebol e formado em administração de empresas, Marcelo Carvalho criou o Observatório Racial para monitorar e divulgar, através de seus canais, os casos de racismo no futebol – o que depois foi ampliado para outras discriminações. Em artigo no relatório 2020, ele destaca que o ano foi de mobilização contra o esporte em quase todo o mundo, mas os atletas brasileiros pouco se manifestaram. “A lamentar o silêncio do esporte brasileiro a respeito do movimento “Vidas Negras Importam”, a respeito da luta antirracista, da violência policial que sofrem negros e negras e do genocídio da população negra. No Brasil, o gesto apareceu em um ou outro jogo praticado por alguns atletas ou até por equipes inteiras, mas nunca foi algo coletivo”, escreve Carvalho.

No relatório 2020, pelo quinto ano consecutivo, o Rio Grande do Sul ficou no topo da tabela dos locais das ocorrências de discriminação, representando 29% dos casos. Quem fecha o top 5 são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Em agosto de 2021, foi em Londrina, no Paraná, que o racismo voltou as manchetes esportivas. O meia Celsinho, do time paranaense, ouviu comentários preconceituosos em relação ao seu cabelo vindos do camarote do Brusque, visitante da partida. O time catarinense ainda divulgou uma nota acusando o atleta que sofreu o ataque racista.

Mesmo com a ausência de público no estádio, houve casos de racismo envolvendo a torcida em 2020. Em agosto, o Brasil, time da cidade gaúcha de Pelotas, usou o sistema de alto-falante de seu estádio para reproduzir cantos racistas de seus torcedores, que usam o termo “macaco” para se referir aos torcedores do clube rival da cidade, o Pelotas, em partida pelo campeonato estadual. Houve punição para o Brasil, mas foi muito leve – o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) do Rio Grande do Sul puniu o clube com multa de R$ 5 mil, mas não tirou pontos do clube na disputa do Gaúchão.

O caso do Brasil de Pelotas foi um dos apenas quatro julgados pelos Tribunais de Justiça Desportiva do Brasil. Em outros dois, a punição foi semelhante, com multas variando de R$ 1 mil a R$ 5 mil reais. Em dois casos, houve perda do mando de campo do time da casa.  Esse cenário de impunidade vai ter, pelo menos, uma mudança no próximo relatório. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) puniu o Brusque com a perda de três pontos no caso das ofensas a Celsinho, do Londrina.

Sobre 2020, Marcelo Carvalho atribui a redução dos números realmente a interrupção dos campeonatos e aos jogos sem torcida, consequências do avanço da covid-19. “Isso não se deve a algum trabalho de conscientização, ação efetiva ou campanha de combate ao racismo. Os números caíram por conta da pandemia”, afirma o criador do Observatório da Discriminação Racial. E, pelo relatório preliminar de 2001,os números já ultrapassaram os de 2020: já são 41 casos registrados. E os torcedores estão, agora, voltando a frequentar as arquibancadas.

FONTE PROJETO COLABORA

Ofensa racial na internet vira caso de POLÍCIA

As ofensas aconteceram na noite da ultima quarta-feira (08/07) durante questionamentos entre duas internautas a respeito dos comentários sobre uma notícia postada por um Site Jornalístico da cidade de Conselheiro Lafaiete e compartilhada em grupos da rede social no Facebook.

A matéria que gerou a discussão tratava-se do repasse de dinheiro para as famílias de estudantes da rede pública enquadradas no programa da merenda escolar.
Ao se manifestar no local indicado pelo Site para comentários, a autora em defesa dos argumentos da vítima em relação ao prefeito municipal, passou a ofendê-la racialmente chamando-a de “Criola, macaca, gorila, Bombril, carvão e asfalto”, entre outras injúrias raciais.
A Vítima, Stéfany Rodrigues Meira, 29 anos de idade, se sentindo ofendida e agredida racialmente pelos comentários postados pela autora, procurou a 2ª DRPC na data de ontem, quinta-feira (09/07) munida dos Prints retirados na rede social, para realizar o registro da queixa e formular a representação contra a autora das injúrias raciais.

Com o Boletim de Ocorrência em mãos, Stéfany Meira, procurou uma advogada que já está formulando o processo para ingressar na Justiça Cível Criminal contra a autora M.R., moradora da cidade de Carandaí, conforme indicação na sua página do Facebook. (AFX Notícias)

                           

Aluno e familiares denunciam racismo em escola em Lafaiete

A indignação e revolta tomam conta de familiares e amigos de um aluno do ensino médio da Escola Estadual Monsenhor Horta, um dos mais tradicionais educandários de Lafaiete e região. Nossa reportagem esteve na unidade de ensino para ouvir os relatos de supostos atos de discriminação e preconceitos relatados pelos pais e tios de um adolescente cuja identidade será mantida em segredo para não expor o aluno que ainda está bastante abalado com as circunstâncias constrangedoras pelas quais teria passado dentro da sala de aula. Ele é morador do bairro São João.

Emocionalmente transtornado com as supostas agressões sofridas, o adolescente mal conseguia relatar apenas os momentos em que, em função de não ter feito os exercícios pedidos, o professor teria proferido palavras ofensivas a sua cor e até sua origem.  A suposta agressão ocorrera na manhã desta quarta feira.  Uma das alunas que presenciou as ofensas e relatou ao pai que imediatamente comunicou aos familiares da vítima.

No dia seguinte, o aluno, pais e familiares estiveram reunidos com a direção da escola para denunciar e pedir providências sobre o caso. Eles também registraram as injúrias em um boletim de ocorrência. O diretor da Escola Monsenhor Horta, Paulo Roberto, disse que a escola tomou as providências necessárias relatado o fato a secretaria de Estado da Educação. Ele citou que nestas situações quem tem a prerrogativa é Advocacia Geral do Estado.

A família apenas deseja que sejam reparadas as supostas ofensas de cunho racistas dirigidas ao adolescente neste momento de intolerância que passa o Brasil. “Queremos justiça”, disse o pai do aluno.

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