CPI da Covid-19 detona gestão do Covid-19 em Lafaiete, pede devolução de recursos e apuração de supostos crimes ao erário público

Depois de 7 meses de intenso trabalho, foi lido ontem (16) na Câmara de Lafaiete o relatório final da CPI da Covid-19 aberta para apurar denúncias no hospital de campanha e atuação de fura-filas na ordem de prioridade de vacinação preconizada pelo Ministério da Saúde.
O calhamaço de mais de 200 páginas é contundente em apontar irregularidades e má gestão dos recursos do enfrentamento do Covid-19 em Lafaiete.
A CPI apontou falta de transparência nos gastos, falta de publicidade de contratos com dispensa de licitação de medicamentos e insumos como também divergências de valores chegaram a Lafaiete, algo em torno de R$44 milhões.
No Hospital de Campanha a CPI identificou uma quantidade inferior de bombas de infusão necessárias para atender seus leitos, em desconformidade com o que preconizam as normas que tratam do tema e o edital de credenciamento.

“A Secretaria Municipal de Saúde somente começou a tomar providências sobre bombas de infusão após o relatório parcial como se comprova a troca de e-mails realizada entre gestora do contrato, a Secretaria Municipal de Saúde e a empresa proprietária das bombas de infusão, mas, infelizmente, não ocorreu qualquer compra de bombas de infusão para termos uma reserva técnica legal, como dito pela Sr.ª Secretária que estava acontecendo”, salientou o relatório, cobrando responsabilidades administrativas e sanitárias como também acusando os gestores de atos de improbidade administrativa.

“Dr. Ramom precisou escolher qual paciente entubar primeiro por que faltava bomba no CTI. Isso aconteceu no início de abril. Ele sedou paciente fazendo uso de quetiapina comprimido sendo dissolvido e inserido no paciente na sonda nasogastrica.” (fls. 8.787/8.788)

“Precisamos, com uma certa urgência, de mais bombas de infusão. Pacientes graves, com vários medicamentos em bomba”

Prints que estão na CPI que comprovam falta de medicamentos e bombas de infusão entre troca mensagens de funcionários do Hospital de Campanha

Medicamentos

Outra denúncia apurada pela CPI se refere a falta de medicamentos ideais (adequados) para sedação e analgesia. “Disse que os coordenadores do hospital de Campanha ouviram falar que algumas instituições iriam bloquear leitos para pressionar os órgãos governamentais em relação aos kits de intubação”, relatou a CPI

Leitos

“Portanto, o município, de forma leviana, inaugurou o Hospital de Campanha com uma quantidade de leitos existentes apenas no papel, mas a realidade era outra. Esse erro existiu para permitir a abertura do Hospital, já que seu credenciamento se deu com a abertura de 10 (dez) leitos de UTI e 40 (quarenta) leitos clínicos, dando uma falsa sensação de proteção à sociedade e às autoridades sanitárias durante o ano de 2020, e o pior, recebiam valores referentes aos leitos inexistentes, pois oficialmente, nos sistemas, tais leitos existiam e, por este motivo, as remessas de recursos financeiros eram realizadas”, denunciou o relatório final.
Outra denúncia se refere a ilegalidade de plantões médicos em sequência (36 horas seguidas), logo deveria ser aberto procedimento administrativo para se apurar e, caso necessário, aplicar a sanção cabível, conforme prescreve a norma.

A CPI apontou pagamentos de profissionais médicos acima do teto previsto. Há casos que plantonistas do Hospital de Campanha ganharam quase R$30 mil/mês.

Alimentação policlínica

A CPI apurou ausência de efetivo controle sobre o quantitativo de refeições/lanche. Foram firmados termos aditivos para aumento no quantitativo dos serviços ofertados, no percentual de 50%, ou seja, acima do permitido pela lei 8666/93.
Contudo, em relação aos lanches fornecidos, não há uma média ou estimativa de consumo. Apenas a título de exemplo, analisando as autorizações de empenho dos meses de junho e agosto de 2020 referentes de um fornecedor tem-se que em junho foram pagos 3.000 lanches e em agosto 5000 lanches, o que dá uma média de 133 lanches por dia.

Vacinas

As divergências encontradas demonstram a ineficiência da Secretaria de Saúde em fazer o devido controle dos imunizantes, o que pode ter gerado desperdício de doses ou até mesmo a imunização de pessoas que não estavam elencadas nos grupos prioritários, podendo, inclusive, ter acarretado no atraso da vacinação das demais pessoas de nosso município.

Ao final a CPI pede abertura de processo administrativa contra a Secretário Municipal de Saúde, Rita de Kássia, e a diversos funcionários do alto escalão da pasta.

Sanções

Ao final, a CPI informou o relatório será encaminhado ao Ministério da Saúde, Secretária Estadual de Saúde, para apurar a prática de atos de improbidade administrativa e a existência de crime ao erário e crime sanitário a respeito da quantidade de leitos inferior ao declarado oficialmente no ano de 2020 e que em razão disso o município recebeu valores de forma inadequada já que não tinha os leitos declarados.

Em outra iniciativa o relatório será levado ao Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Policias Civil e Federal para apurar a suposta prática de atos de improbidade administrativa, a existência de suposto crime ao erário Federal e Estadual e crime sanitário por ter criado leitos de UTI Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete ESTADO DE MINAS GERAIS 197 e clínicos junto ao SUS, mas no ano de 2020 referidos leitos inexistiam no Hospital de Campanha.
A CPI pediu que o município devolva os valores recebidos indevidamente pelos leitos que não existiam no Hospital de Campanha.

Leia relatório na íntegra

Vereador Oswaldo Barbosa: “Ninguém votou contra o povo! A análise do Relatório Final tem que ser técnica, apartidária e sem politicagem”

Oito dias após o arquivamento do Relatório Final da Comissão Processante de Inquérito no Transporte Público e em seguida foi realizada a votação da Comissão Processante de Inquérito em face do prefeito de Lafaiete, Mário Marcus (DEM).

Dentre os vereadores que se posicionaram contra a processante, destaca-se o pronunciamento do vereador Professor Oswaldo Barbosa (PV), que foi enfático em dizer que o Relatório Final se baseava em depoimentos, inclusive levando em consideração testemunhos de pessoas que causaram grande desfalque financeiro à Viação Presidente e que o único interesse era responsabilizar o Executivo.  

O vereador sugeriu aos cidadãos lafaietenses a leitura do relatório. “Antes de emitirem suas opiniões e julgamentos, principalmente nas mídias sociais, eu gostaria que cada cidadão lesse o Relatório Final, pois trata-se de um documento totalmente tendencioso, fundamentado em depoimentos e sem provas contundentes”, pontuou.

A votação contou com a posse e o voto dos suplentes, sendo que, de acordo com o Decreto Lei Federal nº 201, de 1967, os membros da CPI não exercem o direito do voto.

Para finalizar, o vereador Professor Oswaldo Barbosa ressaltou que não haver provas para se instaurar um processo de cassação contra o prefeito. “A única prova apresentada foram os depoimentos, e no meu entender são totalmente subjetivos. Não foi apresentado nenhuma ‘prova material de peso’. Sabemos que ocorreu um erro administrativo e a população foi prejudicada, mas não podemos esquecer que havia um Contrato de Concessão vigente, e a rescisão antecipada do mesmo consiste e indenização prévia e recurso. Na esfera pública tudo é burocrático e moroso. Estou à disposição para maiores esclarecimentos.”

https://youtu.be/VMjUtRkbohE

CPI do Transporte Público: Movimento Fora Viação Presidente comemora relatório final

No último dia 02/09, a Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete apresentou ao plenário o relatório final sobre a situação do transporte coletivo feito pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público Municipal.

Depois de 100 dias do início dos trabalhos da CPI, o documento recomenda a cassação do atual prefeito Mário Marcus (DEM) e possível penalização da empresa Viação Presidente por improbidade administrativa.

“Desde que lançamos o Movimento “Fora Viação Presidente”, buscamos o direito de um transporte público de qualidade, a população vinha sofrendo há vários anos precariedade, sucateamento da frota, falta de planejamento de rotas e sem nenhuma fiscalização por parte da prefeitura, um descaso com a população.”

Ainda segundo o coordenador do Movimento “Fora Viação Presidente”, Talysson Zebral: “a omissão do agente público é um crime grave, é um dos principais pontos da Lei de Improbidade Administrativa e precisa ser punido, esperamos que o Ministério Público de Minas Gerais como instituição da manutenção da ordem jurídica do Estado e a fiscalização do poder público conclua o excelente trabalho feito pelos vereadores e vereadora”.

No relatório, os vereadores apontam possíveis indícios de improbidade administrativa por parte de outros agentes públicos.

CPI vai propor abertura de comissão processante contra prefeito no caos no transporte público

O caldeirão da política voltou a ferver em Lafaiete. Perto de completar quase 120 dias de apuração, será lido nesta noite de quinta-feira (2) o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada para apurar a suposta omissão da Prefeitura no caos do transporte público quando os usuários ficaram por 3 meses sem o serviço, suprimido precariamente pelas vans escolares.

O texto final, aprovado na Comissão pelos 5 membros, nesta terça-feira (31), segundo informações apuradas por nossa reportagem, sugere a abertura de Comissão Processante, que ainda será formada dependendo de votação do plenário, com possibilidade de cassação do mandato do prefeito Mário Marcus (DEM).

A CPI foi constituída por 5 membros da CPI: os vereadores Damires Rinarlly (PV), Erivelton Jayme (Patriotas), Vado Silva (DC), Giuseppe Laporte (MDB) e o Presidente da CPI, Pedro Américo.

Ao longo dos 4 meses de investigações, vereadores e o Prefeito Mário Marcus (DEM) chegaram a um bate-boca entre as partes. Enquanto alguns edis criticavam a omissão, o Chefe do Executivo alertava pelo uso político da falta do transporte público.

A CPI foi instalada para apurar denuncias“ Prestação de serviços de transporte coletivo no Município de Conselheiro Lafaiete” em razão da fiscalização precária e/ou inexistente do serviço prestado conforme contrato de concessão de transporte público, por parte do Poder Executivo, que pode ter comprometido a prestação de serviço com qualidade; da não realização de licitação em tempo hábil para que o município não ficasse sem a prestação do serviço e do impacto negativo com a ausência/precariedade de atendimento aos usuários do serviço de transporte, que estão sendo obrigados a se aglomerar em vans escolares, que foram adotadas como serviço paliativo pelo Poder Executivo”.

O relatório final será divulgado ainda hoje e aguardem mais informações.

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