Tragédia de Mariana faz 8 anos com reparação parcial e expansão da mineração

Enquanto as famílias ainda lutam por reparação justa, a área ocupada pela mineração avança pelo estado e continua gerando impactos diretos para a população

Oito anos após o mar de lama da Samarco engolir o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), parte de Ouro Preto (MG) está esvaziada sob alertas de um novo rompimento de barragem de mineração.

A 1h30 dali, no município de Barão de Cocais (MG), uma igreja do século 18 e todas as casas da comunidade de Socorro compõem a paisagem do que é hoje uma cidade fantasma. Todos se mudaram após sirenes tocarem em 2019 e anunciarem o risco de outra tragédia.

Enquanto as famílias de Mariana ainda lutam por reparação justa, a área ocupada pela mineração avança pelo estado e continua gerando impactos diretos para a população.

A expansão, corroborada por imagens de satélite, é denunciada por moradores. “Perdemos o espaço onde fomos nascidos e criados, a memória. Tudo”, diz o aposentado Marcos Muniz, 59, antigo morador de Bento Rodrigues.

O local foi o primeiro a ser atingido, em 5 de novembro de 2015, pelos 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração da Samarco –empresa formada por uma sociedade entre as gigantes Vale e BHP Billiton.
A barragem de Fundão se rompeu. Dezenove pessoas morreram, sendo que uma estava grávida. Rejeitos em forma de lama percorreram a bacia do rio Doce e chegaram ao mar no Espírito Santo.

Em Bento Rodrigues e na vizinha Paracatu, por exemplo, a lama cobriu tudo. Casas, animais, lembranças e os modos de vida históricos das famílias.

Desde então a tentativa de reverter esse apagamento compõe as demandas por uma reparação integral. Além de várias ações na Justiça brasileira, um processo corre na Inglaterra, país de origem da BHP.
Símbolo de uma das maiores tragédias ambientais do mundo, o rompimento em Mariana não ficou como exemplo único no país. Outra barragem da Vale, em Brumadinho (MG), estourou em janeiro de 2019 matando 270 pessoas, sendo duas grávidas. Não houve punições criminais em nenhum dos casos.

Com as repetições, as mineradoras foram pressionadas por mais segurança. Remoções foram aceleradas no entorno de reservatórios.
Em fevereiro de 2019, os moradores de Socorro acordaram de madrugada com uma sirene. Havia o risco de deslizamento da barragem Sul Superior, também da Vale. Cerca de 400 pessoas saíram às pressas. E não puderam mais voltar.

A antiga moradora Élida Couto, 36, e outros ex-vizinhos guiaram a equipe da Folha pela cidade fantasma que se tornou Socorro. O mato tomou conta das construções, e saqueadores levaram muito do que ficou.

Até hoje Élida paga a conta de luz da casa vazia para manter comprovação de propriedade. Ela quer voltar. Frequentemente vai até lá cuidar da Igreja Nossa Senhora Mãe Augusta do Socorro, de estilo rococó, tombada pelo patrimônio em 2006.

Élida também mostrou novas operações de mineração próximas. Os atingidos denunciam esse avanço, enquanto o risco de deslizamento é mantido e o retorno ao povoado, proibido.

“Sempre quiseram puxar a mineração pra cá”, diz. “Aproveitaram a questão de Mariana e Brumadinho para tirar a gente e ter livre acesso.”
Em nota, a Vale afirma que a barragem está em processo de descaracterização, com fim previsto para 2029. Só depois disso é que as famílias poderiam voltar.

A companhia ressalta que um acordo judicial de reparação prevê R$ 527 milhões para Barão de Cocais, em programas de transferência de renda e fortalecimento de serviços públicos. Segundo a empresa, R$ 90 milhões já foram pagos.

A Vale afirma que não houve expansão das cavas em operação em Barão de Cocais, Ouro Preto (onde fica o distrito de Antônio Pereira, esvaziado pelo risco de um novo rompimento) e Mariana. A plataforma MapBiomas, que analisa imagens de satélite, indica, por sua vez, expansão das áreas de mineração até 2022, os dados mais recentes.

Organizações de atingidos cunharam o termo “terrorismo de barragem” para abarcar a atuação das empresas. O risco seria usado como pressão para remoções, facilitando as ações de mineração. A dependência econômica da região com a mineração colabora.
São as empresas que classificam os riscos das barragens, ressalta o ambientalista Ronald Guerra.

“Quem diminui ou aumenta o risco é a própria empresa. Uma autodeclaração de uma empresa que a gente não tem confiança é algo muito frágil”, diz ele, um dos líderes do Instituto Guaicuy. As prefeituras de Mariana, Ouro Preto e Barão de Cocais foram procuradas pela reportagem, mas não responderam até a publicação deste texto.
As empresas realizam estudos para traçar as manchas de inundação na hipótese de rompimento. A Vale afirma que utiliza “tecnologia de ponta para fazer uma avaliação criteriosa”.

Dados divulgados pelo site Repórter Brasil mostram que as manchas de inundação associadas a barragens em risco somam 2.050 km² em 178 cidades do país. A maior parte, em Minas Gerais.

Ronald Guerra falou com a Folha em frente à barragem de Doutor, outra estrutura da Vale, em Antônio Pereira. “Os estudos são meio mutantes, mudam de acordo com o interesse da mineradora. Essa mancha já teve vários desenhos.”

Em 2020, a Vale retirou parte das famílias de Antônio Pereira e da vizinha Vila Samarco com base nessas análises. O Guaicuy faz o trabalho de assessoria técnica independente para os atingidos do Pereira. Esse trabalho também é realizado em Mariana pela Cáritas.

“Um aparelhinho mediu, na esquina do meu muro com o vizinho, que foi retirado. O aparelhinho não apitou na minha casa e falaram ‘a lama não vem até aqui'”, conta Gislene Faria, 41, moradora de Antônio Pereira. “Que lama é essa que tem vida própria? Tira meu vizinho do fundo, da esquerda, da frente, e a lama não pega na minha casa.”

Hoje, ela, o filho e o marido vivem em meio a casas abandonadas, sem telhados e vandalizadas.” Fiquei abandonada na rua.” No local também há novas ocupações para gestão de rejeitos, com movimentação de caminhões, causando prejuízos a moradias e a acesso a cachoeiras.

58 atingidos de Bento Rodrigues morreram nesses 8 anos

O desaparecimento de comunidades inteiras, sem garantia de atendimento a direitos, e a sensação de impotência são vistos como repetição do que acontece com os atingidos da tragédia de Mariana. São oito anos de uma relação de pouca transparência e prazos indefinidos, de acordo com lideranças.

“É como se a gente tivesse congelado a vida em 2015”, diz o mecânico Mauro Marcos da Silva, 54. Ele diz que gostaria de voltar a Bento de origem.

Ao contrário da vida de Mauro, a mineração não ficou congelada. A Samarco voltou a operar em Mariana no fim de 2020, na pandemia.
A empresa diz que opera com 30% da capacidade e não utiliza barragens. É possível ver, do antigo Bento, movimentações de caminhões que antes da tragédia não apareciam.

Segundo a Fundação Renova, criada para gerir a reparação, R$ 32,7 bilhões foram destinados a ações de reparação e compensação, atingindo 431,2 mil pessoas.

Os novos reassentamentos, de Bento Rodrigues e Paracatu, tiveram suas primeiras casas entregues neste ano. Dos 341 imóveis previstos nos dois locais, 234 estão com obras finalizadas. Alguns equipamentos, como a escola de Bento, já funcionam.

Lideranças no embate com a Renova não tiveram as casas iniciadas e falam em retaliação. A fundação afirma que cada obra depende de trâmites legais e anuência do atingido.

A característica desses novos conglomerados é de difícil compatibilidade com a ideia de reparação dos modos de vida, dizem os atingidos. Bento Rodrigues era rural, plana, com casas abastecidas de água bruta e espaços para a criação de animais e plantações.

O novo Bento está em terreno montanhoso. O cenário é de empreendimento imobiliário, urbano, com arquitetura padronizada, similar a condomínios. “Estão fazendo um reassentamento para mostrar para o mundo que entregaram casas melhores do que a gente tinha”, diz Monica dos Santos, 38, que nasceu e vivia em Bento. “Mas está sempre faltando pedaços, sempre vai faltar.”

A fundação diz que seguiu a vontade dos antigos moradores.
“As famílias escolheram. Foram colocados à disposição alguns projetos, e elas foram definindo”, diz Marcio Pedroso, um dos gerentes da Renova. “Mesmo diferente [do que era], as famílias estão se apropriando.”
Muniz, antigo morador, duvida dessa apropriação. “Nosso vínculo, nossa história, está lá”, diz. “Quando eu morrer, quero ser sepultado em Bento Rodrigues.

O cemitério não foi levado pela lama, bem como a igreja contígua. Não há definição do que será feito das ruínas de Bento, parte submersa por água por causa de um dique.

FONTE O TEMPO

Tragédia de Mariana faz 8 anos com reparação parcial e expansão da mineração

Enquanto as famílias ainda lutam por reparação justa, a área ocupada pela mineração avança pelo estado e continua gerando impactos diretos para a população

Oito anos após o mar de lama da Samarco engolir o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), parte de Ouro Preto (MG) está esvaziada sob alertas de um novo rompimento de barragem de mineração.

A 1h30 dali, no município de Barão de Cocais (MG), uma igreja do século 18 e todas as casas da comunidade de Socorro compõem a paisagem do que é hoje uma cidade fantasma. Todos se mudaram após sirenes tocarem em 2019 e anunciarem o risco de outra tragédia.

Enquanto as famílias de Mariana ainda lutam por reparação justa, a área ocupada pela mineração avança pelo estado e continua gerando impactos diretos para a população.

A expansão, corroborada por imagens de satélite, é denunciada por moradores. “Perdemos o espaço onde fomos nascidos e criados, a memória. Tudo”, diz o aposentado Marcos Muniz, 59, antigo morador de Bento Rodrigues.

O local foi o primeiro a ser atingido, em 5 de novembro de 2015, pelos 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração da Samarco –empresa formada por uma sociedade entre as gigantes Vale e BHP Billiton.
A barragem de Fundão se rompeu. Dezenove pessoas morreram, sendo que uma estava grávida. Rejeitos em forma de lama percorreram a bacia do rio Doce e chegaram ao mar no Espírito Santo.

Em Bento Rodrigues e na vizinha Paracatu, por exemplo, a lama cobriu tudo. Casas, animais, lembranças e os modos de vida históricos das famílias.

Desde então a tentativa de reverter esse apagamento compõe as demandas por uma reparação integral. Além de várias ações na Justiça brasileira, um processo corre na Inglaterra, país de origem da BHP.
Símbolo de uma das maiores tragédias ambientais do mundo, o rompimento em Mariana não ficou como exemplo único no país. Outra barragem da Vale, em Brumadinho (MG), estourou em janeiro de 2019 matando 270 pessoas, sendo duas grávidas. Não houve punições criminais em nenhum dos casos.

Com as repetições, as mineradoras foram pressionadas por mais segurança. Remoções foram aceleradas no entorno de reservatórios.
Em fevereiro de 2019, os moradores de Socorro acordaram de madrugada com uma sirene. Havia o risco de deslizamento da barragem Sul Superior, também da Vale. Cerca de 400 pessoas saíram às pressas. E não puderam mais voltar.

A antiga moradora Élida Couto, 36, e outros ex-vizinhos guiaram a equipe da Folha pela cidade fantasma que se tornou Socorro. O mato tomou conta das construções, e saqueadores levaram muito do que ficou.

Até hoje Élida paga a conta de luz da casa vazia para manter comprovação de propriedade. Ela quer voltar. Frequentemente vai até lá cuidar da Igreja Nossa Senhora Mãe Augusta do Socorro, de estilo rococó, tombada pelo patrimônio em 2006.

Élida também mostrou novas operações de mineração próximas. Os atingidos denunciam esse avanço, enquanto o risco de deslizamento é mantido e o retorno ao povoado, proibido.

“Sempre quiseram puxar a mineração pra cá”, diz. “Aproveitaram a questão de Mariana e Brumadinho para tirar a gente e ter livre acesso.”
Em nota, a Vale afirma que a barragem está em processo de descaracterização, com fim previsto para 2029. Só depois disso é que as famílias poderiam voltar.

A companhia ressalta que um acordo judicial de reparação prevê R$ 527 milhões para Barão de Cocais, em programas de transferência de renda e fortalecimento de serviços públicos. Segundo a empresa, R$ 90 milhões já foram pagos.

A Vale afirma que não houve expansão das cavas em operação em Barão de Cocais, Ouro Preto (onde fica o distrito de Antônio Pereira, esvaziado pelo risco de um novo rompimento) e Mariana. A plataforma MapBiomas, que analisa imagens de satélite, indica, por sua vez, expansão das áreas de mineração até 2022, os dados mais recentes.

Organizações de atingidos cunharam o termo “terrorismo de barragem” para abarcar a atuação das empresas. O risco seria usado como pressão para remoções, facilitando as ações de mineração. A dependência econômica da região com a mineração colabora.
São as empresas que classificam os riscos das barragens, ressalta o ambientalista Ronald Guerra.

“Quem diminui ou aumenta o risco é a própria empresa. Uma autodeclaração de uma empresa que a gente não tem confiança é algo muito frágil”, diz ele, um dos líderes do Instituto Guaicuy. As prefeituras de Mariana, Ouro Preto e Barão de Cocais foram procuradas pela reportagem, mas não responderam até a publicação deste texto.
As empresas realizam estudos para traçar as manchas de inundação na hipótese de rompimento. A Vale afirma que utiliza “tecnologia de ponta para fazer uma avaliação criteriosa”.

Dados divulgados pelo site Repórter Brasil mostram que as manchas de inundação associadas a barragens em risco somam 2.050 km² em 178 cidades do país. A maior parte, em Minas Gerais.

Ronald Guerra falou com a Folha em frente à barragem de Doutor, outra estrutura da Vale, em Antônio Pereira. “Os estudos são meio mutantes, mudam de acordo com o interesse da mineradora. Essa mancha já teve vários desenhos.”

Em 2020, a Vale retirou parte das famílias de Antônio Pereira e da vizinha Vila Samarco com base nessas análises. O Guaicuy faz o trabalho de assessoria técnica independente para os atingidos do Pereira. Esse trabalho também é realizado em Mariana pela Cáritas.

“Um aparelhinho mediu, na esquina do meu muro com o vizinho, que foi retirado. O aparelhinho não apitou na minha casa e falaram ‘a lama não vem até aqui'”, conta Gislene Faria, 41, moradora de Antônio Pereira. “Que lama é essa que tem vida própria? Tira meu vizinho do fundo, da esquerda, da frente, e a lama não pega na minha casa.”

Hoje, ela, o filho e o marido vivem em meio a casas abandonadas, sem telhados e vandalizadas.” Fiquei abandonada na rua.” No local também há novas ocupações para gestão de rejeitos, com movimentação de caminhões, causando prejuízos a moradias e a acesso a cachoeiras.

58 atingidos de Bento Rodrigues morreram nesses 8 anos

O desaparecimento de comunidades inteiras, sem garantia de atendimento a direitos, e a sensação de impotência são vistos como repetição do que acontece com os atingidos da tragédia de Mariana. São oito anos de uma relação de pouca transparência e prazos indefinidos, de acordo com lideranças.

“É como se a gente tivesse congelado a vida em 2015”, diz o mecânico Mauro Marcos da Silva, 54. Ele diz que gostaria de voltar a Bento de origem.

Ao contrário da vida de Mauro, a mineração não ficou congelada. A Samarco voltou a operar em Mariana no fim de 2020, na pandemia.
A empresa diz que opera com 30% da capacidade e não utiliza barragens. É possível ver, do antigo Bento, movimentações de caminhões que antes da tragédia não apareciam.

Segundo a Fundação Renova, criada para gerir a reparação, R$ 32,7 bilhões foram destinados a ações de reparação e compensação, atingindo 431,2 mil pessoas.

Os novos reassentamentos, de Bento Rodrigues e Paracatu, tiveram suas primeiras casas entregues neste ano. Dos 341 imóveis previstos nos dois locais, 234 estão com obras finalizadas. Alguns equipamentos, como a escola de Bento, já funcionam.

Lideranças no embate com a Renova não tiveram as casas iniciadas e falam em retaliação. A fundação afirma que cada obra depende de trâmites legais e anuência do atingido.

A característica desses novos conglomerados é de difícil compatibilidade com a ideia de reparação dos modos de vida, dizem os atingidos. Bento Rodrigues era rural, plana, com casas abastecidas de água bruta e espaços para a criação de animais e plantações.

O novo Bento está em terreno montanhoso. O cenário é de empreendimento imobiliário, urbano, com arquitetura padronizada, similar a condomínios. “Estão fazendo um reassentamento para mostrar para o mundo que entregaram casas melhores do que a gente tinha”, diz Monica dos Santos, 38, que nasceu e vivia em Bento. “Mas está sempre faltando pedaços, sempre vai faltar.”

A fundação diz que seguiu a vontade dos antigos moradores.
“As famílias escolheram. Foram colocados à disposição alguns projetos, e elas foram definindo”, diz Marcio Pedroso, um dos gerentes da Renova. “Mesmo diferente [do que era], as famílias estão se apropriando.”
Muniz, antigo morador, duvida dessa apropriação. “Nosso vínculo, nossa história, está lá”, diz. “Quando eu morrer, quero ser sepultado em Bento Rodrigues.

O cemitério não foi levado pela lama, bem como a igreja contígua. Não há definição do que será feito das ruínas de Bento, parte submersa por água por causa de um dique.

FONTE O TEMPO

Samarco vai investir R$ 1,3 bi e gerar 3 mil empregos para dobrar produção

Empresa quer atingir 60% da sua capacidade e passar a produzir 18 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro ao ano

Dois anos e meio depois de reiniciar a produção de pelotas de minério de ferro, interrompida após o rompimento da barragem em Mariana (MG), a Samarco anunciou investimento de R$ 1,3 bilhão para a empresa dobrar a sua capacidade atual de produção até o primeiro trimestre de 2025.

Dessa forma, a mineradora poderá atingir 60% da capacidade produtiva, o que significa a produção de cerca de 18 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano. 

Com esse aumento da produção no planejamento, a empresa prevê gerar cerca de 3 mil postos de trabalho, sendo 575 próprios para cargos de nível técnico operacional para atuar em suas unidades no Espírito Santo e em Minas Gerais. Só no Espírito Santo, estão previstos mais 190 empregos diretos para atuação no Complexo de Ubu. E os outros 590 postos de trabalhos temporários serão gerados para atuação na prontidão operacional da usina, que entrará em operação em 2025. Essas contratações diretas já começaram de forma pontual, mas a maioria das vagas será oferecida ao longo de 2024.

Os demais postos devem ser voltados para projetos temporários, como a construção da nova planta de filtragem, melhorias no concentrador que entrará em operação e para a prontidão operacional. 

Investimento

O investimento foi autorizado  pelo Conselho de Administração da Samarco. O montante será destinado para prontidão operacional e, principalmente, otimizações com foco na destinação adequada de rejeitos, como a construção de uma nova planta de filtragem de rejeito arenoso e o aperfeiçoamento no concentrador. Essas intervenções deverão reduzir a geração de ultrafinos em aproximadamente 4%.

Para atingir 60% da sua capacidade produtiva, a Samarco continuará a operar com empilhamento a seco de rejeitos, sem a utilização de barragens.

A planta de filtragem de rejeitos e as melhorias no concentrador representam um investimento de R$ 560 milhões, enquanto R$ 753 milhões serão destinados à manutenção e integridade dos ativos. Desses recursos, R$ 248 milhões serão investidos já em 2023. O saldo será aplicado, principalmente, ao longo de 2024.

“De forma segura e gradual, daremos mais um passo rumo à retomada total da nossa produção. Continuamos operando de uma forma diferente, seja por meio do tratamento e disposição dos rejeitos e compartilhando valor com os territórios que nos recebem em Minas Gerais e no Espírito Santo”, afirma o presidente Rodrigo Vilela.

Vilela ressaltou ainda que, dentre as prioridades da Samarco, estão o cumprimento integral da reparação, a segurança das estruturas geotécnicas e as obras de descaracterização da cava e barragem do Complexo de Germano, em Mariana (MG), que estão em estágio avançado. Em paralelo, destaca que a proximidade da aprovação do Plano de Recuperação Judicial possibilitará a melhoria da capacidade de investimentos da empresa.

Atualmente, a Samarco opera com 30% da sua capacidade produtiva, o que corresponde a cerca de 9 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro, por meio de uma planta de pelotização e um concentrador.

Para a expansão da produção, a empresa utilizará dois concentradores e duas plantas de filtragem de rejeitos no Complexo de Germano (MG), um mineroduto e duas plantas de pelotização no Complexo de Ubu, em Anchieta (ES). Todas as estruturas estão licenciadas por meio do Licenciamento Operacional Corretivo (LOC), obtido pela Samarco em outubro de 2019.

FONTE A GAZETA

Caso Samarco: Justiça exige depósito de R$ 10 bi para reparar danos

Dinheiro é para compensar prejuízos ambientais em municípios capixabas

A Justiça Federal determinou que as mineradoras Vale e BHP Billiton façam depósitos no total de R$ 10,34 bilhões para garantir a reparação de danos ambientais em municípios capixabas. As duas mineradoras são acionistas da Samarco, responsável pela barragem que se rompeu em Mariana, Minas Gerais, em 2015, causando 19 mortes e liberando uma avalanche de rejeitos que escoou pelo Rio Doce até a foz no Espírito Santo.

Os recursos devem ficar disponíveis para custear medidas de reparação em comunidades que as mineradoras relutavam em reconhecer como atingidas. A maioria delas está localizada nos municípios Aracruz, Linhares, São Mateus e Serra.

A decisão foi assinada na semana passada pelo juiz Michael Procopio Avelar, da 4ª Vara Cível e Agrária de Belo Horizonte. O depósito deve ser feito em dez parcelas mensais iguais, a primeira em 40 dias. Caso as mineradoras não efetuem o pagamento, será determinado bloqueio judicial do valor integral de uma única vez.

A Vale e a BHP Billiton informaram que ainda não foram notificadas da decisão e sustentam que 410,8 mil pessoas foram indenizadas até janeiro deste ano. As mineradoras acrescentam que destinaram R$ 28,42 bilhões para as ações conduzidas pela Fundação Renova, entidade criada para conduzir o processo reparatório conforme acordo fechado em 2016 entre as três mineradoras, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo e a União. “A Companhia se manifestará oportunamente no processo sobre a decisão, contra a qual cabe recurso”, acrescenta nota ao mercado divulgada pela Vale.

A decisão atendeu parcialmente um pedido conjunto apresentado pelo governo capixaba, pela Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), pela Defensoria Pública da União (DPU), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelos Ministérios Públicos de Minas Gerais (MPMG) e do Espírito Santo (MPES). Eles queriam o bloqueio imediato de toda a quantia por considerarem que a Fundação Renova vinha ignorando a determinação para que seus programas incluíssem as comunidades.

O acordo de reparação fechado em 2016 entre as mineradoras, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo e a União listou, a princípio, 39 municípios afetados, além de definir um modelo de governança do processo reparatório. Foram estabelecidas as bases para a criação da Fundação Renova. Além disso, ficou instituído um Comitê Interfederativo formado por órgãos públicos sob a coordenação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ao qual caberia definir as diretrizes gerais dos programas a serem executados pela Renova.

Em março de 2017, o Comitê Intefederativo levou em conta novos estudos e aprovou a Deliberação 58, ampliando a área considerada como atingida na costa capixaba. Foi determinado que as medidas de reparação em curso fossem expandidas para outras comunidades, alcançando assim um total de 44 municípios. As mineradoras chegaram a contestar judicialmente a Deliberação 58 e pedir sua suspensão, o que não ocorreu.

“Passados sete anos do rompimento da Barragem de Fundão, a área costeira nunca foi atendida por ações de recuperação. Pode-se usar de maneira enfática a palavra ‘nunca’, porque pode até ser que, em um ou outro programa específico, tenha ocorrido alguma ação pontual em município litorâneo, mas foi uma ação foi esparsa e não é digna de nota dentro do cenário que o desastre ocasionou no Espírito Santo e diante da omissão das empresas e da Fundação Renova”, registrou o pedido.

Os autores da ação defenderam que os recursos fossem cobrados da Vale e da BHP Billiton por considerar que os grupos têm capital suficiente para atender o pleito e que a Samarco encontra-se em recuperação judicial. Eles citaram diversos estudos envolvendo amostras de solo e água e sustentaram que imagens de satélite atestaram o alcance da pluma de rejeitos no litoral capixaba. O juiz reconheceu que o pedido estava amparado em elementos técnicos. “Tais elementos foram produzidos pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, pela Secretaria Executiva – Comitê Gestor Pró-Rio Doce e pela Fundação Getúlio Vargas, evidenciando indícios contundentes de prejuízos em múltiplas áreas e níveis na qualidade de vida do povo do Espírito Santo, atingido pelo maior desastre ambiental da história do país”, escreveu o juiz.

Mais de sete anos após a tragédia, estão em curso negociações para uma repactuação do processo reparatório. A atuação da Renova é criticada por governos e por instituições da Justiça, que entendem que a fundação não tem a devida autonomia frente às mineradoras. O MPMG chegou a pedir judicialmente a extinção da entidade. Os impasses em torno da reparação geraram mais de 85 mil processos judiciais em todo o país. No entanto, mineradoras, governos e instituições da Justiça não chegaram a um consenso sobre os termos de um novo acordo.

Ação na Inglaterra

A decisão também menciona ação movida por atingidos fora do país. Trata-se do processo que tramita na Inglaterra cujo objetivo é obter indenização da BHP Billiton, que tem sede em Londres. O escritório anglo-americano Pogust Goodhead atua como representante de um grupo de milhares de atingidos, além de comunidades indígenas e quilombolas, empresas, municípios, autarquias de serviços públicos e instituições religiosas, incluindo a Arquidiocese de Mariana.

De acordo com o juiz Michael Procopio Avelar, a 4ª Vara Cível e Agrária de Belo Horizonte é considerada o juízo universal do caso conforme fixado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por esta razão, cabe a esta vara deliberar sobre o uso dos recursos destinados à reparação.

“Na eventualidade de que verbas da jurisdição estrangeira sejam disponibilizadas para reparar e compensar danos decorrentes do desastre ambiental, o juízo velará para que todo o numerário observe rigorosamente o interesse público primário, com mecanismos de controle pari passu a fim de garantir que os valores sejam implementados mediante comprovação de destinação específica e vocacionada à plena concretização dos direitos dos atingidos pelo rompimento da barragem”, escreveu Avelar.

Edição: Nádia Franco

FONTE AGÊNCIA BRASIL EBC

Uma das gigantes em mineração no Brasil, a Samarco está ofertando 65 vagas para profissionais sem experiência no seu novo programa de estágio exclusivo para mulheres

As vagas de estágio da Samarco, nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, são para todos os cursos de nível técnico e superior

A Samarco abriu inscrições para o seu novo Programa de Vagas de Estágio. Essa oportunidade será uma iniciativa que irá potencializar o desenvolvimento dos futuros profissionais em formação para o mercado de trabalho, uma das responsabilidades sociais da empresa.

A Samarco é uma companhia de capital fechado que atua no segmento de mineração, uma joint venture de propriedade da Vale e BHP, com sede em Belo Horizonte (MG). A empresa possui unidades operacionais em Minas Gerais e no Espírito Santo. O principal produto desenvolvido pela Samarco são as pelotas de minério de ferro, matéria-prima para a produção de aço pela indústria siderúrgica. A empresa retomou suas operações de uma maneira diferente, com a introdução de novas tecnologias e mais segurança, buscando gerar valor duradouro para os territórios onde atuamos.

A Samarco surgiu como um projeto, em 1971, a partir da união das empresas Marcona Corporation e S/A Mineração Trindade (Samitri). Enquanto a Marcona possuía experiência em concentração e pelotização de minério de ferro, a Samitri detinha os direitos de lavra do “Complexo Alegria”, em MG, rico em minério itabirítico, de baixo teor de ferro, até então nunca explorado no Brasil. Ao investir em tecnologia, as empresas transformariam o itabirito, tratado como rejeito, em um produto de qualidade, com teor de ferro de cerca de 70%.

Mais sobre as vagas de estágio da Samarco

As vagas de estágio da Samarco são destinadas para todos os cursos de Nível Técnico, a partir do primeiro módulo e Nível Superior, a partir do 3⁰ período, sendo a carga horária no turno da manhã, das 7h30h às 14:30h, ou seja, uma carga horária de 6 horas diárias. As interessadas nas vagas de estágio da Samarco deverão estar matriculadas no período noturno e ter disponibilidade para estagiar por no mínimo 1 ano.

O início do Contrato do estágio será em dezembro deste ano e as vagas serão distribuídas entre os estados de Minas Gerais, nas unidades de Belo Horizonte, Germano, Candonga e Matipó e no Espírito Santo na cidade de Ubu.

Inscrições para as vagas de estágio

As interessadas nas vagas de estágio da Samarco poderão se inscrever até dia 18/09/2022, na plataforma vagas.com e, após essa primeira inscrição, vão precisar fazer o preenchimento da ficha complementar do processo seletivo das vagas.

É importante seguir as seguintes dicas antes da inscrição no Programa de Estágio da Samarco: estar com o currículo devidamente atualizado em mãos e separar no mínimo 10 minutos para o preenchimento da ficha complementar de inscrição.

Etapas do processo seletivo para as candidatas que atenderem os requisitos descritos no início do texto:

  • Inscrições online
  • Teste online
  • Entrevista individual online
  • Avaliação psicológica online
  • Entrevista com o gestor online
  • Exame admissional
  • Admissão

Admissão

Nessa etapa, será enviado às candidatas finalistas a lista de documentos obrigatórios para admissão no estágio. Documentos pessoais como CPF, RG, título de eleitor, comprovante de residência e carteira de Trabalho são essenciais para a apresentação.

O Click Petróleo e Gás não se responsabiliza pelo preenchimento das vagas de estágio oferecidas pela Samarco, realizando apenas a divulgação de oportunidades em diversos locais do Brasil e do mundo. Para se candidatar e saber mais informações, vá até o site ou perfil da empresa que está oferecendo as vagas e não deixe de conferir os requisitos e atividades. Boa sorte!

FONTE CLICK PETRÓLEO

Cursos profissionalizantes gratuitos: Samarco está ofertando 180 vagas em parceria com o SENAI

As vagas dos cursos profissionalizantes da Samarco em parceria com o SENAI são voltados às mulheres e vão acontecer em Minas Gerais

A Samarco está oferecendo vagas em cursos profissionalizantes gratuitos em parceria com o SENAI Mariana. As vagas dos cursos são destinadas às mulheres e as inscrições vão estar abertas até o dia 19 de setembro de 2022. A Samarco também está oferecendo vagas em cursos, com data de expiração de inscrições no dia 24 de agosto, que são destinados ao público geral, de acordo com o site Mais Minas.

Cursos que estão sendo oferecidos pela Samarco juntamente com o SENAI

Curso: Soldadora (Mig/Mag) (Exclusivo para mulheres)

Nº de Vagas: 20

Carga Horária: 140h

Local: Unidade do SENAI em Mariana

Modalidade: Presencial

Horário: Noturno – 18h30 às 22h30

Idade mínima: 18 anos

Sexo: Feminino

Escolaridade mínima: Ensino fundamental completo

Residência: Vagas direcionadas inicialmente para moradores de Mariana, Ouro Preto, Catas Altas e Santa Bárbara/MG.

Inscrição até dia: 18/09/2022

Previsão de início do curso: Outubro/2022

Curso: Instrumentista (Exclusivo para mulheres)

Nº de Vagas: 30

Carga Horária: 400h

Local: Unidade do SENAI em Mariana

Modalidade: Presencial

Horário: Noturno – 18h30 às 22h30

Idade mínima: 18 anos

Sexo: Feminino

Escolaridade mínima: Ensino fundamental completo

Residência: Vagas direcionadas inicialmente para moradores de Mariana, Ouro Preto, Catas Altas e Santa Bárbara/MG.

Inscrição até dia: 18/09/2022

Previsão de início de curso: Outubro/2022

Cursos que são destinados ao público geral

Curso: Aprendiz Construção Civil (Armador e Carpinteiro)

Nº de Vagas: 20 vagas

Horário: Noturno – 18:30h às 22:30h

Idade mínima de 18 anos

Sexo: Ambos

Escolaridade mínima: Ensino fundamental

Início do Contrato: Outubro/2022

Formação exclusiva na unidade do SENAI de Mariana/MG

Obs: As vagas para esse curso são direcionadas para moradores de Ouro Preto, Mariana, Catas Altas e Santa Bárbara /MG. Inscrições até o dia 24/08/2022

Curso: Mecânico Industrial

Nº de Vagas: 30

Carga Horária: 704 h

Local: SENAI Mariana/MG

Modalidade: Presencial

Horário: Noturno – 18h30 às 22h30

Idade mínima: 18 anos

Sexo: Ambos

Escolaridade mínima: Ensino fundamental completo

Obs: As vagas para esse curso são direcionadas para moradores de Ouro Preto, Mariana, Catas Altas e Santa Bárbara /MG e Antônio Pereira/MG. Inscrições até dia 24/08/2022.

Curso: Técnico Automação

Nº de Vagas: 40 (Exclusivas para moradores do Distrito de Antônio Pereira)

Carga Horária: 1200h

Local: Unidade móvel do SENAI em Antônio Pereira

Modalidade: Presencial

Horário: Noturno – 18h30 às 22h30

Idade mínima: 18 anos

Sexo: Ambos

Escolaridade mínima: Ensino médio completo

Obs: As vagas para esse curso são destinadas exclusivamente para os moradores do Distrito de Antônio Pereira. As inscrições vão até o dia 24/08/2022.

Curso: Técnico Eletrotécnica

Nº de Vagas: 40

Carga Horária: 1200 h

Local: SENAI Mariana/MG

Modalidade: Presencial

Horário: Noturno – 18h30 às 22h30

Idade mínima: 18 anos

Sexo: Ambos

Escolaridade mínima: Ensino médio completo

Obs: as vagas para esse curso são direcionadas para moradores de Ouro Preto, Mariana, Catas Altas, Santa Bárbara e Antônio Pereira/MG. As inscrições vão até o dia 24/08/2022.

Inscrições para as vagas dos cursos da Samarco e SENAI

Aos interessados em participar dos cursos descritos acima, as inscrições devem ser feitas no site da Samarco no site VAGAS, através do link: https://trabalheconosco.vagas.com.br/samarco/capacitacao.

Sobre a Samarco 

A Samarco Mineração é uma mineradora brasileira que foi fundada no ano de 1977 e hoje é controlada através de uma joint-venture entre a Vale S.A. e a anglo-australiana BHP Billiton, ambas com 50% das ações da empresa. A área teve a sua concessão repassada da Sociedade Anônima Mineradora Trindade (Samitri) para a Samarco.

Em 5 de novembro de 2015 a Samarco adquiriu um destaque mundial após ser protagonista do maior desastre ambiental registrado no Brasil até então: o rompimento da barragem na cidade de Bento Rodrigues. As barragens de rejeitos faziam parte da Mina de Germano, que faz parte do chamado Complexo de Alegria, localizado no distrito de Santa Rita Durão do município de Mariana, no estado de Minas Gerais.

FONTE CLICK PETROLEO

Samarco abre inscrições para o programa de estágio 2022   

Estão abertas as inscrições para o Programa de Estágio 2022 da Samarco. Podem se cadastrar, até 13 de fevereiro, alunos (as) dos níveis superior e técnico. As 30 vagas são para os complexos de Ubu, em Anchieta (ES), e Germano, em Mariana (MG), para a sede administrativa, em Belo Horizonte, e para o Projeto Candonga em Santa Cruz do Escalvado e Rio Doce (MG). As inscrições devem ser feitas pelo portal da Samarco na plataforma Vagas.com.

As oportunidades são para alunos (as) que estejam cursando a partir do 3º período de nível superior. Para o nível técnico, os (as) estudantes devem estar cursando a partir do 1º módulo. A previsão é que o contrato tenha início em abril.    

Com a iniciativa, a empresa pretende receber estudantes que compartilhem de seu propósito de fazer uma mineração diferente e queiram colocar em prática o conhecimento acadêmico para contribuir com soluções inovadoras e sustentáveis.    

Após realizar estágio na Samarco, Thiago Viana Neves, de 25 anos, conquistou uma vaga como trainee e atua na Gerência de Beneficiamento, na unidade de Germano. Ele se formou em Engenharia de Minas em janeiro deste ano e aconselha quem irá participar do processo seletivo: “Tive a oportunidade de conviver diariamente com empregados (as) com experiência, que contribuíram muito com o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Para os (as) que almejam estagiar na Samarco, sugiro que estudem a história da empresa e seu processo produtivo, e que sigam para cada etapa com muita vontade para realizar um trabalho colaborativo”, disse.  

O processo seletivo será realizado em sete etapas: inscrições, teste, entrevista individual, avaliação psicológica, entrevista com o gestor (a) on-line, exame admissional e admissão.  O número de estudantes a serem selecionados será definido de acordo com a demanda de cada área. 

FONTE JORNAL LIBERAL

Tragédia de Mariana: seis anos de impunidade da Vale e da Samarco

Acordo “por cima” obriga vítimas, até hoje desalojadas, a negociar com seus algozes e até hoje duas das maiores mineradoras do mundo não foram capazes de reconstruir três povoados, o maior deles com 200 casas

O colapso da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana (MG), completa seis anos neste 5 de novembro de 2021 como símbolo de impunidade, descaso e violência contra a população e o meio ambiente. Já se passaram 2.190 dias desde que a lama do reservatório da barragem vazou e, em marcha assassina, matou 19 pessoas, destruiu três povoados por completo, eliminou bichos e vegetação e envenenou o rio Doce até sua foz, no Oceano Atlântico, na costa capixaba.

Soma-se à brutalidade da lama, que invadiu a vida de milhares de pessoas em 38 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, outro tipo de violência: a falta de definição sobre os valores das indenizações a serem recebidas por uma série de danos individuais, sociais, ambientais e econômicos. A origem dessa situação absurda pode ser identificada no acordo que criou a Fundação Renova, custeada pelas duas mineradoras acionistas da Samarco – Vale e BHP – e que ficaria encarregada de todo o processo de reparação.

O acordo foi firmado entre o governo federal, os governos dos dois estados e as mineradoras sob o argumento de que a fundação seria mais célere do que um processo judicial comum na concessão dos pagamentos. Na época, as vítimas não foram ouvidas. Foi um acordo, digamos, “por cima”. Não tinha como dar certo – e não deu – porque a criação da fundação embutiu uma lógica perversa: as vítimas teriam que negociar com seus algozes.

A ineficiência (da Fundação Renova) pode ser medida pelo fato de que nenhum dos três povoados devastados – Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira – foi reconstruído. Portanto, seis anos depois da lama, os moradores ainda não têm suas novas casas

A fundação começou a trabalhar no segundo semestre de 2016. Passados cinco anos, a Renova tem pouco a apresentar. A ineficiência pode ser medida pelo fato de que nenhum dos três povoados devastados – Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira – foi reconstruído. Portanto, seis anos depois da lama, os moradores ainda não têm suas novas casas. Não estamos falando da construção de uma nova cidade, mas de pequenos povoados, o maior deles, Bento Rodrigues, com cerca de 200 casas, duas igrejas, uma escola, um posto de saúde, uma quadra de esportes. Duas das maiores mineradoras do mundo não foram capazes de reconstruir três povoados no interior de Minas Gerais.

Diante da ineficiência, o Ministério Público estadual propôs ação pedindo a extinção da fundação. Entre outros motivos, porque identificou problemas na prestação de contas da entidade e desvio de finalidade. O MPMG descobriu, por exemplo, que diretores receberam salários que somaram cerca de R$ 1 milhão por ano. A ação proposta pelo MPMG contra a Renova está paralisada.

O fracasso no processo de reparação levou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a mediar uma tentativa de novo pacto com vistas a acelerar as compensações aos atingidos e a recuperação ambiental. Participam das negociações Vale, BHP Billiton, Samarco, representantes dos governos estaduais e federal, dos tribunais de Justiça, dos ministérios públicos e das defensorias públicas de Minas Gerais e do Espírito Santo, além do Ministério Público Federal (MPF) e da Advocacia-Geral da União (AGU). A previsão é que se chegue a alguma conclusão em fevereiro de 2022.

O que não tem nenhuma previsão é o desfecho da ação criminal na Justiça Federal. Em novembro de 2016, a Justiça aceitou a denúncia do MPF, tornando 21 acusados e as três mineradoras réus por homicídio qualificado com dolo eventual (quando se assume o risco de matar), inundação, desabamento e crimes ambientais, entre outros. Decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região aceitou recurso da defesa dos réus e ninguém mais responde por homicídio. Também respondem ao processo o engenheiro e a empresa de consultoria responsáveis pela emissão do laudo que atestou a estabilidade da barragem.

Não há como analisar a tragédia de Mariana sem compreender o encadeamento de violências contra os trabalhadores da barragem, as populações que viviam nos povoados rurais e as que vivem na bacia do rio Doce e que dele tentam tirar seu sustento. São milhares de pescadores, lavadeiras, fazendeiros, agricultores, pequenos comerciantes. Dano particularmente grave é o dos indígenas Krenak, que têm o rio Doce como matriz de sobrevivência material, cultural e espiritual.

O rompimento da barragem despejou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro em córregos, ribeirões e no rio Doce. A lama percorreu 660 km entre a barragem e a foz, no Atlântico. Pela quantidade de rejeito despejada, pela extensão percorrida pela lama e pelos danos causados, o colapso de Fundão é considerado o maior desastre socioambiental do Brasil e o maior do mundo no setor de barragens.

Tudo que envolve a avalanche de lama mineral é dolorosamente superlativo. Quando escrevi o livro “Tragédia em Mariana” (editora Record) entendi que só poderia expressar a brutalidade desse desastre se mostrasse o drama humano de cada um dos atingidos que concordaram em conversar comigo. É por isso que encerro este artigo com um trecho do livro que traz o relato de como o funcionário da Samarco Romeu Arlindo dos Anjos foi engolfado pela lama e, milagrosamente (não consigo achar outra palavra), sobreviveu para contar os minutos da sua vida em que ele achou que seria tragado para o abismo da morte.

“Entre 15h30 e 15h50, ouviu um estrondo, como se fosse um rugido das profundezas da terra. Olhou para o reservatório e viu a massa de rejeitos mover-se como uma gelatina. Foi tudo muito rápido, abrupto. Em poucos minutos, a barragem estourou por completo e a lama armazenada começou a pôr-se em movimento. Romeu travou por uns dez segundos, com as mãos no volante. Achou que estava passando mal. Olhou para a frente. Era como se o mundo se desintegrasse. O solo se desfazia em pedaços. Ele tirou o cinto, abriu a porta, desceu correndo. Viu a caminhonete tombando. Desorientado, pensou em correr para a margem esquerda da barragem. Perdeu preciosos segundos até perceber que seria impossível. Os blocos de areia se partiam em fragmentos. Tudo desmoronava. Decidiu, então, correr para a margem direita, menos esfacelada até aquele momento. Romeu corria, caía de joelhos, levantava, pulava as trincas e, quanto mais corria, mais achava que não saía do lugar. Corria sobre o solo em movimento, como se a terra fosse uma onda e ele surfasse em cima de um organismo vivo e traiçoeiro, que a qualquer momento poderia se abrir sob os seus pés e tragá-lo para as entranhas do inferno.

Era tudo escuro. Um tronco o atingiu na coxa esquerda, galhos batiam no corpo e no rosto enquanto ele rolava e girava numa inesgotável espiral de desespero. Quando achava que estava perto de sucumbir, conseguiu agarrar-se a um tronco e botar a cara para fora. Puxou o ar. Estava vivo

No desespero para se salvar, continuou pulando as trincas. Estava quase sem fôlego quando buscou as últimas forças e, num impulso, conseguiu saltar para o mato, em terreno sólido. Achou que tivesse escapado, já estava rezando e agradecendo a Deus, quando foi surpreendido por um tapa no ouvido. Era a lama, que vinha em ondas vigorosas e sucessivas e que o arrastou para a escuridão do oceano de lava espessa e viscosa. A essa altura, a massa já estava misturada aos escombros da estrutura que cedera e às centenas de milhares de árvores que havia no caminho. Tudo estava incorporado num fluxo de detritos avassalador e implacável. Romeu afundou, teve a sensação de estar se afogando. Ficou submerso por minutos, talvez segundos, que pareceram uma eternidade. Era tudo escuro. Um tronco o atingiu na coxa esquerda, galhos batiam no corpo e no rosto enquanto ele rolava e girava numa inesgotável espiral de desespero. Quando achava que estava perto de sucumbir, conseguiu agarrar-se a um tronco e botar a cara para fora. Puxou o ar. Estava vivo. Quase sem forças, se deixou levar pelo fluxo, sentindo dores, engolindo lama e areia. Até que o ímpeto da correnteza diminuiu e o fluxo baixou, como se tivesse se acomodado ao terreno.

Apesar da lama nos olhos, conseguiu avaliar o cenário. Encontrava-se cercado de árvores e troncos boiando. Calculou que estava a cerca de 30 metros do terreno natural e que, se o alcançasse, conseguiria escapar. Era a oportunidade de se salvar, certamente a última. Precisava ser ágil e rápido para se mover em meio ao lodaçal. Ele se levantou e saiu pulando por cima dos troncos, afundando, levantando, afundando, levantando, até chegar no mato. A cabeça doía. Romeu jogou-se no chão e ficou deitado por cerca de 40 minutos, vomitando sem parar. Expeliu muita lama, até sair um líquido verde. Estava zonzo. De onde observava, viu que a lama continuava descendo, com um estrondo de fim do mundo, se fim do mundo houvesse.”

FONTE PROJETO COLABORA

Mariana: manifestantes protestam na porta da Samarco e fecham MG-129

Atingidos após rompimento da barragem de Fundão vão realizar vários atos na cidade nesta sexta-feira

Manifestantes protestam, na manhã desta sexta-feira (5), na porta da Samarco em Mariana, na região Central de Minas Gerais. O grupo ocupa todas as faixas da MG-129 em um ato que marca os seis anos da tragédia da cidade com o rompimento da barragem de Fundão, onde 19 pessoas morreram.

“Cerca de mil pessoas participam do protesto, que começou por volta das 5h. Os atingidos e atingidas das áreas de reforma agrária ao longo de toda a bacia do Rio Doce amanheceram na porta da mineradora em um dia de protesto. Hoje completam seis anos de impunidade, e as famílias tiveram suas áreas férteis atingidas pela lam tóxica, inviabilizando a agricultura. Diante à impunidade, o descaso, o MST resolveu por fazer esse dia de protestos”, explicou Sílvio Netto, da coordenação do Movimento Sem Terra (MST).

Segundo ele, não há previsão para que o grupo deixe o local, e os manifestantes aguardam um posicionamento da empresa. “Hoje é o dia todo de protesto, seja na (porta) Samarco, nas redes sociais, no centro de Mariana. Vamos ter diversas atividades”, destacou. 

Viaturas da Polícia Militar Rodoviária acompanham o ato. 

FONTE O TEMPO

Formou e está procurando emprego? Samarco abre inscrições para o programa de Trainee

Estão abertas as inscrições no programa de trainee da Samarco, voltado para a seleção de profissionais para as áreas de tecnologia, engenharia, comunicação, entre outras. As vagas são para atuação em áreas operacionais e corporativas na sede administrativa em Belo Horizonte e nas unidades de Germano (MG) e Ubu (ES).

De acordo com a divulgação da mineradora, para participar, é necessário que o candidato tenha se formado a partir de dezembro de 2019 ou em graduação com conclusão até março de 2022. Além disso, é preciso ter disponibilidade para trabalhar presencialmente no local da vaga. O inglês é nível avançado. 

Serão aceitos graduados ou graduandos dos cursos de Engenharia, Relações Internacionais, Sistema de Informação, Ciência da Computação, Química, Biologia, Geologia, Sociologia, entre outros.

“O programa de trainee da Samarco é uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Buscamos novos talentos para integrar nosso time e trilhar conosco ruma a uma mineração diferente. Os selecionados terão a oportunidade de desenvolver suas habilidades, competências e performance”, comentou a analista de Seleção da Samarco, Carolina Porto.

Como se inscrever

As inscrições vão até 9 de setembro e podem ser realizadas neste link . As etapas de seleção consistem em testes online em inglês e entrevistas com o objetivo de conhecer o perfil, habilidades e competências do candidato. O trainee tem previsão de início em novembro deste ano, e o programa tem duração de dois anos.

Fonte: Mais Minas

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