O sul e seus quilombos ancestrais submersos

A catástrofe que deixou de atingir os de sempre, para chegar a todo mundo

Quando alguém pronuncia a palavra “gaúcho”, o imaginário nacional voa para um homem de bombachas, botas, tomando chimarrão, com um laço na cintura. Um homem branco.

Embora o censo aponte que o sul tenha 78% de pessoas que se autodeclaram brancas, esta região também abriga uma população negra e um contingente se reúne em quilombos que estão literalmente submersos.

Luís Rogério Machado, liderança no Quilombo dos Machado e da Frente Quilombola do Rio Grande do Sul, um dos oito no perímetro urbano da cidade de Porto Alegre, em entrevista ao portal Terra foi categórico: Em 97% da área é perda total”.

O estado todo abriga mais de sete mil famílias quilombolas, além de 344 famílias de ciganos e cerca de 1.300 comunidades de terreiros. Porto Alegre tem oito quilombos em sua área urbana.

O Quilombo dos Machados e também a Vila Respeito são dois destes lugares onde a carência de poder público faz com que falte o básico muito antes da tragédia anunciada do momento.

Em dezembro de 2020, as lideranças da comunidade imploravam por auxílio para reconstruir as casas afetadas pela chuva. São 265 casas, com cerca de 250 crianças residentes no local ocupado há 70 anos pelo casal Laura e Eugênio Machado.

Há quatro anos o apelo no jornal Correio do Povo era Queremos neste final de ano tocar o coração solidário dos gaúchos, pra tornar mais felizes estas famílias que estão desabrigadas”.

O apelo no final daquele ano, que também era assolado por uma pandemia, prova o que já falamos em várias ocasiões neste mesmo espaço: a população preta e pobre está na vanguarda do problema.

O que antes bate lá, cedo ou tarde se expandirá e os corações que não apenas não são solidários, mas negam este fato são comandados por cérebros pouco inteligentes. As mudanças climáticas estão aí para todos e todas.

O produtor musical Jay-Gueto, da Vila Respeito, também em entrevista na mídia constatou o óbvio, Eles estavam em situação vulnerável antes mesmo da enchente. Desde que me conheço por gente as chuvas fortes causam enchentes e o saneamento básico é precário.

Quem está preso nas definições limitadas do que seja um quilombo ou da visão construída apenas por obras que falam de pessoas egressas da escravidão, não alcança que um quilombo é, antes de qualquer coisa, um lugar de proteção.

Pessoas reunidas para resgatar pertencimentos e acolhimento contra um entorno nada amigável, em uma sociedade violenta e opressora. “Aquilombar” se torna urgente em um lugar onde se é minoria numérica e também na precarização da vida.

Cerca de 8 mil indígenas, de 80 comunidades no Rio Grande do Sul também perderam tudo e estão isolados, em aldeias completamente debaixo d’água. A destruição é total. Assim como acontece com os quilombolas, os indígenas são afetados por catástrofes que se sobrepõem.

O cacique Helio Fernandes, da aldeia guarani Guyra Nhendu, em Muquié, no litoral norte, conta que um mês antes outra enchente levou as casas, pois elas estão em áreas não demarcadas e as populações vivem em construções muito precárias e vulneráveis aos males provocados pela natureza e, principalmente, pela ação humana.

A ausência de poder público nestes locais apenas comprova o que a história conta sobre como o estado brasileiro trata indígenas, quilombolas e o povo mais pobre. Como diz o também o líder quilombola Jamaica, do Quilombo dos Machado, são perdas que vão além do material, atingem a ancestralidade porque vêm de séculos. São “perdas ancestrais”.

O momento é de aquilombar, no mais profundo sentido desta expressão. A catástrofe se democratizou e deixou de atingir os de sempre, para atingir mais de um milhão e quatrocentas mil pessoas em todo o Rio Grande Sul. São mais de 300 municípios arrasados.

Se existe um momento ideal para os que gostam de afirmar que “somos todos iguais” colocarem isto realmente em prática, esta hora é agora.

Para quem deseja ajudar:

  • Quilombo dos Machado: Chave Pix: quilombodosmachado@gmail.com/ Responsável: Vanda Tamires.
  • Federação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Rio Grande do Sul: Chave Pix: 46829258/001-04 (CNPJ).
  • Retomada GÃH RÉ Kaigang: Chave Pix: 349.022.360-87/ Responsável: Iracema Nascimento.
  • Retomada Xokleng Konglui: Chave Pix: culungteie@gmail.com/ Responsável: @xoklengsaochico.

 

FONTE ICL NOTÍCIAS

Barra do Cahy: conheça a primeira praia do Brasil e seus encantos

Praia foi o primeiro ponto de chegada dos portugueses no Brasil e causou deslumbramento imediato.

A Barra do Cahy, local de belezas naturais encantadoras, é uma praia de grande importância histórica por ter sido primeiro ponto de chegada dos portugueses da tripulação de Pedro Álvares Cabral ao cair da tarde da quarta-feira do dia 22 de abril de 1500. O deslumbramento dos europeus em relação à descoberta do “Novo Mundo” é bem evidente nos registros feitos por Caminha. Na Carta ele descreve suas impressões sobre o território que viria a ser chamado de Brasil.

A Praia da Barra do Cahy está há 47 Km ao norte da cidade do Prado, há 15 Km ao norte do distrito de Cumuruxatiba e há 28 Km em linha reta do Monte Pascoal (no município de Porto Seguro). Olhando do mar para terra, o monte fica aos fundos das falésias, fazendo sombra na praia, numa ingênua ilusão de ótica. Até hoje a imagem proporciona a mesma perspectiva de visão que tiveram os portugueses em 22 de abril de 1500.

Atualmente a Barra do Cahy, está inserida no território da RESEX CORUMBAU  e envolvida pelas comunidades de Veleiro, Imbassuaba ,Cumuruxatiba e comunidades indígena das Tis Comexatiba e Barra Velha que têm no extrativismo pesqueiro sua principal fonte de vida. Outra atividade promissora é a etno vivência em turismo de base comunitária – Uma abordagem inovadora e sustentável para o turismo na região, enfatizando a inclusão e o benefício das comunidades locais.

Prado

Com um movimento calmo e tranquilo durante todo o ano, Prado se torna um refúgio de belezas naturais. A riqueza vegetal preservada na cidade, grandes falésias de areia, vários coqueiros e as tradicionais canoas e jangadas coloridas, utilizadas para a pesca artesanal, são adicionais à paisagem da orla marítima e seus 84 km de extensão. Algumas praias não devem faltar em seu roteiro, como o Balneário de Guaratiba, Cumuruxatiba, Corumbau e as praias mais próximas ao centro, como Paixão e Tororão. Por conta das águas mornas e cristalinas, que variam entre tons de azul e verde, Prado com toda certeza encantará os turistas.

As praias de Prado estão localizadas no litoral baiano em uma região conhecida por Costa das Baleias. Este nome se dá por conta da migração de baleias jubartes entre junho e outubro na região. Os animais descem das águas polares até a costa brasileira para acasalarem nas águas quentes. Prado é um dos melhores pontos de observação do mundo e atrai milhares de turistas ansiosos por esse espetáculo em alto mar, todos os anos.

Esse verdadeiro show das gigantes do mar pode ser admirado com passeios de barco saindo de Prado, Cumuruxatiba e Corumbau. Conhecer as belezas que temos em alto mar como o Recife de Guaratiba, onde também é possível praticar mergulho livre e se surpreender com as diversas espécies de peixes e corais da região, deve fazer parte do seu roteiro.

 

FONTE UAI

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