Entidades do comércio alertam para crise social sem precedentes, caso o comércio permaneça fechado

O CDL-CL, ACIAS e SINDICOMÈRCIO divulgaram um comunidade conjunto em que relatam o drama do comércio de Lafaiete fechado há mais de 40 dias, buscando uma solução de consenso para flexibilização de parte da economia.
Elas afirmam que na última tentativa, as entidades expuseram um plano de reabertura, levando em conta as questões sanitárias e sugeriam a abertura gradual a partir do dia de hoje (4), tendo em vista o Programa Estadual “Minas Consciente”.
Elas afirmam que não houve resposta positiva esperada que estaria dependendo da ampliação da rede de assistência, através da conclusão do Hospital de Campanha São Camilo, e recomendações da Promotoria.
As entidades reiteram a posição da volta, ainda que gradual e alertam pela busca do equilíbrio de ter uma definição que mantenha as medidas de combate ao vírus, sem contudo “destruir empresas e postos de trabalho”. As entidade falam em crise social sem precedentes, mas afirmam que vão continuar buscando o diálogo.

Prefeitura demarca distanciamento em filas de bancos e lotéricas

Demarcações preservam o distanciamento/REPRODUÇÃO

Nesse sábado (5) e domingo (4), a Prefeitura de Ouro Branco, por meio da Secretaria de Obras, equipe de Proteção e Defesa Civil, realiza a pintura da demarcação de distanciamento nas filas na parte externa de Agências Bancárias e Lotéricas.

As marcações estão com distanciamento de 2 metros e toda a população deve seguir as determinações que atendem as orientações das autoridades em Saúde. A medida é para evitar aglomerações e manter o distanciamento social.

Fique em casa. Centralize as atividades fora de casa em um único morador, que só deve sair para questões essenciais. Use máscaras. Evite aglomerações.

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social divulga nota sobre o auxílio emergencial

COMUNICADO
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social comunica que o Projeto de Lei Federal, sobre o auxílio emergencial devido a pandemia de coronavírus, ainda será analisado pelo senado e governo federal.
Como se trata de uma proposta, devendo ainda ser regulamentada, não há necessidade de fazer nenhum tipo de cadastro.
A Secretaria informa ainda que a portaria 335 de 20/03/2020 do Ministério da Cidadania, suspende por 120 dias as averiguações e revisões cadastrais e ações de bloqueio, suspensão e cancelamento de benefícios do Cadastramento Único, inclusive o bolsa família.
Reforçamos, por fim, que o atendimento presencial está restrito a situações emergenciais na sede da Secretaria: Rua Rodrigues Maia, 490, Angélica. Informações específicas sobre o Bolsa Família: 3769-8119 e demais serviços sociais: 3721-2072.

Alunos de projeto Lutando pelo Futuro prestam exames de graduação de faixas e conquistam mais uma vitória

Atletas do projeto social prestaram exames de graduação de faixas

Mais uma conquista para os alunos do Projeto Lutando Pelo Futuro. Cerca de 16 crianças fizeram exame de graduação em Congonhas e Miguel Felipe, Kayra, Rafael, Gabrielle, Riquelmi, Ygor , Nicolle, Maria Clara e Maria Fernanda foram aprovados para Faixa Laranja. Juan, Julia, Tiago, Carlos Eduardo, Eric e Ernandis aprovados para Faixa Azul. E por fim, Leonardo, que foi aprovado para faixa amarela.

Os seus professores, Sensei Renata e Sensei Luciano parabenizam a todos pelo bom desempenho e agradecem o apoio dos pais. “Nada seria possível sem a ajuda e colaboração dos papais e mamães! Então deixo a eles o meu agradecimento por incentivarem e acreditarem em seus filhos, aliás nossos”, disse a Sensei Renata. “Parabéns a todas as crianças que participaram com êxito desse exame. Obrigada a todos que colaboraram”, destacou o Sensei Luciano

O exame de graduação foi supervisionado pela Federação Mineira de Kyokushinkaikan Karatê , através de Sensei Aldair Braga e Sensei Renata Borba.

Na Colômbia, Padre João defende aliança contra a fome

O deputado federal Padre João (PT/MG) regressou na madrugada deste sábado (27) da Colômbia, onde coordenou a participação da delegação brasileira no VII Fórum da Frente Parlamentar contra a Fome na América Latina e Caribe (FPH, na sigla em espanhol).  A articulação internacional de deputados e senadores surgiu no ano de 2009, com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e é uma rede plural de legisladores de mais de 20 países da região.

Ao lado de colegas de outros países, deputado Padre João destacou a experiência pioneira do Brasil no combate à fome, e que inspirou outras nações/DIVULGAÇÃO

Segundo a FAO, a fome deixou de diminuir na América Latina e no Caribe desde 2014. Em 2018, de acordo com o organismo internacional, a desnutrição afetou 42,5 milhões de pessoas, cerca de 6,5% dos habitantes da região, mais do que a população conjunta do Chile, Uruguai e Equador. Os 60 legisladores participantes do evento, que aconteceu na cidade de Cartagena, conclamaram os países a desenvolver ações urgentes para colocar o direito humano à alimentação no topo das agendas públicas, enfrentando o aumento da desnutrição na região.

Desde que a frente foi criada, parlamentares de diversos países geraram leis de grande impacto na luta contra a fome. No Paraguai, por exemplo, foi aprovada uma lei para proteger a agricultura familiar; no Uruguai aprovaram uma legislação que promove a agroecologia. No Chile destaca-se uma lei de rotulagem muito moderna que está sendo replicada na Guatemala, Paraguai, Argentina, Colômbia e Peru, entre outros países.

Padre João destaca que a primeira experiência de articulação de parlamentares “fome zero” aconteceu no Brasil em 2007, inspirando a criação das mais de 20 frentes que existem hoje em diversos países. “No Brasil nós aprovamos a Lei da Alimentação Escolar, incluímos o direito à alimentação na Constituição e estruturamos, também em lei federal, o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que hoje é realidade em outros países”, afirmou o parlamentar mineiro.

Discursando para os colegas de outros países, padre João mostrou que desde o ano de 2014 o Brasil vivencia uma destruição diária de direitos sociais e do meio ambiente, e isto se refletiu na precarização das políticas públicas de segurança alimentar e nutricional. “Os novos governos desmontaram instituições e políticas públicas de soberania e segurança alimentar. O Ministério do Desenvolvimento Agrário, que atendia à agricultura familiar, foi fechado e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) foi extinto, assim como a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica”.

O deputado disse acreditar que a grande tarefa dos parlamentares contra a fome no Brasil é firmar alianças com os movimentos sociais para evitar retrocessos legislativos ainda maiores, que comprometam ainda mais a segurança e a soberania alimentar dos brasileiros. “Nossa luta será em defesa dos territórios, da terra, da água, das sementes e dos bens da natureza, para garantir uma produção limpa de alimentos”.

Fotos: Arquivo pessoal/ Padre João

 

 

Urbanicidade: “por que há tanta casa sem gente e tanta gente sem casa?”

Entrevista de João Sette Witaker, professor livre-docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, concedida ao Jornal GGN.

“Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que o déficit habitacional no Brasil chegou a 7,78 milhões de unidades habitacionais em 2017. Por outro lado, pesquisa da Fundação João Pinheiro, com base em dados do IBGE, diz que há pouco mais de 7,9 milhões de imóveis vagos em todo o País.

A pergunta óbvia que permanece é: por que apesar do número de imóveis vagos ser superior ao número de famílias precisando de casas, ainda há tanta casa sem gente e tanta gente sem casa? Para entender um pouco mais sobre como funciona esse tipo de mecanismo de exclusão nas cidades brasileiras, falamos com João Sette Witaker, professor livre-docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Jornal GGN – Por que há tanta casa sem gente e tanta gente sem casa?

A casa em si é um produto que tem a particularidade de ser extremamente cara. E o que é caro na construção da residência não é a casa em si, porque as pessoas até conseguem produzi-las, ainda que precariamente, com pouco dinheiro. Via de regra, as casas autoconstruídas na favela, ou nos loteamentos periféricos, são bem feitas, mas geralmente insalubres e em um ambiente urbano precário. A casa que a gente fala que é cara é uma construção inserida no espaço urbano com infraestrutura e serviços, que é onde está o meio de vida das pessoas. Ela é cara por uma razão muito simples: oferecer a rede sistêmica de infraestruturas que a transforma num lugar bom de se morar é muito custoso. Custa muito fazer uma linha de metrô, um corredor de ônibus, um coletor tronco de esgoto com uma estação de tratamento, levar água, fazer hospitais, fazer escola, e além disso é necessária uma política macroeconômica que ofereça emprego, que dê condições para a pessoa viver, pagar o transporte público, etc. Então, a casa é dependente da estruturação da política pública como um todo, e é por isso que quando a gente fala em política habitacional, a gente sempre está falando em política pública.

Jornal GGN – O fato é que, sem esse contexto urbano, não se tem a qualidade de vida necessária?

Exatamente, a casa que a gente entende como sendo a necessária é aquela que tem facilidades e propicia um razoável grau de qualidade de vida. São coisas aparentemente muito simples e diretas como o carteiro entregando a carta na sua casa, ou um caminhão de lixo pegando seu lixo na frente do portão. Estamos falando de eletricidade, água, esgoto chegando no lar das pessoas. São coisas básicas, e o Brasil, apesar de ser a décima economia do mundo, não consegue oferecer isso de forma generalizada, nem mesmo nas suas mais modernas cidades. Mas, também, pode ser algo mais indireto como a efetividade dos serviços prestados, o fato de haver escolas próximas, haver comércio, ou onde se possa comprar comida facilmente, além de algo primordial que é o emprego próximo de casa. Então, quando se fala que não tem casa para todos, não significa falarmos somente do abrigo, significa a casa dentro desse contexto urbano. É por isso que dizemos que a questão urbana e habitacional deveria estar no centro da agenda política nacional, pois é a partir dela que se estrutura a vida das pessoas.

Jornal GGN – Acontece nas cidades algo análogo a outras esferas da sociedade neoliberal, as elites pagam por essa qualidade de vida urbana e as camadas populares vivem na espoliação?

A riqueza individual permite, eventualmente, resolver essa questão da casa porque permite que uma série desses elementos sejam substituídos pelo serviço particular. Se o cidadão tem muito dinheiro, ele consegue escola particular, hospital particular, e um automóvel particular que o levará para onde quiser ir. Portanto, esse cidadão conseguirá substituir aquilo que é caro pagando do próprio bolso por uma oferta que é dada pelo mercado, escondendo ainda assim muitos subsídios públicos (para toda a estrutura que o carro necessita, por exemplo). E alguém pode se perguntar: onde está o problema nisso? O problema é que uma parte dessa oferta pode até vir do mercado, mas a outra parte é resultado da oferta pública, ou seja, da localização, que é, como dizemos, produzida socialmente. A localização é mais cara quanto maior e melhor for a infraestrutura oferecida no lugar em que ela está localizada.

Aqui é onde se escancara a perversidade de acesso à casa dentro do capitalismo: a melhor localização, que é a mais cara e só pode ser adquirida pelos mais abastados, é produzida publicamente, porque é onde há infraestrutura pública, onde tem equipamentos públicos, onde tem metrô, tem água, tem tudo. Eis o nó da questão: é nesse ponto que deveria haver intervenção do Estado dizendo que o alto preço do imóvel e da terra se deve às infraestruturas criadas por ele com o dinheiro de todos. Então, deveria ser o Estado a regular essa oferta para garantir, por um lado, que ela seja homogênea em toda a cidade e, por outro, subsídios para ajudar o acesso a boas localizações para os mais pobres.

Nas sociedades reguladas do chamado capitalismo “desenvolvido”, que viveram ao menos 30 anos sob uma lógica keynesiana de forte intervenção do Estado, o poder público conseguiu equilibrar a oferta de infraestrutura e serviços com o acesso à casa em toda a cidade, de forma razoavelmente homogênea. Mas, na periferia do capitalismo, como aqui no Brasil, o Estado nunca fez essa regulação, porque a lógica era outra. Nunca houve a necessidade econômica de se constituir uma sociedade ampla de consumo mas, ao contrário, precisava-se manter o atraso e a pobreza como combustíveis de uma modernização incompleta, que servia perfeitamente aos interesses das nossas elites. Do ponto de vista urbano, o resultado foram cidades – fora dos exclusivos bairros ocupados pelas elites – deixadas à livre-ocupação pela população mais pobre, com a autoconstrução de suas casas e sem infraestrutura. Então, ao longo dos anos, acumulou-se esse passivo social de milhões de pessoas que não conseguem ter acesso à moradia.

Jornal GGN – E em que momentos essa regulação aconteceu?

O capitalismo nos países centrais do sistema (Europa e América do Norte), após a grande depressão dos anos 30, precisou racionalizar-se para constituir sociedades de consumo de massa com uma classe média majoritária, capaz de fazer girar, pelo consumo, a roda de produção e reprodução do capital. Na crise dos anos 30, o capitalismo forçou demais a barra no rebaixamento dos salários, ao mesmo tempo em que, por outro, multiplicava o volume de produção, necessitando promover seu consumo para garantir a acumulação do capital e seu reinvestimento em mais produção. Assim, os salários dos trabalhadores, em termos gerais, não permitiam que consumissem aquilo que o próprio capitalismo produzia. Para que isso não ocorresse, estruturou-se naquelas economias, seguindo a cartilha keynesiana, um sistema fortemente regulado pelo Estado para garantir as condições mínimas de acesso aos bens produzidos: salário-mínimo, limitação das horas de trabalho, descanso remunerado, etc. Dentro desse esforço incluía-se a casa, essencial para dar condições de consumo. A esse modelo deu-se o nome, um tanto eufemístico, de “bem-estar social”. Está certo que o neoliberalismo infligiu um duro golpe a esse modelo, e hoje a desigualdade está cada vez mais premente também nos países ditos “desenvolvidos”.

No caso do Brasil, e nos países em desenvolvimento de maneira geral, nunca houve a necessidade de constituir uma sociedade de consumo de massa, porque o nosso consumo era, ao longo do nosso processo histórico, essencialmente voltado para fora, e para uma pequena parcela da população de mais alta renda. Nós éramos – e ainda somos – exportadores de commodities e do agronegócio ou, eventualmente, produtores de mão de obra barata, tal qual é a China de hoje. Tanto para exportarmos matéria-prima, como para produzimos produtos industrializados voltados para o exterior, não houve estruturalmente a necessidade da formação de um mercado de consumo de massa. Muito pelo contrário, era interessante manter a população pobre como um exército industrial de reserva. Como disse Chico de Oliveira, as favelas foram a expressão da necessidade de rebaixamento dos custos da força de trabalho. As elites, quanto a elas, se concentraram em bairros ditos “nobres” que, estes sim, por conta de um Estado instrumentalizado para beneficiar os seus interesses, receberam sempre toda a infraestrutura necessária, segregando os mais pobres para fora deles.

O mercado imobiliário só produziu para a população mais abastada, porque era mais lucrativo, mas ao mesmo tempo, o Estado também não garantiu que a enorme massa de trabalhadores sem moradia fosse atendida. Essa é a razão estrutural para haver tanta gente morando em periferias distantes, tanta gente pedindo casa e tão pouca casa oferecida. O BNH produziu 4 milhões de unidades em vonte anos, mas na maioria acabaram, por serem pagas, não beneficiando a população mais pobre. Recentemente, o Programa Minha Casa Minha Vida conseguiu, pela primeira vez, oferecer quase dois milhões de casas para essa população. Porém, a questão da boa localização, que esbarra no entrave da terra, não conseguiu ser equacionada, assim como a da qualidade das moradias produzidas.

Jornal GGN – Com tanta gente sem casa, por que tantos imóveis vazios?

Como já dito, na lógica patrimonialista da sociedade brasileira, o Estado não tem interesse em regular a economia no sentido do interesse público, daquilo que é bom para a maioria. Quando isso ocorre, quando governos de esquerda conseguem administrar cidades, percebemos que a correlação de forças políticas no Brasil está longe de ser favorável aos interesses da maioria. Ao enfrentar privilégios, esses governos raramente conseguem durar mais de um mandato, tal a força reativa dos setores dominantes. Agora, chegamos ao fundo do poço, com a eleição de governos que abertamente renegam qualquer compromisso de justiça social, com apoio popular.

Assim, com o domínio de uma lógica em que se confunde o interesse público com os interesses de alguns grupos privilegiados, é muito mais fácil implementar parklets, que vão tornar bacana o espaço público dos bairros nobres, do que levar saneamento básico para as periferias, para gente que está morrendo por que a casa desmorona na hora da chuva. A gente constrói uma via a mais na Marginal e todo mundo acha o máximo, uma política para os 30% que usam o automóvel, quando com o mesmo dinheiro poderia se fazer 10 km de metrô, meio de transporte usado por 70%. Isso só acontece porque a sociedade está condicionada a confundir o bem público com uma lógica de “vou fazer funcionar para o meu interesse próprio ou do meu grupo”, mesmo que isso, economicamente, seja um entrave ao desenvolvimento.

Então, o gargalo principal é que a máquina pública no Brasil constitui um amálgama de dificuldades administrativas, burocráticas e políticas que impede a realização da política pública reguladora. Mesmo quando alguém tenta fazer essa política funcionar, chega o vereador que está acostumado com o clientelismo e com a corrupção, chega o setor do poder jurídico e judicial e que está acostumado a fazer lawfare, em utilizar a justiça para satisfazer interesses e chega o burocrata administrativo que está acostumado fazer procedimentos corruptos para satisfazer os seus interesses, os de políticos corruptos e juízes.

Então, por que tem tanta casa sem gente e tanta gente sem casa? Por que tem quase 5 milhões de casas vazias nas áreas centrais? Casas sem uso são antieconômicas, pois não fazem uso do dinheiro público investido nas boas localizações em que se encontram. Mas como o que determina a lógica de ocupação e uso do solo é a lógica de mercado, e não a da regulação pública, o poder público não consegue determinar que sejam usadas. Os instrumentos criados para isso no Estatuto da Cidade em 2001, como o PEUC – Parcelamento, Edificação ou Uso Compulsórios, foram pouquíssimo utilizados até hoje. Quando aconteceu, como na gestão de Haddad em São Paulo, logo foram interrompidos na gestão seguinte. Assim, imóveis sem uso são deixados ao abandono porque a propriedade é sagrada, os juízes a protegem, e o Estado não tem o menor poder de regulação para punir, multar ou mesmo desapropriar para dar-lhes o uso social que mereceriam.

Ao mesmo tempo, não se faz nada ou quase nada para simplesmente melhorar as condições de vida dos bairros precários, uma solução mais simples do que ter que construir mais e mais, que passa pela realização de serviços básicos. Só que a lógica que manda, que dita a política pública, que favorece o mercado, é a de não olhar para soluções reais de melhorai social, mas para “soluções” que satisfazem os interesses dessas forças. Como sair por aí construindo sem muito critério.

Jornal GGN – Qual seria, então, a solução mais rápida para resolver o problema dos prédios ociosos nos centros das nossas cidades – em grande parte prédios particulares – que estão vazios e ociosos nos centros das nossas cidades?

O mais rápido seria nós desapropriarmos. O certo é o Estado dizer: “não está cumprindo a função social da propriedade? Desaproprio tudo e construo uma política de moradia via aluguel social de fôlego usando um novo parque habitacional público disponibilizado por esses imóveis”. Ah, mas o Estado alega que não tem dinheiro. A nona economia do mundo não tem dinheiro? Sessenta bilhões de reais, que é o orçamento da cidade de São Paulo, não tem dinheiro? Mas então, por que não se faz isso? A resposta está no amálgama dos empecilhos patrimonialistas. Alegam-se muitas coisas para não se desapropriar um imóvel ou um terreno: que Ministério Público faz um conjunto de exigências difíceis de cumprir, que para desapropriar é necessário usar outros mecanismo, que quem é devedor do IPTU entrou na Justiça, que o dono da propriedade é poderoso e outros tantos motivos. O que falta é força política para fazer isso, embora não faltem instrumentos de gestão para isso: o já citado PEUC (Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios, instrumento urbanístico que obriga a utilização dos imóveis ociosos sob pena de desapropriação com títulos da dívida pública), as Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social, que obrigam a construção de moradias sociais em determinadas áreas definidas pelo município), a desapropriação, o usucapião coletivo urbano e tudo mais. Mas, depois de quase 20 anos, quais municípios de fato aplicaram o Estatuto da Cidade de maneira integral e sistêmica para fazer frente à retenção ilegal de imóveis ociosos? Para obter terras bem localizadas? Praticamente nenhum. São Paulo foi uma boa exceção com seu Plano Diretor de 2014, junto com alguns outros municípios, mas, via de regra, quando isso ocorre, o enfrentamento dos privilégios urbanos das classes dominantes faz com que esses governos não sobrevivam à reeleição, tal a correlação de forças perversa da nossa política. Essa correlação de forças políticas se explicita na ponta, nos municípios, onde há o confronto efetivo com o dono da terra, aquele que mantém o terreno vazio, o imóvel vazio para o seu próprio lucro. Isso quando não ocorre, o que é muito comum no Brasil do patrimonialismo, do próprio coronel, dono de latifúndio, ser também o político, o Prefeito, que deveria combater o dono das terras subutilizadas, que é ele mesmo! Não há a menor chance de se ver, nesses casos, um Estado regulador que regule o próprio político que detém o poder da máquina pública. Por exemplo, por mais que o Minha Casa Minha Vida (MCMV) tenha tido aspectos ruins, o fato é que quando ele bateu na porta dos municípios, oferecendo 100 bilhões de Reais de subsídios a fundo perdido para fazer casas gratuitas para os muito pobres (foram construídas cerca de 1,7 milhão), estes não tinham feito a tarefa de usar os instrumentos previstos desde 2001 no Estatuto da Cidade para desapropriar terras, fazer estoque de lotes bem situados, designar locais para a moradia social. Sem isso, se viram reféns da lógica mercadológica das construtoras, que ofereceram a apetitosa (politicamente) solução de fazer muitas casas, porém muito longe. Os municípios alegam que o valor de mercado desses terrenos é muito alto. Isso é emblemático, pois, se o Estado não consegue obtê-los e tem que comprar é porque está à mercê e a reboque dessa lógica de mercado.

João Sette Witaker é professor livre-docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade de Lyon/Jean Monnet – St.Etienne, França (2017), foi Secretário Municipal de Habitação de São Paulo entre 2015 e 2016 e é membro do BrCidades.

Projeto Inclusão Marcial “Lutando Pelo Futuro” é aprovado pela Lei do Incentivo ao Esporte

Depois de uma Moção de Aplausos na Câmara Municipal, a pedido do vereador Divino Pereira, os alunos do Projeto Lutando Pelo Futuro receberam outra ótima notícia: o Projeto foi aprovado pela Lei do Incentivo ao Esporte.

Dirigentes do Projeto Sensei Renata, Sensei Aldair, Sensei Luciano, junto ao vereador Divino Pereira, autor da Moção de Aplauso/DIVULGAÇÃO

A Lei de Incentivo ao Esporte – Lei 11.438/2006 – permite que empresas e pessoas físicas invistam parte do que pagariam de Imposto de Renda em projetos esportivos aprovados pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. As empresas podem investir até 1% desse valor e as pessoas físicas, até 6% do imposto devido (esporte.gov.br)

Sensei Renata relata que foram quase 06 meses redigindo o projeto e após isso muita luta para recolher toda documentação necessária, contratando advogado e assessor  que ficou responsável pela parte burocrática e quase 1 ano e meio até a aprovação e publicação no diário da União.  “Não foi fácil, mas com certeza valeu a pena”. Disse Renata.

Três núcleos serão executados após a captação: LP Fight-MG, Shizen-MG, Nagata de Artes Marciais-SP onde terão aulas de Karatê, Jiu-jítsu, Muay Thai e outras Artes Marciais direcionadas a crianças e adolescentes entre 05 e 17 anos, com ou sem deficiência física e intelectual, com dificuldade escolar e de baixa renda.

Aprovação na Lei do Incentivo ao Esporte demonstra a importância social da iniciativa/DIVULGAÇÃO

Agora o projeto está publicado Oficialmente no Diário da União e está em fase de captação. Se sua empresa tiver interesse em fazer parte desse projeto através da Lei do Incentivo ao Esporte, podem contatar através do telefone (31) 98631-0636 / (31) 99271-9611 ou pelo e-mail [email protected] e saber como!

Sensei Renata agradece o apoio de quem caminha diariamente com ela para a realização deste trabalho, bem como Sensei Aldair e Sensei Luciano

Alunos do Projeto Lutando pelo Futuro participam do XI Campeonato Mineiro de Kyokushinkaikan Karatê e conquistam medalhasas

 

Vários campeões mineiros formados desde categoria Fraldinha até Adulto Avançado; evento foi sediado em Congonhas

 

Neste ano Congonhas foi palco de uma importante competição esportiva. No último domingo (16) a cidade representou e acolheu a XI Campeonato Mineiro de Kyokushinkaikan Karatê. O evento aconteceu no Poliesportivo Francelino Pereira, contando com cerca de 300 pessoas, incluindo atletas, além dos amigos e familiares que estavam presentes para prestigiá-los em mais uma competição estadual.

Várias cidades mineiras participaram da competição, tendo participação especial de atletas de Coroaci, interior do estado da Bahia; o Projeto Lutando Pelo Futuro LP FIGHT, de Conselheiro Lafaiete, sob comando dos coordenadores e fundadores sensei e árbitros da competição Renata Borba e Luciano Pedrosa falaram sobre o desempenho de seus alunos. “Hoje eu posso falar que meus pequenos são só orgulho. A gente vem se destacando nas competições estaduais e nacionais, dessa vez o Projeto ficou ainda melhor colocado em meio tantas entidades no quadro geral de colocações”, informou sensei Renata.

Atletas participantes do XI Campeonato Mineiro de Kyokushinkaikan Karatê

“Achei emocionante a participação de todos os alunos e o rendimento também foi melhor nessa competição, todos estavam focados e unidos. É muito gratificante fazer parte do Projeto e formar campeões dentro e fora do tatame, nossa equipe que vem crescendo muito em número de atletas e em resultados”, contou sensei Luciano.

Segundo os treinadores, foram 31 atletas da Academia LP FIGHT que competiram a maioria alunos do Projeto Lutando pelo Futuro que atende crianças e adolescentes de 04 a 17 anos, sendo que sensei Renata, Senpai Ana Carolina, João  também competiram na categoria Adulto avançado.

Um dos momentos de destaque no campeonato para o Projeto em Congonhas foi o atleta Guilherme Nascimento, que foi o campeão na categoria Mirim Especial. “Guilherme tem 4 anos e suspeita de autismo, poderia ficar de fora, mas sua mãe sempre acreditando no seu potencial e incentivando sua participação se emocionou ao ver seu filho entrar no pela primeira vez e ao ficar em primeiro lugar ser aclamado pelo público”.

Todo o destaque da Academia deve-se a um treinamento árduo, que ficou ainda mais rigoroso desde a última competição que os alunos participaram.  Luciano, apesar de toda a dificuldade em conciliar tempo para treinamentos, falta de apoio e patrocínio e a organização do evento, o resultado foi muito satisfatório.

“95% dos alunos são crianças, portanto, posso contar com apenas alguns adultos para me ajudar, mas isso não foi empecilho para que fosse um sucesso! Temos muita ajuda das mães dos alunos do Projeto Lutando pelo Futuro. Elas incentivam, torcem e colaboram para que as crianças tenham a melhor experiência. Tudo certo no final. Apenas muita gratidão a minha família, pois é assim que tratamos nossos alunos, eles são como nossos filhos”, declarou sensei Renata.

Dois alunos do Projeto receberam troféu destaque na competição, Breno dos Santos, recebeu o titulo de Atleta Kantosho (Espírito Guerreiro) e Kaua Ferreira o título Atleta Destaque. O projeto retornou para casa com a bagagem lotada de boas experiências e vários campeões:

Sagraram-se Campeões Mineiros 2019:

  • David Borba – Categoria Kumite Infantil (05 e 06 anos)
  • Guilherme do Nascimento – Categoria Kumite Fraldinha (04 anos)
  • Stefany de Jesus – Categoria Kumite Infantil (05 e 06 anos)
  • Maria Luiza Gomes – Categoria Kumite Infantil (05 e 06 anos)
  • Yasmin Campos  – Categoria Kumite Fraldinha (04 anos)
  • Luan Gomes  – Categoria Kumite Infantil (13 e 14 anos)
  • Kauã Ferreira – Categoria Kumite Infantil (11 e 12 anos)
  • Pedro Meireles  – Categoria Kumite Infantil (13 e 14 anos) e  Categoria Kumite Juvenil (15 e 17 anos).
  • Carlos da Silva – Categoria Kumite Juvenil (15 e 17 anos)
  • Vinicius Rodrigues  – Categoria Kumite Infantil (11 e 12 anos)
  • Gabrielly da Silva– Categoria Kumite Infantil (7 e 8 anos)
  • Hanna Gomes – Categoria Kumite Juvenil (15 e 17 anos)
  • Bruna dos Santos – Categoria Adulto Iniciante
  • Ana Carolina Moreira – Categoria Kumite Adulto Avançado Leve
  • Renata Borba – Categoria Kumite Adulto Avançado Pesado

Vice-campeões Mineiros 2019:

  • Henrique Costa  – Categoria Kumite Infantil (05 e 06 anos)
  • Miguel de Almeida – Categoria Kumite Infantil (05 e 06 anos)
  • Yuri Guedes – Categoria Kumite Infantil
  • Leonardo Gonçalves – Categoria Kata Infantil (09 e 10 anos)
  • Breno dos Santos – Categoria Kumite Adulto Avançado
  • Kayra Avelar – Categoria Kumite Infantil (07 e 08 anos)
  • Pamela de Paula – Categoria Kumite Adulto Avançado Pesado
  • Nicolly da Silva – Categoria Kumite Infantil Leve (11 e 12 anos)
  • Maria Fernanda Firmo – Categoria Kumite Infantil Pesado (11 e 12 anos)

Terceiros colocados:

  • Leonardo Gonçalves – Categoria Kumite Infantil (09 e 10 anos)
  • Ernandis da Silva  – Categoria Kumite Infantil (11 e 12 anos)

Participação

  • Juan da Silva
  • Gustavo Leroy
  • Thiago da Silva
  • Kaique Campos

Pioneirismo: Câmara de Lafaiete implanta sistema de inclusão para surdos e mudos

Gestão de Darcy da Barreira devolve cerca de R$1 milhão

prefeitura como economia de gastos

A Câmara de Lafaiete sai a frente e é o primeiro legislativo na implantação de ferramentas de inclusão de deficientes visuais e auditivos. A Casa implantou um sistema que permite entre surdos, deficientes da fala com os ouvintes que não sabem a língua de sinais ou mesmo em libras através de centrais de intérpretes ou contato direto por mensagens ou vídeo conferência.

Sistema em braile permitirá inclusão de surdos e mudos

O sistema é totalmente projetado para atender as necessidades dos surdos e mudos na comunicação, como por exemplo uma luz de alerta para chamadas externas. Também pode ser utilizado em salas de reunião e facilmente conectado a projetores e televisores.

Através de tablets deficientes poderão acessar documentos, informações e facilitar a comunicação. O novo sistema funciona no Centro de Apoio ao Cidadãos (CAC) que prestar diversos serviços como emissão de carteira de identidade e do SUS.

Presidente

Darcy fez balança positivo de ações em 2018

Em seu discurso na última sessão de 2018, o Presidente da Câmara, o Vereador Darcy da Barreira (SD), fez um balanço positivo de sua gestão e adoção de medidas de modernização. “ A esta altura, é possível afirmar que os grandes objetivos foram alcançados com a responsabilidade que o cargo de presidente exige, sempre à luz de ações administrativas politicamente condizentes com os anseios de nosso povo”, disse na Tribuna ao despedir-se do cargo.

“Hoje a Câmara encontra-se em ascensão. Tal situação, alcançável graças a cooperação de todos os vereadores, servidores e demais colaboradores, evidencia um inegável avanço, o que me deixa imensamente realizado e com a sensação da missão cumprida”, assinalou.

Darcy destacou a antecipação de R$500 mil de sobra de caixa para pagamento do 13º dos servidores. No dia 27, o presidente devolveu quase R$500 mil a prefeitura.

Em seguida, Darcy relatou gastos e investimentos realizados durante a sua gestão:

  • Pagamento de férias prêmios                       R$122.365,81
  • Realização do concurso público                   R$81.181,55
  • Aquisição de novos uniformes                     R$25.247,00
  • Instalação do sistema de central de libras    R$7.800,00
  • Readequação do sistema de segurança        R$7.800,00
  • Contratação de seguro do prédio                 R$2.137,55
  • Aquisição de móveis para CAC                   R$9.000,00

 

Cidadania: Ação Cívico Social leva diversão e serviços ao Bairro São Judas Tadeu

Acontece neste sábado, dia 7, entre 14:00 às 17:30 horas, o evento de Ação Cívico Social, no Bairro São Judas Tadeu (Tietê) em Lafaiete.  A ação e resultado do poder de mobilização e organização de diversas entidades, Prefeitura, faculdade, empresas e instituições.

Os atendimentos são gratuitos como aferição de pressão e serviços médicos (UNIMED), assessoria jurídica (FDCL), Corte de cabelo, espaço kids (algodão doce, pipoca, pula-pula), dicas bombeiro Militar, Cras, Cl do Bem, Cine Meraki, dicas PM Redes de Prevenção, a presença do Mascote da PMMG para tirar fotos, COPASA (leve sua conta de água). O evento conta com a participação da Banda Musical Santa Cecília.

A Polícia Militar e Associação de Moradores estarão recebendo doações de alimentos não perecíveis e agasalhos.

Local: Rua José Antônio Lara, nº 47, bairro São Judas Tadeu ( em frente a escola Marinho Fernandes)

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