IMA está comprometido em combater o greening e proteger a citricultura de Belo Vale e mineira

Em resposta ao artigo publicado em 3 de setembro de 2023 pelo Correio de Minas, intitulado “Tangerina Ponkan: do apogeu ao declínio da citricultura em Belo Vale; cidade foi uma das maiores produtoras de MG“, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), autarquia vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), afirma que vem tomando todas as medidas necessárias para combater o greening em Minas Gerais e nas principais regiões produtoras de citros do estado.

Em Belo Vale, o IMA já distribuiu cerca de 98 mil armadilhas adesivas para atrair os insetos transmissores da doença. Além disso, foram treinados cerca de 200 “pragueiros”, que são responsáveis por identificar os insetos a olho nu ou com lupa.

O IMA também vem realizando os levantamentos fitossanitários para a detecção do greening em municípios que não possuem a doença, além de executar a fiscalização sobre as vistorias trimestrais feitas pelos responsáveis técnicos dos pomares de citros. 

Lembrando que, em 2017, Minas Gerais lançou, no município de Belo Vale, o Programa Mineiro de Controle do Greening, que visa alertar e dar suporte aos produtores de citros para o combate e manejo correto da praga no estado. 

Além disso, em cumprimento às exigências do governo federal, o IMA, em parceria com a Epamig e a Emater-MG, vem realizando ações de mobilização e orientação dos produtores, como:

  • Campanhas de conscientização sobre a doença e as medidas preventivas que os produtores rurais devem adotar;
  • Oferta de cursos de treinamento para produtores e técnicos, e;
  • Fornecimento de subsídios para produtores que adotarem medidas preventivas.

O controle do greening é um desafio para a citricultura mundial. Além das ações realizadas pelos órgãos oficiais de defesa sanitária, os produtores também devem contribuir para o controle da doença, adotando o manejo recomendado e incluindo o engenheiro agrônomo responsável pela propriedade.

Para isso, é importante que os produtores plantem e renovem os pomares com planejamento, considerando a escolha de mudas sadias produzidas em viveiros protegidos. 

É necessário, também, que o produtor inspecione os pomares frequentemente, para identificar plantas com sintomas da doença, como folhas amareladas, frutos deformados e queda prematura das folhas. Essas plantas devem ser eliminadas o mais rápido possível, para evitar a disseminação da doença. A adoção dessas medidas é essencial para o controle do greening e a preservação da citricultura.

Vale ressaltar que profissionais também são responsabilizados e podem ser até desabilitados caso desrespeitem a legislação vigente no estado de Minas Gerais ou tenham atuação duvidosa por meio de ações não respaldadas e não autorizadas pelo IMA. Em Belo Vale, o IMA já desabilitou um profissional devido à verificação de inúmeras inconformidades realizadas. Esta foi uma medida de segurança frente ao risco sanitário iminente.  

O IMA está comprometido em combater o greening e proteger a citricultura mineira. Nos casos de suspeita da doença, o produtor deve comunicar ao IMA o mais rápido possível. No site www.ima.mg.gov.br é possível ter acesso aos contatos de todas as nossas unidades espalhadas no estado.

Igor Torres
Assessoria de Comunicação Social
(31) 3915-8705
Instituto Mineiro de Agropecuária

IMA está comprometido em combater o greening e proteger a citricultura de Belo Vale e mineira

Em resposta ao artigo publicado em 3 de setembro de 2023 pelo Correio de Minas, intitulado “Tangerina Ponkan: do apogeu ao declínio da citricultura em Belo Vale; cidade foi uma das maiores produtoras de MG“, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), autarquia vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), afirma que vem tomando todas as medidas necessárias para combater o greening em Minas Gerais e nas principais regiões produtoras de citros do estado.

Em Belo Vale, o IMA já distribuiu cerca de 98 mil armadilhas adesivas para atrair os insetos transmissores da doença. Além disso, foram treinados cerca de 200 “pragueiros”, que são responsáveis por identificar os insetos a olho nu ou com lupa.

O IMA também vem realizando os levantamentos fitossanitários para a detecção do greening em municípios que não possuem a doença, além de executar a fiscalização sobre as vistorias trimestrais feitas pelos responsáveis técnicos dos pomares de citros. 

Lembrando que, em 2017, Minas Gerais lançou, no município de Belo Vale, o Programa Mineiro de Controle do Greening, que visa alertar e dar suporte aos produtores de citros para o combate e manejo correto da praga no estado. 

Além disso, em cumprimento às exigências do governo federal, o IMA, em parceria com a Epamig e a Emater-MG, vem realizando ações de mobilização e orientação dos produtores, como:

  • Campanhas de conscientização sobre a doença e as medidas preventivas que os produtores rurais devem adotar;
  • Oferta de cursos de treinamento para produtores e técnicos, e;
  • Fornecimento de subsídios para produtores que adotarem medidas preventivas.

O controle do greening é um desafio para a citricultura mundial. Além das ações realizadas pelos órgãos oficiais de defesa sanitária, os produtores também devem contribuir para o controle da doença, adotando o manejo recomendado e incluindo o engenheiro agrônomo responsável pela propriedade.

Para isso, é importante que os produtores plantem e renovem os pomares com planejamento, considerando a escolha de mudas sadias produzidas em viveiros protegidos. 

É necessário, também, que o produtor inspecione os pomares frequentemente, para identificar plantas com sintomas da doença, como folhas amareladas, frutos deformados e queda prematura das folhas. Essas plantas devem ser eliminadas o mais rápido possível, para evitar a disseminação da doença. A adoção dessas medidas é essencial para o controle do greening e a preservação da citricultura.

Vale ressaltar que profissionais também são responsabilizados e podem ser até desabilitados caso desrespeitem a legislação vigente no estado de Minas Gerais ou tenham atuação duvidosa por meio de ações não respaldadas e não autorizadas pelo IMA. Em Belo Vale, o IMA já desabilitou um profissional devido à verificação de inúmeras inconformidades realizadas. Esta foi uma medida de segurança frente ao risco sanitário iminente.  

O IMA está comprometido em combater o greening e proteger a citricultura mineira. Nos casos de suspeita da doença, o produtor deve comunicar ao IMA o mais rápido possível. No site www.ima.mg.gov.br é possível ter acesso aos contatos de todas as nossas unidades espalhadas no estado.

Igor Torres
Assessoria de Comunicação Social
(31) 3915-8705
Instituto Mineiro de Agropecuária

Tangerina Ponkan: do apogeu ao declínio da citricultura em Belo Vale; cidade foi uma das maiores produtoras de MG

A Terra da Mexerica está passando por um período de grande e profunda transformação no meio rural. Diversas famílias que tinham o sustento com a produção e venda da tangerina ponkan agora já não tem mais aquele recurso “garantido”. Dinheiro que era investido na melhoria da qualidade de vida da população envolvida na atividade e que movimentava o comércio de bens e serviços na cidade.
Com o declínio da cultura da mexerica ponkan e ausência de incentivos, vários produtores eliminaram suas lavouras e diversos outros pomares estão abandonados e tomados por pragas e doenças.

É um triste cenário ver como está sendo rápido o declínio da citricultura em Belo Vale.
O avanço de doenças e os autos custos de insumos estão fazendo com que os pomares fiquem cada vez menos produtivos e com maior custo de produção. Sem incentivos, os citricultores ficam entre a cruz e a espada para tomarem decisão sobre permanecer ou sair da atividade.
Os produtores mais bem estruturados estão conseguindo se manter, mesmo com custos altos. É que, com a capacidade de investimento e infraestrutura na manutenção e tratos do pomar, o entrave fica mesmo com a doença HLB/GREENING. E nos pomares de maior tamanho de área e com topografia favorável à mecanização, o controle do psilídeo, vetor que transmite a doença, fica mais factível (”fácil”) apesar do custo alto.
Os cerca de 500 pomares que ocupavam próximo de 10% da área do município, com aproximadamente 2 milhões de plantas, agora estão em muito menor número.

O que está se mostrando agora é uma “seleção” de pomares e produtores que estão continuando, prevalecendo os maiores. Poucos pomares pequenos, da Agricultura Familiar, ainda estão produzindo comercialmente. As frutas comerciais estão concentradas nos maiores pomares, de produtores mais bem estruturados. Existe a expectativa de que com a redução da oferta os preços fiquem maiores, melhorando a rentabilidade.
O HLB / GREENING, continua sendo a doença mais importante e de maior gravidade das tangerineiras. Sem cura das plantas contaminadas, o controle da contaminação exige aplicação periódica de inseticidas. Aqui nos pomares da “Terra da Mexerica” o uso de inseticidas químicos prevalece, entre os produtores que estão fazendo o controle.

O controle Biológico, com parasitoide do vetor psilideo é uma boa alternativa principalmente nos pomares pequenos onde não é realizado o controle químico. Este tipo de controle não foi implementado por aqui, apesar de estar surtindo bons efeitos no estado de São Paulo.
As plantas de citros doentes devem ser eliminadas para evitar contaminação o que nem sempre ocorre da forma devida. A eliminação deve ser com o corte do tronco e manejo para evitar brotações.
Com a diminuição e até ausência de tratos culturais, outras doenças menos importantes, como a gomose, também estão contribuindo para a morte das tangerineiras.

O apoio de órgãos e entidades públicas que não existiu para a produção (salvo financiamentos e créditos rurais) agora aparece com ajuda para os pequenos produtores arrancarem seus pomares. A Prefeitura de Belo Vale disponibiliza equipamento para arranquio com pá frontal de retroescavadeira. Esse arranquio nem sempre é eficiente para eliminar a doença pois as raízes das plantas contaminadas arrebentam e a parte que não sai com o tronco e permanece no solo rebrota e é foco de doença. São comuns pomares arrancados que estão repletos de brotações contaminadas, principalmente em áreas convertidas para pastagem.
O órgão de defesa sanitária vegetal que deveria atuar no controle da doença, concentra sua ação na autuação e multa dos produtores.
Os produtores é quem promovem vistorias técnicas nos pomares e informam ao IMA os dados de incidência, monitoramento e controle do Greening, na forma de Relatórios semestrais que são entregues ao órgão. Esta informação estratégica, ao invés de se tornar instrumento de política pública de defesa sanitária vegetal (controle da doença) não tem alguma utilização ou função e muito menos retorno para o produtor. Pelo contrário, pode servir de motivo para autuação e multa. É o que sobrou para o produtor.

Esta safra de 2023 foi favorável à produção de tangerinas, isso devido à alternância de produção (com baixa produtividade num ano e alta no outro) e às boas condições climáticas na florada e início da frutificação. Os pomares que tem poucas plantas contaminadas e que receberam tratos como adubação, controle de doenças e de plantas “invasoras” tiveram boa produtividade.
No entanto, essa produção é muito inferior ao que havia no passado recente. Hoje já não há mais os diversos caminhões que tomavam conta da cidade e da zona rural e que saiam nas tarde transportando 400, 600 e até mil caixas de tangerina (cada caixa com aproximadamente 70 frutos). A comercialização era feita para diversas regiões do Brasil na safra se estendia de abril a setembro.
Este ano a safra está atrasada e ainda em colheita.

Alguns produtores adotaram estratégia de fuga da doença e plantaram pomares em outras regiões mais distantes. Outros produtores estão apostando na diminuição da doença aqui em Belo Vale, visto a diminuição de pomares e do vetor, e estão iniciando plantio de pomares novos.
O certo é que, infelizmente, não existe um projeto sério, contínuo e eficaz para apoiar os produtores. Não existe nem sequer informações oficiais sobre a doença Greening em Belo Vale, “Terra da Mexerica”. Não se sabe em qual região do município há maior ou menor incidência da doença ou do psilideo vetor. Onde a doença avançou mais e menos, por exemplo.
Assim como em anos anteriores, a 9ª Festa da Mexerica de Belo Vale, não envolveu os produtores. Promovida pela Prefeitura e com shows e rodeios, o evento nem sequer aborda a questão da mexerica ponkan, renegando a citricultura à própria “sorte”. Infelizmente.

Marcos Virgílio F. de Rezende
Produção Integrada de Citros
Engenheiro agrônomo

Tangerina Ponkan: do apogeu ao declínio da citricultura em Belo Vale; cidade foi uma das maiores produtoras de MG

A Terra da Mexerica está passando por um período de grande e profunda transformação no meio rural. Diversas famílias que tinham o sustento com a produção e venda da tangerina ponkan agora já não tem mais aquele recurso “garantido”. Dinheiro que era investido na melhoria da qualidade de vida da população envolvida na atividade e que movimentava o comércio de bens e serviços na cidade.
Com o declínio da cultura da mexerica ponkan e ausência de incentivos, vários produtores eliminaram suas lavouras e diversos outros pomares estão abandonados e tomados por pragas e doenças.

É um triste cenário ver como está sendo rápido o declínio da citricultura em Belo Vale.
O avanço de doenças e os autos custos de insumos estão fazendo com que os pomares fiquem cada vez menos produtivos e com maior custo de produção. Sem incentivos, os citricultores ficam entre a cruz e a espada para tomarem decisão sobre permanecer ou sair da atividade.
Os produtores mais bem estruturados estão conseguindo se manter, mesmo com custos altos. É que, com a capacidade de investimento e infraestrutura na manutenção e tratos do pomar, o entrave fica mesmo com a doença HLB/GREENING. E nos pomares de maior tamanho de área e com topografia favorável à mecanização, o controle do psilídeo, vetor que transmite a doença, fica mais factível (”fácil”) apesar do custo alto.
Os cerca de 500 pomares que ocupavam próximo de 10% da área do município, com aproximadamente 2 milhões de plantas, agora estão em muito menor número.

O que está se mostrando agora é uma “seleção” de pomares e produtores que estão continuando, prevalecendo os maiores. Poucos pomares pequenos, da Agricultura Familiar, ainda estão produzindo comercialmente. As frutas comerciais estão concentradas nos maiores pomares, de produtores mais bem estruturados. Existe a expectativa de que com a redução da oferta os preços fiquem maiores, melhorando a rentabilidade.
O HLB / GREENING, continua sendo a doença mais importante e de maior gravidade das tangerineiras. Sem cura das plantas contaminadas, o controle da contaminação exige aplicação periódica de inseticidas. Aqui nos pomares da “Terra da Mexerica” o uso de inseticidas químicos prevalece, entre os produtores que estão fazendo o controle.

O controle Biológico, com parasitoide do vetor psilideo é uma boa alternativa principalmente nos pomares pequenos onde não é realizado o controle químico. Este tipo de controle não foi implementado por aqui, apesar de estar surtindo bons efeitos no estado de São Paulo.
As plantas de citros doentes devem ser eliminadas para evitar contaminação o que nem sempre ocorre da forma devida. A eliminação deve ser com o corte do tronco e manejo para evitar brotações.
Com a diminuição e até ausência de tratos culturais, outras doenças menos importantes, como a gomose, também estão contribuindo para a morte das tangerineiras.

O apoio de órgãos e entidades públicas que não existiu para a produção (salvo financiamentos e créditos rurais) agora aparece com ajuda para os pequenos produtores arrancarem seus pomares. A Prefeitura de Belo Vale disponibiliza equipamento para arranquio com pá frontal de retroescavadeira. Esse arranquio nem sempre é eficiente para eliminar a doença pois as raízes das plantas contaminadas arrebentam e a parte que não sai com o tronco e permanece no solo rebrota e é foco de doença. São comuns pomares arrancados que estão repletos de brotações contaminadas, principalmente em áreas convertidas para pastagem.
O órgão de defesa sanitária vegetal que deveria atuar no controle da doença, concentra sua ação na autuação e multa dos produtores.
Os produtores é quem promovem vistorias técnicas nos pomares e informam ao IMA os dados de incidência, monitoramento e controle do Greening, na forma de Relatórios semestrais que são entregues ao órgão. Esta informação estratégica, ao invés de se tornar instrumento de política pública de defesa sanitária vegetal (controle da doença) não tem alguma utilização ou função e muito menos retorno para o produtor. Pelo contrário, pode servir de motivo para autuação e multa. É o que sobrou para o produtor.

Esta safra de 2023 foi favorável à produção de tangerinas, isso devido à alternância de produção (com baixa produtividade num ano e alta no outro) e às boas condições climáticas na florada e início da frutificação. Os pomares que tem poucas plantas contaminadas e que receberam tratos como adubação, controle de doenças e de plantas “invasoras” tiveram boa produtividade.
No entanto, essa produção é muito inferior ao que havia no passado recente. Hoje já não há mais os diversos caminhões que tomavam conta da cidade e da zona rural e que saiam nas tarde transportando 400, 600 e até mil caixas de tangerina (cada caixa com aproximadamente 70 frutos). A comercialização era feita para diversas regiões do Brasil na safra se estendia de abril a setembro.
Este ano a safra está atrasada e ainda em colheita.

Alguns produtores adotaram estratégia de fuga da doença e plantaram pomares em outras regiões mais distantes. Outros produtores estão apostando na diminuição da doença aqui em Belo Vale, visto a diminuição de pomares e do vetor, e estão iniciando plantio de pomares novos.
O certo é que, infelizmente, não existe um projeto sério, contínuo e eficaz para apoiar os produtores. Não existe nem sequer informações oficiais sobre a doença Greening em Belo Vale, “Terra da Mexerica”. Não se sabe em qual região do município há maior ou menor incidência da doença ou do psilideo vetor. Onde a doença avançou mais e menos, por exemplo.
Assim como em anos anteriores, a 9ª Festa da Mexerica de Belo Vale, não envolveu os produtores. Promovida pela Prefeitura e com shows e rodeios, o evento nem sequer aborda a questão da mexerica ponkan, renegando a citricultura à própria “sorte”. Infelizmente.

Marcos Virgílio F. de Rezende
Produção Integrada de Citros
Engenheiro agrônomo

Belo Vale: produção baixa e avanço de doenças marcam fim da Tangerina Ponkan

Belo Vale foi o maior produtor de tangerina ponkan do estado de Minas Gerais sendo que esta cultura e o negócio gerou importância e impacto na socioeconomia local. A partir do ano passado, e agora mais acentuadamente, com a queda na produção de frutos e o avanço de contaminação com doença, constatamos o fim de um período de prosperidade.

Com cerca de dois milhões de plantas que ocupam 9% da área do município, a cadeia produtiva da ponkan gerou trabalho e renda para os produtores e trabalhadores rurais. Esta atividade econômica PRODUZIU, ao longo dos últimos 30 anos, muita riqueza para o município. Riqueza esta que foi bem distribuída e impulsionou o comércio e o desenvolvimento local.

Belo Vale se destacou pela grande produção e também pela boa qualidade das frutas, o que era reconhecido em todas as regiões do Brasil. Este destaque foi consequência exclusiva do trabalho e dedicação dos citricultores – produtores e trabalhadores.

A produção de mudas aqui mesmo, por viveiristas idôneos, responsáveis e experientes, possibilitou a seleção de material genético ao longo de mais de 30 anos com consequente obtenção de mudas/plantas com boa produtividade e grande rusticidade – adaptação ao ambiente. Com a crescente expansão da cultura na década de 1990 os viveiristas locais não conseguiram mais atender à demanda de mudas e foi iniciado a compra de mudas de outras regiões do estado. Estas mudas, muito precoces e produtivas inicialmente se mostraram menos rústicas e mais exigentes em tratos culturais e com vida útil menor. Também esta importação de mudas, sem o devido controle do órgão de fiscalização, foi responsável pela chegada da doença greening (através de mudas contaminadas). A partir da constatação oficial do greening no município de Belo Vale, em 2016 (um ano após constatação não oficial e dois anos após constatação não oficial no município de Bonfim) os viveiros de produção de mudas a céu aberto foram proibidos e as novas mudas passaram a vir então de outra região do estado.

Esta fatídica safra de 2022, tem apresentado uma dura realidade: o fim da cultura/produção de tangerina ponkan como atividade econômica. As causas desse declínio são basicamente o aumento de custo de produção e a crescente contaminação das planta com a doença greening.

Os custos de produção, para o adequado manejo do pomar com boa produtividade, está muito elevado e além da capacidade de investimento da maioria dos produtores. Alguns insumos usualmente aplicados na cultura tiveram aumento de até 200% o que fez com que grande parte dos produtores parassem de investir. Como consequência, os pomares ficaram sem a devida nutrição/adubação, sem o devido controle do mato (plantas espontâneas competidoras) e ainda sem o importante controle de pragas e doenças. Pomares com pouco ou nenhum investimento, em curto período (2 3 anos) tem a sua produtividade comprometida.

Há de se ressaltar que, com tamanha área produtiva, a cultura da tangerina (citricultura) se tornou quase que uma monocultura em Belo Vale com consequentes impactos ambientais de pragas e doenças (desequilíbrio) e crescente necessidade de utilização de defensivos, a maioria agroquímicos.

A contaminação de plantas e pomares com a  doença greening está muito avançada e muito acelerada. As plantas contaminadas ficam com a produção comprometida/reduzida e em pouco tempo definham, se tornando improdutivas. O manejo do greening é exigência legal e todos os pomares/produtores devem aplicar medidas para controle da doença e do psilideo (inseto transmissor). A prevenção da doença se dá com o monitoramento e controle eficiente e regionalizado do inseto vetor/transmissor através de aplicação de inseticidas químicos ou biológicos. Isso também com custos elevados e com baixa adesão de produtores. Como essa doença bacteriana não tem controle, as plantas contaminadas devem ser eliminadas para evitar novas contaminações. Apesar de ser exigência legal, a maioria das plantas contaminadas não tem sido eliminadas pelos produtores e o órgão responsável pela defesa sanitária vegetal não tem acompanhado essa questão básica aqui em Belo Vale. Dessa forma as fontes da doença e os vetores/transmissores tem um crescimento rápido e acentuado, com grande pressão da praga. Por isso o controle individual (pomar individualizado) não tem sido eficaz. Também o órgão de fiscalização responsável pela defesa sanitária vegetal não realiza sequer vistoria em pomares, transferindo a responsabilidade ao produtor. Os produtores promovem vistorias e geram relatórios, as suas expensas e sob pena de serem multados (como infratores), entregando as informações ao órgão de fiscalização. Estas informações, no entanto, não são aplicadas/transformadas em algum instrumento ou ação que agregue à defesa vegetal (prevenção, controle e erradicação).

Assim como em anos anteriores, a 8ª Festa da Mexerica de Belo Vale, não envolve os produtores. Promovida pela Prefeitura e com grandes atrações culturais de mega Shows, o evento nem sequer aborda a questão da mexerica ponkan, renegando a citricultura à própria “sorte”. Infelizmente.

Pequena produção e baixa qualidade dos frutos desta safra não atraiu os ávidos compradores de anos passados. Os produtores acompanham atônitos essa profunda mudança de cenário, vislumbrando o duvidoso futuro pós tangerina. Alguns produtores abandonaram os pomares, outros até já eliminaram, partindo para outra atividade produtiva.

Essa é uma questão que deve trazer profundas mudanças na socioeconomia de Belo Vale e que portanto de ser tratada, mesmo que tardiamente, com a importância e responsabilidade requerida.

Marcos Virgílio Ferreira de Rezende

Produção Integrada de Citros

Engenheiro agrônomo

Responsável Técnico

CREA-MG 64.493/D

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