18 de abril de 2024 05:42

Tragédia, omissão e descaso: Idosa será sepultada hoje a tarde após atropelamento na linha férrea; moradores ameaçam protesto

Terezinha da Cruz (83), será sepultada hoje/Reprodução

Será sepultada hoje, por volta das 16:00 horas, em Congonhas, no cemitério Campo da Paz, a aposentada Terezinha da Cruz, (83) vítima de um atropelamento por uma composição da MRS Logística, na comunidade do Pires. O corpo da idosa está sendo velado no Centro Comunitário do Pires.  O acidente ocorreu ontem, dia 23, por volta das 9:30 horas. Ela foi encaminhada ao Hospital Bom Jesus, em Congonhas, e devido ao estado grave de sua saúde, Dona Terezinha foi levada ao Pronto Socorro João XXIII em Belo Horizonte.

Segundo informações, diversas mortes já ocorrem na comunidade na linha férrea e o bairro luta há mais de 7 anos pela construção de passarelas. Uma delas está inacabada. No dia 21, completaram-se 3 anos que o jovem Victor Emídio Matos Gomes foi vítima de um acidente com um trem. Era por volta das 23:00 horas, quando o rapaz voltava da escola com mais dois colegas, e pelo que se comenta, escorregou e caiu nos trilhos, sendo atingido pelas locomotivas.

A morte da idosa acende a discussão sobre a falta de segurança nos trilhos que cruzam o bairro Pires, em Congonhas.

A construção de um viaduto na linha férrea aguarda desapropriações judiciais. Fica uma indagação: vivendo sob o medo e a insegurança, quantas vidas ainda serão ceifadas esperando a decisão da Justiça?

Revoltados com a situação, moradores ameaçam protestos hoje a tarde no Pires após sepultamento de dona Terezinha que era muito querida na comunidade.

O outro lado

Em nota enviada, a MRS lamentou muito o falecimento da envolvida no acidente deste domingo. “Mais um caso, estamos convictos, que poderia ter sido evitado com alguns cuidados simples. Sobre possíveis causas, não temos informação atualizada das autoridades envolvidas, mas podemos reforçar que a operação ferroviária estava com todas as condições de segurança usuais. O impacto se deu em um trecho fora da passagem de pedestres, onde não deveria haver presença de pessoas. Não sabemos o que motivou essa presença.  Aproveitamos para reforçar que a travessia deve ser feita sempre nas passagens oficiais e, no caso de crianças, idosos ou pessoas com limitações de mobilidade, sempre sob supervisão ou auxílio de outra pessoa.  Por fim, gostaríamos de lembrar que essas situações de risco aparecem em função do comportamento de pedestres e motoristas. Temos inúmeros exemplos de passagens com cancela ou trechos com passarelas (que, normalmente, não são utilizadas pela maior parte da população, diga-se de passagem), em que acidentes continuam acontecendo. A segurança é uma questão também de cidadania e de comportamento. Pedimos e precisamos de uma postura de cautela e prevenção por parte de todos. Temos sentido, na cobertura do seu veículo, a ausência desse aspecto, que nos parece o mais importante de todos”.

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