SOZINHO – atendia a tudo e a todos a qualquer hora do dia e da noite! ALTA MADRUGADA, era visto subir morro,descer morro levando o SANTÍSSIMO para os POBRES DOENTES!
Avelina Maria Noronha de Almeida
Vou continuar a transcrição do artigo publicado num jornal antigo da cidade (não coloco o nome do jornal nem a data porque estou me valendo de um recorte que não traz essas informações:
“Nenhuma mensagem mais justa e mais merecida que esta, que leva à perpétua lembrança dos pósteros o nome do sacerdote de excelsas virtudes e do grande educador que foi o Padre Lobo.
Seus alunos o terão mais presente ainda na memória – e sabemos que foi deles a lembrança de tal homenagem, e os vindouros fixarão o nome daquele que, nos poucos anos que passou pela vida, soube realizar tanto e com tanta pureza de intenção, o que, na realidade, engrandece o homem aos olhos d’Aquele diante de Quem só a virtude recebe o galardão.
Quer como sacerdote, quer como educador, Padre Silveira Lobo esteve ao serviço de Deus, lutando pelo engrandecimento de sua glória entre os homens. É dessa criatura admirável que os seus antigos alunos hão de se lembrar sempre.
Durante a longa enfermidade que o prostrou para sempre, foi evangélica a sua resignação nos duros e pesados sofrimentos, desses que Deus só permite às almas verdadeiramente robustas que das agruras da dor só podem sair acrisoladas. Depois que o abandonou o sopro de vida que ele tão grandemente soube honrar, inúmeros foram aqueles que de longe vieram prestar-lhe a derradeira homenagem baixando seu corpo à sepultura.”
Padre José da Silveira Lobo nasceu em 22 de maio de 1904. Foi ordenado Sacerdote em 30 de novembro de 1928 e faleceu em Conselheiro Lafaiete, sua terra natal, em 6 de janeiro de 1949. Era uma figura de relevo no Clero Brasileiro, um dos mais brilhantes oradores sacros do País. Exerceu admirável apostolado por meio de sua atuação na Rádio Inconfidência, como admirável locutor nas irradiações sacras realizadas que fazia de solenidades religiosas da cidade de Ouro Preto.
Logo após sua ordenação, foi nomeado diretor do Colégio Arquidiocesano, cargo em que permaneceu por 15 anos. Em 1944 foi nomeado Vigário Geral de Barbacena, onde permaneceu até ter permissão para vir para vir tratar, na casa de sua família em Conselheiro Lafaiete, da insidiosa moléstia que o levou à morte.
Algumas visões de sua personalidade:
Um trecho oratório de Joaquim Affonso Moretzsonh: Educador, muito mais educador que diretor, padre Lobo era dotado de natural e espontânea vocação para lidar com adolescentes. Adolescentes de seu tempo, esquivos, temerosos, inibidos e de difícil contato. Com sabedoria – sabedoria do saber e do sentir – sempre marcada com pitadas de humor, contornava as situações conflitivas, chamava-nos, repreendia, aconselhava e educava.”
Um trecho do jornal “Rubicon” de Barbacena: “O PADRE LOBO MORREU DE TANTO TRABALHAR! MORREU com o seu organismo, ainda MOÇO, DESCONTROLADO, DESGOVERNADO, pela falta de horário para comer, para comer, para dormir, para descansar!… PADRE SILVEIRA LOBO FOI O SACERDOTE QUE MORREU NO SEU POSTO DE PAI ESPIRITUAL DA CIDADE!…
SOZINHO – atendia a tudo e a todos a qualquer hora do dia e da noite! ALTA MADRUGADA, era visto subir morro, descer morro levando o SANTÍSSIMO para os POBRES DOENTES!
– E NUNCA TEVE COADJUTOR… e foi assim que seu CORPO baqueou de cansaço, de exaustão!…
NA PROCISSÃO DAS MISSÕES, ele, como visão do céu, de joelhos durante TRÊS HORAS, levou, sem mudar de posição, o SANTÍSSIMO – PADRE LOBO, ao passar extático, transfigurado, naquela muda ADORAÇÃO, comoveu e edificou todas as almas!… LÁ DO ALTO, DEUS viu-o e sorriu… e resolveu levá-lo para ficar com ELE lá no ALTO!…
E o nosso QUERIDO PADRE LOBO – lá se foi… com a santidade dos HERÓIS1 com a PUREZA DO MARTÍRIO dos que TRABALHAM sem descanso para a GLÓRIA DE Deus!…”
(Continua)