Toninho reconhece que sigla pesou na sua queda; Gildo e Zezé sinalizam volta e Sandro frisa que “furou o sapato na campanha”
“Vida que segue.” Assim expressou Gildo Dutra (PV) antes do início da sessão da Câmara, ontem à noite, em meio aos abraços e tapinhas às costas entre os vereadores. Entre a alegria e tristeza alguns comemoravam a reeleição. Outros já traçavam um novo caminho político. Assim se resume um pouco a primeira reunião da Casa Legislativa dois dias após eleição.
Da atual safra apenas cinco voltam para a legislatura 2017/2020. A renovação chegou ao índice de 70%. Dos eleitos, apenas Sandro José (PSDB) e Fernando Bandeira (PTB) ampliaram seus votos. “Não fomos felizes como alguns aqui, mas não há derrotados. Todos somos vitoriosos”, acenava na Tribuna Dutra analisando o resultado do pleito. Dos 956 votos conquistados em 2012, Gildo caiu para 634 votos. Ele conjecturou que 2017 será uma no difícil para os prefeitos. Ele defendeu que a nova Câmara não faça oposição cega ao prefeito. “Não é derrota, mas uma pausa”, sinalizando que em 2020 volta a disputa.
Culpa dos assessores
O reeleito João Paulo (DEM) voltou a alfinetar o prefeito Ivar Cerqueira (PSB). Dos 1.152 votos, ele caiu para 813. Sua vitória ocorreu pela diferença de 29 votos em relação ao Pastor Boaventura (PSDB). “Agora ele sabe quem são os traidores. Não foi falta de avisar e alertar. Digo novamente que são os seus assessores. È só analisar a eleição”, criticou. “Minha campanha não prometi nada. Ninguém votou em mim pesando em algo de troca”, deu o recado Pedro Américo (PT), um dos 5 reeleitos. “Não sei o novo prefeito vai cumprir tudo o que prometeu”, criticou. Américo obteve 891 e em 2012 chegou a 1.316.
Não sabe a votação
Arrancando risos dos vereadores e da pequena plateia, Divino Pereira (PSL) se referiu que queria “descansar mas os eleitores não deixam”. “Estou no 5º mandato e vou até o 10º ou mais. Sabe que não vi e não li até agora o meu resultado”, disparou. Divino foi um dos reeleitos. Divino nesta eleição perdeu 587 em relação a 2012, caindo de 1º para o 3º mais votado.
Sapato furado
“A vida continua”, proferiu o Pastor Boaventura (PSDB) que deixa o legislativo após 4 mandatos. “Nunca tinha furado um sola de sapato na minha vida”, revelou Sandro José (PSDB), o segundo mais bem votado em Lafaiete com 1.462 votos. Dos reeleitos, Sandro foi o que mais ampliou a votação. Em 2012, ele teve 1.212.
Respingos do PT
Em um discurso mais longo, Toninho fez uma reflexão de sua derrota atribuindo que seu eleitor votou em um candidato professor ou ligado a educação. “Me aposentaram”, comentou. “Mas saio de cabeça erguida, pois as pessoas optaram por outras” prosseguiu. “Sou a pessoa que mais me identifico com o PT. O partido está derrotado e direita tomou o país”, comentou, atribuindo sua ligação com sigla como um dos fatores que o levou derrota. Entre as duas eleições Toninho viu sua votação despencar de 1.739 para 502, uma diferença de 1.237 que daria para eleger os atuais eleitos Carlos Ném (603 votos) e Darcy da Barreira (563 votos).
Sem negociação
“O prefeito é culpado por nossas derrotas já que tudo o que faz na prefeitura respinga nos vereadores. A sua derrota foi justa e o resultado reflete o alto índice de rejeição. Ele tentou negociar comigo e eu não aceitei”, pontuou deixando claro que volta ao cenário político. Ao que tudo indica em 2016 ele pode se candidato a deputado novamente. Zezé disse que sua coligação (PMN e PEN) não conseguiu por 1.074 votos alcançar a legenda. “Ao longo da campanha perdemos 7 candidatos”, comentou. Em 2012, Zezé chegou a 1.709 votos e agora 628 votos.