O prefeito Zelinho se reuniu, na manhã desta quinta-feira, 3, com representantes das grandes empresas instaladas no Município para reiterar o pedido de prioridade para trabalhadores congonhenses nas minas e na usina. Outro pedido foi para que as mineradoras convençam as empreiteiras que realizam obras em suas áreas para também utilizarem a mão de obra local. Segundo o Governo, o melhor caminho para o recrutamento do trabalhador da cidade é a disponibilização de tais vagas pelo SINE/Congonhas, com o que as mineradoras concordaram.
Além do prefeito, do secretário de Desenvolvimento Sustentável, Christian Souza Costa, e da assessora de Coordenação Governamental, Marta Bacharel, estiveram presente ao gabinete Alba Valéria da Silva Santos e Márcio Melillo (CSN), Recursos Humanos Senior da CSN; Marcelo Mattos, gerente institucional da CSN; Elias da Silva (VALE); Wandercy Miranda, Relações Comunitárias da VALE; Bruno Castilho, Relações Institucionais e Responsabilidade Social da Gerdau; Carlos Hamilton O. Pimenta (Gerdau), diretor industrial da usina Ouro Branco; e Ricardo Ruffo, relações institucionais da Ferrous.
Zelinho lembrou às grandes empresas que “outras prefeituras de cidades mineradoras da região já eram rigorosas na proteção da mão de obra local, porque, além de não favorecer os moradores da cidade, a imigração de pessoas causa impacto negativo nos serviços públicos. Os alojamentos costumam causa como esta, precisamos de uma maior aproximação das empresas em relação ao SINE”.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável, Christian Souza Costa, o Serviço Nacional de Empregos SINE/Congonhas registrou 8.500 cadastros no mês de outubro. “As grandes empresas usam muito pouco, para não dizer quase nada, o SINE para disponibilizarem suas vagas de trabalho. O que reduz consideravelmente a oferta de serviço existente na cidade. Quando chegam algumas vagas de operador, motorista e ajudante, por exemplo, elas se esgotam facilmente. Pretendemos com esta iniciativa de aproximação com as empresas otimizarmos o processo, porque o SINE é a porta de entrada para o trabalhador de Congonhas. Ele proporciona chances iguais para todos conseguirem seu emprego, sem que o trabalhador dependa de indicações. É o processo democrático”, afirma.
A CSN comunicou à Administração Municipal que Congonhas continua a empregar mais trabalhadores que qualquer outra cidade em suas minas e escritórios localizados no Município e que, em seguida, aparece Conselheiro Lafaiete. O secretário Christian perguntou aos representantes da CSN se ainda era política utilizada pela empresa a não contração de ex-empregados e ouviu de Alba Valéria que este reaproveitamento só é descartado caso o trabalhador não tenha demonstrado boa performance ou tido atitudes consideradas inconvenientes na primeira passagem pela empresa, mas que mesmo assim estes podem se submeter a nova avaliação. Exemplo dado por Alba foi que, no processo de incorporação da CGPAR, todos os empregados, até mesmo os que passaram r transtornos até para a comunidade de seu entorno. Nós estamos pedindo prioridade para o congonhense. Além de reuniões por esta empresa de construção pesada no passado, estão sendo readmitidos.
Com os representantes da VALE, o Governo argumentou que, de 124 operadores chamados pela mineradora recentemente, nenhum foi recrutado pelo SINE/Congonhas. A VALE, como todas as outras, admitiu a necessidade da aproximação com o SINE, e afirmou que, mesmo assim, 70% os trabalhadores admitidos neste caso foram de congonhenses.
À Ferrous o Governo também fez cobranças. Algumas terceirizadas da empresa têm alojamentos na cidade com trabalhadores de fora, em detrimento da contratação de mão de obra local. O representante da mineradora, Ricardo Ruffo, também concordou com a necessidade de uma maior interação da empresa com o SINE e se comprometeu a estreitar esse relacionamento. Mas disse que usar a mão de obra local já é uma meta da Ferrous.
Carlos Hamilton O. Pimenta, da Gerdau, afirmou que a empresa investe R$ 2,5 bilhões na construção de dois laminadores, gerando 500 empregos diretos. Ele disse ainda que a usina, localizada entre Congonhas e Ouro Branco, emprega 5 mil trabalhadores e as minas, outros 2 mil, mas advertiu: “Priorizamos Congonhas, Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete. O que não temos é como concentrar os empregos em uma só cidade. O que estamos fazendo é limitar os ônibus a estes três municípios. Para BH, enviávamos cinco veículos, agora são apenas dois. Mas é um desafio manter esses sete mil empregos diretos, além dos indiretos. O preço do carvão subiu muito. Estamos paralisando momentaneamente a usina de Divinópolis. Nossa preocupação, com relação aqui a região, é reduzir os impactos da crise econômica. Então ideias como estas propostas pela Prefeitura de Congonhas são importantes, mas precisamos que o Brasil volte a crescer”.
Wandercy Miranda, da VALE, salientou a importância do Conselho Municipal de Emprego e Renda como um foro de discussões como esta. Ele lembrou, no entanto, que, há três meses, o conselho não se reúne e que conta com baixa participação de seus membros nas reuniões mensais.
Como resultado da reunião, ficou acertado entre o Governo Municipal e as grandes empresas que serão realizados encontros permanentes entre a direção do SINE/Congonhas e o setor de Recursos Humanos destas mineradoras/siderúrgica para que haja um fluxo maior de vagas de trabalho direcionadas aos trabalhadores de Congonhas.
Cursos Profissionalizantes
Um tema central da reunião entre Governo e as grandes empresas foi a capacitação e qualificação profissional. O prefeito Zelinho lembrou que, graças a uma parceria do Governo Municipal com o Governo Federal, o PRONATEC forma mais de 200 técnicos por mês, dos quais a maioria recebe qualificação para atuar no setor mineral. As aulas acontecem no IFMG e na Escola Municipal Michael Pereira de Souza, na Praia.
A CSN informou que 224 alunos encaminhados pelo Garoto Cidadão vão para o Curso de Aprendizagem (CAI) gratuito – Jovem Aprendiz – e seguem para o Programa Capacitar, onde há atualmente 170 estudantes.