29 de março de 2024 04:58

Congonhas recebe obras do PAC Cidades Históricas

Foto: Welerson Athaydes
O PAC Cidades Históricas é um avanço nas políticas culturais no Brasil, atuando em 44 cidades, de 20 estados da federação, com a disponibilização de R$ 1,6 bilhões para obras públicas/Foto: Welerson Athaydes

O Estado de Minas Gerais receberá mais duas obras do PAC Cidades Históricas. No dia 17 de dezembro, a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, estará em Congonhas para a inauguração da requalificação Urbanística da Alameda Cidade Matosinhos de Portugal, e a restauração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Também participam da cerimônia, o diretor do PAC Cidades Históricas, Robson de Almeida, a superintendente do Iphan-MG, Célia Corsino, e o prefeito de Congonhas, Zelinho Cordeiro. O investimento nas duas intervenções são da ordem de R$ 3,2 milhões, com recursos do programa do Governo Federal para preservação e valorização do Patrimônio Cultural.

A Alameda é espaço de referência simbólica na cidade. Com localização privilegiada, é eixo de ligação entre alguns dos principais monumentos históricos e equipamentos urbanos, como o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos – Patrimônio Cultural da Humanidade –, o Museu de Congonhas, o Parque da Romaria, as Igrejas Matriz e do Rosário. Com investimentos de R$ 2,3 milhões, a área central da cidade passa a ter maior relação com outros projetos desenvolvidos pela Prefeitura, promovendo uma dinâmica urbana, em especial com os monumentos históricos.

O projeto executado permitiu uma melhora no ambiente urbano, com a valoriação dos espaços públicos, valorizando a importância deste local e seu significado na vida do município. Além de destacar o conjunto do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, incluindo o Museu de Congonhas e Centro Cultural Romaria, a requalificação da Alameda Cidade Matosinhos de Portugal, um dos marcos da de Congonhas, cria espaços de lazer com qualidade ambiental, com mobiliários e materiais adequados e de maior qualidade estética. A proposta é, também, priorizar o pedestre, garantindo sua acessibilidade em toda a área de intervenção. Foi instalada, também, nova iluminação pública e cênica visando valorizar a paisagem noturna.

Na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, uma construção datada do final do século XVII, foram realizadas a restauração dos bens integrados, a higienização do retábulo e revisão estrutural. As pinturas do templo também foram restauradas, com a remoção de repintura e nivelamento para preenchimento de algumas áreas danificadas. As obras contemplaram, ainda, a reconstituição de pequenas partes da talha do retábulo e a reintegração do douramento, resgatando as características originais das cores. As obras receberam R$ 900 mil, recursos do PAC Cidades Históricas.

Segundo a história oral, a Capela de Nossa Senhora do Rosário de Congonhas é a edificação religiosa mais antiga do município. É um ícone da arquitetura religiosa, construída por escravos, no início da formação do povoado.

A cidade e sua história
A cidade de Congonhas abriga o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, uma das obras-primas do barroco mundial, construído na segunda metade do século XVIII. Tombado pelo Iphan em 1939, foi reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, em dezembro de 1985. O Santuário começou a ser construído, em 1757, em agradecimento pela cura de uma doença grave pelo emigrante português Feliciano Mendes. Ele escolheu como padroeiro o Bom Jesus de Matozinhos – o Cristo crucificado – venerado na localidade de Matozinhos, próxima à cidade do Porto, no norte de Portugal. A edificação foi concluída em 1772 e, até o presente, atrai multidões por se constituir um lugar de peregrinação religiosa.

Em função do grande número de romeiros, na década de 1930 foi construída a Romaria, um pouso para os fiéis, erguida em forma circular, com a pousada ao redor de um grande pátio. Foi demolida em 1968 e reconstruída em 1995. Hoje abriga os museus de Mineralogia e de Arte Sacra e, também, órgãos públicos.

PAC Cidades Históricas
O programa é um avanço nas políticas culturais no Brasil, atuando em 44 cidades, de 20 estados da federação, com a disponibilização de R$ 1,6 bilhões para obras públicas. O PAC Cidades Históricas vai além da recuperação de monumentos, utilizando a preservação do patrimônio como eixo indutor para geração de renda, agregação social e afirmação da identidade cultural.

Em Minas Gerais, a previsão de investimentos é de R$ 257 milhões, nas cidades de Congonhas, Belo Horizonte, Diamantina, Mariana, Ouro Preto, Sabará, São João Del Rei e Serro. Em Congonhas, o programa selecionou outros nove projetos: restauração da Basílica do Senhor do Bom Jesus de Matozinhos e das Igrejas Matriz e do Rosário; restauração do Cine Teatro Leon, do Casarão do Museu da Imagem e Memória e da antiga Câmara dos Vereadores; restauração e requalificação do edifício da Romaria e requalificação do adro da Basílica, além da implantação do Parque da Romaria.

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