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Congonhas lança projeto de estímulo ao uso de tecnologia em aulas

Apostar em um novo modelo pedagógico, que estimule o uso da tecnologia em sala de aula, mas que vá além disso e, de fato, conscientize profissionais da educação sobre as possibilidades de transformação da experiência escolar: este é o objetivo do Programade Formação em Mídia-Educação do Museu de Congonhas. A ação, que tem patrocínio da CEMIG, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Governo de Minas Gerais, será lançado no próximo sábado, 01 de abril.

Este é o primeiro projeto do gênero a ser implantado no interior de Minas. O caráter inédito da proposta está relacionado à organização de um programa de formação continuada com foco nos profissionais de educação do município e da região, para que possam, no tempo correto, descobrir e se envolver com as possibilidades de trabalho com uso de recursos de tecnologia. “O que se pretende é contribuir para uma mudança conceitual na forma de compreender a educação e a sala de aula, estimulando a percepção do nível de tecnologia e de inteligência já disponíveis nesse espaço, e que os próprios professores consigam pensar transformações. Não é uma tentativa de mudança de cima para baixo ou de fora para dentro. É um convite à uma transformação cultural sobre a forma de se pensar o fazer da educação”, explica o pesquisador João Alegria (PUC-Rio / Canal Futura), uma das principais referências da área em todo o Brasil.

O programa será apresentado para a população neste sábado, a partir das 8h, no Museu de Congonhas. Além de Alegria, estarão presentesCamila Rodrigues Leite (Instituto Tear); Fernando Mozart Baumworcel (Oi Kabum) e Bernardo Brant (Oficina de Imagens- BH). O encontro, aberto para educadores, alunos e comunidade, prevê um dia de atividades coletivas e de trabalho em grupo, aprofundando a temática A nova sala de aula, que trata da sala de aula contemporânea, seus desafios e possibilidades. Ao final, será feito o lançamento oficial do programa e a apresentação de todas as atividades previstas para o primeiro semestre de 2017 – incluindo os cursos “Criação de produção de vídeo”“As estratégias da narrativa” e “O desafiador universo dos jogos”.

Outra ideia que o programa busca desmitificar é a de que o aproveitamento de recursos tecnológicos em sala de aula demanda grandes investimentos por parte do poder público. “O Brasil não está mal no uso de tecnologia em sala de aula. Inclusive quando o comparamos a outros, mais desenvolvidos, pois os brasileiros têm muita empatia com as tecnologias em geral. O problema é que grande parte do uso de tecnologia que se faz no Brasil acaba reforçando uma escola que queremos ultrapassar. Não há necessidade de recursos extraordinários, as tecnologias estão nos bolsos de professores e alunos, a questão é de natureza política: assumir o desafio e fazer acontecer”, argumenta o pesquisador.

O projeto contribuirá, ainda, para a aprendizagem de pessoas com necessidades especiais. “Para esse segmento, as tecnologias têm operado grandes transformações, permitindo que pessoas com deficiência consigam avançar em seus estudos e também no mundo profissional. As possibilidades de acessibilidade dos smatphones e computadores já são muitas, já vêm embutidas nos equipamentos e nos softwares nativos, facilitando o comando de voz ou a leitura de textos na tela, por exemplo. Também para as pessoas com dificuldades motoras, várias soluções estão disponíveis”.

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