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Meu colégio abençoado – 6

                                                        Avelina Maria Noronha de Almeida

                                                      [email protected]

Abençoado e querido Nazaré!

Continuando a série de minhas recordações do tempo em que passei no Colégio  “Nossa Senhora de Nazaré”,  vou  relatar  hoje um acontecimento muito importante em minha vida de professora no querido estabelecimento,  na primeira metade da década de 80 do século XX.

A notável Irmã Camila, diretora, incumbiu-me de organizar uma festa para a inauguração do Grêmio Literário daquela época. Imaginei que seria interessante uma retrospectiva da História da Humanidade e escrevi o roteiro, que foi brilhantemente executado pelas alunas.

Na platéia importantes autoridades religiosas e civis, alunos e pessoas amigas do Colégio. Começou o grandioso espetáculo. Não estou exagerando porque foi grandioso mesmo!

A locutora que acompanhou o roteiro todo foi a aluna Michele Mafuz Marcenes. Que desempenho admirável! Voz lindíssima, dicção perfeita, grande expressão na leitura do texto!

O início se deu com o poema do grande poeta mineiro Emílio Moura, que bem traduzia a mágica dos primeiros homens na aventura do  Mundo:

           ODE AO PRIMEIRO POETA

                   “Comme le monde était jeune,

                   et que le mort était loin!”

                            Georges Chemnbevière

Quando os homens desceram, um dia, dos montes, e se

                                               detiveram trêmulos,

diante da planície imensa,

eu te vi erguendo a tua voz forte, límpida e viva.

Eras  jovem e tinhas a alegria de quem está descobrindo

                                                                  o mundo.

Foi a tua palavra que modelou a primeira paisagem, deu

         ritmo aos ventos e imaginou a beleza ingênua dos

            primeiros e únicos símbolos que se perpetuaram.

Eras criatura e criador.

Estavas no gesto maravilhado que armava as primeiras

         tendas e na mão indecisa que traçava o desenho

         mágico dos caminhos que se improvisavam;

na imagem da vida sem que se embebeu o primeiro surto

         livre do espírito;

Estavas em ti mesmo e fora de ti,

quando os homens desceram, um dia, dos montes e se

         detiveram trêmulos,

diante da planície imensa…

 

            O texto ia caminhando com a trajetória do homem no perpassar dos tempos, especialmente no que era relacionado à Cultura. Selecionei alguns dos momentos para apresentar aqui:

            Passou pela Antiguidade… Quando chegou à Idade Média, achei num livro da imensa biblioteca do Colégio chamado “História Universal da Música”, de Kurt Pahlen, o que eu desejava usar. Algo que era muito especial: “A Canção do Trovador” do Século XIII:

             Mas como utilizá-la se estavam escritas com “neumas”,  elementos básicos do sistema de notação musical antes da invenção da notação de pautas de cinco linhas? Quem me socorreu foi minha colega de classe, ex-aluna do Colégio, a querida e talentosa Nenê Brandão, residente em Belo Horizonte, que pediu uma ajuda para mim a um culto músico da Capital,  José Alves Rodrigues Motta.  Ele passou para as notações atuais e ainda traduziu a letra.

            Para colocar a música original, agradeço aqui à querida Nanã, ao querido Marcos, guardiães da biblioteca do Colégio, que, com a habitual competência e empenho em ajudar, depois de mais de 20 anos decorridos após minha consulta e descoberta da “Canção do Trovador”, descobriram para mim o livro do qual eu nem sabia nome.

                                                                                  (Continua)

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