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Restaurantes e outros setores do comércio multiplicam venda no Jubileu

Loja de artesanato Artes Mineiras no Beco dos Canudos/Reprodução

Nestes 260 anos da origem da devoção ao Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas se transforma neste período do ano. Atualmente com 52 mil habitantes, a cidade recebe um número de romeiros e ambulantes que chega a quatro vezes o de sua população. Toda esta movimentação aquece os negócios em hotéis, pousadas e pensões, restaurantes, lanchonetes, lojas de artesanato, farmácias, padarias, estacionamentos, supermercados, entre outros estabelecimentos. Além disso, possibilita aos moradores alugarem imóveis, parte deles ou simplesmente a frente de suas casas para ambulantes também comercializarem seus produtos. Muitos congonhenses aproveitam a ocasião para servirem café com quitanda ou mesmo marmitex aos visitantes e complementar a renda familiar. Esta oportunidade anual de faturamento de um dinheiro extra ganha maior importância nestes últimos anos em que a economia brasileira passa por forte retração.

Sr. Antônio Nascimento, da loja de artesanato Artes Mineiras, no Beco dos Canudos, diz que o Jubileu proporciona melhores vendas do que os demais períodos festivos do ano. “Em 2017 está muito melhor do que nos anos anteriores. Eu nunca vi um Jubileu tão bom quanto este para vendas aqui. Tive até de pedir um reforço de mercadorias. Os romeiros gostam muito dos produtos da loja, eles gastam até mais do que o turista que é atraído pela cultura da cidade como um todo. Temos aqui panelas, forma de pizza, artigos religiosos, enfim artesanato regional. Esta festa acaba sendo boa para a cidade inteira, bares, farmácias, supermercados e outros estabelecimentos também se beneficiam dela”, sentencia.

A AVACON (Associação dos Vendedores Ambulantes de Congonhas) está sempre participando das festas do calendário oficial da cidade, como o Jubileu. Este ano, a entidade possui nove barracas na praça de alimentação, instalada na Romaria. Romeiros e quem está trabalhando na festa tomam café, almoçam, jantam ou lancham no local. Além disso, outros nove associados comercializam bebidas em caixas de isopor pelas ruas da área do Santuário.

Barraca do Vaguinho na Romaria/Reprodução

Vaguinho, que mantém durante o ano mantém uma barraca na Feira do Produtor Rural, está na praça de alimentação pela AVACON ao lado da família e gera diversos empregos. “Fico emocionado com a oportunidade que a Prefeitura e a AVACON nos proporciona. São mais de 20 pessoas que estão trabalhando comigo. Todos de Congonhas. E contamos com dez cantores de voz e violão da cidade se apresentando aqui. Servimos tropeiro completo, pastel, tudo preparado com ingredientes selecionados pelas minhas filhas, meu filho e minha esposa. O Jubileu movimenta muito a economia da cidade”, diz. A presidente da AVACON, Iolanda Cintia de Rezende, e o irmão Maurílio Pinto são outros ambulantes que servem refeições na Romaria neste período.

O restaurante Casa da Ladeira está incrustado, há 20 anos, no cenário do Santuário, local de muitos eventos como a Copa Internacional de Mountain Bike, Semana Santa e o Jubileu. Especificamente nos dias desta celebração religiosa, a proprietária Rosângela Vartuli faz uma adaptação no cardápio para atender o turista religioso. “Durante todo o ano, inclusive durante outros eventos, recebemos aqui, além de congonhenses, o turista cultural. No Jubileu, quem vem é o romeiro, que, em sua maioria, é uma pessoa mais simples. Então preparamos um cardápio com o qual está acostumado e mais em conta com arroz, feijão, frango, macarrão, angu e farofa, por exemplo. No Jubileu vendemos três vezes mais que o normal. O mesmo ocorre com outros restaurantes, lanchonetes, farmácias e outros estabelecimentos, o que traz benefícios para toda a cidade”, reforça o que outros comerciantes já haviam afirmado.

Em meio a incontáveis barracas e local de passagem de uma constante procissão de romeiros e moradores da cidade, O Restaurante Taberna Casa Nativa, na Ladeira Bom Jesus, funciona de 7h à meia noite. A proprietária Zoraide Marinho calcula que, durante o Jubileu, o movimento aumenta cerca de 90%. “Nosso público é formado por romeiros que vêm pessoalmente o os barraqueiros que mandam buscar o marmitex aqui. Tem caravanas que vêm aqui sem falta nesses 20 anos em que as portas estão abertas”, diz Zoraide. O marido dela, Marco Antônio, diz que o Jubileu ajuda muito a economia da cidade.

 

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