A Prefeitura de Congonhas, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) e sua Diretoria de Trabalho e Renda, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) e a CSN acabam de formar 40 alunos, divididos em duas turmas, no curso profissionalizante gratuito de Montador de Drywall (gesseiro). As aulas foram ministradas pela Escola Móvel SESI/SENAI. Foram 80 horas de aprendizagem que contribuirão para inserir jovens e adultos no mercado de trabalho. Os alunos que chegaram primeiro e se inscreveram tiveram o aproveitamento esperado e saíram satisfeitos.
Há diversas modalidades de construção e o gesso vem substituindo a alvenaria tradicional. Ele é muito usado na separação dos ambientes e no acabamento. Uma de suas vantagens é o tempo menor de execução da obra, em comparação com o gasto utilizando-se a alvenaria. São diversas oportunidades geradas a partir de um curso como este, ministrado pelo SESI/SENAI.
Os primeiros resultados positivos deste curso foram notados já no ato da inscrição. Cada aluno que tivesse de pagar pelas 80 horas/aula teria de desembolsar, no mínimo, R$ 1.600,00, o que não foi preciso graças a essa parceria estabelecida entre Prefeitura, FIEMG e CSN. O aproveitamento dos trabalhadores, de agora em diante, vai depender do interesse de cada um. Para o diretor de Trabalho e Renda da Prefeitura, Edson Raimundo da Silva, “se essas duas primeiras turmas se empenharem e aprimorarem as técnicas aprendidas, poderão fazer sucesso no mercado de trabalho. Já que esta técnica, que é muito aplicada nos Estados Unidos, está ganhando o mercado da construção civil também no Brasil”.
Durante os 20 dias de aulas na Romaria, os alunos tiveram acesso à iniciação da aprendizagem e aperfeiçoamento da instalação de drywall, fazendo paredes, rebaixamento com sanca, pintura, textura, um serviço completo. Da aula prática resultou um cômodo com algumas divisórias para demonstrar as ligações das paredes, o rebaixamento, o uso das ferramentas e a necessidade de se cuidar da segurança. Segundo o instrutor de formação profissional, Júlio César da Cunha, “os alunos de Congonhas se mostraram interessados pelo curso, que é caro. Para viabilizá-lo, houve um trabalho muito intenso da Prefeitura e da CSN para trazê-lo para cá”.
Eliane Pureza Augusta Silva, do Alvorada, trabalha em uma padaria do Centro da cidade, mas como ficou sabendo do curso no CRAS Alvorada, resolveu se inscrever para ter mais de uma carta na manga. “Eu nem sabia do que se tratava. Achei o curso ótimo, porque dá oportunidade para a gente aprender um novo caminho profissional. Já vi muitas casas com o teto rebaixado com gesso. Fazer o curso em Congonhas e de graça nos ajudou muito. Topo fazer outros que aparecerem”, garante.
Lorena Letícia Gomes Guedes, de 17 anos, moradora da Vila São Vicente, ficou sabendo da oportunidade diretamente pela Diretoria de Trabalho e Renda. “Achei que eu tinha um pouco de jeito para atuar com o drywall. Pretendo investir nesta profissão, se o mercado me propiciar isto. Esta é uma ótima oportunidade de aprendermos e, como a Prefeitura, o SENAI e a CSN trouxeram de graça pra gente, foi muito melhor”, comemora.
Aderbal Pereira dos Anjos é autônomo e ministro religioso. Segundo ele, esta é uma experiência nova e uma oportunidade de trabalho para um futuro bem próximo, porque “atualmente o trabalho com gesso, para construção e decoração é muito pedido no mercado. Entendemos bem como funciona o processo, o professor é muito dedicado, ensina a gente muito bem e agora é colocar em prática o aprendizado”.
O secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável, Christian Souza Costa, explicar que a iniciativa de oferecer cursos como este, no ramo de atividade em que muitas pessoas já atuam e que outras querem se inserir, acaba diversificando a demanda de mão de obra não ligada à indústria de mineração: “O País está começando a sair da crise, a própria mineração não recuperou o fôlego completo de suas atividades, então não há tantas vagas disponibilizadas na indústria da mineração. Então é preciso que haja uma massa de trabalhadores que se diversifique para alcançar outras oportunidades de trabalho neste período. O fundamental é proporcionar a esses trabalhadores uma nova qualificação para que possam se tornar empreendedores. A pessoa não precisa estar registrada formalmente em uma empresa. Ela mesma pode fornecer este serviço à comunidade, ganhando assim um novo horizonte para buscar sua renda mensal”.
Christian afirma ainda que a CSN tem se mostrado parceira do Município. Como a CSN faz parte do Sistema FIEMG, a qual estão ligados o SESI e o SENAI, ela foi importante para a retomada deste curso em Congonhas. “A CSN Está entendendo a responsabilidade social que possui junto à comunidade e mostra o interesse em ajudar a população de Congonhas em um momento em que ela não consegue, através de seu ramo produtivo, oferecer emprego para todo mundo. Com esta ação, a empresa ajuda a Prefeitura a encontrar outras alternativas para estes trabalhadores”, contextualiza.
Também presente na última aula prática do curso de Drywall, a Relações Institucionais da CSN, Camila Fernandes ratificou as palavras do secretário ao dizer que, “para a CSN é importante, não só acreditar no potencial da cidade e de seus moradores, mas perceber que é preciso diversificar. Não é possível ter tudo concentrado na mineração. É necessário desenvolver ao máximo novas habilidades e oportunidades para quem está ou quer entrar no mercado de trabalho. E este é o momento de se capacitar. Quando a economia está ruim e, como consequência, a taxa de desemprego alta, as pessoas tendem a se desanimarem, mas este é o momento em que elas devem se preparar, porque a economia é cíclica e já já vem o tempo da bonanza. Aí vai se aproveitar aquele que estiver pronto para isso. A CSN tem diversas outras parcerias com o SESI/SENAI e já realizou ainda este ano cursos lá na área dela. É bom ver que estamos estendendo isso para a comunidade, potencializando esta iniciativa”, completou Camila, que se disse maravilhada ao ver o resultado da habilidade dos alunos, desenvolvidas a ponto de construírem um modelo de edificação em gesso.
Mais qualificação
A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, por meio da Diretoria de Trabalho e Renda, trabalha para viabilizar a contratação de novos cursos para o início de 2018. “Esta é uma solicitação do prefeito Zelinho, que está sempre muito interessado que consigamos ajudar essas pessoas que precisam de nova qualificação, para conseguirem entrar ou retornar no mercado de trabalho”, adianta Christian. O diretor de Trabalho e Renda, Edson Raimundo Silva complementa: “Esta jornada de cursos está só começando. Fizemos uma pesquisa com jovens que buscam o primeiro emprego e com quem quer retornar ao mercado de trabalho. Então no primeiro semestre de 2018 deveremos disponibilizar cursos de cuidador infantil, de pedreiro de acabamento e de alvenaria, entre outros”.