Avelina Maria Noronha de Almeida
QUEM SABE PODERIA TER AJUDADO UM POUCO?
Algumas fotos da classe maravilhosa, um colar de pérolas, que compartilhou comigo aquele sonho de atuar na Constituição:
É… Tentamos e nada conseguimos.
Hoje em dia, jornais, revistas e programas de televisão veiculam assuntos psicológicos. Também proliferam livros de auto-ajuda baseados em conceitos psicológicos. Podem ter seu valor porém, se a pessoa que os ler não tiver uma base de estudos regulares de Psicologia, pode ficar sem entender direito muita coisa.
No tempo em que comecei a lecionar essa disciplina, havia dificuldade de professores formados, por isso foi dada oportunidade a pessoas como eu, que tinham apenas 2º Grau, para fazerem Exames de Suficiência, que constavam de uma prova e de uma aula diante dos examinadores. Quem passasse recebia, como eu recebi para Psicologia Educacional, Registro Definitivo no MEC. Isso aconteceu na década de 60, porque não havia professores formados em curso superior em número suficiente para as Escolas Normais. Tal fato hoje não é mais problema, pois há um número enorme de pessoas formadas em Psicologia.
Um dos assuntos mais pertinentes aos objetivos apresentados no documento transcrito é o ajustamento humano: como e por que as pessoas se ajustam de modo prejudicial; como se processa o ajustamento sadio e muitos outros tópicos decorrentes das duas formas de reagir diante da vida. É um exemplo de assuntos realmente importantes que seriam estudados caso a nossa sugestão fosse aceita na Constituinte.
Infelizmente, o Currículo atual, principalmente do Ensino Médio, rouba muito tempo do aluno, porque está inchado por alguns estudos esdrúxulos ou não significativos, que sobrecarregam o estudante sem acrescentar nada de muito importante à sua cultura. São, por exemplo, um fardo enorme de fórmulas e nomenclaturas que, além de não serem entendidas, nunca serão utilizadas na vida, em detrimento de formação e informações realmente indispensáveis.
Os professores – coitados! – se não correrem com o programa, não dão conta do mesmo. Os alunos mais dotados ou com base boa conseguem resultado, mas uma grande maioria ou fica para trás ou passa com graves deficiências de base.
No tempo em que eu estudava, nas décadas de 40 e 50, ainda com os reflexos da Escola Nova implantada em Minas Gerais na década de 30, aprendíamos muita coisa prática, os currículos eram bem dosados e adaptados e havia uma grande preocupação com a cultura geral e formação integral dos educandos. Era o caso, para dar um exemplo, das aulas de Canto, duas vezes por se-mana, a classe inteira formada na escadaria, quando a música trazia harmonia para alma. O método global da LILI, perfeito cientificamente, e que encantava as crianças, levando-as a lerem com expressão, era o método utilizado para o ensino da leitura.
As crianças entendiam o que liam e faziam redações criativas, bem elaboradas e bonitas. Não sei porque foi deixado de lado. No Ensino Médio, imperava o Humanismo, até que, com o advento do Tecnicismo, na década de 60 e 70, o currículo se empobreceu e se complicou.
Só resta ficar torcendo para que uma onda de lucidez invada os altos escalões do Ensino, que se reviva a fase de ouro da primeira metade do século XX, que volte muita coisa boa que se foi e também… – quem sabe? – um dia se realizem os meus so-nhos: volte o método de LILI e a PSICOLOGIA possa fazer parte do currículo do 2º Grau.
(Continua)