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Patrimônio em ruínas em Piranga: Casarão histórico pede socorro e conta com a sorte para permanecer de pé

Gestores da Prefeitura Municipal (Excelentíssimos Srs. Prefeito e Vice Prefeito municipais e Srs. Secretários de Obras/Cultura etc), Srs. Vereadores da Câmara Municipal, Srs. membros do Conselho do Patrimônio Histórico Municipal, Excelentíssimo Promotor do Ministério Público de Minas Gerais em Piranga, Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico do MPMG, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Minas Gerais, cidadãos piranguenses! Quem vai atuar em prol dessa nobre causa?

Casarão Histórico, que conta parte da memória de Piranga sofre com descaso/PIRANGA GUARÁDRONE

O imponente sobrado, situado à Rua São Sebastião (Quebra), na cidade de Piranga, tem pé direito alto, amplas e várias janelas envidraçadas, de onde se descortina amplo horizonte sobre o centro da cidade. Porém, aos poucos, sua estrutura foi comprometida, janelas e portas caindo aos pedaços, paredes trincadas, telhado e forro em situação degradante. Na última semana, parte do telhado desabou, colocando em risco toda edificação.

Dona de um rico patrimônio cultural e histórico, o casarão do Cônego Felício representa parte da história de Piranga que já atravessa mais de três séculos. O imóvel foi comprado pela prefeitura na gestão do ex prefeito Eduardo Guimarães pelo valor de R$ 250 mil. O Decreto previa a instalação da Casa de Cultura e Museu, e o projeto de restauração, com centenas de páginas, detalhando toda arquitetura do imóvel e as intervenções necessárias, foi orçado à época em cerca de quase R$ 500 mil. Mas, não foi executado.

Na gestão posterior, de Carlos de Araújo, nada fez em prol da recuperação do casarão e o mesmo sofreu significativa degradação ao longo dos quatro anos da sua gestão. O atual prefeito. José Carlos, até o presente momento também não promoveu qualquer tipo de intervenção no imóvel. Se, para alguns gestores, a proteção do patrimônio cultural nunca foi prioridade, para outros, faltam fundos para

Piranga é dona de um rico patrimônio histórico/ PIRANGA GUARÁDRONE

executar a obra e transformar o casarão em Museu/Casa de Cultura. No segundo caso, é preciso buscar recursos junto ao Fundo Estadual de Cultura e junto a leis de incentivo à cultura! Iremos esperar o casarão se sucumbir e se transformar em um simples retrato de parede?

De acordo com Marco de Nilo, do Arquivo do Conhecimento Cláudio Manoel da Costa, o sobrado foi erguido pela comunidade para moradia do Cônego Felício de Abreu Lopes, que veio para Piranga em 1900 com a atribuição de ser pároco da primeira paróquia de Minas Gerais. Nascido em 11/12/1872 na cidade de Mariana, Cônego Felício era dono de um estilo vigoroso e autoritário, exerceu longo paroquiato, participando ativamente, com mão de ferro, em todas as áreas do grande país de Guarapiranga. Na parte educacional, foi o primeiro Inspetor da Escola Estadual Coronel José Ildefonso, quando da sua inauguração em 1912. Na política, tornou-se elo entre o povo e a elite da cidade, dominada pelos antigos coronéis, grande defensor da austeridade e do comportamento ético-cristão das atitudes das autoridades do grande país de Guarapiranga. No campo social foi um ferrenho moralista em prol dos bons costumes, e cobrava de seu rebanho o desempenho máximo de suas obrigações religiosas, campo no qual se conta vários casos pitorescos a seu respeito. O Cônego Felício residiu no sobrado até a sua morte na década de 1940. Por volta dos anos 70/80, os familiares do Cônego venderam o imóvel para a família de Dona Filinha Milagres.

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Fotos: Piranga Guará Drone

 

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